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Reabriu no dia 10 de Março de 1982, o Arquivo Histórico de Macau, sob a direcção da Dra. Beatriz Basto das Silva, no edifício situado na Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, nº 91-93, após a cerimónia inaugural das novas instalações, presidida pelo Governador Almeida e Costa que salientou na ocasião o alcance cultural e a importância do Arquivo para a investigação do passado histórico do Território.

A assinalar a reabertura do Arquivo realizou-se uma exposição bibliográfico-documental, na qual estão patentes alguns dos exemplares raros da secção de livros de consulta reservada, entre os quais o «Nuovi Avisi dell´Indie de Portugalio» de 1580 – o seu mais antigo exemplar bibliográfico. (1) (2)

(1) Texto e fotos retirados de «Macau82 jornal do ano», GCS, 1982, p. 57-58.

(2) “Iniciada a sua formação há cerca de quatro anos, o Arquivo esteve instalado provisoriamente no edifício da na Biblioteca Sir Robert Ho Tung, onde a reorganização do seu património documental ficou sob a orientação, durante largos meses, do Padre António da Silva Rego. Constituída actualmente por sete fundos documentais. entre os quais os do Leal Senado e da Fazenda, que datam do século XVII – , a biblioteca do Arquivo inclui milhares de livros doados pela família do escritor Luís Gonzaga Gomes, entre os quais 600 obras chinesas (algumas raras) que permitem realizar um estudo comparativo da história de Macau. Por outro lado, o acervo do Arquivo integra ainda 150 mil documentos microfilmados provenientes de Hong Kong ou do Arquivo Histórico Ultramarino, em Portugal.” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 427.)

Encadernação de época de lombada em papel

Livro fundamental para quem quiser saber cronologicamente por dias, meses e ano, a história de Macau, de Luís Gonzaga Gomes editado em 1954, pelo “Notícias de Macau», o XII volume da «Colecção Notícias de Macau, embora , como afirma o autor, não seja precursor, em Macau, deste tipo de documentação histórica por datas, numa sequência lógica.
Livro composto e impresso nas oficinas do Jornal «NOTÍCIAS DE MACAU», Calçada do Tronco Velho, n.º 6-8, Macau- Oriente (1)

Luís Gonzaga Gomes na sua introdução, elabora uma pequena “história” deste tipo de trabalho, e justifica a publicação do presente livro.
“ O primeiro trabalho no género do que presentemente apresentamos foi efectuado por A. Marques Pereira e publicado, e em números sucessivos do Boletim do Governo da Província de Macau e Timor de 1867. No ano seguinte, este trabalho foi editado, em forma de livro, por José da Silva, com o seguinte título “Ephemerides Comemorativas da História de Macau e das Relações com os povos christãos,”, por A. Marques Pereira, (2) antigo secretário da Legação de Portugal na China, Procurador dos Negócios Sínicos d Cidade de Macau, Membro honorário da Real Sociedade Asiática (Inglesa), Cavalheiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição, etc.
Em 1922 apareceu no Anuário de Macau um trabalho idêntico, porém, mais simplificado mas quase todo baseado nas “Ephemerides” de A. Marques Pereira.
Em 1842 a revista «Religião e Pátria» reproduziu, na íntegra, o trabalho aparecido no Anuário de Macau. Em 1944, o semanário «União» publicou trabalho idêntico mas, infelizmente, com muitas gralhas tipográficas, na parte respeitante às datas, registando, todavia, vários acontecimentos não mencionados em trabalhos anteriormente publicados.
Com o aparecimento de inúmeras obras de investigação, sobre assuntos referentes à actuação dos portugueses no Extremo-Oriente, conscienciosamente feitas por Jordão de Freitas, Frazão de Vasconcelos, Armando Cortesão, Manuel Múrias, Albert Kammerer, Dr. José C. Soares, C. R. Boxer, J. M. Braga, Pe. M. Teixeira, Pe. A. Silva Rego e outros, bem como a publicação dos “Arquivos de Macau”, surgiu a possibilidade de se elaborar um novo trabalho deste género, só com factos referentes a Macau, que publicamos, em 1950, na revista «Mosaico».
Este trabalho, depois de refundido e muito acrescentado, volta agora a aparecer, pela necessidade que existe duma obra, onde os que se interessem pela história desta província ultramarina podem encontrar breve notícia daquilo que lhes exigira muito tempo perdido em busca e rebusca por bibliotecas, pois tudo quanto se tem publicado sobre Macau…”

