
Português lampião no sul da China,
o primeiro entre os mais, Farol da Guia,
guia-nos na procela em cada dia,
co´a luz, que à noite tens diamantina.
Por nós reza e o futuro vaticina,
que já a treva desce, em nostalgia,
sobre nós, marinheiros d´ágonia,
a quem só tua luz bem ilumina.
O passado o presente continua!
Pois que venha o porvir também contigo,
mostrando altiva a face em cada lua.
Brilha e rebrilha ao céu e mar sem fim,
que a luz de Portugal, luzeiro amigo,
dá-se aqui, sem se impôr, a todo o chim.
António Correia (1) (2)
(1) António Correia nasceu na freguesia de Anreade, concelho de Resende em 1948. É licenciado em Direito e diplomado em Secretariado. Radicou-se em Macau em 1980, saiu em 1997. Poeta, contista e romancista com colaboração em jornais, revistas e na rádio em Macau. Foi Advogado, Notário Privado, Gestor de Empresas e Deputado. Foi membro do Conselho Superior da Advocacia, Conselho de Cultura e Conselho Consultivo do Governo de Macau.
Em Macau publicou os seguintes livros: Miscelânea, 1987; Conjugando o Verbo Amar, 1989; Folhas dispersas, 1989; Ngola, 1990; Amagao, meu amor, 1992; Deideia, 1992; Fragmentos, 1994 (1.ª edição), 1996 (2.ª edição) (3); Contos de Ou Mun, 1996
(2) CORREIA, António – Amagao, meu amor (sonetos). Edições MACAU HOJE, Lda. 1992, 121 p. 21,5 cm x 14,5 cm
(3) Sobre esta obra poética, ver análise de Michela Graziani “«Luz e Negrume» para uma reflexão no sentido da vida em António Correia” em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/11310.pdf