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Extraído de «Boletim do Governo de Macau», 1868.

NOTA: o hábil macaense, Carlos Vicente da Rocha, foi também o autor do engenhoso maquinismo que funcionava com um candeeiro de petróleo e acendeu-se pela primeira vez a 24 de Setembro de 1865, no farol da Guia.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_Santo_Agostinho_(Macau)

O Convento de S. Agostinho (1) foi fundado por frei Francisco Manrique, natural de Espanha, donde partiu para Manila em 1575. Foi ali vigário provincial. Ao deixar este cargo em Março de 1584, embarcou para Macau, em Setembro seguinte, num navio português, de que era proprietário Bartolomeu Vaz Landeiro, no qual vinha o seu sobrinho Vicente Landeiro. O navio foi dar às costas do Japão devido a uma tempestade, e depois de dois meses de demora chegou a Macau, no dia 1 de Novembro de 1584. Foi obrigado a deixar Macau por má vontade que em Macau reinava contra os castelhanos e foi para Malaca. Regressou a Macau onde aportou a 1 de Novembro de 1586, trazendo consigo dois confrades padres Diego Despinal e Nicolau de Tolentim; dirigiram-se ainda a Cantão antes do dia 6 de Julho de 1587, mas foram obrigados a regressar a Macau. Fundou aqui um convento da sua ordem (embora intimidado por muitas oposições locais) em fins de 1586.
Três anos mais tarde, por ordem do rei de Espanha, (22 de Agosto de 1589) o convento passou para os portugueses. O Padre Provincial de Goa, Frei Luís do Paraíso, mandou a Macau o seu comissário Frei Pedro de S. Maria e com ele Frei Pedro de S. José e Frei Miguel dos Santos, que tomaram posse do convento a 22 de Agosto de 1589. Foram estes frades portugueses que em 1591 transferiram o convento (2) para o actual Largo de S. Agostinho e construíram a Igreja anexa de Nossa Senhora da Graça (vulgarmente conhecida por Igreja de Santo Agostinho). Foi reconstruída em 1814. (3)
(1) Anteriores referências da Igreja de Santo Agostinho
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-agostinho/
(2) Embora “Querem outros que só fosse a mudança de algumas portas, e não de todo o corpo do convento, por se não encontar notícia nem vestígios do que se pretende dar por mais antigo
PEREIRA, A. Marques – Ephemerides commemorativas da hostória de Macau, 1868
(3) TEIXEIRA, Pe. M. – Macau e as suas Ilhas , Volume I, 1940

Hoje, dia 23 de Agosto celebra-se a festa litúrgica de Santa Rosa de Lima. Amanhã dia 24, do ano de 1617, (precisamente 400 anos ) assinala a morte de Isabel Flores y Oliva, que ficou conhecida como Santa Rosa de Lima, mística da Ordem Terceira Dominicana,canonizada pelo Papa Clemente X em 1671 e a primeira santa nativa da América e padroeira do Peru. (1)

Painel numa coluna á entrada da Catedral Metropolitana de Buenos Aires, tirada em 2016

Em Macau, desde cedo o nome de Santa Rosa de Lima ficou ligada à educação principalmente para órfãs e meninas.
1.º Havia o Recolhimento de Santa Casa da Misericórdia cuja primeira referência aparece num termo do Senado de 26 de Dezembro de 1718 em que atribuía a este Recolhimento a sustentação das Meninas orphaans filhas de Portuguezes , q com o beneplácito do Procurador e mais Irmãons da casa, se fará nella hum recolhimento co mais huma S.ª grave p.r Mestra das Orphaans”
O Recolhimento foi fundado em 1726 sendo provedor de Santa Casa António Carneiro de Alcáçova; foi aprovado por João de Saldanha da Gama, vice-rei da Índia, “com a clausula de que haverá no d.º Recolhimento uma Mestra, que possa ensinar às Orfas as artes de que necessita uma mulher para governar a casa.”
Em 1737, a Santa Casa fechou o Recolhimento por falta de dinheiro. Em 1792, foi fundado por D. Marcelino José da Silva, bispo de Macau (1789-1808) um Recolhimento ou casa de educação para meninas órfãs”. Mais tarde esta Casa tomou o nome de Recolhimento de Santa Rosa de Lima. Em 1848, foi instalado na Casa das 16 colunas (posteriormente Instituto Salesiano) sob a direcção das filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, que no ano seguinte o transferiram para o extinto Convento de S. Agostinho; dali passou para o Mosteiro de S. Clara em 1857; mas em 1865, essas Irmãs saíram de Macau.
Em 1875 o governador José Maria Lobo d´Avila (portaria n.º 23 de 18-02-1875) determinou o seguinte: “ Tendo sua Majestade por decreto de 2 de Outubro de 1856 anexado o recolhimento de Santa Casa Rosa de Lima ao Mosteiro de Santa Clara, a fim de poder ali crear-se uma casa d´educação para o sexo feminino…(…)… Attendendo  a que é de toda a conveniência o acabar o estado excepcional em que ficou o recolhimento de Santa Rosa de Lima depois da extinção de mosteiro de Santa Clara, devendo segundo a letra do supracitado decreto crearse ali uma casa d´educação para o sexo feminino. “

