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Extraído de «O Macaista Imparcial», n-º 108 (Vol 2, N.º 3), de 19 de Julho de 1837, p. 15

Postais de Macau publicados no «Jornal Único» de 1898 (1)

NOTA:Os chichés das vistas photographicoas foram tirados pelo photographo amador Carlos Cabral. Todos os trabalhos respeitantes a este «Jornal Único» foram executados em Macau

Praia Grande
Palácio do governo – Edifício das repartições públicas

Extractos do artigo publicado neste mesmo jornal, “Praia Grande” de António Joaquim Basto

Porto Interior

Extractos do artigo publicado neste jornal, “O Porto Interior de Macau” de A. Talone da Costa e Silva
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jornal-unico/
http://purl.pt/32511/3/html/index.html#/1

Na noite de 3 de Janeiro de 1851 saiu a corveta D. João I para Hong Kong, a fim de esperar o novo governador de Macau (1); mas encalhou no lodo em frente da bateria de S. Francisco.
Foi necessário aliviá-la da artilharia, e só no fim de três dias pode seguir o seu destino, onde chegou a 7: ali o comandante e oficialidade receberam muitas distinções, e cumprimentos, bem como depois o novo governador à sua chegada no vapor Pequim.
Em 24 regressou a corveta a Macau conduzindo o novo governador Cardoso, que só desembarcou a 26, ao meio dia sendo recebido no cais chamado do Governador, pelo presidente e membros do Conselho do Governo, e com todas as honras do estilo. (2)
Francisco A. G. Cardoso 1851NOTA: O Governador esteve hospedado em Hong Kong em casa de Eduardo Pereira e só foi investido na posse do Governo no dia 3 de Fevereiro, pelas 5 horas da tarde, na porta principal da Fortaleza de S. Paulo do Monte, entregando-lhe o Conselho do Governo a chave da dita Fortaleza e o bastão e com eles a posse do Governo desta cidade com todas as artilharias e armas, apetrechos e munições de todas as fortalezas da guarnição. Depois da posse, o Governador dirigiu-se à Igreja da Sé onde depositou o bastão aos pés da Nossa Senhora da Conceição e onde se cantou um solene Te-Deum, seguido de recepção no Palácio do Governo. (3)

(1) Francisco António Gonçalves Cardoso, Conselheiro Capitão de Mar-e-Guerra foi nomeado governador de Macau, por decreto de 17 de Outubro de 1850, para suceder a Pedro Alexandrino da Cunha que faleceu em Macau no dia 6 de Julho de 1850, após 39 dias de Governo, vítima de cólera que se manifestou apenas 8 horas antes, aos 49 anos de idade.
(2) CALDEIRA, Carlos José – Apontamentos d´uma viagem de Lisboa à China e da China a Lisboa, 1.º Vol.
(3) GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau.

Planta da Cidade de Macau elaborada pela Comissão de Cartografia, de 1912,  com uma escala de 1/10.000

Tem as seguintes indicações:

Pharol da Guia  Lat. N 22º 11´50´´
Long E. G. 113º 34´

Planta da cidade de Macau 1912No lado inferior direito com letras pequenas:

 M Diniz  red e liph
Original do Arquivo Histórico de Macau
Tratamento fotográfico pela Missão de Estudos Cartográficos de Macau

Encontram-se assinalados lugares já desaparecidos como por exemplo:
Praia de Cacilhas: Soon after passing the Governor’s summer residence a road turns to the right which leads to Cacilha’s Bay with a pretty little sandy beach“; (1)
Bateria 1.º Dezembro, (Bateria de S. Francisco): “The Praya Grand is bounded by two forts and had a little fort, that of St. Peter, in the middle. The two other forts are one at each end of the Praya. San Francisco, of grey stone, being just below the Barracks (several yellow build-ings, through which entrance into it is effected) of that name and nearest the Guia Fort. In 1622 there was but one battery, ‘the lower battery dates from 1632“; (1)
Bahia do Bispo: “The Bomparto Fort had three batteries. This fort is connected with the fort at Taipa Point, on one of the islands lying off the Outer Harbour, by a telegraph line, which lands at Bishop’s Bay, a small sandy bay n little beyond the end of the Praya, below the Penha Hills.”; (1)
Praia da Areia Preta: Just before reaching the Barrier a short distance is the bathing place, the whole coast line here forming with the sandy beach on the seaward side a magnificent roughly semi-circular bay. Many large fishing stakes are seen with the hovels of their owners perched up amongst the rocks.”. (1)
(1) BALL, J. Dyer – Macao: The Holy City; The Gem of the Orient Earth. The China Baptist Publication Society, 1905, 83 p.

“Os primeiros objectos que sucessivamente se offerecem à curiosidade do navegante, quando demanda o porto de Macáu, são uma bateria portuguesa(que, sobranceia aos rochedos e ao mar, domina toda a cidade) e o convento da Guia, notavel por suas altas muralhas, e copadas arvores, as unicas destes sítios. Por cima da Guia, no cume da rocha, se eleva outro mosteiro; e pela encosta da collina vem descendo as casas de Macau, à maneira de degraus, até o mar, que lambe os alicerces das derradeiras. Occupa a nossa colonia um retalho de solo ingrato, e tão limitado, que no espaço de duas horas pôde ser visto, situado na ponta oriental da ilha de Negao-Men, a qual tem dez leguas de comprimento, e é a maior do archipelago, em cujo golfo desagua o Tigre, rio da Cantão…(…)

Bateria e Quartel S. Francisco 1910Quartel e Bateria de S. Francisco na década de 10 (século XX)

Quatro fortalezas defendem Macáu, n´uma dellas, que tem uma cisterna, quatro fontes d´agoa nativa, e casamatas, e quarteis para 1.000 homens, existiam ainda em 1829, epocha a que se refere esta descripção, quarenta peças d´artilheria. A outra mais pequena, e provida de trinta peças, tem também uma fonte inexhaurivel, porém não pôde accomodar senão 300 soldados. Estas duas fortificações; colocadas nas maiores alturas da ilha, dominam todo o territorio, e apesar disso não podem resistir á má vontade, e á astucia dos mandarins; porque se hoje trovejasse a artilheria, começariam ámanhã a sentir os Macaistas os rigores da fome.

Com ser tão acanhado o territorio da colonia, não deixa de conter, além da cathedral e do acastellado convento da Guia, residencia do bispo, e dos doze cónegos seus vigarios, umas dez igrejas ou conventos de religiosos d´ambos os sexos, assim como tres hospitaes civis ou militares.
Ao descer da cidade alta para as praias avistam-se de tempos a tempos, nos sítios mais ermos, as latadas de flores, e os alvejantes tumulos dos cemiterios chins.” (1)

                             continua …

(1)   Artigo não assinado em “O Panorama”, 1837