Mercado de rua
Avenida Almeida Ribeiro cruzamento com a Avenida da Praia Grande e
um bocado da Avenida do Infante D. Henrique
Porto Interior- Ponte Cais – Barco da Carreira Macau-Hong Kong
“As Danças do Leão e do Dragão impõem-se como as manifestações folclóricas mais típicas entre os chineses e as que mais intensamente fazem vibrar a alma deste povo. (…)
… Desde a sua fundação, a Sociedade de Construções e Fomento Predial organiza exibições deste género, por ocasião das festividades do ano Novo Lunar, a que assistem o Governador, esposa e muitas individualidades portuguesas e chinesas.
A primeira dança que se exibiu foi a do Leão… (…)
O Leão, na dança a que o submetem, ergue a cabeça altaneiro
e raivoso, num ritmo cansativo e ofegante, como se na
realidade o animal vivesse ali todo em corpo
e temperamento bravio
Seguiu-se, à primeira, uma outra dança, com dois leões, menos estilizados e, portanto mais próximos da realidade figurativa dos animais.
Anunciou-se, depois, a chegada do Dragão.
A convite dos organizadores, o Senhor Governador da Província pintou de vermelho os olhos furiosos do Dragão, antes de se dar início à Dança.
Como que picado duma ponta de fogo, o Dragão deixa-se atravessar por uma onda de movimentos que se estende a todo o comprimento do seu enorme corpanzil de muitos metros, num movimento espantoso de ziguezagues bem ritmados, sincronizado com o som vibrante dos pratos metálicos e o compasso soturno do «Bombo», que não pára, não se cansa, mas mais se excita à medida se tornam mais apressadas, mais convulsionadas… (…)
O dragão no cruzamento da Av. Infante D. Henrique com a Rua Dr. Pedro José Lobo à frente do antigo Teatro Nam Vam
O Dragão distende o seu descomunal arcaboiço com as rápidas evoluções que requerem espaço e muitos acrobatas para que o simbolismo seja todo expresso num movimento nervosos e candente.
Os executantes das danças tanto do leão como o do Dragão, são pessoas bem ginasticadas que fazem gala da sua preparação física praticando perante o público os mais caprichosos saltos com uma agilidade que espanta e arranca ovacionantes exclamações bem merecidas.”
Reportagem não assinada e fotos retirados do «Boletim de Informação e Turismo, 1973. »
Foi determinado em acta do Leal Senado de 11 de Maio de 1940, a inauguração de algumas vias públicas nesse ano, atribuindo-lhes o nome de figuras históricas dentro do programa das comemorações do Duplo Centenário da Independência e da Restauração (oitavo centenário da Independência e terceiro centenário da restauração de Portugal),
Era Governador do território, o Capitão de Fragata Gabriel Maurício Teixeira.
Inauguração da Avenida de D. Afonso Henriques
A Avenida de D. Afonso Henriques, começa na Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho, em frente da Avenida do Infante D. Henrique e termina perto do Reservatório.
Foi inaugurada a 4 de Junho de 1940.
Afonso Henriques filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa, foi o 1.º rei de Portugal (1128-1185).
Inauguração da Avenida de Lopo Sarmento de Carvalho
Começa entre a Rua da Praia Grande, e a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, em frente da Estrada de S. Francisco, e termina na Avenida da Amizade. Foi inaugurada a 25 de Junho de 1940.
Lopo Sarmento de Carvalho, natural de Bragança, estabeleceu-se em Macau, em 1615, casando com Maria Cerqueira, natural de Macau (falecida a 26 de Outubro de 1639, sepultada em S. Paulo, na capela de Jesus).
Foi o último Capitão-Mor da viagem de Japão no governo de Macau (1617/18 e 1621/22), pois a 7 de Julho de 1623, o primeiro Governador e capitão-geral, D. Francisco de Mascarenhas, tomava posse.
Obteve grandes lucros da viagem ao Japão, em 1617, de maneira que em 1920 comprou três viagens de Japão. Das três viagens que comprou só pode realizar uma em 1621(com 6 galeotas e de lá trouxe muita seda, de que auferiu grande lucro). Foi o herói da vitória contra os holandeses em 24 de Junho de 1622 (1).
