Archives for posts with tag: Calçada da Barra
Extraído de «O Independente»,  XVII,  de 31 de Outubro de 1897 p. 4

O Beco da Rede começa na Calçada da Barra, entre os prédios n.ºs 13 e 15 e termina na encosta da Colina da Penha.
“Este toponímico deriva de outro desaparecido, chamado Ponte da Rede, ali em frente.
A 2 de Dezembro de 1828, o mandarim Tso-Tang, de apelido Fom, publicou um edital, dizendo que os chinas anciãos de Macau lhe haviam representado:
«que o Portuguez Leiria na Ponte da Rede mandou fazer hum muro, que cercou o quadro, em que se pretendia fabricar a torre da Fortuna, (1) pelo que indo em pessoa indagar, achei ser verdade todo o referido na representação deles. Por tanto além de ter eu mandado ao Procurador para mandar parar a ditta obra; ordeno tbem a vós todos os pedreiros , e picadores de pedras, que não façaes mais obra naquele terreno, nem leveis para ali mais pedras, com cominação de serdes agarrados, e castigados» (Arq. da Procuratura)
Supomos que o português Leiria é Hermenegildo António Leiria, natural de Lisboa, filho de José António Leiria e de Maria de Jesus; casou em 3 de Março de 1829 com Eugénia Maria Inácia Cortela, filha de António Joaquim Cortela (falecido a 1-06-1842) e de Ana Josefa de Azevedo (falecida a 21-01-1830), neta paterna de Lourenço Baptista Cortela (2) e de Mariana Muniz da Rosa (falecida a 5-11-1788) e materna de Bernardo Manuel de Azevedo e de Inácia Vicência Gomes.
Hermenegildo António Leiria morreu afogado em 1 de Agosto de 1836, à vista de Macau, pelo naufrágio do navio Suzana, onde ele vinha» (3) (Registo de Óbitos da freg. de S. Lourenço) ”(4)
(1) ”2-12-1828 – O tchó-t´óng proibiu os pedreiros de continuarem a construção dum muro, propriedade do português Leiria, na Ponta da Rede, por essa obra vir a cercar dum terreno, onde os chineses pretendiam edificar a Torre da Fortuna (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)
(2) Da família Cortela. Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/12/noticia-de-12-de-maio-de-1806-vulto-ilustre-de-macau-do-seculo-xix-joao-francisco-rodrigues-goncalves/
(3) Este registo de óbito em S. Lourenço não está correcta segundo Jorge Forjaz: faleceu «no naufrágio do dia 31 de Agosto de 1836 sucedido ao navio «Suzana» aonde vinha de passagem o qual Navio deo a costa nas praias de Nameam em Sanchoão em que o dito Leiria enterrado » segundo o escrivão Gonçalves no Livro dos Termos das Eleições.
A. H. M. Santa Casa da Misericórdia, Livro dos Termos das Eleições, cód. 144.
FORJAZ, Jorge – Família Macaenses, Volume II, 1996.
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997.

O Beco da Rede começa na Calçada da Barra, entre os prédios n.ºs 13 e 15 e termina na encosta da Colina da Penha. Este toponímico deriva de outro desaparecido, chamado Ponte da Rede, ali em frente.
“A 2 de Dezembro de 1828, o mandarim Tso-Tang, de apelido Fom, publicou um edital, dizendo que os chinas anciãos de Macau lhe haviam representado «que o Portuguez Leiria na Ponte da Rede mandou fazer hum muro, que cercou o quadro, em que se pretendia fabricar a torre da Fortuna, (1) pelo que indo em pessoa indagar, achei ser verdade todo o referido na representação deles. Por tanto além de ter eu mandado ao Procurador para mandar parar a ditta obra; ordeno tbem a vós todos os pedreiros, e picadores de pedras, que não façaes mais obra naquele terreno, nem leveis para ali mais pedras, com cominação de serdes agarrados, e castigados»
Supomos que o português Leiria é Hermenegildo António Leiria, natural de Lisboa, filho de José António Leiria e de Maria de Jesus; casou em 3 de Março de 1829 com Eugénia Maria Inácia Cortela, filha de António Joaquim Cortela (falecido a 1-06-1842) e de Ana Josefa de Azevedo (falecida a 21-01-1830), neta paterna de Lourenço Baptista Cortela (2) e de Mariana Muniz da Rosa (falecida a 5-11-1788) e materna de Bernardo Manuel de Azevedo e de Inácia Vicência Gomes.
Hermenegildo António Leiria morreu afogado em 1 de Agosto de 1836, à vista de Macau, pelo naufrágio do navio Suzana, onde ele vinha (3)”(4)
(1) ”2-12-1828 – O tchó-t´óng proibiu os pedreiros de continuarem a construção dum muro, propriedade do português Leiria, na Ponta da Rede, por essa obra vir a cercar dum terreno, onde os chineses pretendiam edificar a Torre da Fortuna” (GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954)
(2) Da família Cortela. Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/12/noticia-de-12-de-maio-de-1806-vulto-ilustre-de-macau-do-seculo-xix-joao-francisco-rodrigues-goncalves/
(3) Este registo de óbito em S. Lourenço não está correcta segundo Jorge Forjaz: faleceu «no naufrágio do dia 31 de Agosto de 1836 sucedido ao navio Suzana aonde vinha de passagem o qual Navio deo a costa nas praias de Nameam em Sanchoão em que o dito Leiria enterrado » segundo o escrivão Gonçalves no Livro dos Termos das Eleições.»FORJAZ, Jorge – Família Macaenses, Volume II, 1996.
(4) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997.

