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Continuação da reprodução dos mapas de Macau, já apresentados em anterior “post”(1), do Boletim da Agência Geral das Colónias de 1929 (2)

Mapa de Macau e Arredores 1929 (AGC) II“Macau – O novo pôrto de Macau e a sua situação no Extremo Oriente”

 O mapa de Macau e a Ilha da Taipa com a escala de 1 / 80.000 e a outra com a escala de 1/100.000.000.
Assinalado a duração da carreira marítima para Cantão de 8 horas e para Hong Kong de 4 horas. No mapa à esquerda, a indicação do chamado “Porto Novo” com os aterros desde a Fortaleza de S. Francisco até à praia de Cacilhas(posteriormente chamados aterros do Porto Exterior)

Mapas de Macau 1929 Projecto aterroMapa com o projecto para o aterro da parte norte da enseada da Praia Grande e prolongamento e rectificações das ruas e avenidas existentes.

Assinaladoas neste mapa, algumas propostas interessantes, de espaços, avenidas e edifícios públicos, mas que nunca foram concretizadas: uma “Avenida de Portugal” (paralela a norte da Avenida Almeida Ribeiro com indicação de “trenvias e eléctricas” (instalação de «eléctricos») (3) passando por uma “Praça Afonso de Albuquerque” com um “Lago” e um “Tribunal”;  um “Museu” sensivelmente à frente de Sta Clara (Colégio de Santa Rosa de Lima), uma “Avenida da Catedral” que ligaria  a Sé Catedral à Rua das Estalagens e Ruínas de S. Paulo.

Propostas que foram concretizadas: prolongamento da “Avenida Almeida Ribeiro para os novos aterros da Praia Grande, a rectificação da “Rua Conselheiro Ferreira de Almeida (depois classificada como Avenida), o prolongamento da “Avenida Sidónio Paes”

Algumas sinaléticas também interessantes no mapa: atrás do “Cinema Victória” existia um “Hotel Presidente”; atrás do “BNU” estava um “Hotel”; uma “Calçada de Sta Clara” (hoje Jardim S. Francisco).

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/03/12/mapas-de-macau-de-1929-i/  
(2) Boletim da Agência Geral das Colónias, Ano V, N.º 53, Novembro de 1929, 236 p., + |8|.
Sobre este número, dedicado a Macau, ver anterior “post”
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/10/leitura-macau-no-boletim-da-agencia-geral-das-colonias-1929/
(3) “Tranvia electrica” – caminho de ferro de carris, pelo sistema americano (do castelhano tranvia, do inglês tramway) (Dicionário da Língua Portuguesan de Cândido de Figueiredo.

Nesta data, domingo, realizou-se pelas 11 horas, na Avenida Rodrigo Rodrigues, próximo do Quartel de S. Francisco, a cerimónia do Juramento de bandeira dos mancebos macaenses.

MBI 6DEZ1953 Juramento Bandeira I“Juro ser fiel à minha Pátria e estar pronto a lutar e a dar a vida por ela. Juro defender a bandeira até à última gota de sangue, respeitar, obedecer cegamente aos meus chefes e honrar as tradições gloriosas do exército português

(NOTA: reparar nesta fotografia, os aterros do Porto Exterior (à frente da Fortaleza de S. Francisco), o molhe e ao fundo, a Ilha da Taipa. Em primeiro plano, a  futura Avenida Rodrigo Rodrigues.)

A festa militar decorreu com grande brilhantismo, imponência e solenidade, e os recrutas há poucos meses incorporados souberam corresponder à espectativa, demonstrando ao público assistente que são possuidores da indispensável preparação pela perfectibilidade que evidenciaram através dos vários exercícios executados.

MBI 6DEZ1953 Juramento Bandeira IIDa tribuna de honra, as Exmas. Autoridades assistiram ao desfile de todas as forças em parada.

 (NOTA: a tribuna estava encostada à muralha da Estrada de S. Francisco)

Além dos assistentes de honra, presidida pelo Governador da Província, Almirante Joaquim Marques Esparteiro, a brilhante Festa Militar foi presenciada por um numeroso público constituído na maioria por funcionários civis e militares de todas as categorias, que enchia literalmente as imediações apesar da temperatura agreste e pouco convidativa do dia.

