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Três painéis de azulejos existentes no átrio interior do Leal Senado (fotografias pessoais de 2017)

1789

15-07-1789 – É eleito Bispo de Macau, D. Fr. Marcelino José da Silva. Franciscano da Ordem de Terceira, e frade conventual de S. Bento de Aviz, doutor pela Universidade de Coimbra. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 1, 2015, p. 320)

16-07-1789 – Faleceu em casa do seu Marechal de Campo, Simão de Araújo Rosa, o Governador Francisco Xavier de Mendonça Corte Real. Fica no cargo interinamente, Lázaro da Silva Ferreira até 1790.

1888

25-09-1888- O Processo n.º 344 – Série R da Administração Civil (A.H.M.) contém a representação dirigida ao Governo de Sua Magestade, pelo Leal Senado da Câmara de Macau, como protesto pela sua dissolução pelo Governador Firmino José da Costa.

1999

O “Leal Senado” deixou de existir e as suas funções municipais e administrativas passaram provisoriamente para a “Câmara Municipal de Macau Provisória“. Mas, no dia 31 de Dezembro de 2001, este organismo provisório foi também abolido, dando lugar ao “Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais” (IACM).

Foi inaugurada a 9 de Novembro de 2017 (e esteve até 7 Janeiro 2018), no Museu do Oriente, em Lisboa, a exposição “Macau, Cem Anos de Fotografia”, com a coordenação geral de Maria Manuela d´Oliveira Martins e comissariado por Rogério Beltrão Coelho. (1) Retiro do site do Museu o seguinte texto de apresentação: (2)

“Macau. 100 Anos de Fotografia é uma viagem pela história social e política daquele território, que esteve sob administração portuguesa durante 450 anos. Como em muitos outros domínios, Macau esteve à frente do seu tempo também na fotografia, datando de 1844 os daguerreótipos do fotógrafo amador Jules Itier, que são as mais antigas imagens da região que se conhecem. A obra fotográfica produzida ao longo de cem anos por amadores e profissionais sobre a temática Macau anda dispersa pelo mundo, integrando colecções particulares para além dos espólios de museus e instituições. Nesta colecção de imagens, que fazem parte do vasto acervo fotográfico do Museu do Oriente, viajamos pelo passado histórico de Macau: edifícios e bairros entretanto desaparecidos ou profundamente alterados, os grandes acontecimentos locais e nacionais e as vivências quotidianas das comunidades macaenses, as suas tradições e costumes. Um século de imagens em que se recorda a passagem por Macau de figuras políticas, como Henrique Galvão e o general Gomes da Costa, ou do cinema, como Orson Welles e Clark Gable. São ainda lembrados acontecimentos como as celebrações do IV Centenário da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia [1898], as primeiras travessias aéreas de Lisboa a Macau [1924 e 1931], a trágica explosão do paiol da Flora, [1931], e o bombardeamento do hangar da aviação civil, pelos americanos, durante a Guerra do Pacífico [1945].”

Durante a exposição foi exibido ainda o curto documentário, com pouco mais de 6 minutos, “Macau: Cidade Progressiva e Monumental”, realizado por Manuel Antunes Amor. (3)

CAPA
CONTRACAPA

Desta exposição foi publicado o catálogo ”MACAU 100 anos de fotografia / MACAU 100 years of photography” ” (em português e inglês) com edição de Dulce Afonso e textos de Rogério Beltrão Coelho. O texto introdutório na  p. 3, é de Carlos Augusto Pulido Valente Monjardino, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Oriente.

de A capa apresenta um dos primeiros daguerreótipos de Macau- a Praia Grande em 1844 feito por Jules Itier (3)

São 35 páginas com textos de R. Beltrão Coelho divididas em:

1- Macau: cem anos de fotografia, 1844- … (pp. 7-8)

2 – Macau na origem das primeiras fotos da China (pp. 9-13)

3 – Os fotógrafos profissionais de Macau (pp. 14-16)

4 – Os fotógrafos amadores (pp. 17-19)

Seguem-se 44 fotografias a preto e branco.

