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Duas pequenas notícias surgidas no jornal «O Independente» (1) sobre prisioneiros, um  estava na prisão do Monte e outro, na cadeia pública.

Extraído de «O Independente», I- 38, 21 de Maio de 1869, p. 330

Nesse ano, já estava em vigor o «Regulamento da Cadêa de Macao» (Portaria n.º 58 de 11 de Novembro de 1851), que foi complementada em 4 de Abril de 1859 (Portaria Provincial n.º 29). Neste mesmo ano, foi publicado um novo «Regulamento da Cadeia Pública de Macau» em 11 de Junho de 1859 (B.G.n.º 33).

Extraído de « BGPMTS», VI-52 de 15 de Novembro de 1851

Recorda-se que a cadeia em 1754 estava no terreiro de St.º Agostinho, que pertencia aos jesuítas, junto ao Convento de Sto Agostinho. Em 1776 passou para uma casa do Estado, junto ao Senado. Esta rua ainda hoje se chama do Tronco Velho; a nova cadeia deu o nome `Rua da Cadeia”, que em 1937 recebeu o nome de Rua Dr. Soares.

As condições da cadeia no Tronco Velho não eram boas apesar de durante anos ter sido feitas melhorias e alargamento do espaço, como o próprio Boletim Oficial («BGMT», XIV-18 de 2 de Maio de 1868) noticia em 1868:

Só com a construção da nova cadeia iniciada em 1884, em 5 de Setembro de 1909, os presos passaram para a cadeia na Colina de S- Miguel e em 1990 para as novas instalações, em Coloane.

Extraído de «BGMT», XIII-7 de 18 de Fevereiro de 1867,

Genuíno Augusto da Silva (ou Germano Augusto) nascido a 4 de Fevereiro de 1843 (faleceu a 22 de Julho de 1905), negociante, filho de Joaquim António Peres da Silva (1806-1861) e Vicenta Sabina Carneiro (1817-1907) casou na Igreja de S. Lourenço a 17 de Fevereiro de 1867 com Sofia Ricardina do Outeiro batizada com o nome de Sofia Ricarda), nascida a 6 de Dezembro de 1850 e falecida a 15 de Setembro de 1912 (filha de José Maria do Outeiro (Portugal 1820- Macau 1864) e de Maria Antónia Joaquina de Abreu de Silva (1822-1891)
A Maria Antónia Joaquina de Abreu e Silva casou pela primeira vez em 1836 com José de Arriaga Brum da Silveira (1810-1840), filho de Miguel José de Arriaga Brum da Silveira (1776-1824), (1) que deu nome à Avenida do Ouvidor Arriaga e pela 2.ª vez com José Maria do Outeiro. (2)
(1) Ver  anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/miguel-de-arriaga-brum-da-silveira/
(2) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, Vol. II, 1996.

Extraído do «Boletim do Governo de Macau e Timor», XVIII, n.º 14 de 30 de Março de 1872.

Anúncio em inglês de 28 de Outubro de 1867: excursões turísticas ou piscatórias no barco chamado “Picnic” (“fast sailing boat”) – aluguer por um dia ou em pequenos trajectos.  A inscrição fazia-se através do “Hotel Oriental” (1) (2)
(1) Extraído de «B. G.M.T.» XIV-14, 6 de Abril de 1868.
(2) Há uma nota de 18-03-1869  que noticiava um incêndio no «Oriental Hotel», situado na Praça de Ponte e Horta  (GOMES, Luís G – Efemérides da História de Macau, 1954)
Em 1909, o “Oriental Hotel” ficava na Rua da Praia Grande, com o gerente F. J. Victal.
Em 1912, o hotel era gerido por M. A. Conceição.
東方酒店 – mandarim pīnyīn: dōng fāng jiǔ diàn; cantonense jyutping:  dung1 fong1 zau2 dim3
Ver anterior citação em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/06/13/postais-coleccao-%e6%be%b3%e9%96%80%e8%80%81%e7%85%a7%e7%89%87-fotografias-antigas-de-macau-old-photographs-of-macao-vii-porto-interior/

A principal festa da Paróquia de S. Lourenço é a de N. Sra. dos Remédios, celebrada sempre na segunda -feira in albis, na Igreja de S. Lourenço. (1) Consta de missa de oferecimento, Pontifical, Vésperas do Santíssimo, Sermão e Procissão. A novena começa no domingo de Páscoa” (2)
A festa e a procissão são promovidas pela Confraria da Nossa Senhora dos Remédios,
Os estatutos da Confraria foram confirmados, por bula do Papa Urbano VIII, em 2 de Outubro de 1626, sendo a mais antiga confraria da cidade de Macau (3)
O altar de N. Sra. dos Remédios na Igreja de S. Lourenço foi erecto em 1618, data em que foi também ali colocada a estátua da mesma Senhora A actual estátua de N. Sra. dos Remédios foi benzida e inaugurada no dia 10 de Abril de 1931. (4)

B. G. M. e T. XIV-18, 1868.

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-lourenco/
(2) TEIXEIRA, Pe. Manuel – Paróquia de S. Lourenço, 1936.
(3) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954-
() Ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/04/28/noticia-de-28-de-abril-de-1703-milagre-da-nossa-senhora-dos-remedios/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2019/04/26/noticia-de-26-de-abril-de-1892-desabamen-to-na-igreja-de-s-lourenco-no-dia-24-de-abril/

Relatório do inspector interino dos incêndios, capitão Frederico Guilherme Freire Corte Real de 28 de Abril de 1872, do incêndio que se deflagrou numa barraca em Sá Kong (1) no dia anterior pelas 21.00 horas e se propagou a mais 32 barracas que arderam completamente. Uma das barracas servia como “hospital” estando neles doentes que foram depois transferidos para «uma casa ali próxima que se alugou». Outra das barracas servia de depósito do referido “hospital”, onde estavam quatro cadáveres de doentes que tinham falecidos nesse dia, à tarde, e aguardavam enterro. De registar, dois feridos, um deles com queimaduras graves que foram transportados para o Hospital S. Rafael.

