Decorreram nos dias 5 e 6 de Junho de 1999, no Largo do Carmo, na Taipa, a festa da Lusofonia organizada pela Câmara Municipal das Ilhas e integrada nas Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Três pins (1) da Câmara Municipal das Ilhas com a sua insígnia (2): dois iguais mas com o tamanho do alfinete diferente e outro, com modelo de fixação diferente
Dimensões: 1,3 cm (horizontal superior x 1,6 cm (vertical)
Posterior do pin com modelo de fixação
Dois modelos iguais mas com o tamanho dos alfinetes diferentes: à esqª com 4 cm comprimento total; à dtª com 4,5 cm de comprimento total
Organizado pelo Instituto para os Assuntos Municipais, está a decorrer em Macau a 20.º Festival da Flor e a 39.ª edição da Semana Verde de Macau, de 12 a 21 de Junho de 2020. (1) A flor temática deste ano é a “Nelumbo nucífera / “Gong Deng”, mais conhecida por flor-de-lótus ou lótus sagrado (2)
A propósito da Semana Verde, que habitualmente se realiza no mês de Março, (3) publico o autocolante referente à “SEMANA VERDE 88”, de 1988, editado pela Câmara Municipal das Ilhas (4)

SEMANA VERDE 88
一九八八綠化週

(2) Flor símbolo/emblema da Região Administrativa Especial de Macau, figurando na sua bandeira.

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/03/15/noticias-de-15-a-21-de-marco-de-1982-semana-verde-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/03/17/noticias-de-15-a-21-de-marco-de-1995-i-postal-da-semana-verde-de-macau/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/03/15/noticias-de-15-21-de-marco-de-1984-e-1985-autocolan-tes-iii-e-iv-semana-verde-de-macau/
(4) 綠化週 – mandarim pīnyīn: lǜ huà zhōu; cantonense jyutping: luk6 faa3 zau1
Fotografia da capa – Ferreira de Castro na Porta do Cerco
Livro de 1998, com o título “Macau e a China”, (1) uma edição especial bilingue (em português e em chinês) da Câmara Municipal das Ilhas (por ocasião das comemorações do Dia das Ilhas) contendo parte do relato de viagem que o escritor Ferreira da Castro (2) efectuou entre 1939 e 1944 com a sua mulher, Elena Muriel, nomeadamente a passagem por Macau e China, publicada no Capítulo “China” do seu livro de viagem “ Volta ao Mundo” (nas pp 467 – 522. (3)
Com um pequeno prefácio (p. 5) de Joaquim Ribeiro Madeira de Carvalho (então Presidente da Câmara Municipal das Ilhas) e introdução/nota bibliográfica de Ricardo António Alves intitulada «Ferreira de Castro na “Cidade de Lilipute”».
A propósito de uma foto do escritor na Gruta de Camões (p. 13), escreve Ferreira de Castro: (pp. 36-37)
“Atravessamos os bairros novos e subimos a outra colina, a de Camões. No seu glauco sopé fecha-se um vetusto cemitério protestante, com as suas marmóreas sepulturas em forma de caixas quadrilongas. Nestas velhas tumbas encontram-se alguns dos primeiros europeus que morreram no Extremo-Oriente, sobretudo alguns magnates ingleses da famigerada Companhia das Índias, senhores que foram de milhentas traficâncias e de fabulosas riquezas, agora em repouso e olvido entre as bravas ervas que crescem em derredor de seus mausoléus. Poetas, missionários, nautas britânicos e esbeltas loiras de Albion dormem também, sob o sol da Ásia, na vizinhança dos feros homens que só o oiro adoravam. Uma indiscrição, um lagarto sobre as letras já a desvanecerem-se e o silêncio que vai dum extremo a outro do cemitério, como presença inexorável.
