Archives for posts with tag: Avenida Dr. Oliveira Salazar

A noite do primeiro dia do ano novo lunar (continuação da postaem anterior) (1) foi assinalada com um deslumbrante festival de fogo de artifício, fornecido pelos conhecidos pirotécnicos de Lanhelas (em Caminha) «António Fernandes e Filhos» (2) e «Libório Joaquim Fernandes Sucessores, Lda» (ainda em actividade) (3) tendo para esse fim vindo especialmente da metrópole os pirotécnicos Rolando José Fiuza e Manuel Barreiro, que procederam à queima, auxiliados por alguns conhecedores do ofício, aqui residentes. Calcula-se que tenham presenciado o grandioso espectáculo, inédito para muitos habitantes desta Província, algumas dezenas de milhar de pessoas.

Junto da estátua de Ferreira do Amaral foi construído um palanque e ao longo da Avenida Dr. Oliveira Salazar foram colocados suportes para foguetes de girândola. O festival foi dividido em duas sessões, sendo uma de fogo e outro de fogo aquático, sendo este último lançado dum batelão fundeado na Baía da Praia Grande, em frente do Palácio do Governo. Na primeira sessão foram queimados 3.500 foguetes de «bouquet», 380 foguetões de fantasia e 60 balonas de cauda, de variadas cores. (…). Foi sobremaneira impressionante o desfecho desta sessão com grandioso e deslumbrante «bouquet» final, que dava impressão de que o céu caiam torrentes de luz em forma de estrelas estonteantes.

Na sessão de fogo aquático, que devido à acentuada ondulação das vagas, foi menos espectaculosa, queimaram-se 1.300 peças de fogo. Não obstante as más condições que o mar oferecia, o público pôde apreciar constelações de estrelas de cores bizarras e cintilantes saindo da água em cachões.

«Macau B. I.» da R.P.S.E.E.G. ano III-61 de 15 de Fevereiro de 1956, p. 7.

(1) «Macau B. I.» da R.P.S.E.E.G. ano III-61 de 15 de Fevereiro de 1956, p. 7.

(2) “Das 3 fábricas que ali existiam já todas fecharam portas. O que existe são empresas a laborar no setor, como é o caso da «Pirolanhelas», propriedade de Bernardo Fernandes, filho e bisneto de dois dos maiores fogueteiros que existiram na freguesia de Lanhelas. O bisavô era António J. Fernandes que em 1853 fundou a primeira pirotecnia em Lanhelas e o pai, falecido no ano passado, era Benjamim Fernandes que, com o irmão Gaspar Fernandes fundou nos anos 60 a “Gaspar Fernandes e Irmão Ldª , empresa que ao longo de mais de meio século conquistou inúmeros prémios nacionais e internacionais na arte da pirotecnia.” A empresa por diversas vezes esteve em Macau nos concursos de fogo de artifício, salientando-se nos anos de 1989 (2º lugar); 1990 (2º lugar), 2004 (3º lugar) e  2011 (4º lugar). (ALDEIA, Cidália, 19Maio2016) in https://jornalc.pt/pirotecnia-arte-milenar/?v=35357b9c8fe4

(3) ”Nove feridos, um deles em estado grave, quatro casas destruídas e dezenas de habitações danificadas – eis o resultado da violenta explosão que, ao princípio da tarde de ontem, destruiu a Fábrica de Fogos de Artificio Libório Joaquim Fernandes, localizada em Lanhelas, concelho de Caminha. As quatro casas destruídas encontravam-se a pouco mais de 50 metros da fábrica e não resistiram à força da deslocação de ar provocada pelo rebentamento”. (Jornal «Público», 3Junho2000) in https://www.publico.pt/2000/06/03/jornal/explosao-arrasa-fabrica-pirotecnica-144754

