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Mais dois anúncios da Companhia de navegação «HONG KONG, CANTON, & MACAO STEAMBOAT COMPANY, LIMITED», publicados pelo jornal « The Directory & Chronicle for China, Japan, Corea, Indo-China, Straits…»,  nos anos de 1873 e 1889. (1)

ANÚNCIO DE 1873

Neste anúncio consta como Presidente do Conselho dos Directores, o Visconde do Cercal.
O agente em Macau era a firma “A. A. de Mello & Co”, na “Praya Grande”, que tinha como dirigente, o Barão do Cercal na ausência do Visconde do Cercal  e os funcionários F. A. da Cruz e R. Pereira.
Ao serviço estavam três barcos, o «White Cloud» que fazia a ligação Hong Kong – Macau – Hong Kong e os «Kiukiang» e «Kinshan» que faziam a carreira de e para Cantão O capitão do navio a vapor “White Cloud” tinha como capitão G. Brady, o engenheiro das máquinas era W. Low e o comissário de bordo, F. Lopez.

ANÚNCIO DE 1889

O agente em Macau era F. A. da Cruz e em Cantão a «Deacon & Co»
A carreira para e de Macau eram feitas pelos navios «White Cloud», «Kiungchow» e «Chunkiang»
Anteriores referências sobre este tema:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/06/14/postal-de-1890-navio-heung-shan-atracado-em-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/a-a-de-melo-co/
(1) https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=uc1.$b581037;view=1up;seq=834

Continuação da publicação dos postais constantes da Colecção intitulada “澳門老照片 / Fotografias Antigas de Macau / Old Photographs of Macao”, emitida em Setembro de 2009 pelo Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau/Museu de Macau (1)

Aspecto do Porto Interior na década de 10 do século XX, (2) – uma ponte-cais de passageiros, muito possivelmente da empresa “The Hong Kong, Canton and Macao Steamboat Company, Ld.” (agente em Macau: A. A. de Mello – Praça Lobo de Ávila (Praia Grande) n.ºs 22-24.
Reparar nos anúncios (lado esquerdo da foto) aos hotéis: “THE MACAO HOTEL” – situated in the centre of praya grande facing the sea”,(3), “ORIENTAL HOTEL” (4) e “HOTEL DE BOA VISTA” (5) e ao cinema: “ VICTÓRIA CINEMATÓGRAFO”. (2)
(1) Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/postais/
(2) Pelo anúncio afixado na fotografia: “VICTORIA CINEMATOGRAFO”, a foto deverá ter sido tirada após 08-01-1910, dia da inauguração desse cinematógrafo (o primeiro em Macau), situado na Calçada Oriental (hoje, Calçada do Tronco Velho)
Ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2011/12/28/cinemas-de-macau-i/
(3) Proprietário W.M. Farmer (Rua da Praia Grande n. º 65). Também proprietário do “Victoria Hotel” (em Cantão) e agente em Macau de casas comerciais de Cantão e Hong Kong.

Anúncio de 1912

Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/12/06/leitura-macau-ha-cem-anos-a-chegada-iii/
(4) O “Oriental Hotel” ficava na Rua da Praia Grande. Em 1912 era gerido por M. A. Conceição
東方酒店 mandarim pīnyīn: dōng fāng jiǔ diàn; cantonense jyutping:  dung1 fong1 zau2 dim3
(5)  Hotel de Boa Vista – 海鏡酒店 (“Hou Kiang Tsau Tim” ) , propriedade da Santa Casa da Misericórdia, estava alugada a A. A. Vernon. O Gerente era A. Naris.
Publicitado como “The Sanitarium of South China” na Rua do Tanque do Mainato n.º 1.
Ver anterior referência em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/04/24/anuncio-de-1904-boa-vista-hotel-sanitarium-of-south-china-macao/
海鏡酒店 mandarim pīnyīn: jiǔ jìng diàn hǎi ; cantonense jyutping: hoi2  geng3 zau2 dim3

Relação dos navios e lorchas portugueses da praça de Macau existentes no ano de 1858, elaborado pelo Capitão interino do porto, Guarda Marina António Fernandes da Cunha  e publicado nos «Annaes do Consultivo Ultramarino» do ano de 1959.