Mais acima da necrópole, topa-se um pequeno museu e, depois, entramos nas verdes sendas da colina de Camões. É um admirável parque, cheio de amáveis recantos, de árvores seculares, de flores, de chineses que meditam sobre os bancos, de pares que buscam as sombras e de crianças que brincam nas clareiras. Situado junto ao porto interior, o outeiro oferece belas perspectivas sobre os juncos ancorados, a Ilha Verde, no flanco da península, e as distantes montanhas de Chung-Shan. A única coisa feia é , justamente, a gruta onde o épico teria escrito parte dos “Lusíadas”. Dois penedos verticais, sobre eles um penedo horizontal, eis o sítio que se julga eleito por Camões para nele trabalhar. Sugestivo seria, sem dúvida, o lugar no tempo em que o poeta desempenhou, talvez, em Macau, o burocrático ofício de “Provedor dos defuntos e ausentes”..Mas, hoje, com um pobre busto de Camões entre as rochas e várias lápides portugueses e chinas em derredor, o que houve, aqui, de rude, de beleza selvagem, transformou-se numa espécie de fruste necrópole. “
Macau – A Gruta de Camões onde o poeta teria escrito parte de «Os Lusiadas»
Legenda e foto da p. 482 do livro “A Volta ao Mundo” (3)
(1) CASTRO, Ferreira de – Macau e a China. Câmara Municipal das Ilhas. Direcção da edição: António Aresta e Celina Veiga de Oliveira, 1998,115 p. ISBN972-8279-23-X (Versão Portuguesa)
Capa + contracapa
(2) Na contra-capa do livro: “No Romance português há um antes e um depois de Ferreira de Castro (1898-1974). Este escritor autodidacta, de origens camponesas humildes, nascido no litoral centro de Portugal, emigrado aos doze anos incompletos, em plena Amazónia (1911-1914) e, depois como afixador de cartazes, marinheiro e, por fim, jornalista em Belém (1914-1919), capital do estado brasileiro do Pará, em cuja biblioteca leu avidamente Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós, Balzac e Zola, Nietzsche e Gorki; o literato que após o regresso ao seu país continuou no jornalismo, apenas como meio de sustento que lhe possibilitasse escrever os seus primeiros livros; o jovem Ferreira de Castro, aos trinta anos, com o livro Emigrantes (1928), mudou o rumo da ficção narrativa portuguesa, passando a ser uma das figuras de proa – ou a figura de proa – entre os finais dos anos vinte e a primeira metade da década de cinquenta” (Ricardo António Alves)
(3) CASTRO, Ferreira de – A Volta ao Mundo. Emprêsa Nacional de Publicidade, 1944, 678 p.
Anteriores referências a este escritor em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/01/05/leitura-a-volta-ao-mundo-ferreira-de-castro/
Mais dois postais de calendários publicitários antigos de Cantão, Hong Kong e Macau, série “ANOS DE OURO” (10 postais), editados pela Câmara Municipal das Ilhas Provisória de Macau. (1)
Calendários possivelmente dos anos 20/30 do século XX, o primeiro apresentando uma modelo com vestuário ”à ocidental” segurando um uma carta com caracteres chineses de difícil visualização (possivelmente publicitando um artigo) e outra, mostrando um quotidiano familiar, com vestimentas chinesas “à antiga” (o menino segurando uma embalagem muito provavelmente anunciando produto medicinal)
(1) Ver anteriores postais desta colecção:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/12/postal-de-calendario-publicitario-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/05/postal-de-calendarios-publicitarios-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/02/postal-de-calendarios-publicitarios-iii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/09/postais-de-calendario-publicitario-iv/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/15/postais-de-calendario-publicitario-v/
Mais dois postais de calendários publicitários antigos de Cantão, Hong Kong e Macau, série “ANOS DE OURO” (10 postais), editados pela Câmara Municipal das Ilhas Provisória de Macau. (1)
Calendários possivelmente dos anos 20/30 do século XX, estes de “modelos” com vestuários com recortes mais tradicionais.
Este calendário tem uma “legenda” (embora de difícil visualização dos caracteres) em que se publicita uma loja de artigos eléctricos.
(1) Ver anteriores postais desta colecção:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/08/12/postal-de-calendario-publicitario-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/03/05/postal-de-calendarios-publicitarios-ii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/02/postal-de-calendarios-publicitarios-iii/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/07/09/postais-de-calendario-publicitario-iv/
Outro postal da colecção (1) de seis da Ilha da Taipa e dois da Ilha de Coloane, da década de 90 (século XX), com edição da Câmara Municipal das Ilhas. Indicações em português, chinês e inglês. Fotografia de Fong Kam Kuan.
Este é referente também à ilha de Coloane, nomeadamente ao antigo jardim, hoje Largo Eduardo Marques, onde está um monumento, (2) com uma lápide decorado com balas de canhão e correntes de ferro, evocativo dos combates contra os piratas nos dias 12 e 13 de Julho de 1910, e atrás, erigido mais tarde, a Igreja de S. Francisco Xavier (3)
Igreja de S. Francisco Xavier e obelisco comemorativo, Coloane
路環聖方濟各教堂反紀念碑– (4)
St. Francis Xavier´s Church and a memorial obelisk – Coloane.
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/26/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-iv-avenida-da-praia/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/17/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-iii-mosteiro-de-pou-tai/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/10/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-ii-biblioteca-do-carmo/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/08/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-i/
(2) Ver anteriores referências:
nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-de-13-de-julho-coloane/
O largo Eduardo Marques em 1940.
