António Patrício (Porto 1878-Macau 1930), escritor, poeta, dramaturgo, contista, médico, matemático e diplomata, faleceu em Macau, a 4 de Junho de 1930, no Palacete de Santa Sancha, vítima de uma síncope cardíaca. (1)
Apresento um recorte da revista “PRINCÍPIO” n.º 3, 25 de Junho de 1930 (2)
A propósito da morte, António Patrício escreveu este poema “O que é viver?” em 25 de Março de 1899, que foi publicado na Revista Nova (3)
(1) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-patricio/
Sobre a vida e a obra de António Patrício recomendo do blogue “O Leme” artigo de Jorge Carvalho Dias
http://www.leme.pt/biografias/p/patricio/
(2) Princípio – Publicação de cultura e política, somente impressos 4 números de 15 de Maio a 25 de Julho de 1930; editor: Renascença Portuguesa; dir. publ: Álvaro Ribeiro (1905-1981); Maia Pinto, dir. publ.;, Adolfo Casais Monteiro (1908-1972), dir. publ.
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/Principio/Principio.htm
(3) Revista Nova N.º V, Lisboa , 15 de julho de 1901, p. 142.
Publicou-se em Lisboa entre Abril de 1901 e Janeiro de 1902, num total de 8 edições – editor: Ilídio Analide da Costa.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Nova_(1901)
António Patrício, escritor e diplomata, faleceu em Macau, a 4 de Junho de 1930.(1)
Não teve tempo de escrever a poesia
Que poderia começar: Em Macau, um Estio…
Estava aqui havia um dia.
Era-lhe tudo, ainda, uma mancha, um vazio.
Talvez quisesse ver, sentir, mais do que a mancha
(Em seda baça, ténues tons esquivos),
Porém, o coração, em Santa Sancha,
Fechou-lhe, pra Macau, os olhos sensitivos.
Cantor do mar e da morte
Que os seus versos souberam envolver, respirar,
Teve a suprema sorte
De achar a morte frente ao mar.
António Manuel Couto Viana (2)
(1) Sobre António Patrício, ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/04/noticia-de-4-de-junho-de-1930-falecimento-de-antonio-patricio/
(2) Retirado do blogue:
http://www.jornaldepoesia.jor.br/couto08.html
Referências anteriores do poeta António M. Couto Viana em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-couto-viana/
Recorda-se hoje, nesta dia de 1930, o falecimento em Macau do escritor, poeta, dramaturgo, contista, médico, matemático, diplomata, António Patrício.(1)
António Patrício, formado em medicina em 1908 (Escola Médica do Porto) ingressou em 1911 na carreira diplomática (por sugestão de Guerra Junqueiro) tendo desempenhado entre outros cargos diplomáticos, cônsul em Cantão (廣州; Guǎngzhōu). Em 1930 foi nomeado Ministro Plenipotenciário de Portugal na China e tinha chegado a Macau no dia 3 de Junho, de passagem a caminho de Pequim (北京, Beijing), afim de assumir o seu cargo na Legação Portuguesa quando foi vítima de uma “síncope cardíaca” no Palacete de Santa Sancha (2) onde se hospedara.
Os jornais da época atribuíram ao forte calor que nesse mês de Junho, Macau se encontrava, para a má disposição do diplomata que já depois de ter sido observado pelo médico após uma síncope “passageira”, um novo ataque “fulminante”, o mataria.
O enterro realizou-se no dia seguinte, 5 de Junho, pelas 18 horas tendo o caixão de chumbo sido colocado no cemitério municipal, onde aguardaria lugar no vapor para Lisboa.
“Segundo o «Jornal de Macau», o funeral terá sido um autêntico acontecimento que alterou o sossego de uma cidade pacata no princípio da década de trinta. Na frente seguiam as cruzes das três freguesias de Macau e, formando alas, os colégios dos revdos Salesianos, Seminário de S. José, madres Canossianas e Asiladas, Contingentes do Exército de Terra, da Marinha, Polícia Civil e Marítima e Corpo de Salvação Pública. Ladeado de muitas coroas de flores seguia o féretro coberto com a bandeira nacional e, após o estandarte do Leal Senado, o Governador da colónia, director dos Serviços de Administração Civil, Bispo de Macau, Conselho de Governo e Corpo Consular, Magistratura, Leal Senado da Câmara, funcionalismo civil, militar e eclesiástico, banda municipal e povo” (3)
NOTA: recentemente, em Fevereiro de 2013, foi lançado uma nova edição (edição e posfácio de David João Neves Antunes), pela Assírio &Alvim, 157 p. (Colecção Obras de António Patrício / n.º 2), do primeiro livro de contos de António Patrício “Serão Inquieto“.
“Serão Inquieto” foi o livro de estreia, em 1910, na prosa (o único livro de contos) e terá recebido boas críticas na época de lançamento (incluindo o de Fernando Pessoa). Esta edição inclui ainda alguns aforismos de «Words” que estava integrada na 2.ª edição.
(1) António Patrício (Porto,1878 – Macau de 1930) é um dos nomes cimeiros do simbolismo português. Poeta, dramaturgo, escritor e contista, é no entanto um autor de uma obra muita curta já que deixou muitos livros e projectos inacabados.
(2) Sobre o Palacete de Santa Sancha, ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/palacete-de-santa-sancha/
(3) Informações recolhidas dum artigo, não assinado no “NAM VAN“, n.º 19, 1985, p. 25.