A «Sociedade Philarmonica Macaense» foi constituída no dia 14 de Dezembro de 1844, com a primeira reunião da mesa da Assembleia Geral no dia 22 de Dezembro na Feitoria de Francisco António Pereira Thovar, para apresentação e discussão do projecto dos Estatutos da Sociedade. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/10/08/noticia-de-8-de-outubro-de-1851-representacao-teatral-na-sociedade-philarmonica-macaense/
Realizou-se no dia 8 de Outubro de 1851 uma representação teatral na extinta Sociedade Philarmonica Macaense, (1) um drama em 3 actos “A Pobre das Ruínas” (2) e uma comédia em 1 acto “Fallar verdade a Mentir”, (3) organizada por um grupo de amigos, que constituíram uma comissão para que a totalidade da venda dos bilhetes deduzidas as despesas necessárias para o enrio, vestuário, música e mais arranjos do teatro, seria em beneficio da Escola de Instrução primaria e secundaria estabelecida na casa do Leal Senado. A Comissão era composta por António Pedro Buys – Presidente; António Diniz d´Ayalla – Tesoureiro e Justinianno de Souza Alvim – Secretário.
Anúncio publicado para conhecimento do público no «B.G.P. M.T.S.», Vol 6, n.º 45 de 27 de Setembro de 1851, p. 156.


(1) A Sociedade Philarmonica Macaense foi constituída no dia 14 de Dezembro de 1844, com a primeira reunião da mesa da Assembleia Geral no dia 22 de Dezembro na Feitoria de Francisco António Pereira Thovar, para apresentação e discussão do projecto dos Estatutos da Sociedade

(2) “A Pobre das Ruínas” de 1846 é uma peça teatral (dramalhão histórico em 3 actos, com prologo) do dramaturgo, poeta, romancista, jornalista, deputado, ministro e diplomata, José da Silva Mendes Leal Júnior (1818 – 1886). Publicado nesse ano em livro impresso na “ Typographia Rollandiana”, 1846, 166 p.; 20 cm. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_da_Silva_Mendes_Leal
(3) “Falar a Verdade a Mentir”, peça teatral apenas um acto (acto único composto por dezassete cenas), uma crítica social expressa de forma cómica, escrita em 1845 por João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, (1799-1854), escritor, dramaturgo, par do reino, ministro e secretário de estado. Foi publicada em 1846. https://pt.wikipedia.org/wiki/Falar_Verdade_a_Mentir https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-bsl-almeida-garrett/



No dia 16 de Setembro de 1855, faleceu (“uma apoplexia fulminante“) o 1.º tenente da armada Pedro José da Silva Loureiro, nascido em Ponta Delgada a 29-06-1792, capitão do Porto de Macau. Foi sepultado no Cemitério de S. Miguel. Filho de José da Silva de Loureiro (1745-1820) e de Genoveva Flora Joaquina da Cunha (1753-1833) ambos nascidos e falecidos em Ponta Delgada, Pedro José da Silva Loureiro chegou pela primeira vez a Macau, como guarda marinha, acabando por fazer quase toda a sua carreira militar no Oriente. A 5-04-1824 foi promovido a 2.º tenente da Armada e a 1.º tenente a 19-10-1853, sendo reformado em capitão de fragata da Armada de Goa.
Foi durante alguns anos capitão do porto de Macau sendo encarregado pelo Governador Ferreira do Amaral de construir o forte da Taipa que marcou a ocupação definitiva daquela ilha. Foi também comerciante, sendo eleito almotacé da Câmara em 1827. Casou em Macau (S. Lourenço) a 12-04-1826 com Ana Rosa Inocência do Espírito Santo Pereira de Almeida. Tiveram 16 filhos. (1) Quatro dele, Luís, Pedro, Francisco e Eduardo frequentaram o Seminário de S. José em 1840, segundo diário do Padre Leite (2)

A primeira filha do casal, Genoveva Rosa Joaquina do Espírito Santo Loureiro (1827- ? ) casou na capela da Residência do Governador com Isidoro Francisco Guimarães (1808-1863), governador de Macau (1851-1863), capitão de mar-e-guerra, do Conselho de S. M. F., e visconde da Praia Grande de Macau. (3)
(1) Informações biográficas recolhidas de FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses, II Volume. ICM, 1996, pp. 411-412.
(2) SILVA, Beatriz Basto da Silva – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995
(3) Anteriores referências a este governador em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/isidoro-francisco-guimaraes/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/12/10/noticia-de-10-de-dezembro-de-1862-visconde-da-praia-grande/
Edital de 11 de Setembro de 1851, assinado pelo governador, Capitão de Mar e Guerra da Real Armada, Francisco António Gonçalves Cardoso – Regulamento sobre a prostituição dentro dos muros da cidade e as casas toleradas. (1) Este edital é constituído por 14 artigos sendo de destacar os seguintes:






(1) Ver anterior postagem sobre este mesmo edital em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/09/11/noticia-de-11-de-setembro-de-1851-prostitui-cao-em-macau/


Duas pequenas notícias surgidas no jornal «O Independente» (1) sobre prisioneiros, um estava na prisão do Monte e outro, na cadeia pública.

Nesse ano, já estava em vigor o «Regulamento da Cadêa de Macao» (Portaria n.º 58 de 11 de Novembro de 1851), que foi complementada em 4 de Abril de 1859 (Portaria Provincial n.º 29). Neste mesmo ano, foi publicado um novo «Regulamento da Cadeia Pública de Macau» em 11 de Junho de 1859 (B.G.n.º 33).

Recorda-se que a cadeia em 1754 estava no terreiro de St.º Agostinho, que pertencia aos jesuítas, junto ao Convento de Sto Agostinho. Em 1776 passou para uma casa do Estado, junto ao Senado. Esta rua ainda hoje se chama do Tronco Velho; a nova cadeia deu o nome `Rua da Cadeia”, que em 1937 recebeu o nome de Rua Dr. Soares.
As condições da cadeia no Tronco Velho não eram boas apesar de durante anos ter sido feitas melhorias e alargamento do espaço, como o próprio Boletim Oficial («BGMT», XIV-18 de 2 de Maio de 1868) noticia em 1868:


Só com a construção da nova cadeia iniciada em 1884, em 5 de Setembro de 1909, os presos passaram para a cadeia na Colina de S- Miguel e em 1990 para as novas instalações, em Coloane.