Archives for posts with tag: Brigue Mondego
«BGPMTS» VII-8 de 21 de Fevereiro de 1852, p. 30

Anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/brigue-mondego/
NOTA : na publicação mensal “Annaes Maritimos e Coloniaes” de 1846 (disponível na net) aparece a colocação do então Guarda Marinha, de 26 anos de idade, Augusto Eduardo d´Alincourt-Braga (1820-1832)  do «Brigue Vouga» para a nau «Vasco da Gama» e no mesmo despacho , «mandado desembarcar da Nau».

Já referido em anterior postagem, (1), o naufrágio do brigue «Mondego» aqui relatado pelo «Jornal de Domingo» de 1882. (2)
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/01/22/noticia-de-22-de-janeiro-de-1909-brigue-mondego/
(2) Revista universal “Jornal de Domingo” I – 49 de 22 de Janeiro de 1882..

Notícia no «Diario Illustrado» (Lisboa) do dia 22 de Janeiro de 1909, (1) a recordar o afundamento do brigue «Mondego» (2) no dia 22 de Janeiro de 1859, próximo do arquipélago das Maurícias, numa viagem de Macau para Lisboa.
diario-illustrado-22jan1909-brigue-mondego-idiario-illustrado-22jan1909-brigue-mondego-iiO brigue, de 20 peças, foi construído no Arsenal da Marinha pelo construtor Joaquim Jesuíno da Costa e lançado à água em 28 de Outubro de 1844. A quilha foi posta em 4 de Abril do mesmo ano. Também aparece como navio de 14 peças. A lotação era de 130 homens.
Esteve em Macau em Maio de 1852, onde deu fundo na Taipa. Em Julho de 1852 largou para Timor, conduzindo o novo Governador Capitão D. Manuel de Saldanha da Gama. O brigue largou de novo a 25 de Novembro de 1853 para nova missão em Macau e chegou a este território a 29 de Maio de 1954, após seis meses e cinco dias de viagem. (3) E a partir de 1855, passou a servir na Estação Naval de Macau. Em Outubro de 1856, largou para Hong-Kong com o Governador de Macau, Isidoro Francisco Guimarães. (4) Em Julho do ano seguinte, saiu em cruzeiro para a costa da China e, em Maio, visitou vários portos da China. Em Janeiro de 1859, largou para Sião e conduziu o mesmo Governador de Macau para assinar o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Portugal e o reino de Sião.
Em Dezembro do mesmo ano, partiu de Macau com destino a Lisboa. Reparou em Singapura, tendo o construtor naval assegurado que o navio podia empreender sem receio a sua viagem para a Europa. Partiu em 20 de Dezembro desse ano. Durante a travessia o navio sofreu graves avarias conservando-se à tona com grandes dificuldades. Tendo avistado a galera americana “Uriel”, de Boston, pediu socorro. Da galera prontificaram-se a recolher o pessoal, com extrema dificuldade, em consequência do grande mar. Durante a faina de salvamento, o Mondego afundou-se com os seus 40 tripulantes. O total de sobreviventes foi de 66 e o de falecidos 44. Os náufragos do Mondego chegaram a Lisboa em 26 de Abril de 1860. (3)
https://arquivohistorico.marinha.pt/details?id=925
(1) diario-illustrado-22jan1909-cabecalho-do-jornal
(2) Sobre o brigue «Mondego» ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/1859/
(3) A descrição mais pormenorizada do naufrágio encontra-se descrita na biografia de José Feliciano de Castilho (Cavaleiro da antiga Ordem da Torre e Espada, segundo-tenente da armada, engenheiro hidrógrafo) um dos que sobreviveu a este acidente, em:
 http://www.arqnet.pt/dicionario/castilhojosef2.html
(4) Sobre este Governador,  ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/isidoro-francisco-guimaraes/

No dia 3 de Agosto de 1856, aconteceu um desastroso incêndio a bordo do navio holandês «Banca» capitaneado por Heymans (ou Heymahs), fundeado na rada de Macau. (1) Tinha a bordo, além da tripulação, 350 colonos chineses que deveriam ser levados para Havana. Era perto das 10.00 horas, quando de terra se deu fé do fogo. Fizeram-se largar para bordo algumas embarcações chinesas da Praia Grande  e os escaleres do Mondego foram mandados em socorro do navio. O vapor «Queen», que vinha para Macau, recolheu a bordo alguns chineses e cinco marinheiros europeus, que encontrou na água, e veio fundear na Praia Grande, dizendo o capitão que se não aproximara do navio com receio de alguma explosão, pois tinham-lhe dito que havia muita pólvora a bordo. O Governador (Isidoro Francisco Guimarães) deu-lhe ordem para que voltasse a socorrer a gente da «Banca» e, tendo o capitão pedido alguns soldados, logo que estes lhe foram mandados, largou para o local do incêndio, recebendo o resto dos chineses, que estavam sobre o gurupés e proa do navio e sobre os paus que havia na água, perto do costado. Estes chineses foram trazidos para bordo, no bote do mesmo, na lancha do Mondego, no bote do brigue holandês Wilhelmine e num sapateão, onde estava um oficial da Marinha Portuguesa. Salvaram-se 180 chineses e 14 tripulantes. O incêndio foi causado por um chinês que fumava ópio na coberta. (2)

(1) Referências em publicações da época.
Relatório/carta de Peter Parker “Commissioner for the United States” in China” -cópia na página  889 no “Commissioners in China Congressional Series Set/ The Senate of the United Congress, 1858-59” (https://books.google.pt/books?id)
3-08-1856 Incêndio do BANCA carta de Peter Pakere também (notícia bem relatada) “APPALLING BURNING OF A SHIP” no jornal “The Montreal Daily Witness” (October 29, 1856), na secção “Selections”, (https://news.google.com/newspapers)

3-08-1856 Incêndio do BANCA recorte de jornal

Terminologia náutica:
Brigue – antigo veleiro de pequena tonelagem com 2 ou 3 mastros sendo o maior inclinado para trás.

3-08-1856 Incêndio do BANCA BrigueBRIGUE (https://pt.wikipedia.org/wiki/Brigue)

Costado – conjunto de chapas pranchas que revestem o cavername de um navio ou parte do forro exterior do casco da embarcação acima da linha de flutuação.
Escaleres – pequena embarcação a remo e a vela destinada ao serviço de um navio.
Gurupés – mastro colocado obliquamente na extremidade da proa de um navio.
Lancha – pequena embarcação de vela e remos usada no carregamento ou descarregamento dos navios.
Proa do navio – parte da frente do navio.
Sapateão – espécie de embarcação chinesa.
(2) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.