Colégio de Santa Rosa de Lima anexo ao antigo Convento de Santa Clara em 1956

A direcção e administração directa do Colégio era exercida por uma comissão, mas a inspecção ficava a cargo do governo. O presidente era um prelado diocesano, sendo vice-presidente o juiz de direito, e os restantes membros: dois cidadãos nomeados pelo governador (sendo um deles tesoureiro) e um capelão que servia de secretário.
O ensino ministrado nesse colégio era o elementar, ou instrução secundária que compreendia: línguas, portuguesa, francesa e inglesa; história sagrada; desenho; música de canto e piano; educação física; higiene e economia doméstica.
A pedido do bispo D. António Joaquim de Medeiros ( bispo de 1884-1897),  as Irmãs Canossianas (Filhas Canossianas da Caridade) tomaram conta desse Colégio em 1889, dirigindo-o até 1903.
Em 17 de Novembro de 1903, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria que haviam instalados em Macau, no Mosteiro de Santa Clara, em 1903 e começaram a desenvolver trabalho missionário ligado ao ensino passaram também a dirigir o Colégio por ordem do bispo D. João Paulino de Azevedo e Castro (bispo de 1902-1918). Ambos os edifícios lhes foram cedidos pelo Governo juntamente com os bens do antigo Mosteiro e do antigo Recolhimento de Santa Rosa de Lima.
As Irmãs que chegaram a 27-1-1903 eram as seguintes:
Benedicta de S. Joaquim, Superiora (moreu em Tsingtao, 15-11-1921)
Leona du Sacre Coeur (moreu em Macau, 16-03-1956)
Antoine de Brive (moreu em Chefoo)
Edeltrud (morreu  em Macau)
Ambrosina (morreu em Macau, Fevereiro de 1953)
Zélia (morreu  em França)
Mais tarde chegaram as Irmãs Clotilde, M. da Apresentação, M. Chiara, M. Leónia e M. Dismas.
A 30 de Novembro de 1910, (I República Portuguesa) o Governo ordenou a saída das Franciscanas (o Colégio, nesse ano, tinha 130 alunas de diferentes nacionalidades, sendo muitas delas internas) e a escola foi confiada a pessoal leigo a 7 de Janeiro de 1911, ficando reduzida a 40 alunas.(2)
As Franciscanas só voltaram a dirigir o Colégio em 1932.

Pormenor do mesmo painel (2016)

(1) Rosa de Lima (1586 – 1617), nome de baptismo: Isabel Flores y Oliva, beatificada a 15 de abril de 1668 por Papa Clemente IX e canonizada a 2 de abril de 1671, por Papa Clemente X. A Festa litúrgica é no dia 23 de agosto (Calendário Romano) embora seja comemorada a 30 de agosto em Peru. É também padroeira das Filipinas.
Santa Rosa de Lima era muita devota de Santa Catarina de Sena, um dos padroeiros de Macau (declarado pela Vereação do Senado a 2 de Maio de 1646)  e venerada na Igreja de S. Domingos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_de_Lima
(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982.
Ver mais informações sobre o Recolhimento e Colégio de Santa Rosa de Lima em anteriores postagens:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colegio-de-santa-rosa-de-lima/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/casas-de-recolhimento-de-santa-rosa-de-lima/

illustracao-luso-brasileira-n-o2-1858-ruinas-de-s-paulo“O antigo collegio dos jesuítas, que a nossa estampa representa, não conserva de pé mais do que o frontespício que se vê; todo o resto da fabrica foi pasto de um terrível incendio e caiu em ruinas. Hoje estabeleceu-se no antigo local da egreja, para dentro d´aquella portas do extincto templo, o cemitério da povoação christã de Macau.
Aquellas ruinas são ainda formosas, todavia; o frontespício, que se conserva em milagroso equilíbrio , é muito superior em majestade á fachada da catedral macaense, e aos demais templos da cidade, que são as parochias de Santo António e S. Lourenço , a primitiva freguesia de S. Lazaro, e os conventos de S. José (das Missões), Santa Clara, Santo Agostinho e S. Francisco.
illustracao-luso-brasileira-n-o2-1858-ruinas-de-s-paulo-iiAinda em 1857 escreveu um autor francez que, este convento de que apresentamos a parte existentes, a fachada, era na actualidade um edifício notável pela grandeza e elegância das suas proporções, um dos monumentos mais perfeitos que a Renascença produziu. Eis como escrevem das nossas coisas, e provavelmente das alheias, certos escriptores francezes ! (1)
(1) A Illustração Luso-Brasileira, 1858.

