Archives for posts with tag: Almerindo Lessa

O Professor Dr. Almerindo Lessa esteve em Macau a chefiar uma missão científica internacional, destinada a estudar o Homem Asiático. Os centros de decisão desta missão em Paris determinaram que esse estudo fosse feito particularmente em Macau.

Esta deslocação surge na sequência das já realizadas em 1960 e 1974 e destina-se a completar os estudos feitos anteriormente, a pedido de vários centros de investigação europeus e americanos, nomeadamente do Colégio de França, Universidade de Folovre, Serviço de Intercâmbio Científico do Conselho da Europa e Universidades da Baía e Brasília. A missão tem, entretanto, o apoio do Colégio de França, Universidade de Évora e dos Governos Português e de Macau.

O Prof. Almerindo Lessa já contactou diversos serviços públicos que lhe podem fornecer elementos para a programação do trabalho de campo da missão e com o apoio da chefia dos Serviços de Saúde e Assistência também foi constituída uma equipa, com técnicos daqueles serviços, que passará a ser a «delegação da missão em Macau, para os trabalhos que se desenvolverão por vários meses, mas que depois de programados se podem considerar de rotina. Esta equipa deixada em Macau enviará regularmente ao prof. Almerindo Lessa os elementos colhidos (sangue e inquérito familiares) que terão o tratamento científico adequado, pelos investigadores, quer em Portugal, quer em França.

Informações retiradas de «MBIT» XII, 9-10, Nov-Dez, 1977, p. 23

No dia 16 de Março de 1982, a Senhora de Almeida e Costa procede ao lançamento da primeira pedra da futura Casa Internacional da Universidade da Ásia Oriental. (1)

No dia seguinte a 17 de Março de 1982, o Cônsul Geral de Portugal em Hong Kong, Dr. Pedro Catarino veio a Macau proferir uma palestra no Leal Senado. A comunicação, feita a convite da Universidade da Ásia Oriental, tratou da acção diplomática e consular de Portugal no Extremo Oriente e o papel de Macau, bem como daquela instituição de ensino nesse contexto. Depois de descrever a evolução histórica da acção diplomática portuguesa nesta área geográfica, desde o início da expansão até hoje, Pedro Catarino deteve-se nas perspectivas que se levantavam Portugal na Ásia.

Pedro Catarino acrescentou que não só Macau podia constituir uma plataforma para a penetração de Portugal no Extremo Oriente, como servia à China para alcançar Portugal, a Europa, o Brasil e as antigas colónias africanas portuguesas. Permanecia, assim a vocação de Macau como ponto de encontro de povos e países. (2)

NOTA I – Em 1981, foi inaugurado o primeiro edifício da Universidade da Ásia-Oriental, em Macau, na sequência da concessão de um terreno à «Ricci Island West Ltd.», em 1979. A recém criada Universidade, na Ilha da Taipa, é uma federação de 5 colégios à maneira anglo-saxónica: Pré-universitário (Junior College); Instituto Aberto (Open College); Universitário ; Politécnico; Pós-graduação (Graduate College). Acrescenta-se ainda ao sistema o Centro de Investigação Económica da China e o Instituto de Estudos Portugueses; com tal estrutura a UAO mantém-se até 1988, data em que o Governo de Macau adquirirá o estabelecimento transformando-o na actual Universidade de Macau. (3)

NOTA II – Anterior a essa Universidade da Ásia-Oriental, em 1980, o Governo de Macau criou a UNIM – Universidade Internacional de Macau – “um primeiro gesto tradutor da necessidade desse nível de ensino, mas com estrutura demasiado flutuante, que veio a comprometer a sua existência efémera”. (3) Foi seu fundador e reitor o Professor Dr. Almerindo Lessa. A sua extinção foi dada na Assembleia Geral da Universidade Internacional de Macau, em 15 de Janeiro de 1982, em que se decidiu a sua extinção para dar lugar a um novo organismo. Segundo o curador da UNIM, Secretário-Adjunto para a Educação, Cultura e Turismo, Dr. Jorge Rangel, a nova instituição terá como principais objectivos, o apoio às comunidades de cultura portuguesa do Oriente e ainda a realização de encontros, conferências, cursos e trabalhos de investigação. (4)

(1) «Macau82 jornal do ano», 1.º semestre, GCS, 1982, pp. 11, 65 e 66. 

(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, pp. 415 e 421