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A propósito do encalhe da corveta «Duque de Palmella», ocorrido no dia 17 de Março de 1873, (1) no banco de Brito (perto do Vietname), em viagem de Hong Kong para Sião, El Rei de Portugal condecorou o Contra Almirante da marinha francesa, e governador de Saigão, Cavalheiro Dupré (2) com a grande cruz da real ordem militar portuguesa do S. Bento de Aviz.

Extraído de «BPMT», XX-27 de 4 de Julho de 1874., p. 105

Marie-Jules Dupré (1813 – 1881) Almirante francês que foi Governador da Reunião de 1865 a 1969 e Governador da Cochinchina de 1-4-1871 a 15-3-1874. https://en.wikipedia.org/wiki/Marie_Jules_Dupr%C3%A9

(1) Recorda-se que após este encalhe, o comandante da corveta “Duque de Palmela”, Thomaz de Villa Nova Ferrari, suicidou-se (afogamento) por assumir a culpa pois em carta de despedida afirmava “Para que não culpem ninguém pois o erro foi somente meu”. Ver postagem anterior em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/03/17/noticia-de-17-de-marco-de-1873-suicidio-do-comandante-da-corveta-duque-de-palmela/

Anteriores referências à corveta ”Duque de Palmela” em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/corveta-duque-de-palmela/

Extraído de «BPMT», XVII-36 de 4 de Setembro de 1871, p. 143

NOTA I: No dia 29 de Junho de 1871, entrou na barra de Macau o brigue Conceição de Maria. No dia 2 de Setembro do mesmo ano, passou pela cidade um violento tufão, afundando-se, na ponta de Ka Hó (Coloane) a barca holandesa Rolina Maria e a galera russa Vistula. A primeira perdeu 7 homens da sua tripulação de 16 homens e da segunda salvou-se toda a tripulação de 22 homens. O brigue português Conceição de Maria, pertencente a Francisco Manuel da Cunha, que saía para Yokohama, com carga de açúcar e vinho, naufragou na ponta de Kaikiao (Ponta Cabrita), salvando-se toda a sua tripulação. A corveta Duque de Palmela, do comando do Capitão-Tenente Gregório José Ribeiro, a galera D. Maria Pia e a canhoneira Camões sofreram grandes avarias, em consequência dos embates com os barcos chineses dos quais 150 ficaram danificados. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia das História de Macau, Volume II, 2015, p. 198)

NOTA II – Na lista dos navios afundados, danificados e perdidos publicados em (1) consta:

DIA 2 /Setembro de 1871 – Rolina Maria – holandês: “The barque was driven ashore in a typhoon and wrecked at Macao, China with the loss of seven of her crew.”

DIA 3/Setembro de 1871 – Vistula – El Salvador: “The ship sank in a typhoon at Hong Kong.”

 (1) https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_shipwrecks_in_September_1871

Na sequência da postagem de ontem sobre a  “soireé musical” no dia 30 de Outubro, (1) realizou-se  no dia seguinte, 31 de Outubro, a grande festa de arromba para assinalar o aniversário natalício do rei D. Luís

Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I- 6 de Novembro de 1872 p. 2 http://purl.pt/26918/1/PT/index.html

Reproduzo a seguir a descrição do mesmo acontecimento feito por Luís Gonzaga Gomes (na continuação de anteriores crónicas “A Vida em Macau no Ano de 1872“, deste mesmo autor) (2) focando o baile dado pelo governador, Visconde de S. Januário no Palácio do Governo.