 MBI 6DEZ1953 Juramento Bandeira IIISua Exa. o Governador da Província passa revista à guarda de honra constituída pelo Esquadrão Motorizado

 Feita a leitura dos Deveres Militares, número três da 1.ª parte do Programa, o Comandante Militar, Exmo. Sr. Coronel António de Cirne Pacheco, proferiu um entusiástico e patriótico discurso com palavras alusivas à Cerimónia.
A 2.ª parte do programa consistiu na distribuição de Medalhas de Comportamento Exemplar, distribuição de prémios das Aulas Regimentais e distribuição de Prémios dos Campeonatos Desportivos.

 MBI 6DEZ1953 Juramento Bandeira IVO Comandante do B. C. 2 recebe a Taça atribuída à Unidade que somou maior número de pontos.

Foram distribuídas Medalhas de Comportamento Exemplar a 441 praças da Guarnição desta Província por terem, pelo menos, três anos de serviço com a chamada «Folha Limpa» – isenção completa de faltas e castigos.

MBI 6DEZ1953 Juramento Bandeira VSua Ex.ª o Governador condecorou assim 28 praças europeias, 344 soldados do Batalhão de Caçadores 2, e 8 soldados africanos do Batalhão de Caçadores 1. Foram também distribuídas condecorações a 61 soldados que seguiram, há dias no vapor «Lúrio» de regresso a Moçambique.

MBI 6DEZ1953 Juramento Bandeira VIA escola de ginástica educativa dos novos Soldados de Portugal impressionou pelo aprumo e precisão de movimentos

A terceira parte foi iniciada pela apresentação do pelotão de recrutas. Para toda a assistência foi este um dos melhores números do programa. Nos vários exercícios que executaram os novos soldados demonstraram óptima e cuidada preparação evidenciando precisão e perícia, especialmente no manejo de armas e evoluções sem comando.

A assistência aplaudiu com verdadeiro entusiasmo os exercícios executados nos números de ginástica educativa e saltos ao plinto. A finalizar tão brilhante festa realizou-se, imponentemente, o desfile de todas as forças em parada, participando no desfile destacamentos de todas as unidades da guarnição, nomeadamente pelotões dos Batalhões de Caçadores 2 e 2, das Unidades de Artilharia e Engenharia das batarias Anti-Aéreas e o Esquadrão Motorizado em meios-auto.
Terminado o desfile, os convidados com as melhores impressões recebidas, dirigiram-se para o Clube Militar, onde lhes foi servido um delicado copo de água.
Informação e fotografias de “Macau, Boletim Informativo“, 1953

Postais da Colecção “MACAU ANTIGO” (1), emitidos pelo Instituto Cultural de Macau na década de 90 (século XX), a preto e branco (fotografias antigas de Macau – finais do século IX e princípios do século XX). (2)
Hoje trago mais dois postais, referentes ao Mercado Vermelho e à Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida.

MACAU ANTIGO -Mercado Vermelho

O Edifício do Mercado Vermelho ou Mercado do Almirante Lacerda, mais conhecido por Mercado Vermelho (紅街市大樓) foi construído em 1936 tendo sido projectado pelo 3.º Conde de Senna Fernandes (3). Fica no cruzamento da Avenida Almirante Lacerda e  Avenida Horta e Costa. Foi traçada em 1930 e tem três pisos. Revestido de tijolos vermelhos daí o seu nome. Faz parte da lista do Património Cultural de Macau, como edifício de interesse arquitectónico (Decreto Lei n.º 83/92/M de 31 de Dezembro) (4)

MACAU ANTIGO -Av Conselheiro FerreiraPavimentação da Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida

A Avenida terá sido iniciada cerca de 1895 juntamente com as obras de  saneamento da área de S. Lázaro e a construção das casas da Rua de Volong, afim de conter a epidemia – peste bubónica em Macau, Hong Kong e Cantão iniciada em 10-04-1895 (5) e que durou até 1896 com casos esporádicos em 1897 e 1898. Esta foto no entanto será já do princípio da década de XX .
Recorda-se que foi em 1919 que a Santa Casa da Misericórdia teve autorização para construção de dois prédios na Avenida e de outros dois na Rua de Tap Seac (hoje património classificado),  bem como proceder ás obras do prédio n. 89 no antigo Asilo dos Órfãos (iniciado em 1900), depois transformado em Liceu Central de Macau ( 1924) (hoje Instituto Cultural do Governo da  RAEM) (5)

