Archives for posts with tag: Banda Desenhada

A propósito do Grande Prémio de Macau (a 61.ª edição) que este ano, se realizará de 13 a 16 de Novembro, apresento uma visão dessas “corridas de carros” no circuito da Guia, em banda desenhada, dos princípios da década de 80 (século XX). O álbum original em francês foi publicado em 1983.

BD Encontro em Macau CAPA

Este livro de 1995, com edição em português «Michel Vaillant – Encontro em Macau» foi um número especial de venda conjunta e inseparável com o jornal “AutoSport“. (1)

BD Encontro em Macau Michel VaillantPersonagem da banda desenhada francesa, herói de múltiplas aventuras no grande circo do desporto automóvel (todas as suas aventuras decorrem nas provas automobilísticas desde a fórmula um até ao rallies). Michel Vaillant é piloto da equipa do pai, Henri Vaillant, proprietário dos motores Vaillant usados nessas corridas. O seu irmão Jean-Pierre, é o construtor. A série Michel Vaillant que retrata portanto o mundo do desporto automóvel, é criação de Jean Graton (1.ª aparição em 7 de Fevereiro de 1957, numa revista «Tintin» n.º 433). Nos anos noventa, o seu filho, Philippe Graton passou a colaborar nos argumentos. (2)

BD Encontro em Macau Circuito GuiaSinopse: Enquanto o grande prémio de Macau decorre dentro da normalidade, a equipa Vaillant aproveita o acontecimento para se reunir com um possível parceiro asiático. No entanto, trata-se de uma operação de grande envergadura, a qual deve-se manter “top secret”, para evitar qualquer tipo de vigilância ou de intercepção pela concorrência. Mas, para ganhar os futuros associados, requer uma vitória de dois carros Vaillants no grande prémio e vencer as manobras maquiavélicas de Ruth, que quer a todo o custo obter o contrato milionário! (3)

 

BD Encontro em Macau Teddy IpO autor retrata neste “Encontro em Macau”, uma personagem real, figura que muito contribui para a projecção do Grande Prémio de Macau, Theodore “Teddy” Yip.(4) Entusiasta em corridas já na década de 50, começou a participar nas corridas em Macau como piloto desde 1956 (terminou em terceiro em 1963, com um Jaguar E-Type, no ano que Arsenio Laurel ganhou pela 2.ª vez em Macau). Era proprietário da «Theodore Racing Team» , equipa, que nos anos 70, participou em diversos campeonatos automobilísticos: Indi, Formula 5000, Can Am e fórmula 2. Esta equipa tentou entrada na Formula 1 em 1978 sem grandes resultados (participação numa só corrida). Patrocinou vários corredores em Macau, entre eles, Ayrton Senna que venceu em 1983, o 1.º Grande Prémio de Macau em Fórmula 3.

Referência anterior de Teddy Yip em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/
(1) GRATON, Jean (texto e desenhos) – Michel Vaillant, Encontro em Macau. 2005.
Tradução de «Rendez-vous à Macao», de 1983, publicado pela “Graton éditeur”, (editora criado pelo próprio em 1982). A 1.ª edição em português foi editada pela Meriberica/liber em 1984, republicada no Jornal da BD e posteriormente Álbum Auto Sport (2005)
A colecção Michel Vaillant é editada em Portugal por Criativos – Marginália Editora.
(2) http://en.wikipedia.org/wiki/Michel_Vaillant
(3) http://comics-na-web.blogs.sapo.pt/43393.html.
(4) Theodore “Teddy” Ip (ou Yip) 葉德利 (1907-2003), de nacionalidade holandesa (nasceu na Indonésia de pais chineses, na altura colónia holandesa) negociante em Hong Kong a partir dos anos 40. Em 1962 formou com Stanley Ho, Yip Hon e Henry Fok, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (S.T.D.M.)
Outra referência a Teddy Ip em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/05/10/estrada-de-cacilhas-i/

Álbum de colecção de cromos (124 cromos) sobre a vida de Camões, edição da Agência Portuguesa de Revistas, 1966 (1.ª edição) (1)
Luís de Camões cromos I

A concepção do album é de Mário de Aguiar, os desenhos a guache são de Carlos Alberto Santos (2) e as legendas de José de Oliveira Cosme.
Luís de Camões cromos II

A biografia por imagens do maior poeta português, com todos os principais passos da sua atribulada existência de moço trovador, espadachim, guerreiro e genial autor das inspiradas estrofes de “OS LUSÍADAS
Luís de Camões cromos IIIUm terrível pirata infesta os mares da China nesse ano de 1556, Chau-si-Lau. Incapazes de enfrentar com êxito tão poderoso inimigo, os chineses pedem auxílio portugueses.”