BGMT XVIII-19, 1872

(1) Sa Kong era uma pequena área situada entre a Rua Brás da Rosa, a Estrada de Coelho do Amaral e as Avenidas de Horta e Costa e do Almirante Lacerda. Hoje está praticamente incluída na zona de San Kiu. O saneamento de Sa Kong onde havia um cemitério chinês (milhares de cadáveres sepultados conforme informação de P. Teixeira) (2) iniciou-se em 1900 durante a governação de Horta e Costa.
Em 1895, Lu Cao ou Lou Kau, (3) comerciante chinês que emigrou para Macau da cidade de Xinhui (Guangdong) cerca de 1860, para dedicar-se ao comércio do ópio e do jogo comprou na zona de Sá Kong uma área  para construir um bairro residencial de rendas baratas com lojas de comércio. Uma das ruas desse bairro tem a toponímia de “Rua do Lu Cao”
(2) TEIXEIRA, P. Manuel –Toponímia de Macau Volume II, 1999
(3) Anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/lou-cheok-chin-lu-cao/

 

 

O cemitério de S. Miguel foi inaugurado no Dia de Finados, a 2 de Novembro de 1854. Anteriormente a esta data, os mortos eram sepultados no cemitério de S. Paulo. Como este estivesse muito arruinado e as paredes ameaçassem desmoronar-se, em 14 de Outubro de 1852, o governador Isidoro Francisco Guimarães por portaria, ordenou um empréstimo sem juros, por subscrição pública (que chegou a 720 patacas oferecidas por nove cidadãos, concorrendo o governo com 230 patacas) para construção dum novo cemitério a ser construído fora da porta da cidade.
O sítio escolhido foi num pequeno outeiro, o actual Cemitério de S. Miguel.
Excerto do relatório do Padre Francisco Anacleto da Silva, administrador do cemitério de S. Miguel, (1) nomeado presidente duma comissão em 1867, pelo governador José Maria da Ponte e Horta, para avaliar o estado do cemitério de S. Miguel e propor os melhoramentos necessários.
“Antigamente se enterrava nas igrejas e os rendimentos ficavam para a fabrica das mesmas, porem por decreto de 21 de setembro de 1835 foi prohibido esses enterramentos, e mandou se estabelecer cemitérios muralhados em todas as povoações e fora dos limites dellas, passando a sua administração ao municipio.
Em Macau, ao que parece, foi em 1836 que se observou esse decreto aproveitando-se para esse fim, as ruínas da igreja de S. Paulo, incendiada em 1835. Este cemitério foi construído pela Santa Casa de Misericordia, e depois reclamado pela autoridade ecclesiastica, indemnizando-a das despezas que nelle fizeram…” (2)
Do mesmo relatório, na conclusão, a Comissão propunha o seguinte:
A capela de maiores dimensões e com melhor ventilação”, proposta pela comissão só foi construída e inaugurada em 5 de Junho de 1875 pelo Governador do Bispado António Luís de Carvalho tendo a planta desse edifício sido desenhada pelo Barão do Cercal. (3)

A capela do cemitério de S. Miguel Arcanjo, um dos poucos edifícios de Macau em estilo manuelino, no ano de 1956 (4)

(1) A Administração do Cemitério de S. Miguel Arcanjo até 27 de Novembro de 1868 estava a cargo da Diocese; a partir desta data, a administração e a manutenção do cemitério foi transferida para o Leal Senado.
(2) «Boletim do Governo de Macau e Timor», Vol. XIV, n.º 14 de 6 de Abril de 1868.
(3) Ver anterior postagem em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/06/05/noticia-de-5-de-junho-de-1875-inaugura-cao-da-capela-do-cemiterio-s-miguel/
(4) «MBI» IV-79, 15NOV1956.

Extraído do «Boletim do Governo de Macau e Timor» n.º 10 de 868.
O Governador de Macau era José Maria da Ponte e Horta  que tomou posse a 16 de Outubro de 1866 e governou até 13 de Maio de 1868, data da nomeação do novo governador, Vice-Almirante António Sérgio de Sousa (tomada de posse a 3 de Agosto de 1868).
Segundo o “The Sydney Morning Herald” , 10 Ago 1868, numa reportagem sobre” The Chinese Pirates – Attack on a Ship” , o capitão do navio de guerra “Chun Hoi”  nesse ano era Velacroix Marcy.

Anúncio publicado em 1868 no Boletim do Governo de Macau e Timor (1) da “Pharmacia Lisbonense” pertencente a Joaquim das Neves e Sousa.

GRAGEAS DE CUBEBINA COM COPAHIBA DE LABELONY para os casos de hemorragias uréticas ou gonorreias, e mesmo leucorreias. Tomando-se 10 a 12 dias são suficientes para uma cura radical. Muito fáceis de tomar, dissolvem-se facilmente no estomago.

Desconheço as datas de inauguração e fecho desta farmácia.
Em 1879, a  “PHARMACIA LISBONENSE” de Joaquim das Neves e Sousa (proprietário e farmacêutico) ) ficava na Rua da Praia Grande n.º 35. O “farmacêutico” encarregado era José Severo da Silva Telles.
Em 1890, o farmacêutico titular mantinha-se o Joaquim das Neves e Sousa e tinha como ajudantes Theophilo João Bento Monteiro e Elysio Fernandes das Neves Tavares.
O nome em chinês (aqui pronunciado à cantonense) era “Farmácia Neves