Constitui novidade a inovação de dois porta-machados a ladearem o retrato do Rei D. Luís, colocado sob o dossel, e cujos vistosos uniformes causaram grande agrado no público, que os viu marchar, pela manhã, à frente da guarda de honra. Duzentos e vinte cavalheiros com as suas impecáveis casacas ou reluzentes fardas e setenta e nove daas, elegantemente trajadas e ostentando ofuscantes brilhantes, estonteantes adereços, outras jóias de grande riqueza e raridade, emprestaram inusitado brilho a tão animado baile. As damas que apresentaram com maior elegância, distinção e bom gosto foram a esposa do Governador de Hong Kong, Lady Kennedy, com o seu lindo vestido de faille gris guarnecido de cetim da mesma cor e ricas rendas de Malines; e sua filha, senhorita Kennedy, de faille branco, encantadora na sua simplicidade; e esposa do Secretário-geral do Governo, D. Rosa Pinto Basto de moirée lilás, impondo-se pela sua esbelteza; a esposa do superintendente da emigração chinesa, D. Maria Amália Bruschy Pereira Rodrigues, de branco e azul com rendas de Bruxelas; a esposa do Cônsul do Sião D. Ana de Sena Fernandes, de cetim branco com enfeites verdes e brilhantes; a senhora Pyke, de cetim azul e rendas brancas; a senhorinha May, graciosa no seu vestido de amarelo de brilhantes; a Baronesa do Cercal, de preto e branco; e esposa do Administrador do Concelho, D. Maria Leite Baracho, de seda verde; D. Amélia Pacheco, de grenadine branco com rendas pretas e cetim amarelo, D. Florentina Carneiro, vistosa na sua toilette de faile branco, enfeitado de cetim cor de rosa; D. Idalina Velez, impante de natural elegância (ainda chegamos a conhecê-la na sua triste decadência física e económica), de preto e brilhantes e todas as restantes trajadas com requintes de ajanotamento e no último tom, num verdadeiro alarde de luxo e sumptuosidade. De entre os cavalheiros destacavam-se o Governador de Hong Kong, sir Arthur Kennedy, o General Whitefield, seu ajudante d´ordem; Mr Pauncefote, Juiz da vizinha colónia; o Barão do Cercal, D. Pedro de Lencastre; Mr. Deacon, Cônsul de Portugal em Cantão; Herr Ebel, Cônsul da Prússia, D. Juan Ortiz, Cônsul da Espanha; Alexandre Menacho, Cônsul do Peru; Comendador Bernardino de Sena Fernandes, Cônsul do Sião; João dos Remédios, Cônsul de Portugal em Hong Kong, Lourenço Pereira Marques, Presidente do Leal Senado; Júlio Pereira Pinto Basto, Procurador dos Negócios Sínicos; H. A. Pereira Rodrigues, Superintendente da Emigração Chinesa; Capitão-de-fragata João Eduardo Scarnichia, Capitão do porto; Capitão-de-fragata Tomas de Vila Nova Ferrari, comandante da estação naval e da corveta “Duque de Palmela”; Francisco de Melo Baracho, Administrador do concelho; o tenente-coronel Jerónimo Pereira Leite, Comandante da Polícia e muitas outras individualidades. Este baile deu brado e, pelos tempos adiante, ainda se referia a ele com entusiasmo e saudosas recordações, na sociedade macaense, cujo modo de vida viria a ser profundamente perturbado com a crise económica que se avizinhava. “ (3)

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/10/30/noticias-de-30-e-31-de-outubro-de-1872-soiree-musical-recepcao-e-iluminacao-para-assinalar-o-aniversario-natalicio-do-rei-d-luis-i/

(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/10/31/noticia-de-31-de-outubro-de-1872-leitura-a-vida-em-macau-no-ano-de-1872-iii/

(3) GOMES, Luís Gonzaga – Páginas da História de Macau, 2010, p.301.

Notícia extraída de «Gazeta de Macau e Timor» (1) sobre mais uma expedição do comandante Tassara contra os piratas.

PIRATAS. – A requisição do capitão Tassara, comandante militar da Taipa e Colovam, marchou na madrugada de 10 de corrente, uma força do batalhão de linha, da corveta Duque de Palmella e da canhoneira Camões, em perseguição de três sapatiões tripulados por perto de cem piratas, que na tarde de 9 tinham vindo acoutar-se na Ribeira da Prata. (2) Parece que fugindo da costa d´oeste, onde foram ocupados por tropas mandarinas ás quaes resistiram causando-lhe algumas perdas, vinham procurar nas proximidades de Macau, novo teatro para as suas proesas. A força, comandada pelo capitão Tassara desembarcou ao sul da ilha Montanha não encontrando vestígio algum de pirata. Sobe-se ali que na véspera á noite, eles se tinham retirado, e que provavelmente estariam ou em “Apomi” ou em Von-came.(3)  O estado da maré e a difficuldade da marcha por terra, não permitiam a ida a Von-came, em vista do que a força se dirigiu a “Apomi”, onde igualmente não teve noticias dos criminosos. Ás 7 horas da tarde recolheu a Macau depois de um dia de improbo trabalho sem resultado aparente. Nós julgamos que embora estas expedições não cheguem em geral a conseguir o seu fim tem comtudo a vantagem de afastar das proximidades de Macau, os malfeitores. Seria útil que as lanchas a vapor fizessem cruzeiros uma ou duas vezes por semana, o que talvez viesse a dispensar expedições como a ultima.”