Luís de Camões cromos IVChau-si-Lau é vencido, e o imperador da China, em tributo de gratidão, oferece Macau aos Portugueses. Ali, numa gruta, que torna célebre, Camões compõe grande parte de «Os Lusíadas»”

(1) Teve diversas edições sem alteração de nota.  De todas as colecções lançadas pela Agência nos anos 60, esta terá sido a de sucesso mais prolongado.   http://www.cromos.com.pt/surpresa/Agencia2/Camoes.htm
 (2) Carlos Alberto Santos, pintor e ilustrador português.
Para «Camões»  introduziu o padrão que viria a manter em todas as produções futuras: cada cromo foi desenhado sobre um cartão de formato A5 (aproximadamente 22X15 cm) e pintado a guache. O novo formato permitiu-lhe uma qualidade reminiscente dos cromos suíços e alemães do início do século e raramente igualada no campo do cromo comercial. É instrutivo verificar como a subtileza dos tons e a riqueza de pormenores se perdem nas impressões baratas e como, apesar disso, a paixão pela qualidade que no artista é um reflexo da sua natureza o levou a manter um detalhe que o resultado final que chegava às mãos dos coleccionadores dificilmente poderia justificar.”
MIMOSO, João M. – Carlos Alberto Santos e as Colecções de Cromos.
http://www.historia.com.pt/APR/CarlosAlberto.htm

A propósito do post anterior sobre esta personagem, Wong Fei Hung (1), lembrei-me dum excelente álbum de banda desenhada do António Conceção Júnior.
Wong Fei Hong I

Wong Fei Hong IIA primeira edição é de 1977 (Lisboa), editada pela Edibanda com o título “VONG FEI HONG – VENTO DE SANTUNG” e assinada como “C. JUNIOR” (2)

A 2.ª edição é de 2010 (Macau), editado pela ARS Cives e tem o título “WONG FEI HONG – VENTO DE SANTUNG” e está assinada como António Conceição Júnior.(3)

Wong Fei Hong III

Wong Fei Hong IVO próprio António Conceição Jr explica a feitura dos desenhos, exemplificando com algumas pranchas no site (4)
“In my story I depicted a village villain who had connections with the boxers. The drawings were done in 1976 in Portugal with little help other than memory and some postcards. Each page was A1 size and was painstakingly drawn by hand. Here are some scanned drawings Wong is in a tea-house when a young stranger with a northern accent asks loudly where is the house of Sek Kin Seng, a man who has raped his mother when he was a child. I preferred to focus on the people than to blend them with disturbing background, as the book was black & white and I used plenty of hand drawn textures for shadows and composition elements. It just happened that one of   Sek’s men heard the young man ask, hits him and is then stopped by Wong. You   will pay, says the man brandishing his fist towards Wong. I always tried to   establish a relationship of dialogue and tension between the people involved.   To the right, the look on Wong’s face makes the fist almost vanish in   iconographic importance. Later Sek himself appears in Wong’s place with his   henchmen and threatens the wounded young man. I personally like the right   drawing where Sek says to Wong: may this teach you not to mess in my affairs.  The young man is taken away from Wong’s   clinic. He is a patriot who is trying to fight the invading powers. Like all   boxers as well as Empress Dowager Ci Xi, the boxers opposed the Western ways.   Yet in 1910 Dr. Sun Yat Seng would finally proclaim the Chinese Republic.

Wong Fei Hong VThe climax is a final fight between Sek Kin Seng and Wong Fei Hong who was also performing the lion dance as the head cloth shows. I created a sequence of Sek getting up after being hit, and preparing to attach on the first row. His charge is on the second row. The third row shows Wong blocking with his right hand that will move to the right and the traditional eye balls attack with the left hand. I still kept background to a minimum making an appeal to the reader’s imagination. Looking back after 27 years, I suddenly realize that Jet Li was not around, Once Upon a Time in China was still to be made and the boxers theme were to be treated almost two decades later. I feel gratified that the story I did has still the same condiments of the Kung Fu movies of today.”

NOTA: sobre António Conceição Júnior, um talento multifacetado, não caberia aqui em algumas linhas. Por isso, remeto para: http://www.arscives.com/25anos/
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/11/29/wong-fei-hung
(2) CJUNIOR, António – Vong Fei Hong – Vento de Santung. Edibanda, Lisboa, 1977
(3) CONCEIÇÃO JÚNIOR, António – Wong Fei Hong – Vento de Santung. ARS Cives, Macau, 2010, 48 p. ISBN 978-99937-799-1-9.
(4) Cejunior, António & Edibanda in http://www.arscives.com/artfolder/wongbook.default.htm.
e
http://www.arscives.com/25anos/banda.desenhada.htm
P/S Um abraço ao Toninho.