Continuação do relato do “III GRANDE PRÉMIO DE MACAU” (1) iniciado na postagem de ontem, dia 3 de Novembro.(2)
A manhã de domingo, dia 4 de Novembro, despontou um tanto enovoada, fazendo prever que não se teria o mesmo bom tempo da véspera.
E de facto, uma chuva miúda e impertinente veio prejudicar o desenrolar da grande prova quando esta se encontrava na sua melhor fase.
Com a pista ainda molhada, pois tinha estado a chover na noite anterior, os automobilistas inscritos na grande corrida começaram a treinar muito cedo. No treino do dia anterior, os melhores tempos foram obtidos pelo «Mercedes 190SL» de Douglas Steane (n.º 6) (3m 46s), «Ferrari Mondial» de Mário Lopes da Costa (n.º 16) (3m 49s) e «Austin Healey M.» de Robert Ritchie (n. 21) (3m 52s).
Os 18 carros que entraram na pista

Antes da corrida todos os volantes foram apresentados ao Encarregado do Governo, Brigadeiro Portugal da Silveira
Os carros alinhados na pista antes de ser dado o sinal de partida

Pela ordem dos melhores tempos obtidos no treino do dia anterior foram colocados na pista em 7 filas, com a seguinte distribuição:
Às 12 horas precisas, o Encarregado do Governo, Brigadeiro João Carlos Quinhones de Portugal da Silveira deu sinal de partida coma Bandeira Nacional.
Apesar da chuva, à volta do Circuito dezenas de milhar de espectadores não abandonaram os seus lugares. Desses milhares, cerca de 10 mil turistas tinham vindo de Hong Kong propositadamente para assistirem às provas.
À 13.ª volta, começaram a sentir-se umas gotas de chuva, o que obrigou os carros a diminuir sensivelmente a velocidade. Na 17.ª volta, um acidente grave que não trouxe contudo consequências funestas.
O «MG-A» (n.º 31) de P. Molyneux, embateu contra a muralha na Praia de Cacilhas sofrendo grandes danos quer na carroçaria quer no motor. O volante partiu-se em dois bocados, enquanto o condutor, com ligeiros ferimentos, chegou a perder os sentidos. Conduzido ao hospital, numa auto-ambulância, ali recebeu os necessários tratamentos.
Na 34.ª volta, o «Mercedes 190 SL» n.º 6, que seguia, em primeiro lugar, com 2 voltas de avanço do «Ferrari Mondial» n.º 16, sofreu um acidente, indo o carro embater contra a guarita do Posto Fiscal colocada na extremidade da Avenida (então denominada) Dr. Oliveira Salazar, defronte do Quartel de S. Francisco. Parou nos poços, onde perdeu cerca de 3 minutos para receber beneficiações e reentrou depois na pista , com apenas uma volta de avanço sobre o «Ferrari».
Entretanto, o «Ferrari» n.º 16 sofreu por sua vez um acidente talvez mais grave ainda que o do «Mercedes», o que levou a perder mais de 5 minutos nos poços. Dum embate contra umas árvores, próximo do Quartel de S. Francisco, resultou grande estrago de carroçaria. A porta do lado esquerdo teve de ser arrancada. Lopes da Costa não desanimou e voltou à pista tão depressa os mecânicos o largaram. Na pista entrou em 6.º lugar mas ainda conseguiu atingir a 2.ª posição.
Apenas 12 carros completaram as 60 voltas, número mínimo de voltas que cada carro tinha de fazer para se classificar na prova.
O «Femcar» n.º 5, embora tivesse perdido uns preciosos minutos nos poços, continuou na prova, assim como o n.º 21, «Austin-Healey M» de Ritchie, que embora com o motor avariado, não abandonou a prova.
Lopes do Costa, sem esperanças já de apanhar o carro de Steane, ainda no comando ultrapassa entretanto na 69.ª volta, o seu compatriota Macedo Pinto, n.º 11 e vai colocar-se em 2.º lugar.
A Grande corrida termina com 77.ª voltas feita pelo «Mercedes 190 SL» conduzido Douglas Steane, sargento do Exército britânico e o 2.º classificado na prova do ano passado.
A Classificação final foi a seguinte