Baía de Praia Grande c. 1855, artista chinês desconhecido, guache

Ainda a propósito da «Exposição Industrial e Feira de Macau», inaugurada em 7 de Novembro de 1926 (1), recupero duas fotos e informações do panfleto turístico: “A Visitors´Handbook to Romantic Macao” de 1928. (2)

A lagoa que ficava sensivelmente á frente onde hoje está a entrada do Templo Kum Iam na Avenida Coronel Mesquita e  atrás vê-se a Ilha Verde.

Commerce and Enterprice
 “ … Few commercial establishments in Macao can claim great age and this is surprising in a view of the length of time during the Portugueses have possessed Macao. All the old firms have passed out of existence. Notable exceptions are the firm  of Messrs. N. T. Fernandes & Sons, printers and publishers, founded in 1855, and kept open ever since, and A. A. de Mello, established 1840, shipping merchants and commission agents.
Fresh commercial opportunities arise almost daily and new concerns are added to the list of merchants and traders from time to time  and there are fortunes still to be made in this distant outpost of Portugal´s far-flung colonial empire. … (…)”


O pavilhão de exposição da MELCO na Feira Industrial de 1926

Industries and trade
“… The electric industry has probably more than any other contributed to the well-being of the colony by supplying what was essential for the development of Macao. The Macao Electric Company was established in 1910 and since that day the progresso of Macao has been rapid.
Of Industry and Trade at Macao there is much for us to note. It was as a trading centre that Macao was founded; as such it shall always continue to exist. At a time when the activities of the nation were exclusively maritime the Portuguese devoted themselves wholly to the conduct of merchandise in Lusitanian vessels, and reaped their meet reward… (…)
… Macao is greater fishing port than any on the China cost, and preserved fish from Macao follows the Chinese the world over. Its cement factory led to the establishment of na importante company at Hong Kong. From Macao the Portuguese in the old days sent Orange and tea plants to Portugal and Brazil, the former now established in California and Spain has given rise to a thriving industry. Macao fire-crackers have attained a reputation that in world-wide; and at Macao in Chinese received their first  lessons in many foreign industries and customs. In many other ways too has Macao contributed to European prestige in China and to the development of commerce and industry in this part of the world….(…).
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/exposicao-industrial-e-feira-de-macau/
(2) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/01/24/leitura-folheto-turistico-de-1928-a-visitors-handbook-to-romantic-macao/

António Alexandrino de Melo (1), agente comercial e representante das Companhias

“Hong-kong, Canton & Macao
Steam Boat Co. Ltd.
~~~~~~~~
Eastern & Australian Sream Ship Co. Ltd.
~~~~~~~~
China Fire Insurance & Co. Ltd”

ANÚNCIO DE 1922 - ANTÓNIO ALEXANDRINO DE MELO(1)sobre António Alexandrino de Melo, 2.º Barão do Cercal,  fundador e proprietário da Firma “A. A. de Mello & Co.”  que faleceu em 1885, ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-alexandrino-de-melo/
Em 1922, na firma “A. A. de Melo”, era sócio-gerente, o seu  filho  António Alexandrino Gonzaga de Melo (1870 -1945)  que estava  registado no «Anuário de Macau»  de 1927, como António A. de Melo, solicitador judicial domiciliado na Praça Lôbo de Ávila, 22 e 24 (o mesmo endereço da firma “A. A. de Melo”)

Nasceu em Macau, a 7 de Junho de Junho de 1837 (faleceu em 1885), 2.º Conde de Cercal, filho de Alexandrino António de Melo, (1809-1877) (1) (2) e de Carlota Josefa Botelho (1819 – 1892), Viscondes de Cercal.