(1) «Gazeta de Macau e Timor», I-4 de 15 de Outubro de 1872, p. 4

(2) Ribeira da Prata na Ilha de D. João.

(3) llha da Montanha ou Tai Vong Cam

Anteriores referências à corveta “Duque de Palmela”e canhoneira “Camões” https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/corveta-duque-de-palmela/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/canhoneira-camoes/

Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I – 27 de 25 de Março de 1873
Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I – 28 de 1 de Abril de 1873

NOTA: Thomas de Villa Nova Ferrari (1814 – 1873) – curso de Matemática da Real Academia de Marinha em 1931, guarda-marinha em 1833, 2.º tenente em 1843 ,em 1846 – Governador das Ilhas de Cabo Delgado, 1.º tenente em 1850, Capitão Tenente em 1859, atingiu posto máximo de Capitão-de-fragata em 1859. Embarcou em várias corvetas (entre elas, a sua última missão a Macau no «Duque de Palmela»), (1) escunas, brigues e fragatas. Maçon, iniciação antes de 1869. (2)
Anteriores referências à corveta «Duque de Palmela” (1) em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/corveta-duque-de-palmela/
(1) D. Pedro de Sousa Holstein (1781–1850), conde (1812), 1.º Marquês de Palmela (1823) e 1.º Duque do Faial (1833),  depois 1.º Duque de Palmela, concedido em vida (1833) e depois, em 1850, foi tornado de juro e herdade. Foi militar, político, diplomata e herói das Guerras Liberais. O Duque de Palmela foi o representante de Portugal na assinatura do tratado com a Inglaterra (Lord Aberdeen) sobre a abolição da escravatura, no dia 3 de Julho de 1842.
(2) VENTURA, António – A Marinha de Guerra Portuguesa e a Maçonaria. Nova Veja, Limitada,  2013, 247 p.

Na terça feira (6 de Fevereiro de 1872) pelas onze horas da manhan sentiram-se duas detonações e á segunda um bala explosiva de calibre 40 veio cahir n´uma caza china próximo da fortaleza da barra, tendo passado pela popa da corveta Palmella” (1)

Notícia extraída de «O Oriente», I-4 de 8 de Fevereiro de 1872
PORMENOR DO MAPA- MACAU E ILHAS PRÓXIMAS
Ta-Ssi-Yang Kuo, Vol I-II, 1889-1900
A CORVETA «DUQUE DE PALMELLA» ESCOLA DE ALUNOS MARINHEIROS EM FARO
http://alernavios.blogspot.com/2016/01/

(1) Corveta “Duque de Palmela” – corveta de madeira de 15 peças e 952,671t métricas de deslocamento, lançada à água em Lisboa em 25-01-1864, esteve ao serviço na Real Marinha de Guerra Portuguesa de 1864 a 1913. Foi em 1866 para a Estação Naval de Angola para reprimir o tráfico de escravos e em 1870 seguiu para a Estação de Macau. Em 1874 desarmou e passou em 1877 a sede da Escola de Alunos Marinheiros em Lisboa, que em 1895 foi transferida para Faro na mesma corveta. Em 1913 desarmou e foi vendida no ano seguinte.
Anteriores referências à corveta “Duque da Palmela” em:
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Extraído de «O Oriente», I-5 de 15 de Fevereiro de 1872

Sendo os meses de Verão propícios aos tufões nesta zona do Pacífico, é natural que nos meses de Julho, Agosto e Setembro surjam sempre notícias referentes a temporais,  tufões ou ventos fortes que passaram por Macau.
Tufões q assolaram Macau - Gráfico e frequência

Gráfico da “Época e Frequência dos Tufões” (1)