(1) GOMES; Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau. Notícias de Macau, 1954, 267 p., 18 cm x 11,5 cm x 2 cm.
Anteriores referências a L. G. Gomes em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/luis-gonzaga-gomes/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joao-feliciano-marques-pereira/

O livro «Atlas Missionário Português», publicado em Lisboa, 1962, pela Junta de Investigação do Ultramar foi elaborado pela Missão para o Estudo da Missionologia Africana (1959-1962) do Centro de Estudos Políticos e Sociais

Em Português e francês
32,5 cm x 24 cm x 1,3 cm 175 p. + índice

A capa é de Vasco Braga Reis

No prefácio, António da Silva Rego (Chefe da Missão para o Estudo da Missionologia Africana) salienta que “ este Atlas Missionário Português destina-se a informar o publico sobre alguns aspectos particulares da problemática missionária portuguesa…(…) . Trata-se de um atlas de estudo, de fim específico. Visou-se a utilidade, não a munificência da edição.”
Profusamente ilustrado com mapas geográficos e demográficos desdobráveis, apresentando a distribuição dos agrupamentos étnicos, linguísticos e religiosos das regiões em que se estabeleceram missionários portugueses.
SUMÁRIO: Guiné (pp 13-34); S. Tomé e Príncipe (pp. 35-46); Angola (pp. 47-88); Moçambique (pp. 89-134); Estado Português da Índia (pp. 135-152); Macau (pp. 153-162) e Timor (pp. 163-175).

Realizou-se em Macau, no Hospital Conde de S. Januário de 6 a 11 de Setembro de 1981, o “SYMPOSIUM ON TRANSCULTURAL PSYCHIATRY”, uma extensão asiática do “The VIII World Congress of Social Psychiatry”, com o alto patrocínio do Governador de Macau.
A Comissão Organizadora era constituída por médicos de Lisboa (A. G. Ferreira, H. Rodrigues da Silva, J. M. Machado Nunes e J. M. Caldas de Almeida) e uma Comissão Local formada por José da Paz Santos, Deolinda Martins e Jorge Alberto Hagedorn Rangel.
A Sessão de Abertura realizou-se no Domingo, dia 6 de Setembro, no Leal Senado às 18 horas.
As Sessões Plenárias, workshops, comunicações livres e Sessão de Encerramento realizaram-se no Hospital Conde de S. Januário.
As línguas oficiais do Simpósio foram o Português e o Inglês, com tradução simultânea na sala principal.

CAPA (21 cm x 15 cm) + CONTRACAPA

Um dos workshops «O MACAENSE E A SUA IDENTIDADE; A sua cultura subjectiva» realizou-se no Museu Luís de Camões , em três sessões, nos dias 8, 10 e 11., tendo como presidente da mesa Nuno Afonso Ribeiro. Intervieram, Charles R Boxer (GB), Carlos Estorninho (P), J. M. Machado Nunes (P), António Conceição Jr (P) , Maria Cecília Magalhães (P) e Silva Rego (P).
Os participantes e acompanhantes ficaram instalados nos Hotéis Lisboa, Sintra e Metrópole.
O jantar de encerramento foi no dia 11 pelas 20.00 a convite do Governador de Macau.
Foram oferecidas aos Congressistas pelo Secretário-Adjunto do Governo de Macau para o Turismo, Ensino e Cultura uma medalha do simpósio na forma de uma «sapeca», moeda chinesa que durante muito tempo circulou em Macau. O seu valor fiduciário é de 1/10 do avo e tem a particularidade de ter um orifício central de forma quadrada.
Os Correios de Macau emitiram um envelope e 6 selos comemorativos deste simpósio, com os seguintes valores: 15 avos, 40 avos, 50 avos, 60 avos, 1 pataca e 2,20 patacas. A autoria do desenho é de António Conceição Jr.