Duas notícias do dia 8 de Novembro referentes ao Colégio de Santa Rosa de Lima:
A primeira, do dia 8 de Novembro de 1846, data em foi reorganizado o Colégio de Santa Rosa de Lima para educação de meninas (1)
A segunda, do dia 8 de Novembro de 1876, por Decreto, o governo da Metrópole com os rendimentos do recolhimento de S. Rosa e do Mosteiro de S. Clara constitui uma doação para o Colégio de S. Rosa de Lima, que tinha o valor aproximado de cem mil patacas, incluindo todos os edifícios, propriedades, foros e capitais, que foram destinados à sustentação do colégio (2)
No ano anterior (1875), o Convento de Santa Clara (onde funcionava desde 1857 o Recolhimento de Santa Rosa) fundiu-se com o Recolhimento de Santa Rosa, com o nome de Colégio de Santa Rosa de Lima.

colegio-de-s-rosa-de-lima-1907-man-fookColégio de Santa Rosa de Lima em 1907
Atribuída ao fotógrafo Man Fook

Entre estas duas datas, alguns apontamentos mais importantes:
21-12-1848 – As Filhas de Caridade de S. Vicente de Paula, que se estabeleceram em Macau devido aos esforços do Bispo D. Jerónimo José da Mata, assumiram a direcção do Recolhimento de Santa Rosa de Lima, destinado à educação de meninas. O recolhimento funciona a partir de 1849 até 1857 no extinto Convento de Santo Agostinho, sob a direcção do Prelado da Diocese. (1)
02-10-1856 – Foi ordenado por decreto que o recolhimento para a educação das pessoas do sexo feminino, denominado de Santa Rosa de Lima e estabelecido no edifício do extinto convento de Santo Agostinho fosse anexado ao Mosteiro de Santa Clara. (1)
22-01-1857 – Provisão do Bispo D. Jerónimo José da Mata reorganizando o Recolhimento de Santa Rosa de Lima para a educação de meninas pobres anexando-o ao Mosteiro de Santa Clara de acordo com o Decreto anterior. (1)
06-07-1857 – Tendo sido transferido para o Convento de Sta Clara a escola de meninas que funcionava no convento de S. Agostinho, foi este transformado em Hospital Militar até 1872, ano em que foi construído o Hospital Conde de S. Januário. O convento foi depois comprado por Artur Basto que o transformou em sua residência. Com a morte foi adquirido pela Companhia de Jesus e, sob o nome de Residência de Nossa Senhora de Fátima serve de casa de repouso aos jesuítas. (1)
30-1-1875 – A Portaria Provincial n.º 19 desta data determina a incorporação na Fazenda, segundo a lei dos bens móveis e imóveis do Convento de Sta Clara, por ter falecido a última religiosa. (3)
Os Estatutos do Colégio foram publicados em Fevereiro de 1875 e em 4-03-1875 foi nomeada regente do colégio D. Theresa da Annunciação Danemberg, senhora de esmerada educação e muitas virtudes e para professoras sras. D. Lydia Francisca da Santa Cruz e D. Leonidia Maria da Conceição. Estas três senhoras residiam há muitos anos no convento e viram-se sem amparo com a morte da última freira. (2)

colegio-de-s-rosa-de-lima-directoria-1934O Colégio de Santa Rosa de Lima, em 1934

(1) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982.
(3)  Por Portaria Provincial n.º 19 de 30 de Janeiro de 1875, o governador José Maia Lobo d´Ávila determinou o seguinte:
Tendo falecido a ultima religiosa do convento de Santa Clara, (4) e devendo pelas leis em vigor serem incorporadas na fazenda todos os bens pertencentes ao mesmo convento, e sendo necessário proceder a um inventário geral dos mesmos bens: hei por conveniente nomear para este efeito uma comissão composta do secretário da Junta de Fazenda João Correa Paes d´Assompção, do delegado interino do Procurador da Coroa e Fazenda, o advogado Albino António Pacheco e o P. Capelão Vicente Victor Rodrigues Esta Comissão em 15 de Março de 1875 tomou posse de todos os bens móveis e de raiz, e da administração do mesmo extinto convento num valor total de $ 77.983,25.”
(4) Em 1834, pelo decreto de Joaquim António de Aguiar, foram extintos os conventos em Portugal . Esta lei teve a sua repercussão no ano seguinte em Macau, em 1835, mas o governo local continuou a respeitar a existência das Claristas, mantendo-as no seu convento de Sta. Clara até à morte da última religiosa que faleceu a 18 de Fevereiro de 1875.