Assim neste dia de 2 de Setembro de 1709:
Neste dia houve hum tao grande temporal nesta Cidade, que fes crescer as agoas fóra dos seus limites, quebrarão os mares toda a praia grande e casas della, e na praia pequena se encherão os Gudões das mesas cazas de agoa, a qual sobio a tres covados de alto dentro delles, durando esta enchente desde 6 horas da manhãa athe as nove da noite sem deminuir. No vasar chegarão as Lorchas a receberem o fatto que estava nas boticas. Em fim não há lembrança a mais remota de que houvesse nesta Cidade outra semelhante ” (2)
E no mesmo dia, mas de 1871: (1)
No dia 2 de Setembro de 1871, passou pela cidade um violento tufão afundando-se na ponta de Kaó (Taipa) a barca holandesa «Rolina Maria» e a galera russa «Vístula». A primeira perdeu sete homens da sua tripulação de 16 homens e da segunda salvou-se toda a tripulação de 22 homens . O brigue português «Conceição de Maria», pertencente a Francisco Manuel da Cunha, que saía para Yokohama, com carga de açúcar e vinho, naufragou na ponta de Kai Kiao (Ponta Cabrita), salvando-se toda a sua tripulação. A corveta «Duque de Palmela», do comando do Capitão-Tenente Gregório José Ribeiro, a galera «D. Maria Pia» e a canhoneira «Camões» sofreram grandes avarias, em consequência dos embates com o barcos chineses dos quais 150 ficaram danificados.” (3)

crveta Duque da Palmela 1864-1913A corveta DUQUE DE PALMELA  (1864 – 1913) (4)

A corveta «Duque de Palmela» (arvorava 3 mastros) que esteve algum tempo destacada em Macau,  foi construído no Arsenal de Lisboa e era uma corveta de propulsão mista (vela/vapor) da Armada Portuguesa. Serviu de 1864 a 1875, passando a  navio escola entre 1876 e 1913 em Lisboa e Faro, sendo depois desmantelado.
Características:
Deslocamento: 952 tons.
Armamento:  12 peças de 32 mm e com um rodízio (Brackeley) de 56 mm
Dimensões: 50 metros de comprimento; 9 metros de boca; 4,50 metros de calado
Propulsão: 1 máquina a vapor (acoplada a 1 veio = 7 nós ), desenvolvendo uma força de 150 hp.
Guarnição: 164 homens incluindo oficiais. (5)
(1) Referência ao mesmo tufão mas com data de 3 de Setembro de 1871: ” Formou-se no Pacífico, passou na ilha de Luzon e afectou seriamente Macau. Naufragaram na ponta de Ká-Hó a barca holandesa «Rolina Morim» e a galera russa «Vístula». Também se afundou o lugre português «Conceição Maria» A pressão desceu até 717,85 mm” (NATÁRIO, Agostinho Pereira – Tufões que Assolaram Macau, 1957) e (SIMÕES, Joaquim Baião – Macau e os Tufões, 1985).
(2) BRAGA, Jack M. – A Voz do Passado, 1987
(3) GOMES, Luís G. –  Efemérides da História de Macau, 1954.
(4) https://www.revistamilitar.pt/artigo/1065
(5) localhttp://alernavios.blogspot.pt/2016/01/duque-de-palmela.html
Referência anterior à corveta «Duque de Palmela»
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/corveta-duque-de-palmela/