NOTA MUITO ESPECIAL:
O que mais entusiasmou o público neste Grande Prémio foi a condução do americano George Baker no seu «Ford Thunderbird» (n.º 2) que tendo partido da grelha da 3.ª fila manteve-se após partida o 7.º lugar, sempre com uma calma admirável e grande perícia fazendo autênticas acrobacias como o seu carro que já era de mudanças automáticas. Ao mesmo tempo, durante a prova, teve tempo de comer sanduíches, beber café e ouvir o relato da corrida transmitida pela emissora «Vila Verde», num aparelho portátil colocado sobre os joelhos. Era com este desportivismo, autêntico amadorismo e também humorismo que os primeiros grandes prémios decorriam para gáudio do público presente.
(1) Retirado de «MBI» IV-79, 1956
(2) Anteriores referências ao III Grande Prémio de Macau
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/iii-grande-premio-de-macau/

Outro artigo publicado no Boletim Geral das Colónias de 1950, (1) referente à acção da Repartição de Obras Públicas no ano de 1949, com inclusão de três imagens.

A nova Avenida Ouvidor Arriaga
Outro aspecto da Avenida Ouvidor Arriaga
O novo troço da Rua da Praia Grande

(1) Disponível na net
http://memoria-africa.ua.pt/Library/BGC.aspx

A data «28 de Maio» – 30.º Aniversário da Revolução Nacional,  foi assinalada em Macau com as seguintes comemorações:
1.º – Às 8.00 horas – Hastear da bandeira Nacional nos edifícios das Repartições Públicas, Quartéis e Fortalezas.
2.º – Às 9.00 horas – “Te-Deum” de acção de graças pela paz e benefícios concedidos pela providência à Nação Portuguesa, celebrado pelo Bispo da Diocese, D. Policarpo da Costa Vaz, na Sé Catedral.
3.º – Às 10.00 horas – Parada Militar com desfile das forças diante da tribuna colocada em frente do palácio do Governo da Praia Grande, no qual tomaram parte contingentes das forças do Exército, da Polícia de Segurança, da Polícia Marítima e Fiscal, do Corpo de Bombeiros Municipais, sendo a guarda de honra o Governador prestada pela Milícia da Mocidade Portuguesa.

MBI III-68 31MAI56 COMEMORAÇÕES DE 28 DE MAIO (I)O Governador Almirante Marques Esparteiro passando revista à guarda de honra constituída por um grupo de castelos da Mocidade Portuguesa, com terno de clarins, banda e bandeira.

MBI III-68 31MAI56 COMEMORAÇÕES DE 28 DE MAIO (II)Às 10.00 precisas, o Comandante das Forças em Parada, major Mário Barata da Cruz dirigindo-se à tribuna pediu licença ao Governador para começar o desfile. Este foi   constituído apenas por forças apeadas que incluíram unidades europeias e indígenas em formatura de três, com banda de corneteiros e bandeira da guarnição da Província, um pelotão da Polícia Marítima e Fiscal, uma Companhia da Polícia de Segurança Pública e um pelotão do Corpo de Bombeiros Municipais. Desfilou por último a guarda de honra e a banda da P.S.P. que, diante da tribuna, tocara durante o desfile.
4.º – Às 10.45 horas – Lançamento da primeira pedra do novo edifício destinado ao Liceu Nacional Infante D. Henrique.

MBI III-68 31MAI56 COMEMORAÇÕES DE 28 DE MAIO (III)Lançamento da primeira pedra do novo Liceu de Macau