(1) Adquiridos na Plaza Cultural Macau Lda. (Av. Conselheiro Ferreira de Almeida, n.º 32 G). A colecção tem 20 postais.
(2) Muitas destas fotografias encontram-se publicadas em muitas publicações (livros, revistas, jornais, etc) e na web.
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XIX, Volume 3. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Macau, 1995, 467 p (ISBN 972-8091-10-9). Há outras fontes que indicam o arquitecto macaense Júlio Alberto Basto
(4) Uma descrição do Mercado poderá ler-se  em “Às compras no Mercado Vermelho” em:
http://oriente-adicta.blogspot.pt/2010/07/as-compras-no-mercado-vermelho.html
e uma descrição mais pormenorizada do edifício, no “site” “H.P.I.P. – Património de Influência Portuguesa – Equipamentos e Infraestruturas
http://www.hpip.org/def/pt/Homepage/Obra?a=923
(5) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7)

Postais da Colecção “MACAU ANTIGO” (1), emitidos pelo Instituto Cultural de Macau na década de 90 (século XX), a preto e branco (fotografias antigas de Macau – finais do século IX e princípios do século XX). (2)
Hoje trago estes dois postais, referentes à Avenida Almeida Ribeiro/ 新馬路  (3) / Almeida Ribeiro Avenue.
MACAU ANTIGO -Av Almeida Ribeiro I
A “construção” da Avenida Almeida Ribeiro demorou vários anos a ser concretizada.
A Arrematação do 1.º troço de construção da nova Avenida do Bazar Chinês (do Largo do Senado ao Pátio do Martelo) numa extensão de 62 m (mais tarde Avenida Almeida Ribeiro),  foi a 4 de Março de 1911. Em 1913 parte do Bazar foi arrasado e em 1918, mais um troço da Avenida de Almeida Ribeiro foi rasgado com a demolição da casa do rico comerciante Lin Lian, então situada no cruzamento da Av. de Almeida Ribeiro com a Rua da Praia Grande. E só em 1919, com as últimas expropriações, se conseguiu completar a ligação com a Praia Grande (4)
MACAU ANTIGO -Av Almeida Ribeiro II(1) Adquiridos na Plaza Cultural Macau Lda (Av. Conselheiro Ferreira de Almeida, n.º 32 G). A colecção tem 20 postais.
(2) Muitas destas fotografias encontram-se já publicadas em outros documentos.
(3) (mandarim pinyin: xin; cantonense jyutping: san1) (mandarim pinyin: má; cantonense jyutping: maa5) (mandarim pinyin: lù; cantonense jyutping: lou6)
SAN MA LOU ou TAI SAN MA LOU cuja tradução é: Grande Rua (Avenida) Nova dos Cavalos pois a partir da data da sua inauguração, os desfiles das forças militarizadas, nomeadamente as paradas de cavalaria passaram a ser realizadas nessa avenida.
(4) 23-01-1919 – Aprovado por P.P.18, desta data, o projecto de expropriação para a conclusão da Av Almeida Ribeiro e a sua ligação com a Praia Grande (77 360 patacas; P.P. 82). Expropriação de vários prédios do Largo de Senado, Travessa do Roquete, Rua da Sé e Pátio da Sé, zona sensível, cenário dos primeiros tempos de Macau
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7)

“Junto do templo chinês de Lin Fong Miu, (1) à entrada do Arco, há um rochedo, que ostenta o escudo português, encimado pela coroa real, tendo em baixo a data de 1848.
Este escudo e data foram ali esculpidos pelo Governador Ferreira de Amaral, como símbolo de soberania.
Um ano mais tarde, a 2-28-1849, a sua cabeça rolava por terra, decepada por um grupo de assassinos chineses, junto deste rochedo (2). Diz J. Dyer Ball, no seu livro “Macao” (3) , p. 28, que eles esconderam a cabeça e o braço de Amaral sob as cinzas no templo de Kun Yam. (4)
Há um outro rochedo, também com um escudo encimado pela coroa real à margem da Rampa dos cavaleiros, à esquerda de quem sobe.
Na Estrada do Arco, encostado à parede do prédio n.º 5, estava uma pedra, cravada no solo, com esta inscrição:

1872

ESTRADA

DO

ARCO

Esta pedra foi removida para as Ruínas de S. Paulo, sendo desfeita pelo camartelo dos assalariados do Leal Senado” (5)

(1) O templo Lin Fong (Lin Fong Miu ou Templo de Lótus ou , conforme Padre Teixeira “Pagode do Cume da Colina de Lótus”) fica na Estrada do Arco que começa entre as Avenidas do Almirante Lacerda e de Artur tamagnini Barbosa, em frente da Avenida do Conselheiro Borja, e termina na Estrada da Areia Preta; no sopé da colina de Hong Há. Outrora as águas lodosas do delta acercavam-se da entrada do templo e abrigava uma pequena povoação de pescadores.