(3) A Igreja de São Francisco Xavier (estilo barroco) foi construída e sagrada pelo então bispo de Macau D. José da Costa Nunes em 1928, para evangelizar e servir a pequena comunidade católica em Coloane.
Ela é a igreja matriz da Missão de São Francisco Xavier, que engloba toda a ilha de Coloane. A igreja foi ampliada em 1962 e depois restaurada em 2013, por parte do Instituto Cultural.
Estavam na igreja os ossos dos ”mártires do Japão e Vietnam” (5) que foram depois transferidos (alguns) para o Museu de Arte Sacra (nas Ruínas de S. Paulo), em 1996, e outros após escolha “devolvidos” ao Japão (6) e o relicário de prata que é um osso do braço de S. Francisco Xavier, que foi transferido para a Igreja de S. José.
Anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-francisco-xavier
(4) 路環聖方濟各教堂反紀念碑 – mandarim pīnyīn: lù huán shèng fāng jì gè jiāo táng fǎn jì niàn bēi; cantonense jyutping: lou6 waan4 sing3 fong1 zai2 gok3 gaau1 tong4 faan1 gei2 nim6 bei1
(5) Estavam anteriormente na Igreja de S. Paulo, depois no Seminário de S. José e em 1978 transferidas para esta Igreja.
(6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/martires-japoneses/
https://en.wikipedia.org/wiki/Coloane#/media/File:Macau_coloane_village_1.jpg
Outro postal da Taipa, da colecção de oito postais (seis da Ilha da Taipa e dois da Ilha de Coloane) da década de 90 (século XX), com edição da Câmara Municipal das Ilhas. Indicações em português, chinês e inglês. Fotografia de Fong Kam Kuan (1)
Solares na Avenida da Praia, Taipa
氹仔龍環葡韻 (1)
Mansions in Praia Avenue – Taipa
A Avenida da Praia é um dos pontos turísticos mais apreciados na Ilha da Taipa. Este local é muito admirado e escolhido (na década de 90 do século XX) pelos noivos para tirarem as fotografias de casamento, tendo sido eleito também para algumas cenas dos filmes “ Amor e Dedinhos do Pé” e “A Trança Feitiçeira”. (2) (3)
Encontra-se nesta avenida, realçando no ponto de vista quer paisagístico quer arquitectónico, um conjunto de cinco vivendas, de cor verde claro, tendo todas elas um estilo elegante e sóbrio, apresentando uma convergência da cultura arquitecónica da China e da Europa.
Esta avenida está ladeada por várias árvores de S. José, de tronco grosso e alto, com folhas viçosas, e pelos candeeiros de rua.
Todas as vivendas foram construídas em 1921 e serviam aos funcionários superiores das Ilhas. Actualmente são edifícios classificados de interesse arquitectónico do território e transformados em espaços museológicos – Casa Vivo Macaense, Casa Criativa, Casa de Nostalgia, Galeria de Exposições e Casa de Recepções. Excepto esta última, estão abertas ao público desde 1999.
Existia ao longo desta Avenida uma praia que frequentava nas férias da década de 50 (século XX) nos passeios anuais organizados pela Igreja – Catequese da Sé. Após a construção do istmo Taipa-Coloane, a praia progressivamente foi assoreada, tornando-se uma zona pantanosa devido ao impedimento da corrente da água.
Aí cresceu o Mangal da Taipa com a sua vegetação e as aves que nele abrigavam.
Artigo e fotos extraídos de “Roteiro das Ilhas – Ilha da Taipa”. CMI. 1996.
(1) Anteriores publicações em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/17/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-iii-mosteiro-de-pou-tai/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/10/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-ii-biblioteca-do-carmo/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/08/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-i/
Anteriores referências à Avenida da Praia em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/avenida-da-praia-taipa/
(1) 氹仔龍環葡韻 – mandarim pīnyīn: dàng zai long huàn pú yùn; cantonense jyutping: tam5 zai2 lung4 waan4 pou4 wan5.
(2) “Amor e Dedinhos de Pé” filme de 1991, realizado por Luís Filipe Rocha com argumento do próprio e Luís Azaías Almada, baseado no romance homónimo de Henrique de Senna Fernandes e rodado em Macau.
https://www.youtube.com/watch?v=2rdtNGzp_UE
(3) “A Trança Feiticeira” ( The Bewitching Braid) realizado por Yuanyuan Cai, estreado em 1996, em mandarim e português, filmado em Macau e baseado no romance de Henrique de Senna Fernandes.
https://www.youtube.com/watch?v=ouRTm3Ev1rg