Um filho seu, Inácio (Macau 1616 – Goa 1676) foi capitão-geral da Armada e da Costa do Norte, governador e capitão-geral de Diu e capitão-geral de Moçambique, e tem perpetuado, em Macau, o seu o nome: Travessa de Inácio Sarmento de Carvalho.
Inauguração da Avenida de D. João IV
A Avenida de D. João IV começa na Rua da Praia Grande, em frente do Jardim de S. Francisco e termina na Avenida da Amizade (nessa altura, Dr. Oliveira Salazar). Foi inaugurada a 1 de Dezembro de 1940.
D João IV (1604-1656), 8.º duque de Bragança, foi coroado a 15 de Dezembro de 1640, após o golpe do 1.º de Dezembro, Rei de Portugal (1640-1656)
Inauguração da Avenida de D. João IV (outro aspecto)
Fotos do Anuário de Macau, 1940-1941 e informações de TEIXEIRA, P.. Manuel – Toponímia de Macau, Volume II.
(1) Ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-da-vitoria/
Em 1969, esta data foi dia de lançamento do envelope (16,5 cm x 10,5cm) e carimbo comemorativos do 75.º Aniversário do Liceu Nacional Infante D. Henrique /Exposição Biográfica, Bibliográfica e Filatélica.
Os selos de 10 avos (tambor 1548) e 15 avos (soldado com montante 1548) são de uma colecção anterior a esta data: Uniformes Militares do Exército (8 selos com motivos uniformes utilizados pelo exército português em missão de serviço em Macau, nos anos de 1548 a 1904), emitidos em 1966 (Portaria 22141 de 31 de Julho).
Nesse ano de 1969, em que se celebrava o Jubileu de Diamante do Liceu (1), além da cerimónia oficial, realizaram-se várias actividades ao longo do ano nomeadamente as exposições biográfica, bibliográfica e filatélica.
O Liceu Nacional de Macau aprovado pelo Governo da metrópole a 30 de Junho de 1893, foi inaugurado com 31 alunos (30 alunos, segundo o mesmo autor na reedição do livro, em 1986) (2) a 28 de Setembro de 1894 ficando instalado no convento de Sto. Agostinho, antigo quartel da extinta Guarda Policial, ficando reitor o Dr. José Gomes da Silva.
Nos dias 10 e 11 de Setembro, fizeram-se os exames de admissão ao liceu, a que concorreram os alunos de várias escolas de Macau.
Tomaram posse das respectivas cadeiras, em 16 do mesmo mês, os seguintes professores:
- O bacharel Horácio Afonso da Silva Poiares
- O engenheiro civil Mateus António de Lima,
- O bacharel Camilo de Almeida Pessanha
- O cónego Baltasar Estrócio Faleiro
- O tesoureiro-geral João Albino Ribeiro Cabral
- O imediato da Capitania do porto, capitão-de-fragata Wenceslau de José de Sousa Morais
- O chefe do Serviço de Saúde, Dr. José Gomes da Silva
- O director das Obras Públicas, major de engenharia Augusto César de Abreu Nunes. (2)
Certo dia ruiu o Convento, passando o liceu para um casarão entre a Praia Grande e o Leal Senado; dali passou para o hotel Bela Vista, depois para o edifício da Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, donde foi transferido para o edifício próprio construído no Porto Exterior (Liceu Nacional Infante D. Henrique) entre a antiga Avenida Dr. Oliveira Salazar e a de Infante D. Henrique (1) (demolido posteriormente, após construção do novo edifício, nos aterros do Z.A.P.E.) O novo complexo escolar, denominado Liceu de Macau, foi inaugurado em 4 de Janeiro de 1986.
(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Liceu Nacional Infante D. Henrique, Jubileu de Diamante (1894-1969). Macau, 1969, 291 p.