Lin Fong Miu 1925Templo de Lótus em 1925

Único templo de origem taoísta em Macau, construído em 1592. Foi reconstruído em 1732, em 1752 (modificação e aumento de área) e em 1980
(2) No jardim exterior deste templo, do lado esquerdo (para quem entra) está uma enorme de pedra lavrada com o escudo português, indicando aproximadamente o local onde o governador de Macau, Ferreira do Amaral foi assassinado na tarde de 22 de Agosto de 1849.
(3) BALL, J. Dyer (James Dyer) (1847-1919) – Macao. the holy city: the gem of the Orient earth. Printed by the China Baptist Publication Society, Canton, 1905.
(4) O templo de Lótus possui vários átrios, sendo o principal dedicado a Tin Hau ou Deusa dos Céus. O principal pavilhão é dedicado a Kum Iam, a deusa da Misericórdia
(5) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau, Macau, Imprensa Nacional, 1980, 324 p.

Foi nesta data inaugurado o busto de Vasco da Gama (1), projecto do escultor Tomás da Costa que se serviu de um retrato existente no Museu Nacional de Arte Antiga (2).

Monumento da Vasco da Gama I“INAUGURADO EM 31 DE JANEIRO DE 1911

EM HOMENAGEM OA GRANDE NAVEGADOR

PORTUGUÊS VASCO DA GAMA QUE EM 1498

DESCOBRIU O CAMINHO PARA A ÍNDIA”

Foto do autor (2011), com má qualidade.

O pedestal de granito ergue-se no centro da Alameda Vasco da Gama (3), encimado pelo busto de bronze de Vasco da Gama. Este foi projectado em 1898, (4) por ocasião da celebração do IV Centenário do descobrimento do caminho marítimo para a Índia. No entanto, as obras só começaram em 1907.
Eis a acta da cerimónia:
Aos trinta e um dias do mês de Janeiro do ano de 1911, nesta cidade do Santo Nome de Deus de Macau e Avenida Vasco da Gama, sendo o Governador interino o segundo-tenente da Armada Álvaro Cardoso de Melo Machado, presente a este acto, bem como os Conselhos do Governo e da Província, o Leal Senado da Câmara, corpo consular estrangeiro, oficialidade da Estação Naval, oficialidade, os membros das antigas comissões e subcomissão dos festejos do 4.º centenário de Índia, todo o funcionalismo civil, militar, eclesiástico e cidadãos, residentes neste cidade, formada a guarda de honra por uma força da guarnição da Canhoneira Pátria, se procedeu à inauguração do monumento por iniciativa e proposta da comissão executiva local do 4.º centenário do descobrimento do caminho marítimo para a Índia, em sua sessão de 3 de Fevereiro de 1893 (1) (5)

Monumento da Vasco da Gama 1929FOTO DE 1929

Monumento da Vasco da Gama IIJardim de Vasco da Gama  (2011 – Foto do autor)

O projecto do monumento mais ambicioso do que a realidade actual, era constituído por dois corpos de mármore sobrepostos, encimados por um busto em bronze. O conjunto elevava-se sobre uma escadaria de granito em forma hexagonal. Mas pela escassez de meios, e polémica nos “media” sobre o melhor meio de gastar o dinheiro (6), a execução do projecto foi alterado.
Monumento da Vasco da Gama IIINa face anterior do pinto está embutido um baixo-relevo de mármore representando o Adamastor, as naus agitadas por uma tempestade, e Vénus empunhando uma trombeta a dirigir-se a Júpiter para interceder pelos lusitanos. No segundo corpo, aparecem os baixos relevos dos instrumentos náuticos.(1)

Monumento da Vasco da Gama IVJardim de Vasco da Gama  (2011 – Foto do autor)