Aos 7 anos foi estudar para o colégio jesuíta «Stonyhurst» no condado de Essex, Inglaterra, formando-se em engenharia civil. Aos 17 anos foi completar os seus estudos em França. Aos 19 anos estudou pintura em aguarela e a óleo, em Roma, onde se demorou dois anos. Falava correctamente várias línguas: português, francês, espanhol, inglês, italiano e chinês.

António Alexandrino Melo

Como homem público, exerceu em Macau quase todos os cargos onde se requeria supremacia. Vogal do Conselho de Governo; do Conselho Técnico das Obras Públicas; Director das Obras Públicas; Comandante do Batalhão Nacional, no posto de tenente-coronel (no tempo em que o Barão comandou o Batalhão, chegou este a ter um efectivo superior a 400 homens, gastando com ele o dito comandante, uma grossa quantia do seu bolso para o equipar devidamente); Provedor da Santa Casa da Misericórdia; Juiz substituto da Comarca; etc.

Exerceu também os cargos de Cônsul do Brasil, Itália, Bélgica e Vice-Cônsul da França.

Como engenheiro delineou os seguintes edifícios públicos, em que ainda hoje, em alguns, se pode admirar a sua arquitectura: Palácio do Governo, Palacete de Santa Sancha, Hospital Militar Sam Januário (demolido), Cemitério de S. Miguel, Capitania dos Porto/Quartel dos Mouros, Clube Militar e vários outros edifícios (demolidos).

Alguns dos títulos honoríficos:
Barão do Cercal a partir de 1865 ou 1868; Fidalgo Cavaleiro da Casa Real; Comendador da Ordem de Cristo; Cavaleiro do Santo Sepulcro de Jerusalém; Comendador da Ordem de N. S. da Conceição de Vila Viçosa; Cavaleiro da Ordem da Bélgica; Cavaleiro da Legião de Honra de França; Cavaleiro de S. Maurício e S. Lázaro de Itália; Comendador de 1.ª classe do Sol Nascente do Japão e da Indochina; Medalha de Isabel, a Católica, de Espanha. Era sócio Honorário da Real Sociedade de Geografia Inglesa e outras Sociedades Científicas Estrangeiras.

Macau c 1870Macau c 1870 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:1870Macao.jpg)

Era o único sócio da firma « A. A. de Mello & C.º»  proprietário de 5 navios que faziam ligações com Portugal, Brasil e Austrália. Foi um dos mais ricos comerciantes de Macau mas sofreu duro revés com a instalação dos ingleses em Hong Kong, pelo que devido à má situação financeira, vendeu as casas dos seus pais, o Palácio da Praia Grande (comprado pelo Governo por uma bagatela) e o Palacete de Santa Sancha (comprado pelo inglês Herbert Dent, que a vendeu depois ao Governo por $30.000).

Informações recolhidas de
TEIXEIRA, P. Manuel – Galeria de Macaenses Ilustres do Século XIX. Macau, Imprensa Nacional, 1942, 659 p.
(1) Ver referência à família macaense Melo ou Mello em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/24/noticias-de-hong-kong-janeiro-de-1930/
(2) Sobre o 1.º Barão do Cercal, mais tarde Visconde do Cercal e Comendador, agraciado com este título pela Rainha D. Maria I, por Decreto de 11 de Dezembro de 1851 e transcrita no Boletim do Governo da província de Macau, Timor e Solor a 3 de Julho de 19852, ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/barao-de-cercal/

Agência Comercial Portuguesa estabelecida em 1840, na Praça Lobo de Ávila (Praia Grande), n.os 22 e 24. Era uma agência de “viagens” – vendia bilhetes (e também fretes e de seguros) para os paquetes que faziam a carreira para Lisboa, Timor, India, Lourenço Marques, Timor, Canadá, “Portos da China”, “Estreitos” (1), Japão e “para os principais países do mundo”

(1) Estreitos ??
(2) Anúncio publicado no ANUÁRIO de MACAU de 1940/1941