O tema proposto – Simpósio de Psiquiatria Transcultural – foi abordado pelo Artista segundo a perspectiva religiosa, marcante como símbolo de duas culturas. Tendo escolhido um formato vertical, aproveitou a escultura de uma divindade budista em «papier machée», que foi tratada em conotação com o fundo. Assim, à imagem serena do Arhat associa-se a sombra de uma cruz que se projecta sobre a parte central da escultura e que se completa pelo fundo.” (retirado do Programa)
No primeiro dia de emissão, 6 de Setembro, foi também oposto em toda a correspondência um carimbo comemorativo, tenho para isso funcionado um posto de correios no “hall” de entrada do Hospital Conde de S. Januário.
O Programa Social além das visitas aos locais de interesse turístico (incluindo o Museu «Luís de Camões») e às Instituições Assistenciais de Macau, os acompanhantes dos participantes tiveram um almoço “Iam Chá” oferecido pela esposa do Director dos Serviços de Saúde (dia 8), um passeio à região de Zhonshan (oferta do Banco do Oriente) (dia 9) e assistência às corridas de cavalos no Hipódromo da Ilha da Taipa (dia 10).
Durante os dias do simpósio, esteve uma exposição de artesanato de Macau no Hospital Conde de S. Januário, e outra, exposição colectiva de arte gráfica portuguesa contemporânea (organizada pela Galeria 111 de Lisboa), no «Museu Luís de Camões» onde estavam representados Bartolomeu Cid, René Bertholo, Carlos Botelho, Manuel Cargaleiro, Lourdes Castro, Costa Pinheiro, David de Almeida, Eduardo Luís, Victor Fortes, José de Guimarães, Maluda, Jorge Martins, Menez, Nadir Afonso, Eduardo Nery, Nikias, Palolo, Pomar e Vieira da Silva.

BAFO CUMPRIDO – expressão maquista actualmente ainda usada entre os macaenses, pois é uma tradução literal duma expressão chinesa (cantonense) frequentemente usada em Macau.
Ch´eong Hei – 長氣
長 – mandarim pinyin: cháng; cantonense jyutping: coeng4 –  comprido, extenso
氣 – mandarim pinyin: qì ;cantonense jyutping: hei3 –  ar, vapor, gas.

A expressão usa-se adjectivamente, referida a alguém que fale muito, que mace os outros com a sua conversa interminável:

«Ui! ele bafo comprido, começa falá, nã acaba!

Ter bafo comprido será ter muito fôlego , falar muito sem se cansar.”
BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense. Coimbra, 1977.

Bafo cumprido  ou bafo di áde (1) diz-se da pessoa que fala muito, repetindo o assunto da conversa.

Bafo di ade sã bom
Pa quim têm vagar di más;
Más bom papiá pa onçôm,
Pa onçôm senti capaz

Falar muito é bom
P´ra quem tenha tempo de sobra
O melhor é falar de si para si
E sentir-se inteligente.”

FERREIRA, José dos Santos – Papiá Cristám di Macau, 1978

(1) Áde – pato
Termo também usado antigamente em Malaca: Adi – Adem, pato (REGO – Padre António da Silva – Dialecto português de Malaca. Agência Geral das Colónias,1942).

A 27 de Abril de 1929, foi criada a revista «Arquivos de Macau» cujo primeiro número saiu em Junho de 1929. (1)
A notícia oficial é transmitida pela Portaria n.º 268:
«Artigo 1.º – Como dependência do Boletim Oficial da Colónia, publicar-se há (sic) mensalmente, um folheto, com o formato que fôr julgado conveniente, que irá inserindo todos os documentos de interesse histórico que forem encontrados nos arquivos da colónia.
Artigo 2.º – Da direcção dessa publicação fica encarregado, em comissão gratuita, o professor do Liceu de Macau Dr. Telo de Azevedo Gomes»
A portaria é assinada nesta data pelo Governador interino João Pereira de Magalhães.

O primeiro número da 1.ª série, Vol. I da Revista Arquivos de Macau saiu a 1 de Junho de 1929.
Esta 1.ª Série consta de 3 Volumes: o primeiro com 7 números, de Junho a Dezembro; o segundo Volume com 6 números, de Janeiro a Junho de 1930; o terceiro Volume com 4 números (o 1.º de Julho de 1930, o 2.º de Agosto de 1930, o 3.º de Abril de 1931 e o 4.º de Julho de 1931.