Na presença do Governador e principais autoridades civis, militares e eclesiástica foi colocada, cerca das 11.00 horas, a primeira pedra do novo edifício destinado ao Liceu Nacional Infante D. Henrique. assinalando o acto, discursou o Engenheiro José dos Santos Baptista, Chefe de Repartição Provincial dos Serviços de Obras Públicas.
O terreno para o novo Licei  ficava situado nos aterros da Praia Grande e compreendia os talhões limitados pela Rotunda Ferreira do Amaral, Avenida Dr. Oliveira Salazar (hoje Avenida Mário Soares) Avenida D. João IV e Avenida Infante D. Henrique . O talhão que confinava com a Rotunda Ferreira do Amaral foi destinado ao edifício (área coberta de 2 465.16 metros quadrados) e o outro , a campo de jogos dos alunos (uma superfície de 4 950.00 metros quadrados).
5.º – Às 11.45 horas – Inauguração de diversos melhoramentos públicos na Ilha da Taipa
6.º – Às 16.45 – Sessão solene promovida pela União Nacional no Salão Nobre do Leal Senado. Usou da palavra o Governador, o Dr. Henrique de Sena Fernandes e o Presidente da Comissão Provincial da União Nacional.
7.º – Às 18.15 – Final do Torneio Relâmpago Escolar no Campo Desportivo «28 de Maio», promovido pela Associação de Futebol de Macau com a colaboração da Mocidade Portuguesa.
8.º – Das 21- às 24.00 horas – Iluminação de gala nos edifícios públicos e quartéis que o puderam fazer.

MOSAICO II-9 MAI1951 Ponte n.º 16 IAspecto exterior da nova Ponte n.º 16
Inaugurada em 1951 mas na sua fachada está inscrita a data de 1948 (1)

No dia 7 de Abril de 1951, inaugurou-se a ampla Ponte-cais  n.º 16, sólida construção, em cimento armado, de linhas modernas e singelas, situada mesmo à entrada da Avenida Almeida Ribeiro, a principal artéria da cidade.

MOSAICO II-9 MAI1951 Ponte n.º 16 IIO Governador Comandante Albano Rodrigues de Oliveira efectuando o corte simbólico da fita inaugural
MOSAICO II-9 MAI1951 Ponte n.º 16 IIIUm aspecto da assistência no acto inaugural

A Ponte-cais n.º 16 foi expressamente construída para servir o luxuoso barco Tai Loi (2) da carreira Macau-Hong Kong
Tanto a Ponte n.º 16 como o barco Tai Loi são dois novos empreendimentos que se devem à Companhia de Navegação Tak Kee” (3)
MOSAICO II-9 MAI1951 Ponte n.º 16 IVAté princípios da década de 60 (século XX) a maioria dos barcos de carreira de passageiros (bem como os de carga) atracavam no Porto Interior. Depois de 1962, com a concessão do jogo à S. T. D. M. e a introdução da carreira de passageiros por hydrofoil, uma nova ponte-cais seria construída na Avenida marginal Dr. Oliveira Salazar (hoje Avenida da Amizade). Com o declínio e fecho da carreira Macau-Hong  Kong com os navios de passageiros tradicionais, no Porto Interior manteve-se somente o tráfego para os barcos de carga.

Fotos e referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/12/09/noticia-de-9-de-dezembro-de-1964-fotos-do-porto-exterior/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ponte-cais/

Hotel Sofitel Macau at Ponte 16 IFoto de 2007, retirada (com a devida vénia) de um blogue (inactivo desde 2009)
http://existiremmacau.blogspot.pt/2007/04/ponte-n16.html

(1) Posteriormente, pintaram a fachada de amarelo e depois de cor-de-rosa, retirando a data e os caracteres chineses, mantendo-se somente a inscrição “PONTE N.º 16“. Em 2007, mantendo o edifício na frente, construíram o complexo de 20 andares  com hotel/resort  de 5 estrelas da cadeia “Sofitel, 408 quartos, lojas, restaurantes, bares, piscinas, centro de saúde e de lazer, sala de reuniões multi-usos, museu 3D e claro, um casino – Hotel Sofitel Macau at Ponte 16″  澳門十六浦索菲特大酒店-  inaugurado em 2008 ( Rua das Lorchas e Rua do Visconde Paco de Arcos, entre Pontes 12A a 20).

Hotel Sofitel Macau at Ponte 16 IIhttp://www.agoda.com/pt-pt/sofitel-macau-at-ponte-16-hotel/hotel/macau-mo.html

(2) “Tai Loy” , o primeiro barco com casco de aço  construído em Hong Kong depois da 2.ª Guerra Mundial.
Ver anterior referência a este navio em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/ponte-cais-n-o-16/
(3) Reportagem e fotos de «MOSAICO, 1951.»