Liceu Macau - Pe. Teixeira IInauguração do complexo Escolar denominado Liceu de Macau que era constituída por duas escolas: a Escola Secundária do Infante D. Henrique  e a Escola Preparatória do Dr. José Gomes da Silva.
Ocupava uma área de 18000 m2 numa zona de aterros do Porto Exterior, vizinha ao então Forum do Território.
NAM VAN n.º 21 - 1986 Liceu de Macau IEste edifício (1) foi projectado em 1978, com início das obras  2 de  Setembro de 1982 e foi inaugurado pelo governador Contra-Almirante Almeida e Costa a 4 de Janeiro de 1986. O autor do projecto foi o arquitecto Tomás Taveira.

Liceu Macau - Pe. Teixeira IIPlaca comemorativa de inauguração do Complexo Escolar, denominado Liceu de Macau

O Liceu ocupa uma área de 18.000 m2, dos quais 8.000 m2 foram destinados à construção do edifício. Uma ampla zona de espaços exteriores permitiu a criação de vários campos desportivos, de zonas para convívio e pátios interiores para os alunos utilizarem no dias de mau tempo.
NAM VAN n.º 21 - 1986 Liceu de Macau IINo último piso funciona o Centro Pedagógico-Didáctico (C.A.P.D.), cujo objectivo principal é, como a sua própria designação indica, o apoio pedagógico e didáctico aos docentes do Liceu e aos das escolas particulares do Território. A televisão educativa é também um das sua principais componentes.
Do Liceu de Macau faz parte um Auditório com capacidade para 450 lugares, concebido para a realização de seminários, encontros, palestras, peças teatrais, etc. A Biblioteca, cujo espólio documental é, na sua maior parte, composto por documentos que idos das antigas instalações, foi devidamente equipada, quer em meios humanos, quer em meios materiais para permitir o seu cabal funcionamento.
Possuiu, também, o Liceu de Macau salas específicas apetrechadas com material moderno, havendo a destacar a sala de informática, que conta com 24 terminais, laboratórios de línguas, laboratório de ciências naturais, laboratórios de física e de química, sala de música, sala de audiovisuais, etc. . Para a prática da natação dotou-se o Liceu de uma magnífica piscina, cujas águas podem ser aquecidas no Inverno.” (2)

Liceu Macau - Pe. Teixeira VO primeiro edifício – Convento de St.º Agostinho que albergou o Liceu de Macau aquando da sua inauguração em 1894

“O projecto regulando a instrução secundária em Macau foi aprovado  a 30 de Junho de 1893, com a criação do Liceu Nacional de Macau. Foi inaugurado com 31 alunos a 28 de Setembro de 1894, ficando instalado no convento St.º Agostinho, antigo quartel da extinta Guarda Policial, ficando reitor o dr. José Gomes da Silva.

Liceu Macau - Pe. Teixeira IIIColégio dos Órfãos, depois Asilo das Inválidas, onde funcionou o Liceu de 1924 a 1956

Certo dia ruiu o convento, passando o liceu para um casarão entre a Praia Grande e o Leal Senado; dali passou para o hotel Bela Vista, daqui para o edifício da Avenida Conselheiro de Almeida (antigo Colégio dos Órfãos e depois Asilo das Inválidas) –  actualmente designado Edifício do Instituto Cultural – donde foi transferido para edifício próprio do Porto Exterior, entre as Avenidas Dr. Oliveira Salazar (hoje, Avenida da Amizade) e Infante D. Henrique

Liceu Macau - Pe. Teixeira IVO edifício do Liceu Nacional Infante D. Henrique na Avenida da Amizade (1956-1986)

e em 1986 para novo edifício do Porto Exterior (2)
(1)  Actualmente o edifício está integrado no conjunto de construções que  constituem o chamado Campus do Instituto Politécnico de Macau, (澳門理工學院) – instituição pública de ensino superior – cuja entrada principal é na Rua de Luís Gonzaga Gomes.
(2) TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau. Direcção dos Serviços de Educação, 1983, 578 p.+ anexos.
Sobre o Liceu, anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-de-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-nacional-infante-d-henrique/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-centralnacional-de-macau/
Fotos retirados de (2) e revista «Nam Van», 1986.

Tendo sido transferido para o Convento de Sta. Clara a escola de meninas que funcionava no convento de Sto. Agostinho, desde 10-08-1846 (1), em 6 de Julho de 1857, foi este transformado em Hospital Militar até 1874, (2) ano em que foi construído o Hospital Conde de S. Januário (inaugurado a 6 de Janeiro de 1874). Depois “velho e desactivado“, o convento é convertido em Liceu Nacional de Macau (inaugurado em 18-09-1894) (3) e depois comprado por Artur Basto que o transformou em sua residência. Com a morte foi adquirido pela Companhia de Jesus e, sob o nome de Residência de Nossa Senhora de Fátima dos jesuítas ou “Vila Flor” (serve de casa de repouso aos jesuítas), junto à Igreja de Sto. Agostinho. (GOMES, Luís Gonzaga- Efemérides da História de Macau, 1954).