Arquivos de Macau 2.ªsérie Vol I n.º 3 1941Exemplar da 2.ª série – Vol. I n.º 3 de Abril-Maio de 1941

Segue-se-lhe a 2.ª Série. O Volume I, já sob a responsabilidade e direcção do Cónego Morais Sarmento, tem dois preciosos índices e a série foi interrompida por «falta de papel» (2)

Arquivos de Macau 3.ªsérie Vol II n.º 4 1964Exemplar da 3.ª Série – Vol. II n.º 4 de Outubro de 1964

A 3.ª Série é assinada a 1 de Fevereiro de 1964 pelo Governador António Lopes dos Santos. A publicação Volume I sai nesse mês, como Director (em comissão gratuita), o bibliotecário da Biblioteca Nacional, interino, Luís Gonzaga Gomes. Até ao falecimento deste, em 1975, são publicados os volumes correspondentes a cada semestre.

Arquivos de Macau 3.ªsérie Vol V n.º 2 1966Exemplar da 3.ª Série – Vol. V n.º2 de Fevereiro de 1966 

Uma 4.ª série, embora com características de Boletim do Arquivo Histórico de Macau renasce em 1981 com o Rev. Prof. Dr. Silva Rego e Dra. Beatriz Basto da Silva (a responsabilidade da edição passou a ser do Director da A. H. M.) (3)
(1) GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau, 1954.
(2) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 5, 1998.

Termo pouco utilizado, mas em pequeno ainda ouvia dizer quando comia muito: “pichote é emado” – o pequeno é comilão
Emado (1) (2) – glutão, comilão, guloso
Emar ou Emá (2)(verbo) –  comer demasiado, comer como um glutão, comer com avidez,  comer gulosices.

Dito referente à Semana Santa cheio duma graça irreverente que reflecte bem o sentido humorístico do macaense (1)

Quarta batê (3)
Quinta corrê (4)
Sexta chorá (5)
Sábado alegrá (6)
Domingo èmá (7)
Segunda… desfazê …

(3) Batê – bater matracas
(4) Corrê – correr igrejas
(5) Chorá – chorar pela Paixão
(5) Alegrá – alegrar pela Ressurreição
(6) Emar (pron. èmá)  – comer demasiadamente, com gula.

(1) BATALHA, Graciete – Aspectos do Vocabulário Macaense / Glossário do Dialecto Macaense
(2) FERREIRA, José dos Santos – Macau di Tempo Antigo
NOTA: Emado é também  glutão no dialecto português  de Malaca (António da Silva Rego)

Livro de Jordão de Freitas sobre «Camões em Macau» (1) , no 331.º aniversário do falecimento do poeta, de 1911, da Imprensa Libânio da Silva, em Lisboa.

Camões em Macau, 1911 CAPA

Jordão de Freitas (2) foi o primeiro a salientar que já em 1555 havia Portugueses na península de Amacao, pondo a hipótese de Camões haver estado em Macau.
“Antes de passar adiante, seja-me permitido advertir que Macau (Maquao, Amaquao, Amacau, Amacoao, Amaquã, Amaquan), é nome que á ilha ou península, de que se trata, se dava já em 1555 (se não antes) e não apenas mais tarde, de 1557.
Uma das cartas escriptas por Fernão Mendes Pinto, quando fazia parte da Companhia de Jesus, editadas e annotadas em 1902 em Hamburgo pelo dr. Nachod, em face do codice 49-IV-50, fl. 95 a 98, é datada de “Amacao” no mez de novembro de 1555.
Nésta carta diz o auctor da Peregrinaçam: “Mas porque hoje cheguei de Lampacau, que é o porto onde estamos, a este amaquã que é outras seis leguas mais adiante aonde achey ao padre Mestre Belchior que veio aqui de Cantam…”
De Macau e do mesmo mez e anno de 1555 são igualmente datadas duas cartas do padre jesuita Belchior Nunes Barreto; uma dirigida para Roma a Santo Ignacio de Loyola e publicada em Coimbra (em hespanhol) e em Veneza (em taliano) no anno 1565; a outra remettida para Goa aos padres e irmãos da Companhia e de que se conserva copia no codice da Real Bibliotheca da Ajuda 49-IV-49, fl. 236-237, bem como da primeira a fl. 237-241.” (3)
Neste livro, o autor analisa as três opiniões ou hipóteses que, sob o ponto de vista da determinação do ano ou dos anos em que Camões residiu em Macau: a do Visconde de Juromenha (entre 1556 a princípios de 1558), a de Wilhelm Storck (fins de Julho de 1558 aos princípios de 1560) e a do Dr. Teófilo Braga (os anos 1557, 1558 e 1559).