Em honra do Senhor Ministro do Ultramar, Comandante Sarmento Rodrigues, na sua visita a Macau em Junho de 1952, realizou-se no dia 20 de Junho um grandioso desfile militar, na qual participaram todas as forças de terra e mar que desfilaram perante a tribuna de honra (colocada à frente do Palácio do Governo), com grande variedade de viaturas, material pesado e outros engenhos bélicos. (1)
À esquerda da tribuna ministerial estava formada a guarda de honra, uma companhia do Batalhão de Caçadores n.º 1, sob o comando do capitão Marques de Carvalho e a banda de música da Polícia de Segurança Pública.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IÀ chegada do Ministro do Ultramar, a um toque de clarim, a guarda de honra apresentou armas e a banda musical tocou “A Portuguesa”.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IIO Comandante Sarmento Rodrigues acompanhado pelo Comandante Militar , tenente-coronel António Cyrne Pacheco.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 III                                              … passou revista à guarda de honra.
Às 9,30 horas começou o desfile.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IVA um toque de clarim começou a marcha pela Rua da Praia Grande, abrindo com dois castelos da Mocidade Portuguesa com os respectivos estandartes.
Seguia depois um carro militar com o comandante das forças em parada, que parrou em frente à tribuna.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 XIO comandante das forças em parada, o tenente-coronel de artilharia, Acácio V. Neves e Castro e adjunto tenente-miliciano de artilharia, Francisco F. Novo, prestaram a continência pedindo autorização para o desfile, após o que se colocaram à esquerda da Tribuna Ministerial juntamente com o ordenança, clarim e estafeta.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 XIIDesfilou então a parte apeada com uma companhia da Marinha de Guerra com bandeira, sob o comando do 2.º tenente Caldeira Saraiva.
Depois vinha a Banda de Corneteiros composta por pessoal indígena dos batalhões de Caçadores 1 e 2. Seguidamente a Bandeira Militar tendo como porta-bandeira o tenente de artilharia Álvaro Manuel V. Cepeda e a respectiva escolta constituída por um sargento, um furriel e um 1.º cabo; um Batalhão de Caçadores sob o comando do major de infantaria, Mário dos Santos Anino, tendo como adjunto um capitão, um sargento (como porta-guião do batalhão) e uma ordenança. Depois, a 1.ª Companhia de Atiradores sob o comando do capitão Carlos Eduardo Campelo de Andrade Bandeira de Lima; a 2.ª Companhia de Atiradores a quatro pelotões, sob o comando do capitão de infantaria, Pedro de Barcelos; a 3.ª Companhia de Atiradores, a quatro pelotões, sob o comando do capitão de infantaria, Miguel Ângelo Cambraia Duarte e a 4.ª Companhia de Atiradores a quatro pelotões, sob o comando do capitão de infantaria Carlos da Costa Campos de Oliveira.
Seguiu-se a Polícia Marítima, a um pelotão sob o comando do chefe Joaquim Baptista e a Polícia de Segurança Pública, a uma companhia a três pelotões , com bandeira sob o comando do tenente José da Conceição Miguel.
