Extraído doe «As Colónias Portuguesas», Supplemento n.º 15 de 21 de Setembro de 1890.
Encontrei esta pequena notícia no “Diário Illustrado”, (1) de 28 de Janeiro de 1891, sobre a canhoneira «Diu» (2) que levava uma guarnição de Lisboa para Macau, com escala em Moçambique.
Não consegui encontrar mais informações sobre esta guarnição.
(1) O jornal «Diário Illustrado» circulou em Portugal de 1872 a 1911.
(2) A canhoneira «DIU» foi construída nos estaleiros do Arsenal da Marinha, em Lisboa, em madeira, com 729 toneladas de deslocamento e foi lançada à água em Lisboa em 27 de Agosto de 1889. Com os seus 45,6 mts de comprimento; 8,4 m boca e 3,38 m calado, estava equipada com 1 máquina de T. E. de 700 H. P. – 1 veio de 11,5 nós.
Prestou serviço em Macau, Japão, Timor e Moçambique (tomou parte na campanha contra o Gungunhana) e serviu na Índia. A guarnição era composta por 110 homens.
Tinha como armamento 2 peças de 105 mm.; 2 de 65 mm; 2 de 47 mm; 1 de 35 mm; 1 metr. De 6,5 mm. Em 1913 foi dada por inútil.
Informações retiradas de :
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2012/07/marinha-de-guerra-no-sec-xix-1.html
http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=29359
NOTA: referências anteriores a esta canhoneira no meu blogue em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/canhoneira-diu/
A divisão naval portuguesa no extremo oriente, em 1904 era composta por:
1 – Cruzador Vasco da Gama, com 204 praças da marinha, sob o comando do sr. Capitão do Mar e Guerra Vasco de Carvalho, e pelo “immediato”, sr. Capitão de Fragata, Francisco Júlio Barbosa Leal.
VASCO DE CARVALHO
FRANCISCO JULIO BARBOSA LEAL
2 – Cruzador Adamastor, com 220 praças, sob o comando do sr. Capitão de Fragata Antas Ribeiro.
ANTAS RIBEIRO
3 – Canhoneira Diu, comandada pelo sr. Capitão Tenente Diogo de Sá, com 195 praças de marinhagem.
DIOGO DE SÁ
Em 1904, o Adamastor foi a Moçambique meter carvão e receber as cartas de navegação pertencente à Zaire, seguindo por Colombo, Singapura, Hong Kong Shangai e Macau.
O Vasco da Gama ficou estacionado em Nasasáqui (Japão), o Adamastor em Shangai, e a Diu em Macau.
A viagem do Vasco da Gama demorou 35 dias, tendo seguido o seguinte itinerário: Port-Said, Suez, Áden, Colombo, Singapura, Hong Kong e Shangai.
“É difícil nos primeiros tempos perceber os macaístas a falarem entre si, porque usam um patois especial que não é nem chinês nem português, entremeado de gritos rápidos.
Quando falam com um português de Portugal lá se explicam melhor, mas com uma entoação à inglesa.
Assim, ao recém-chegado nunca se esquecem de perguntar:
Como gosta di Macau?
Está-se a ver o how do you like dos ingleses e ainda a resposta, a querer dizer – muito…infinito!
Dizem sempre em resposta:
Oh! Sim … (tradução do Yes britânico)
E quando não entendem dizem: Como não!
Os géneros masculino e feminino são trocados, dizem – o mesa e a bule di chá, e arranjam frases que só a experiência é que nos dá conhecimento do que significam, tais como, por exemplo, Abra a janela plan plan!, que quer dizer, abra a janela de par em par!.
Como exclamação admirativa ou de indignação, de surpresa ou de pasmo, têm uma cousa assim parecida com
Ou-I-àà! An-na ” (1)
NOTA: Filipe Emílio de Paiva assumiu as funções de oficial imediato da canhoneira «Diu», em missão de serviço na Estação Naval de Macau, em 25 de Abril de 1903. O navio estava fundeado no Porto Interior. O 1.º tenente Filipe Emílio de Paiva esteve embarcado na canhoneira até 28 de Fevereiro de 1905. (dados retirados da “Introdução” do livro)
(1) PAIVA, Filipe Emílio de – Um Marinheiro em Macau 1903. Museu Marítimo de Macau, 1997, 284 p. , ISBN: 972-96755-6-2