Camões em Macau, 1911 CONTRACAPA

O livro que é anunciado na contra-capa: NO PRÉLO – «Macau-Materiais para a sua história no século XVI»  foi publicado em 1988 pelo Instituto Cultural.
FREITAS, Jordão de – Macau : materiais para a sua história no século XVI. Macau: Instituto Cultural, 1988. – 43 p.

(1) FREITAS, Jordão de – Camões em Macau. Lisboa, Imprensa Libânio da Silva, 1911, 52 p. 22, 5 cm x 15,5 cm
(2) Jordão Apolinário de Freitas (1866-1946) dedicou entre 1904 a 1907, os seus estudos ao Extremo-Oriente, o Japão, a China, Luís de Camões em Macau, Fernão Mendes Pinto, a embaixada dos príncipes japoneses à Europa em 1584, etc.
Sobre este autor, uma biografia detalhada em «Elogio do Dr. Jordão de Freitas» pelo Dr. António da Silva Rego (publicado pela Academia Portuguesa da História, 1956) e disponível em:
http://arquivohistoricomadeira.blogspot.pt/2009/03/elogio-do-dr.html
Disponível também «Camões e Macau» do Padre Manuel Teixeira (onde analisa a opinião do Jordão de Freitas) em:
http://www.library.gov.mo/macreturn/DATA/PP272/index.htm
NOTA: Foi também Jordão de Freitas, então bibliotecário da Ajuda, quem deu a conhecer o manuscrito encontrado em 1911, sobre uma relação dos bens de raiz do Colégio de São Paulo de Macau, do Padre António Cardim, reitor do Colégio de Macau de 31-08-1632 a 23-05-1636. Nele, referia que existia já nessa época um local de Macau, denominado «Penedos de Camões», junto do «campo dos patanes».
(3) Artigo publicado no «Portugal», n.º 98, de 2-VI-907, e reproduzido em “O Oriente Portuguez”, vol. IV, n.º de Julho e Agosto de 1907, pp. 293-94.

Monografias, Art, Mapas SEVILHA 1929A Exposição Iberoamericana de Sevilha foi inaugurada a 9 de Maio de 1929 e encerrada a 21 de Junho de 1930. Foi a primeira exposição internacional envolvendo a Península Ibérica e os países da América Latina. (1)

O Governo de Macau (Governador Arthur Tamagnini), publicou um livro, em 1929, intitulado “MONOGRAFIAS, ARTIGOS, MAPAS E GRÁFICOS ESTATÍSTICOS” onde foram coligidos todos os artigos, mapas, monografias e gráficos estatísticos, que foram enviados como “Representação da Colónia de Macau” e integrados na “Exposição Portuguesa em Sevilha” de 1929. (2)

Monografias, Art, Mapas CAPA 1929

O livro com 103 p. e mais 25 folhas em anexo, de ” Gráficos e Estatística coordenadas pela Propaganda de Macau“, foi composto na Tipografia Mercantil de N. T. Fernandes & Filhos (Macau-1929) (3)

Monografias, Art, Mapas 1.ª Pág 1929INTRODUÇÃO do Governador Artur Tamagnini (como vem na folha assinada):
À generosidade de amigos, deve Macau gentís apreciações, coleccionadas no album destinado a correr mundo no intuíto de atraír a êste pequeno cantinho português as atenções dos que visitam o extrêmo-oriente.
É um louvável esfôrço de propaganda só possível com tão honroso e interessante concurso.
Como Governador da Colónia, ao escrever a primeira página, reservo-a para testemunho de intimo reconhecimento.”