Seguiu-se depois a parte motorizada.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 VIIUma coluna sob o comando do capitão de infantaria, Mário Gustavo de Araújo Barata da Cruz, tendo como adjunto um capitão de infantaria com ordenança-estafeta; Companhia Anti-Carro, do Batalhão de Caçadores sob o comando do capitão de infantaria João Melo de Oliveira, um corneteiro e um estafeta;
DESFILE MILITAR 20JUN1952 VIII1.º Pelotão Anti-Carro a quatro secções, sob o comando do tenente miliciano de infantaria Carlos Fernandes Camacho, o 2.º pelotão Anti-Carro, a quatro secções, sob o comando do alferes miliciano de infantaria, José F. Lino.
Seguia-se o Agrupamento de Baterias de Artilharia, sob o comando do capitão de artilharia Eduardo Afonso S. Salaviza, com um 1.º sargento, porta guião e um estafeta-moto;
Bateria de Artilharia Ligeira 8,8 n.º 1, sob o comando do capitão de artilharia Adriano Vítor Hugo Landercet Cadima, a duas divisões e quatro secções;
Bateria de Artilharia Ligeira 8,8 n.º 2, sob o comando do tenente de artilharia, Joaquim Humberto da Silva Porto Oneto, a duas divisões e quatro secções;
Bateria de Artilharia Anti-Aérea de 4 cm, sob o comando do tenente de artilharia, Domingos Sebastião Gama de Câmara Stone, a duas divisões e quatro sessões.
Bateria de Artilharia Anti-Aérea de 7,5 cm, sob o comando do capitão de artilharia, Maurício Martins Lopes, a duas divisões e quatro secções.
DESFILE MILITAR 20JUN1952 IXDesfilou a seguir o Esquadrão Motorizado sob o comando do capitão de cavalaria, José Carlos Sirgado Maia, com um 1.º sargento porta-guião, clarim e estafeta-miliciano.
Depois, o Pelotão de Auto-Metralhadoras, sob o comando do alferes miliciano de cavalaria, Mário António de P. Valente;
DESFILE MILITAR 20JUN1952 XIIIo Pelotão de Metralhadoras-Auto (Brens), sob o comando do alferes miliciano de cavalaria, Rui Ferreira, pelotão auto T. T., sob o comando do alferes miliciano de cavalaria, Jácome Saavedra de O. Bruges;
Desfilou depois a Companhia de Engenharia, sob o comando do capitão de engenharia, Henrique Pedro Daniel e Aranda, com um 1.º sargento porta-guião, clarim e um estafeta -moto; Pelotão de Sapadores sob o comando do tenente de engenharia Manuel Mesquita Borges e um Pelotão de Transmissões, sob o comando do alferes miliciano de engenharia, Fernando José Brochado de Miranda;
Um pelotão de Motociclistas da Polícia de Segurança Pública e seis “jeeps”, sob o comando do tenente Francisco Maria Candeias, e uma Companhia de Bombeiros Municipais sob o comando de chefe Manuel Dimas Pina, fecharam a parada.
Dirigiu a parada o capitão Alberty Correia, subchefe do Estado Maior.
(1) Segundo testemunhos dos militares radicados em Macau, terá sido o maior desfile militar até então e nunca mais repetido nessa grandeza, quer em termos humanos quer em meios utilizados. As tropas tinham a testa da formação, junto do antigo Palácio das Repartições (depois Tribunal); as forças motorizadas e corporações militarizadas estendiam-se até ao Porto Exterior, ao longo da Avenida então chamada Dr. Oliveira Salazar.
Informações de BARROTE, David (coordenação) – A Visita do Ministro do Ultramar a Macau em Junho de 1952. Editado pela Repartição Central dos Serviços Económicos, Secção de Propaganda, 328 p.
Referências anteriores ao comandante Sarmento Rodrigues e à sua visita a Macau em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-m-sarmento-rodrigues/