Chinnery Escadas de Sto Agostinho 1829Escadas que conduziam ao antigo Convento de Santo Agostinho
George Chinnery – 1829 (4)

(1) “O convento de Santo Agostinho foi fundado em fins de 1586 ou princípios de 1587, pelo agostinho espanhol Fr. Francisco Manrique, (os padres espanhóis pertenciam à Província Filipina) e foi entregue aos agostinhos portugueses em 22 de Agosto de 1589. (5) Encadeados nas múltiplas hipóteses da sua transferência, total ou parcial, para o sítio onde hoje existe, há manuscritos que nos afirmam ter-se mudado o local do convento para a Colina do Mato Mofino (onde hoje se encontra a residência de Nossa Senhora de Fátima dos jesuítas) em 1591. Outros dizem que só foram mudadas algumas portas e não todo o corpo do convento, por não se encontrar notícia nem vestígios do que se pretende dar por mais antigo.
Esta transferência, e até à fundação dos agostinhos em Macau, atribui-a Casimiro Cristóvão de Nazaré em «Mitras Lusitanas no Oriente», ao agostinho português Fr. Miguel dos Santos.
Em 1711, o Convento de s. Agostinho foi retirado aos seus frades por ordem do Vice – Rei D. Rodrigo da Costa, sob a acusação de serem afectos ao Cardeal de Tournon. Mas foi-lhes restituído em 1721.
Em 1834, com a expulsão e extinção de todas as ordens religiosas no Império Português, esta igreja foi confiscada pelo Governo de Macau e serviu-se de quartel militar (Batalhão de Primeira LInha), escola de meninas desde 10-08-1846   e hospital. No final do séc. XIX,, em 1873, o Governador de Macau devolveu a administração desta igreja à Confraria de Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos.
O engenheiro Jerónimo Luna no relatório «Hospital Militar – no extinto convento de Santo Agostinho» refere as obras realizadas neste edifício:
«Neste hospital se fizeram primeiramente diferentes obras, de consertos, reparos e pinturas, e, ultimamente, fizeram-se as obras necessárias para o isolamento completo dos doentes, em relação à parte do edifício arruinado, pelo desmoronamento de parte da igreja. …» (6)
«…Este edifício, por ser velho e ter geralmente má construção, precisa constantemente de reparos.»” (7)
(2) A instalação do Hospital Militar que foi autorizada por portaria de 21 de Novembro de 1855, implicou alterações/adulterações da estrutura do edifício. O Hospital Militar ocupou as alas que conformavam o claustro e dispunha de sessenta e oito camas. Mesmo após 1874 após a transferência dos doentes para o Hospital Sam Januário, a tropa continuou no convento até 1893 (aquando da instalação do Liceu de Macau).( GOMES, L.G.- Efemérides da História de Macau, 1954).
3) “28-09-1894 – Foi inaugurado o Liceu Nacional de Macau, instalado no velho e desactivado Convento de Santo Agostinho (que acabou de ruir, sem causar danos pessoais) com uma simples visita do Governador Horta e Costa. Não se realizou nenhuma solenidade por a família real se encontrar de luto. .(GOMES, L.G. – Efemérides da História de Macau, 1954.

SMIRNOFF Igreja Sto Agostinho 1944Fachada principal da Igreja de Santo Agostinho
George Smirnoff, 1944
O Convento ficava à direita (na foto) da Igreja

(4) Este desenho de Chinnery vem mencionado com este título nos catálogos das exposições, ambas em 1995 “Macau Uma Viagem Sentimental” e “Imagens de Macau Oitocentista“. Mas tem uma referência ao “Convento de S. Francisco”, embora interrogado, no catálogo da exposição em 1985 “George Chinnery – Macau“.
(5) “22-08-1589 – Tomarão posse os Religiosos de Stº Agostinho desta Cidade do Convento de N. S. da Graça que hoje possuem o qual foi fundado pelos Religiosos desta Ordem vindos de Filipinas …” (BRAGA, Jack M. – A Voz do Passado, 1964).
(6) “Isto escrevia-se depois do grande incêndio de 1872, que destruiu a capela‐mor, a sacristia e várias outras dependências e que nos faz crer que essa parte do convento, já não alinhava com o bloco da igreja, pois era considerada dependência militar, e , posteriormente, passou a pertencer a particulares.” (7)
(7) ” A Colina de Santo Agostinho e o seu Convento”, sem indicação de autor in . MACAU, Boletim Informativo, 1956.
Anteriores referências ao Convento de Santo Agostinho:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/convento-de-s-agostinho/
Ver ainda «NOTÍCIAS – QUEDA DO TECTO DA IGREJA DE SANTO AGOSTINHO» em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/27/noticias-queda-do-tecto-da-igreja-de-santo-agostinho/

Continuação da publicação das fotografias deste pequeno álbum (1)

“SOUVENIR DE MACAU” 