Às 19.00 horas do dia 20 de Novembro de 1873, o 1.º Tenente da Armada, Vicente Silveira Maciel (1), comandante da escuna Príncipe Carlos, acompanhado do guarda-marinha Caminha e do Capitão de Infantaria Caetano Gomes da Silva, que jantara a bordo com os oficiais, quando seguiam numa baleeira (remadas por cinco robustos marujos) para terra, um fai-hái, (2) abalroou, premeditadamente, contra a baleeira.
Apesar das manobras do 1.º Tenente Maciel, que guinou, imediatamente para bombordo, a embarcação chinesa bordejou acto contínuo, para estibordo, continuando a dirigir-se de encontro à baleira. O fái-hái vinha com tal velocidade que não foi possível esquivar-se ao brusco choque. A baleeira apanhada de chofre, ao pé da voga, meteu, imediatamente toda a borda de bombordo debaixo da água e ficando atravessada na proa do barco chinês.
Lançaram-se, então, os marujos da baleeira bem como o guarda marinha ao mar e agarrando-se com desespero aos remos do fái-hái, que continuava a deslizar à voga arrancada com rumo para a Ilha da Lapa, conseguiram não sem grande dificuldade, saltar dentro dela.
Tendo conseguido trepar até ao fai-oi, os oficiais e dois ou três marinheiros que iam na baleeira travaram rijo combate com os chineses, caindo o Tenente Maciel no mar, onde foi salvo por um marinheiro, agarrando-se ambos a um bambu. Salvaram-se também o guarda- marinha Caminha e um marinheiro. O Capitão Silva e outros marinheiros foram considerados como desaparecidos. (3)
NOTA: No ano de 1873, governava Macau o Capitão Januário Correia de Almeida, Conde de S. Januário e a Estação Naval de Macau era comandada pelo 1.º Tenente Fernando Augusto da Costa Cabral
(1) A escuna Príncipe Carlos, comandada pelo 1.º tenente Vicente Silveira Maciel, já em Novembro de 1871, tinha dirigido uma expedição de nulo resultado, contra os piratas da Ilha da Montanha.
(2) 快 蟹 mandarim pinyin: kuài xiè; cantonense jyutping: faai3 haai5)
Fái-hái (caranguejo veloz), tipo de embarcação rasa, utilizada, principalmente, no contrabando do ópio importado pelos ingleses e que fazia a ligação da Ilha Lintin para Cantão.
(3) GOMES, Luís Gonzaga – Páginas da História de Macau. Instituto Internacional de Macau, 2010, 357 p., ISBN: 978-99937-45-38-9

ACTUALIZAÇÃO em 16 de Outubro de 2016:
O guarda marinha Caminha que com o 1.º Tenente da Armada, Vicente Silveira Maciel e o marinheiro se salvaram neste episódio, viria a ser capitão de mar-e-guerra, governador de Benguela (1883-1886) e mais tarde Vice-Almirante. Caetano Rodrigues Caminha (4) prestou serviço em Macau na escuna “Príncipe D. Carlos” que se afundou devido a um forte tufão em 1874 (5) e fez parte da tripulação da corveta “Duque de Palmela” (6)
(4) Caetano Rodrigues Caminha (1850-1930) Correspondente nacional, 1893 Capitão-de-fragata, comandante da Escola da Marinha. Sócio do Instituto de Coimbra (1852-1978)
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/21258/3/Lista%20de%20s%C3%B3cios_2015.pdf

caetano-rodrigues-caminha-1893Capitão de fragata 1893 (7)
caetano-rodrigues-caminha-1901Capitão de mar e guerra (1901 ?) (7)
caetano-rodrigues-caminha-1911Vice-Almirante (1911) (7)
caetano-rodrigues-caminha-dr-8jan1911Diário da República n.º 8-11 de Janeiro de 1911 p. 114 (8)

(5) “Príncipe D. Carlos” (1866-1874) — Escuna de vapor construída em Inglaterra e que foi adquirida pelo governo de Macau em 1866. Armou com quatro bocas de fogo.
Em 1874, em Macau, perdeu-se por encalhe, devido a um tufão.
(6) A corveta “Duque de Palmela”, que em 1873 partiu de Hong-Kong para ir a Saigão receber o governador de Macau, Visconde de Januário, e a sua comitiva, para serem conduzidos a Banguecoque na corveta portuguesa. No trajecto, o comandante do navio ficou tão perturbado com os perigos da navegação na baía de Banguecoque que, ao passar uma zona bastante perigosa de bancos de areia, e ao ver a embarcação soçobrar, pediu para ser substituído pelo Caetano de Rodrigues Caminha e atirou-se ao mar! Este episódio é descrito por um jornal brasileiro da época, da província do Maranhão.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caetano_Rodrigues_Caminha
(7) http://www.flickriver.com/photos/cgoulao/21904590309/
(8) file:///C:/Users/ASUS/Downloads/portaria_de_diario_da_republica_8_11_serie_i_de_quarta_feira_11_de_janeiro_de_1911.pdf