Foi determinado em acta do Leal Senado de 11 de Maio de 1940, a inauguração de algumas vias públicas nesse ano, atribuindo-lhes o nome de figuras históricas dentro do programa das comemorações do Duplo Centenário da Independência e da Restauração (oitavo centenário da Independência e terceiro centenário da restauração de Portugal),
Era Governador do território, o Capitão de Fragata Gabriel Maurício Teixeira.

Inauguração Av. Afonso Henriques Inauguração da Avenida de D. Afonso Henriques

 A Avenida de D. Afonso Henriques, começa na Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho, em frente da Avenida do Infante D. Henrique e termina perto do Reservatório.
Foi inaugurada a 4 de Junho de 1940.
Afonso Henriques filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, foi o 1.º rei de Portugal (1128-1185).

Inauguração Av. Lopo Sarmento de Carvalho Inauguração da Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho

 Começa entre a Rua da Praia Grande, e a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, em frente da Estrada de S. Francisco, e termina na Avenida da Amizade. Foi inaugurada a 25 de Junho de 1940.
Lopo Sarmento de Carvalho, natural de Bragança, estabeleceu-se em Macau, em 1615, casando com Maria Cerqueira, natural de Macau (falecida a 26 de Outubro de 1639, sepultada em S. Paulo, na capela de Jesus).
Foi o último Capitão-Mor da viagem de Japão no governo de Macau (1617/18 e 1621/22), pois a 7 de Julho de 1623, o primeiro Governador e capitão-geral, D. Francisco de Mascarenhas, tomava posse.
Obteve grandes lucros da viagem ao Japão, em 1617, de maneira que em 1920 comprou três viagens de Japão. Das três viagens que comprou só pode realizar uma em 1621(com 6 galeotas e de lá trouxe muita seda, de que auferiu grande lucro). Foi o herói da vitória contra os holandeses em 24 de Junho de 1622 (1).
Um filho seu, Inácio (Macau 1616 – Goa 1676) foi capitão-geral da Armada e da Costa do Norte, governador e capitão-geral de Diu e capitão-geral de Moçambique, e tem perpetuado, em Macau, o seu o nome: Travessa de Inácio Sarmento de Carvalho.

 Inauguração Av. D. João IV (II)Inauguração da Avenida de D. João IV

A Avenida de D. João IV começa na Rua da Praia Grande, em frente do Jardim de S. Francisco e termina na Avenida da Amizade (nessa altura, Dr. Oliveira Salazar). Foi inaugurada a 1 de Dezembro de 1940.
D João IV (1604-1656), 8.º duque de Bragança, foi coroado a 15 de Dezembro de 1640, após o golpe do 1.º de Dezembro, Rei de Portugal (1640-1656)

Inauguração Av. D. João IV (I)Inauguração da Avenida de D. João IV (outro aspecto)

 Fotos do Anuário de Macau, 1940-1941 e informações de TEIXEIRA, P.. Manuel – Toponímia de Macau, Volume II.
(1) Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-da-vitoria/

FILATELIA -LXXV Aniversário LNIDH 1969

Em 1969, esta data foi dia de lançamento do envelope (16,5 cm x 10,5cm) e carimbo comemorativos do 75.º Aniversário do Liceu Nacional Infante D. Henrique /Exposição Biográfica, Bibliográfica e Filatélica.

Os selos de 10 avos (tambor 1548) e 15 avos (soldado com montante 1548) são de uma colecção anterior a esta data: Uniformes Militares do Exército (8 selos com motivos uniformes utilizados pelo exército português em missão de serviço em Macau, nos anos de 1548 a 1904), emitidos em 1966 (Portaria 22141 de 31 de Julho).

Nesse ano de 1969, em que se celebrava o Jubileu de Diamante do Liceu (1), além da cerimónia oficial, realizaram-se várias actividades ao longo do ano nomeadamente as exposições biográfica, bibliográfica e filatélica.

O Liceu Nacional de Macau aprovado pelo Governo da metrópole a 30 de Junho de 1893, foi inaugurado com 31 alunos (30 alunos, segundo o mesmo autor na reedição do livro, em 1986) (2) a 28 de Setembro de 1894 ficando instalado no convento de Sto. Agostinho, antigo quartel da extinta Guarda Policial, ficando reitor o Dr. José Gomes da Silva.

Nos dias 10 e 11 de Setembro, fizeram-se os exames de admissão ao liceu, a que concorreram os alunos de várias escolas de Macau.

Tomaram posse das respectivas cadeiras, em 16 do mesmo mês, os seguintes professores:

  • O bacharel Horácio Afonso da Silva Poiares
  • O engenheiro civil Mateus António de Lima,
  • O bacharel Camilo de Almeida Pessanha
  • O cónego Baltasar Estrócio Faleiro
  • O tesoureiro-geral João Albino Ribeiro Cabral
  • O imediato da Capitania do porto, capitão-de-fragata Wenceslau de José de Sousa Morais
  • O chefe do Serviço de Saúde, Dr. José Gomes da Silva
  • O director das Obras Públicas, major de engenharia Augusto César de Abreu Nunes. (2)

