Faleceu no dia 1 de Julho de 2019 aos 74 anos de idade, o historiador António Manuel Hespanha (1) que publicou o seu ultimo livro em Fevereiro deste ano, “Filhos da Terra Identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa” (2) com abordagem no capítulo III (As «províncias» do império sombra) a “Macau” (pp. 195-204)
O Professor Doutor António Manuel Botelho Hespanha, foi coordenador científico da área de ciências jurídico-históricas e filosóficas do Curso de Direito e da Faculdade de Direito da Universidade de Macau. Manteve estreita cooperação com a Faculdade de Direito da Universidade de Macau, entre 1990 e 2000, tendo desenvolvido actividades lectivas e de investigação de relevo, dando também especial atenção aos temas da formação jurídica.
Publicou, entre várias obras e artigos de relevo, com especial interesse para Macau, designadamente, a obra «Panorama da História Institucional e Jurídica de Macau», edição da Fundação Macau, em 1995, traduzido para chinês e publicado numa edição da mesma Fundação Macau, e artigos, como «O Direito e a Justiça num Contexto de Pluralismo Cultural, Linhas de força da cultura chinesa contemporânea, e Direito e poder na cultura chinesa», na Revista Administração, e ainda a obra «Feelings of Justice in the Chinese Community of Macao, An Inquiry», pela Imprensa de Ciências Sociais, em 2003, em Lisboa, com base num inquérito junto da comunidade chinesa e apresentado em Macau em 2000, na Casa Garden.
https://www.gov.mo/pt/noticias/204912/
https://www.odireitoonline.com/faleceu-antonio-hespanha.html
Sinopse
A história da expansão portuguesa contada às avessas: não do ponto de vista da metrópole, mas sim do ponto de vista daqueles que partiram e se instalaram nas margens do império português.
António Hespanha, alcança neste livro um feito singular: conta uma história que todos conhecemos – a da expansão portuguesa – revelando-nos a perspetiva que até aqui largamente ignorada s. É a perspetiva de quem deixou o país para não voltar e dos descendentes que, ao longo dos séculos, formaram as comunidades de «portugueses» no Brasil, em África e no Oriente. E é também a perspetiva dos portugueses e seus descendentes que, nos territórios longínquos da expansão , se desviaram da rede do «Imperio formal» para integrarem as sociedades indígenas locais. Será que nessas comunidades – em África, na América, no Oriente – estes mestiços eram de facto portugueses? Carregariam consigo memórias, sentimentos, valores e traços culturais que se pudessem relacionar com Portugal? E em tais lugares remotos, fora do controlo da coroa, que visão tinham deles as populações nativas e os estrangeiros «concorrentes»?
MARCADOR – 14 cm x 6 cm
(1) Licenciado em Direito e Doutor em História Institucional e Política com a tese (publicado em livro, 1986) “As Vésperas do Leviathan”, sobre o sistema de poderes das monarquias tradicionais europeias. Professor catedrático jubilado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e investigador do instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutor honoris causa pelas Faculdades de Direito da Universidade de Lucerna (Suíça) e da Universidade Federal do Paraná (Brasil)
Autor de duas dezenas de livros e de mais de centena e meia de artigos científicos, sobretudo nas áreas da História, História do Direito e teoria do Direito.
(2) HESPANHA, António Manuel – Filhos da Terra. Identidades mestiças nos confins da expansão portuguesa. Lisboa, Tinta da China, 2019, 166 p. , 154 x 233 x 22 mm, ISBN 978-989-671-476-5.
Disponível para visualização, o lançamento do livro «Filhos da Terra», na FNAC do Chiado, no dia 25 de Fevereiro de 2019, com apresentação de Rosa Maria Perez e Francisco Belard.
https://www.youtube.com/watch?v=cVQuo5_mZnM
Aconselho leitura de “Observador” de 17 de Março de 2019 por José Carlos Fernandes https://observador.pt/especiais/filhos-da-terra-o-que-aconteceu-nas-margens-do-imperio-portugues/
Ler entrevista a César Avó a propósito do livro no “Diário de Notícias” de 21 de Fevereiro de 2019
“Dizia-se que os portugueses enfraqueceram no Oriente porque o sangue se abastardou”
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/16-fev-2019/interior/dizia-se-que-os-portugueses-enfraqueceram-no-oriente-porque-o-sangue-se-abastardou-10582575.html