Souvenir de Macau 1910 Estrada do Hospital MilitarESTRADA DO HOSPITAL MILITAR

 “Military Hospital
From forts it is an easy transition to the Military Hospital of San Janario, which, erected in 1873, is built on a most commanding and healthy site fronting the sea. It is on the slope of the hill, just below the old fort of San Joao and just above the San Francisco Barracks, being one of the first objects that the visitor to Macao sees from the deck of the steamer. It is named after the Viscount S. Januario, a former Governor of the Colony, during whose term of office it was built, the former military hospital being in the old Convent of San Augustino. The site was that of an old gunpowder manufactory. The model for the construction of the building was the Hospital of San Raphael in Belgium.
It cost $38, 500, and covers 75 metres by 34. The building consists of a main body facing the sea with several wings running back from it. In the front are the Entrance Hall, the porter’s Lodge, the Quarters for the Chief Hospital Attendant and his Assistant, and the stairs to the Secretary’s Office in the upper story. In the Northeast part there are apartments for the Physician, the Chaplain, a room containing surgical instruments, the Dispensary, and the ChapeL while in the South-west portion of the building there are Quarters for the Officers, Bath-rooms, and the Linen Stores. The upper storey contains the Committee Room, Secretary’s Office, and the Director’s Office. The wings contain Surgical and other wards for Sergeants and Reserved Ward, Accountant’s Quarters, and a Hall for Surgical Operations, Cells, and Quarters for Military Servants.
The Mortuary, Room for Post Mortem Examinations and Room for the Collection of Soiled Linen are in a separate building some four or five metres distant from the main building and still further distant in the same direction is the Guard House. There is a garden to the South-west for the use of convalescents and there is also a tower for an Observatory. (2)

Souvenir de Macau 1910 Hospital MilitarO HOSPITAL MILITAR

 Tivemos ocasião de observar o inteligente aproveitamento das ruínas da muralha, para consolidar os vastos taludes que limitam a esplanada e as suas estradas que circundam o outeiro. Estes taludes também estão recobertos por uma vegetação própria para dar coesão às terras, e cortados por sulcos convenientemente dispostos para o escoamento das águas, de modo que a perfeição da obra não tem nada a temer da impetuosidade das chuvas. Do alto da esplanada descobre-se uma das vistas mais extensas e formosas de que é possível gozar em Macau” (3)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/artes/
(2) BALL, J. Dyer – Macao: the Holy City,  the Gem of the Orient Earth, 1905
(3) Parte do artigo de Henrique Carvalho na Gazetta de Macau e Timor in TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Vol II, 1997.

No dia 29 de Abril de 1622 foi celebrada pelo prior do Convento de Santo Agostinho, Fr. Estevão de Vera Crus, a primeira missa, na ermida da Nossa Senhora da Penha de França, (2) edificada pelos frades de Santo Agostinho com as esmolas dos navegantes e moradores da cidade, em cumprimento da promessa de terem sido salvos, quando o seu barco S. Bártolo, capitaneado por Jorge da Silva, fora atacado em 28 de Julho de 1620, por uma nau holandesa, na ocasião em que fazia a viagem ao Japão. No mesmo dia foi lavrado o auto de posse da ermida pelos Agostinhos.
GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau, 1954.

Macau 1626 Mapa de John SpeedPormenor do Mapa “ O Reino da Chinade John Speed (1542-1629)
publicada em 1626.

 “29-04-1622- Consta pela copia authentica do mesmo autto da posse ser fundada a Ermida de N. S. Penha de França no logar que ainda hoje existe (1) pelo Prior Frei Estevão da Vera Crus a custa das Esmolas que os Navegantes promettião a davão das viagens que.  naquelle tempo fasião para o Japão como de outras que os Moradores e Cidadãos desta Cidade derão e o resto que faltou para completar a obra derão os Religiosos do mesmo Convento de  Stº Agostinho, como tudo consta autenticamente pelos Documentos  que se achão no Archivo do dito Convento.”
BRAGA, Jack M. –A Voz do Passado, 1987.

Macau 1626 Pormenor Mapa de John SpeedMacao 1626 – pormenor do mapa de John Speed

 (1) (2) Referências anteriores em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-da-penha/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-da-penha/

FILATELIA -LXXV Aniversário LNIDH 1969

Em 1969, esta data foi dia de lançamento do envelope (16,5 cm x 10,5cm) e carimbo comemorativos do 75.º Aniversário do Liceu Nacional Infante D. Henrique /Exposição Biográfica, Bibliográfica e Filatélica.

Os selos de 10 avos (tambor 1548) e 15 avos (soldado com montante 1548) são de uma colecção anterior a esta data: Uniformes Militares do Exército (8 selos com motivos uniformes utilizados pelo exército português em missão de serviço em Macau, nos anos de 1548 a 1904), emitidos em 1966 (Portaria 22141 de 31 de Julho).