Certo dia ruiu o Convento, passando o liceu para um casarão entre a Praia Grande e o Leal Senado; dali passou para o hotel Bela Vista, depois para o edifício da Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, donde foi transferido para o edifício próprio construído no Porto Exterior (Liceu Nacional Infante D. Henrique) entre a antiga Avenida Dr. Oliveira Salazar e a de Infante D. Henrique (1) (demolido posteriormente, após construção do novo edifício, nos aterros do Z.A.P.E.) O novo complexo escolar, denominado Liceu de Macau,  foi inaugurado em 4 de Janeiro de 1986.

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Liceu Nacional Infante D. Henrique, Jubileu de Diamante (1894-1969). Macau, 1969, 291 p.
(2) TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau. Direcção dos Serviços de Educação, 1986, 377 p. +|10|

Na presença de Sua Ex.ª o Governador , de Sua Exma. Esposa e das principais autoridades  civis, militares e eclesiásticas da Província foi colocada, cerca das 11.00 horas, a primeira pedra do novo edifício destinado ao Liceu Nacional Infante D. Henrique. Assinalando o acto, o Sr. Engenheiro José dos Santos Baptista, Chefe da Repartição Provincial dos Serviços de Obras Públicas, Portos e Transportes, leu o seguinte auto:
«Auto da solenidade da colocação da pedra fundamental do edifício do Liceu Nacional Infante D. Henrique  que se vai erigir em comemoração do XXX Aniversário da Revolução Nacional.
Aso vinte e oito dias de Maio do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil novecentos e cinquenta e seis, nesta Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, na Ásia e nos terrenos do aterro da Praia Grande, sendo Governador o Contra-Almirante Joaquim Marques  Esparteiro e, na sua presença bem como do Prelado da Diocese, membros do Corpo Diplomático, Conselho de Governo , Chefes das Repartições do Estado  e funcionários civis e militares, se procedeu à cerimónia da colocação da pedra fundamental do edifício do Liceu Nacional Infante D. Henrique, que se há-de erigir como recordação do XXX Aniversário da Revolução Nacional, adentro do programa do Plano de Fomento…” (1)  
O terreno para o novo Liceu ficava situado nos aterros da Praia Grande e compreendia os talhões que eram limitados pela Rotunda Ferreira do Amaral, Avenida Dr. Oliveira Salazar (na altura, depois, Avenida Dr. Mário Soares), Avenida D. João IV e Avenida Infante D. Henrique. O talhão que confina com a Rotunda Ferreira do Amaral, foi destinado ao edifício e, o outro, a campo de jogos dos alunos. O edifício ocupará uma área coberta de 2.465, 16 metros quadrados, e o campo de jogos uma superfície de 4.950,00 metros quadrados.
O Edifício construído dentro da primeira  fase  do Plano do Fomento foi oficialmente inaugurado aos 2 dias de Outubro de 1958 (2)

Esta foto, do ano de 1954, da estátua de Jorge Álvares, “vê-se” os terrenos ao fundo (à esquerda) da antiga Avenida Dr. Oliveira Salazar onde se ergueria o Liceu Nacional Infante D. Henrique. (3)

Esta foto  publicada pela Agência Geral do Ultramar (4) em 1964, já se “vê”, no fundo à esquerda, o edifício construído.

(1) Notícia publicada no “Macau – Boletim Informativo“, 1956, n.º 68.
(2) TEIXEIRA, Padre Manuel. A Educação em Macau. Direcção dos Serviços de Educação e Cultura, Macau, 1982, 423 p. + |9|
(3) Ver anterior post: LICEU NACIONAL INFANTE D. HENRIQUE (I) – POSTAIS + POSTAIS
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-nacional-infante-d-henrique/
(4) MACAU. Agência Geral do Ultramar, 1964, 32 p., 17 cm x 12 cm
Ver anterior post: FOLHETO PROPAGANDA – MACAO UNE VILLE PORTUGAISE
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/04/17/folheto-propaganda-macao-une-ville-portugaise/