Nesta data, 2 de Novembro de 1835, o procurador da Cidade Francisco António Pereira da Silveira oficiou ao mandarim da Casa Branca dizendo que pela frequente ida e vinda de soldados para a Fortaleza da Barra, se tornava necessário construir uma estrada de 10 côvagos de largura desde o Pagode até à Fortaleza.

postal-templo-de-a-maPOSTAL: Templo de A-Ma – Porta da Entrada –
A-Ma Temple – Entrance Gate
媽閣廟入口大門
Direcção dos Serviços de Turismo de Macau
LITO: Imprensa Nacional de Macau

Mas como esse lugar estava repleto de barracas, «que os chincheus diariamente fazem, formando-se becos, ficando por isso intransitável», pedia ao mandarim que mandasse desmanchar as barracas dos chineses existentes entre o templo e a fortaleza da Barra, permitindo assim aos obreiros chineses que construíssem a estrada. (1) (2)
A 1 de Dezembro de 1940, foi aberta a Estrada da Barra. (3)
mapa-da-barra(1 GOMES, L. G. –Efemérides da História de Macau, 1954
(2) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997.
Embora nesta obra, esteja referido «Estrada da Barra», aberta a 1 de Dezembro de 1940, esta designação não consta no cadastro de Macau. Com a «Barra» está associado a Rua da Barra, a Travessa da Barra, o Beco da Barra, o Pátio da Barra, a Calçada da Barra, o Largo do Pagode da Barra, e a Rampa da Barra.
A Rampa da Barra que começa no início da Calçada da Barra/ fim da Rua da Barra “sobe” em direcção á encosta da Colina da Barra mas conforme mapa actualizado não tem saída. (?).  Esta última via é a única que não consta nos Anuários de Macau até 1940. Assim também a designação da ligação actual do Largo do Pagode da Barra (媽閣廟前地) para a Fortaleza da Barra/ Pousada de Santiago que se faz através da Rua de S. Tiago da Barra (3) que em chinês 媽閣上街 se denomina «Rua acima da Barra». Possivelmente será esta a Estrada mencionada.
(3) “A Fortaleza de S. Tiago da Barra que era do tamanho de uma pequena aldeia, embora muito mais pequena em área, no presente, sofreu muitas alterações tanto na sua traça como no tamanho. O aparecimento da Rua de S. Tiago provocou a maior parte das suas mutilações e, como resultado, muitos dos seus elementos principais e históricos desapareceram.
GRAÇA, Jorge – Fortificações de Macau. Concepção e História. I.C.M., 1985
Ver anteriores referências a esta Fortaleza, hoje Pousada em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/fortaleza-de-s-tiago-ou-da-barra/
 
Rua S. Tiago da Barra – 媽閣上街mandarim pīnyīn: mā gé shàng jiē; cantonense jyutping: maa1 gok3 soeng3 gaai1 (rua acima da Barra)
Largo Do Pagode Da Barra – 媽閣廟前地mandarim pīnyīn: mā gé qián shàng dì,  cantonense jyutping: maa1 gok3 miu6 cin4 dei6 (terreiro à frente do templo de Á Má/Barra)
Rua da Barra – 媽閣街mandarim pīnyīn: mā gé jiē; cantonense jyutping: maa1 gok3 gaai1 (rua da Barra)
Calçada da Barra – 媽閣斜巷mandarim pīnyīn: mā gé xié hàng; cantonense jyutping: maa1 gok3 ce3 hong6 (via inclinada da Barra).

Um cartão de 15,3 cm x 12, 7 cm, com a promoção do SUPERMERCADO BARRA. Desconheço o ano deste anúncio, bem como se ainda o supermercado estará em funcionamento. Anunciava uma campanha de Natal: por cada 100 patacas de compras (excluindo vinhos e tabaco) uma garrafa de vinho tinto no valor de 12, 20 patacas.

Supermercado Barra IConforme o anúncio, a gerência era de Vittorio Acconci e tinha grande variedade de produtos e a bons preços (vinhos, águas e produtos de Compal).
Ficava na Calçada da Barra, no Edifício Cheong Seng II.
No verso do cartão:

Supermercado Barra IIPesquisando na net, actualmente nesse mesmo edifício funciona a «PIZZERIA TOSCANA II»
Calçada da Barra, n.º 2-A, Edifício Cheong Seng, r/c e na cave, Macau TEL:+853 28963145
http://pt.macautourism.gov.mo/dining/restaurant_list.php?dish=24