Nesse ano de 1969, em que se celebrava o Jubileu de Diamante do Liceu (1), além da cerimónia oficial, realizaram-se várias actividades ao longo do ano nomeadamente as exposições biográfica, bibliográfica e filatélica.

O Liceu Nacional de Macau aprovado pelo Governo da metrópole a 30 de Junho de 1893, foi inaugurado com 31 alunos (30 alunos, segundo o mesmo autor na reedição do livro, em 1986) (2) a 28 de Setembro de 1894 ficando instalado no convento de Sto. Agostinho, antigo quartel da extinta Guarda Policial, ficando reitor o Dr. José Gomes da Silva.

Nos dias 10 e 11 de Setembro, fizeram-se os exames de admissão ao liceu, a que concorreram os alunos de várias escolas de Macau.

Tomaram posse das respectivas cadeiras, em 16 do mesmo mês, os seguintes professores:

  • O bacharel Horácio Afonso da Silva Poiares
  • O engenheiro civil Mateus António de Lima,
  • O bacharel Camilo de Almeida Pessanha
  • O cónego Baltasar Estrócio Faleiro
  • O tesoureiro-geral João Albino Ribeiro Cabral
  • O imediato da Capitania do porto, capitão-de-fragata Wenceslau de José de Sousa Morais
  • O chefe do Serviço de Saúde, Dr. José Gomes da Silva
  • O director das Obras Públicas, major de engenharia Augusto César de Abreu Nunes. (2)

Certo dia ruiu o Convento, passando o liceu para um casarão entre a Praia Grande e o Leal Senado; dali passou para o hotel Bela Vista, depois para o edifício da Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, donde foi transferido para o edifício próprio construído no Porto Exterior (Liceu Nacional Infante D. Henrique) entre a antiga Avenida Dr. Oliveira Salazar e a de Infante D. Henrique (1) (demolido posteriormente, após construção do novo edifício, nos aterros do Z.A.P.E.) O novo complexo escolar, denominado Liceu de Macau,  foi inaugurado em 4 de Janeiro de 1986.

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Liceu Nacional Infante D. Henrique, Jubileu de Diamante (1894-1969). Macau, 1969, 291 p.
(2) TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau. Direcção dos Serviços de Educação, 1986, 377 p. +|10|

A propósito da notícia “O Centro Hospitalar Conde S. Januário celebrou o 140º aniversário” (1), recupero a leitura do Relatório do “ESTUDO DA ACTUALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL CENTRAL CONDE DE SÃO JANUÁRIO DE MACAU, de 1951,  apresentado em 19-02-2012 no:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/02/19/hospital-central-conde-s-januario-i/ 
Relatório Hospital S. Januário CAPAEste relatório da autoria de José dos Santos Baptista (Chefe de repartição Técnica das Obras Públicas) e Dr. Abel de Carvalho (Médico-radiologista do quadro Complementar de Cirurgiões e Especialistas da Província de Macau) focava o estado degradante da estrutura e dos serviços do velho Hospital Militar de Sam Januário (2), inaugurado em 1874. Apesar das alterações e ampliações ao longo do tempo, a limitação dos espaços inadequados para uma boa assistência hospitalar levaram a que neste Relatório, os autores propusessem a sua demolição (que aconteceu em 1952) e construção do novo Hospital (o primeiro bloco do novo edifício foi inaugurado a 10 de Junho de 1953).

Relatório Hospital S. Januário Planta 1.º pavimentoPLANTA DO 1.º PAVIMENTO (rés-do-chão) do HOSPITAL MILITAR (3)

Transcrevo as conclusões da primeira Parte (4) em que relata o Estado actual do edificio:

1 – Localização e orientação:
– O hospital Central Conde de S. Januário pela sua situação e orientação do edifício principal de hospitalização, está idealmente situado. Fronteiro ao mar, isolado, e ao mesmo tempo com acessos rápidos de qualquer ponto da cidade por intermédio de várias artérias que limitem ou terminem no Hospital
2 – Distribuição dos serviços:
A distribuição dos serviços por pavilhões dispersos pela área do recinto hospitalar tem sempre inconviniente vários e graves, mormente quando o número de médicos e do pessoal de enfermagem é pequeno.
As cotas diferentes em que estão implantados os pavilhões de isolamento, separam-se por completo do resto do Hospital durante os períodos de tufão este que coloca 108 doentes sem possibilidade de quaisquer socorros urgentes que possam necessitar durante esse período
3 – Aspecto geral:
O Hospital Central Conde de S. Januário, o único dos três hospitais existentes em Macau, administrado directamente pelo Governo, foi inaugurado em 6 de janeiro de 1874 como Hospital Militar, de planta inspirada, conforme confesse o autor do projecto, “na do afamado Hospital de S. Rafael, na Bélgica” com um corpo principal e que perpendicularmente iam ligar-se as várias enfermarias gerais, cada uma com a lotação de 20 camas. Além destas enfermarias havia ainda uma enfermaria para subalternos, uma enfermaria e quartos-prisão, uma secção de pequenos isolamentos e quatro quartos para oficiais, num total de 100 camas.
Brevemente se verificou que a solução era incompleta, donde sucessivas alterações ou ampliações, a alterar a unidade e o equilíbrio do conjunto.
Enveredou-se pelas soluções de momento, sem orientação, a merce de critérios isolados, flagrantes quando hoje olhamos plantas antigas e vemos o Gabinete do Director do Laboratório Bacteriológico transformado em Capela, o Laboratório Bacteriológico em Maternidade, os Serviços administrativos em Enfermaria para mulheres, o Arquivo em quarto de 2.ª classe …