(2) TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau. Direcção dos Serviços de Educação, 1986, 377 p. +|10|
Avenida Almeida Ribeiro, em Macau
“Começa na Rua da Praia Grande, em frente da Avenida Infante D. Henrique e termina na Rua do Visconde de Paço de Arcos, em frente da ponte cais n.º 16. Esta avenida foi rasgada em 1915 pelo Eng. Director das Obras Públicas, António Pinto de Miranda Guedes. Porque tem esse nome? Pura e simplesmente porque esse homem quando ministro das colónias (1913-1914) sancionou a verba para a expropriação das casas para a abertura da avenida.” (1)
Os chineses chamam à Avenida, San Má Lou (新馬路) e por vezes, Tai Má Lou (大馬路) (2)
Moderno Hotel «Grand» em Macau
O hotel «Grand» ou Grande Hotel, mais conhecido por Hotel Kuok Chai. Ver referências em anterior “post”:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hotel-kuok-chai-grande-hotel/
“Baía da Praia Grande, em Macau”
“A Praia, ao norte, terminava no Forte de S. Francisco. Com a construção do porto, fizeram-se grandes aterros, que engoliram o pedaço de mar desde o sopé das colinas de S. Januário e da Guia e de D. Maria até à marginal do Porto; e desde o Clube Militar e do Jardim de S. Francisco até à Esplanada em frente do Liceu (nesta foto ainda não existente). A única coisa que nos resta são as árvores seculares do Jardim de S. Francisco, que, com as da Praia Grande (as centenárias árvores do pagode – «banyan trees») continuam a agitar os seus braços possantes e a murmurar entre si os seus segredos e a afagar-nos coma sua sombra maternal.” (3)
Fotogravuras do livro de
GONÇALVES, Manuel Henriques – Roteiro do Ultramar. Lisboa, 1958, 131 p.
(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume II. ICM, 1997, 560 p
(2) 新馬路 – mandarim pinyin: xin ma lù; cantonense jyutping: san1 maa5 lou6) tradução literal – avenida/rua nova para cavalos.
大馬路 – mandarim pinyin: dà ma lù; cantonense jyutping: daai6 maa5 lou6) – tradução literal- grande avenida para cavalos.
(3) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I. ICM, 1997, 667 p.
Integrada nas comemorações do 40.º aniversário da Revolução Nacional, foi neste dia, realizada pelo Governador, coronel António Adriano Faria Lopes dos Santos, a inauguração do novo estabelecimento da Escola Comercial «Pedro Nolasco», situado na Avenida Infante D. Henrique, uma velha aspiração da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, entidade que teve a seu cargo este estabelecimento, mantendo-o em funcionamento mais de um século, sem encargos nenhuns para os estudantes que o frequentavam.
O Governador da Província no momento em que cortava a fita simbólica da inauguração do novo edifício da Escola Comercial «Pedro Nolasco».
O novo espaço é um edifício airoso, arejado, espaçoso a contrastar com o acanhamento do velho edifício (1) que não tinha espaço suficiente para comportar os 480 alunos que o frequentavam.
Entrada do novo edifício, no dia da inauguração
O Dr. Henrique Nolasco da Silva, Presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, pronunciando o seu discurso no dia da inauguração. Na foto, à esquerda, o director da Escola Comercial nesse ano lectivo, o Dr. Henrique de Sena Fernandes
Uma formação de alunas, no dia da inauguração
Informação e fotos de “Macau Comemorações do 40.º Aniversário da Revolução Nacional”. Centro de Informação e Turismo, 1967, 292 p.
NOTA: a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses cedeu o edifício da Escola Comercial «Pedro Nolasco», actualmente extinta, para a instalação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) em 1998.
(1) Ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/01/08/noticia-de-8-de-janeiro-de-1954-festa-escolar-escola-comercial-pedro-nolasco/
Saco de compras de plástico de cor castanha com letras em castanho mais acentuado, em português e chinês.
Dos dois lados a mesma impressão:
China Arts Co
MACAU
38, AVE DO INFANTE D. HENRIQUE
TEL: 82262
e a tradução em chinês.
Possuo dois exemplares com a mesma impressão mas de tamanhos desiguais: um de 45 cm x 28 cm e outro de 35, 5 cm x 24 cm
Foto encontrada num álbum. Não tenho informações sobre esta foto (década de 50)
Talvez um encontro ou um torneio de futebol de sete (bolinha) com participação da equipa militar. O campo era de terra batida e por detrás da formação, chineses a fazer ginástica ou numa exibição de uma classe de ginástica, o que leva a pensar, tratar-se do Campo dos Operários (o campo situava-se entre a Avenida de Lisboa e a Avenida do Infante Dom Henrique ao lado da actual Escola Portuguesa de Macau) que ficava nas traseiras do antigo Liceu Nacional Infante D. Henrique, terreno esse onde está hoje o Hotel Grand Lisboa.