Monografias, Art, Mapas Praia Grande 1928Macau – Praia Grande (1928)

Contém artigos (alguns publicados  já neste blogue) de várias personalidades sendo as mais conhecidos, Maria Anna A. Tamagnini (4), Bella Sidney Woolf (5), – texto em inglês (o mesmo texto foi traduzido e publicado no Boletim da Agência Geral das Colónias, n.º 53 – Novembro de 1929) (6) , J. da Costa Nunes (Bispo de Macau), Jayme do Inso ( um artigo sobre «Os Pagodes de Macau», escrito “a bordo da Canhoneira PATRIA, em Macau, Dezembro de 1928) (7) e o Padre A. da Silva Rego.

Monografias, Art, Mapas MAPA MACAU 1929Mapa da Colónia de Macau, numa escala de 1:80,000
estando assinalados os terrenos conquistados e os territórios em litígio com a China

(1) “Fue la primera Exposición Internacional para dar muestra del hermanamiento entre los dos países de la Península Ibérica con América; España e Hispanoamérica y Estados Unidos y Portugal con Brasil y Macao. La exposición coincidió en el tiempo con la Exposición Internacional de Barcelona de 1929. A Exposição Internacional de Barcelona decorreu de 20 de Maio de 1929 a 15 de janeiro de 1930 em Barcelona (Espanha)
http://es.wikipedia.org/wiki/Exposici%C3%B3n_Iberoamericana_de_Sevilla_(1929)
(2) sobre a participação de Macau nessa exposição ver também o “post” anterior:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/20/leitura-macau-na-exposicao-ibero-americana-de-sevilha-1929/
(3) sobre esta Tipografia ver anteriores “posts” em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/04/04/anuncios-tipografia-mercantil-de-n-t-fernandes-e-filhos/
(4)
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/02/06/leitura-uma-exposicao-de-arte-no-palacete-da-flora-1929/
(5) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/25/leitura-an-impression-of-macao/
(6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/11/10/leitura-macau-no-boletim-da-agencia-geral-das-colonias-1929/
(7) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/15/o-pagode-de-macau-seac-jaime-do-inso-1929/

VÁRZEA, Ernesto (Balmaceda) (1) – Oriente, caminhos do mundo português. Of. Gráf. de “O Primeiro de Janeiro”. Porto ,  1954,  140, [2] p. ; 17 cm
Como subtítulo: impressões duma romagem de três meses às terras do sol-nascente.
Trata-se portanto, da descrição de uma viagem ao Oriente e conforme explicação do autor na 1.º página; “Proposição”:
A nossa observação das três províncias portuguesas do Oriente enquadrou-se em utilíssimas visitas a territórios sob administração de ocidentais – como Chipre, Singapura ou Hong Kong – a cidades de países recém-nados – como Manila, nas Filipinas e Macassar, na Indonésia – a um dos grandes empórios e dos grandes cartazes de miséria da União Indiana –  Bombaim – e recebemos, nos Estados Malaios, a lição surpreendente da fixação de Portugal no oriente que nos deu Malaca”
Um pequeno enxerto:
O chinês tem a paixão do jogo, e Macau, com as qualidades que possui, foi transformada no seu «Monte Carlo». Se o casino de luxo não falta, instalado num dos arranha-céus da cidade, não faltam do
também as «pataqueiras», onde se joga o «fantan» e as diversas lotarias cuja extracção é feita à noite.”…
«Tudo se passa, do ponto de vista chinês e no campo político, como se existisse o estado de beligerância» – afirma numa memória recente o comandante Marques Esparteiro, governador da província. Pelo que vimos, poderemos considerar esse estado de tensão como duma «beligerância colaboracionista», termo que não deve figurar na terminologia direito internacional mas define bem a situação, como a de dois irmãos que cortassem as relações mas necessitados um do outro, mandassem as mulheres ou os criados buscar um a casa do outro quanto precisasse.”
NOTA: O autor refere que como preparação para a viagem (e que o acompanhou na viagem para Macau), consultou o livro da A. da Silva Rego, já referenciado por mim, em anterior post: “LEITURA E A SEMANA DO ULTRAMAR PORTUGUÊS DE 1951″
               https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-da-silva-rego-1951/
(1) Ernesto Augusto Rebelo Várzea Júnior (Balmaceda, pseudónimo), 1904-1976.