Relatório Hospital S. Januário Planta 2.º pavimentoPLANTA DO 2.º PAVIMENTO (1.º andar) do HOSPITAL MILITAR (3)

Esta contradança de utilizações se demonstra um certo desnorteamento, afirma também a falat de carácter do traçado original. É certo que não podemos exigir a face do conceito moderno do Hospital, que o traçado fosse hoje aproveitável, tanto mudaram nestes últimos 77 anos os fins, as intenções, os processos de assistência hospitalar.

Também o seu aspecto exterior não pode inspirar confiança à comunidade que serve. Sem estilo definido, sem um detalhe que o caracterize como hospital, só com umas ameias e justificar a palavra “Militar” na placa “Hospital Militar” que ainda hoje ostente na fachada principal, pela mesma teoria que obriga qualquer praça de toiros a ter pelo menos as portas em estilo mourisco.
Relatório Hospital S. Januário dactilografado

Já a nota crítica publicada então no boletim da Real Sociedade de Arquitectura e Arqueologia de Lisboa dizia “ muito embora as fachadas lembrem estilos orientais e ao mesmo tempo apresentem reminiscências de edificações britânicas, talvez por estarem naquelas regiões” a anotar delicadamente aquilo que o senhor Secretário do Governo, orador oficial no acto da inauguração, afirmou entusiasmado: –
…………………………………………………………………………………………………….
O viajante que há um ano tivesse deixado estas hospitaleiras praias, ao regressar comtemplaria hoje, estupefacto, este esplêndido edifício.
Julgar-se-ia transportado a um palco cénico, em que os bosques, os palácios, as cavernas e as praias se sucedem vertiginosamente”(5)
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O Senhor Secretário do Governo, disse honestamente o que lhe sugeria o edifício que olhava. Tudo, menos um hospital.
Em 1951, também não lhe podemos chamar um hospital.
O confronto com o Hospital de S. Rafael, a cargo da Santa Casa da Misericórdia e o Hospital Kiang Wu sustentado pela comunidade chinesa, é desfavorável ao Hospital do Governpo como também é conhecido o Hospital Central Conde de São Januário.
Nega gritantemente a realidade da nossa cultura, o impulso humano dos nossos conceitos morais.
Urge transformar o Hospital Central Conde de São Januário, elevá-lo como padrão animado de sentido social a afirmar o que somos, irmão gémeo daqueles que espalhamos generosamente pelas praias do Mundo a dizer o que éramos e ao que vínhamos.”
(1)   «Hospital Público quer “melhorar” serviços» in Jornal Tribuna de Macau, 7 de Janeiro de 2014 ( www.jtm.com.mo)
(2)   O Hospital Militar de S. Januário, delineado pelo ilustre macaense António Alexandrino de melo, Barão do Cercal, foi benzido pelo Governador do Bispado P. António Luís de Carvalho e solenemente inaugurado no dia 6-1-1874, pelo Governador Visconde S- Januário.  Até essa data, o Hospital funcionava no Covento de Santo Agostinho.
GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954,267 p.

Hospitaç C. C. S. januário década 60HOSPITAL CENTRAL CONDE S. JANUÁRIO (década de 60)

A ideia inicial do nome era invocar o Santo São Januário (século III; Bispo da cidade de Benevento, mártir por ordem de Diocleciano, o último imperador que perseguiu os cristãos). Só posteriormente, as sucessivas denominações se referiam ao Governador que o inaugurou: Hospital Geral Visconde de S. Januário, Hospital Geral do Governo, Hospital Conde de S. Januário, e finalmente Hospital Central Conde S. Januário. A substituição deste último, passou a ser, Centro Hospitalar Conde S. Januário

(3)   Estas são duas reproduções fotográficas que se fizeram da planta do “velho” hospital. Os negativos das fotografias encontram-se anexas ao relatório.
(4)   O relatório está dividido em duas partes, a I Parte refere-se ao estado actual do Hospital Militar; a II Parte apresenta o projecto do novo hospital.
(5)   Conforme está no Relatório: letras dactilografadas a vermelho