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – A Voz das Pedras de Macau. Macau, Imprensa Nacional, 1980, 324 p.
(2) Tomás de Costa (Tomás de Figueiredo Araújo Costa , 1861-1932) escultor da Academia Portuense de Belas Artes da Universidade do Porto, planeou para Macau um “Monumento a Vasco da Gama” (inaugurado em 1911). É co-autor  com o arquitecto  Ventura Terra, do Monumento ao Duque de Saldanha. Em 1894 disputou o concurso para o “Monumento ao Infante D. Henrique” lançado pela Sociedade de Instrução do Porto, com o projecto “Invicta” executado em Paris Por volta de 1910 produziu para o Palácio de S. Bento um busto da República, hoje pertença do Museu da Assembleia da República.
http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_pagina?P_pagina=1004307
(3) A Avenida Vasco da Gama. inaugurada em 20 de Maio de 1898 , projectada pelo engenheiro Augusto César d´Abreu Nunes, situava-se entre o actual Avenida Sidónio Pais e a Estrada da Vitória. Com 500 metros de extensão, ligava a Calçada do Gaio à Rua da Inveja. O busto do grande navegador foi projectado para ser erguido no centro da extinta avenida, hoje reduzida a um jardim com o mesmo o nome.
ARAÚJO, Amadeu Gomes – Diálogos em Bronze, memórias de Macau. Livros do Oriente, 2001, 168 p + |6|, ISBN 972-9418-88-8
(4) Em 18 de Janeiro de 1898, o Governador Eduardo Augusto Rodrigues Galhardo (1897-1900), nomeado governador de Macau em 1987 (chegou a Macau em 12 de Maio) realizou uma reunião alargada a algumas personalidades que convidara, para apreciar o programa das celebrações. Foram escolhidas 8 sub-comissões especializadas, uma das quais ” para tratar da inauguração da Avenida Vasco da Gama e lançamento da pedra fundamental do pedestal em que aer´cllocado o busto do grande navegador (4)

Monumento da Vasco da Gama POSTAL 1984POSTAL de 1965 – Jardim de Vasco da Gama

(5) Segundo Beatriz Basto da Silva in (2), a data da proposta do monumento foi feita a 29-12-1909.
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7)
(6) No dia 8 de Maio de 1898, o jornal “O Independente” pugnava para que não se realizassem festejos e para que o dinheiro que se previa gastar em fogo, coretos e iluminação, fosse aplicado em saneamento: ” A cidade não está para festas, pouco é o tempo para as desinfecções” (4). Nessa data, Macau enfrentava a epidemia da peste bubónica.

Anúncio do “Departamento de Turismo de Macau”,de 1985, em inglês (inserido no ” Macau Databook 1985“)
Na altura, o Departamento ficava na Travessa do Paiva, n.º1 (descida em frente à Igreja de S. Lourenço até à Avenida da Praia Grande, junto ao Palácio do Governo, prédio substituído pelo “Edifício Hoi Tin”)

O mês de Julho costumava ser um mês de chuvas em Macau prenunciando a época dos tufões. isto a propósito da recente passagem do tufão n.º 10 por Macau (VICENTE ) (1)  pouco frequente neste mês e com tal intensidade.
Na década de 50, por não haver ainda um bom sistema de drenagem das águas nas vias publicas, chuvas mais fortes (e que caíam com intensidade em curto espaço de tempo), alagavam e inundavam rapidamente as zonas mais baixas da cidade e a hortas do Porto Exterior, Areia Preta e a zona do Patane. Muitas vezes estas chuvadas apesar dos incómodos para a população, eram “bem-vindas” já que aliviavam em grande parte, o calor asfixiante próprios dos meses de Verão.
Estas duas fotos duma revista da época, apresenta inundação da Avenida Almeida Ribeiro e dos estabelecimentos comerciais, bem como os chineses transitando descalços, por causa da água.
No ano de 1950, de harmonia  com as alterações dos Observatórios de Hong Kong e Manila, os sinais de tufão a içar nos mastros da Fortaleza da Guia, Fortaleza do Monte, Capitania dos Portos e Taipa seriam:
Os sinais n.ºs 2, 3 e 4 não eram içados em Macau
Eram usados os silvos de sereia ou os tiros segundo as circunstâncias do tempo. Assim, o  sinal n.º 10 era seguido de 3 silvos de sereia ou 3 tiros de peça dados na Fortaleza do Monte.
Como indicação de estar passado o tufão em Macau, eram arriados os sinais e feitos os seguintes avisos:
a) Dois silvos de sereia com a duração de 30 segundos cada um e intervalos de 5 segundos.
b) Dois tiros na Fortaleza do Monte para SW.

(1) Ver notícias e fotos dos jornais publicados em Macau:
http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=407503013
http://pontofinalmacau.wordpress.com/2012/07/25/vicente-o-forte/

“Poderá parecer estranho o título; o que pode ter a valorização dos portos com a morigeração dos costumes? … é de vêr ! Macau, ainda que exageradamente, era considerada a terra do vício do extremo oriente, o Mónaco oriental; a diminuição de actividades do seu porto e a necessidade de receitas da colónia conduziram as coisas por forma a dar alguma razão a detractores. Os melhoramentos dos portos visaram poi, também, a melhorar esse aspecto deprimente para o nome português. Considerando agora esta questão no seu reverso, isto é, sobre as influências especialmente da pratica diminuição do jogo, é-se levado a admitir aqui, o que é regra geral, – o vício opõe-se ao trabalho dignificante; onde o jogo campeia são frequentes os desvios do mais recto caminho. – E assim pode-se realmente avançar que a completa valorização do porto de Macau, só poderá dar-se quando, por ventura, em vez de incitamento haja repressão dos vícios, o jogo lamentavelmente à frente .O porto concorrendo para um tal desideratum beneficiará a seu turno com a practica efectivação
Parte da tese “A valorização do nôvo porto de Macau como base de maior ressurgimento da colónia” apresentada por Hugo C. de Lacerda (contra-Almirante) no 3.º Congresso Colonial Nacional , realizada em Lisboa em 9 de Abril de 1930.
Hugo de Carvalho Lacerda Castelo Branco (1860-1944), almirante e engenheiro hidrógrafo. Salientou-se no campo dos estudos e trabalhos portuários e foi nessa qualidade que dirigiu as obras do porto de Macau e sobre o qual publicou 4 obras. Foi inspector de Obras Públicas em Moçambique. Primeiro lente de hidrografia da Escola Naval. Criou a Missão Hidrográfica da Costa de Portugal. Teve um grande relevo em campos como a geologia, hidrografia, geodesia e topografia. (1)
O Almirante Hugo Carvalho de Lacerda Castelo Branco foi Governador interino de Macau (1925-1926).
Tem o seu nome na Toponímia de Macau (2)
Avenida Almirante Lacerda – Começa na Rua da Ribeira do Patane, e termina em frente da Av. Tamagnini Barbosa.
Travessa do Almirante Lacerda – é uma transversal do mesmo nome.
Livros publicados pelo Almirante Lacerda, sobre o porto de Macau:
1 – Memória sobre algumas opiniões referentes à necessidade de obras no porto. Aspectos financeiros e económicos gerais e das questões de navegação indústria e comércio em Macau. Direcção das Obras dos Portos, 1927.
2 – Memória sobre as obras dos portos de Macau referida ao fim do ano de 1923. Macau: Tip. Mercantil de N.T. Fernandes e Filhos, 1924.
3 – Macau e o seu novo porto: extracto do relatórios principais serviços prestados, desde Dezembro de 1918 a Março de 1927. Lisboa: Agência-Geral das Colónias, 1928, 72 p.
4 – Memória sobre algumas opiniões referentes à necessidade de obras do porto: aspectos financeiros e económicos gerais e das questões de navegação, indústria e comércio, em Macau. Macau, Direcção das Obras do Porto, 1927, 52 p.
(1) http://www.hidrografico.pt/hugo-castelo-branco-1860-1944.php

(2) Parte do Mapa, anexo ao opúsculo “Antigos Navegadores e Marinheiros Ilustres nos Monumentos e Toponímia de Macau), edição da Obra Social dos Serviços de Marinha, Macau, 8 de Julho de 1984. A Avenida Almirante Lacerda é o n.º 31 (a azul) e a Travessa do Almirante Lacerda é o n.º 31-A. De notar que o mapa é do início da década de 80 pelo que hoje, a área da doca de Patane Sul e  a doca de Lamau, encontram-se aterradas.

Compare com o mapa actual tirada do
http://maps.google.pt/maps