LOMBADA

(1) https://hojemacau.com.mo/2017/11/08/exposicao-macau-cem-anos-de-fotografia-inaugura-amanha-no-museu-do-oriente/

(2) http://www.museudooriente.pt/3073/macau-100-anos-de-fotografia.htm#.X4tdMtBKj3Y

(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/manuel-antunes-amor/

NOTA: esta mesma exposição “Macau: 100 Anos de Fotografia” esteve presente em Macau, na Casa Garden “ de 24 de Julho a 21 de Setembro de 2019.

Luís Gonzaga Gomes (1) apresenta a sua tradução dos 18 exemplos da Piedade Filial do “Clássico da Piedade Filial” (2) e dos “24 Exemplos da Piedade Filial” (3)
A cada exemplo o autor acrescentou a tradução de uma quadra pentâmetra de desconhecido autor e tal como aparece em certas edições chinesas.
PREFÁCIO
“Na China antiga, poucas eram as obras que podiam rivalizar em popularidade com o “Clássico da Piedade Filial” e, não gozava de menos estima dos leitores nativos, uma outra obra referente ao mesmo assunto, intitulada os “Vinte e Quatro Exemplos da Piedade Filial”.
Assim como se não é possível encontrar nas outras línguas têrmo que exprima o exacto significado da nossa palavra saudade também se não é possível abranger, em língua europeia, numa só palavra, a idea de todos os sentimentos e obrigações inerentes ao vocábulo háu (4) que os mais autorizados sinólogos convieram em traduzir por piedade filial.
Esta piedade não exprime nem dó, nem pena, nem tão pouco o amor às cousas religiosas, mas a devoção do filho para com os seus progenitores no sentido de veneração, à qual estão ligados os sentimentos de profundo respeito, de íntima dedicação, de acendrado afecto, de cega obediência, de completa submissão e de um amor capaz de o levar a sacrifícios dos mais estoicos como o de se oferecer para ser executado no lugar dum pai condenado à pena capital, ou o de talhar pedaços da carne do seu próprio corpo para, depois de cozinhados, serem ingeridos por um pai ou uma mai que se encontre doente e em perigo de vida.”

Exemplar que acusa algum uso, com rasgões (com fita-cola) e perda de papel  na capa

(1) GOMES, L. G. – A Piedade Filial. Macau 1944,39 p., 25,8 cm x 18,5 cm.
Sobre Luís G. Gomes há muita informação disponível na net. No meu blogue ver:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/luis-gonzaga-gomes/
(2) “Atribuído a Tchâng Tch´ám曾参 (505-437 A. C.) (5) um dos mais célebres discípulos de Confúcio. Julga-se também ter sido ele quem redigiu o Tái – Hók 大學 (O Grande Estudo), o segundo da mais importante obra da literatura chinesa conhecida por Si-Su 四書 (Os Quatro Livros). O texto do “Clássico da Piedade Filial” conseguiu chegar até aos nossos dias, graças ao imperador Mêng Uóng 明 皇 (685-762 A. D.) (6) que curou de o mandar gravar em lápides de pedra, na sua capital, em Tch´eong-On, 長 安 situada na actual província de Sán-Sâi 山西 (Shansi), (7) conjuntamente com um comentário da sua autoria, bem como mais onze escritos atribuídos a Confúcio. É desse valioso comentário que os parafrastes posteriores se têm socorrido para elaborarem os seus estudos sobre as passagens mais obscuras.
O preclaro imperador Hóng Hêi (1662-1723 A. D.) (8), dinastia Tch´êng, considerava tão importante a doutrina expendida no “Clássico da Piedade Filial” que fêz publicar um comentário seu à obra. (Prefácio do livro) (1)
(3) “Vinte e Quatro Exemplos da Piedade Filial”  é obra anónima, talvez escrita  durante a dinastia Mêng 明 (1368-1644 A. D.). (9) “Não é destituída de interesse, pois prende pela sua concisa exposição derivada da própria índole do terso estilo arcaico em que se encontra escrito e pela ingenuidade dos exemplos escolhidos. Esta obra é constituída por uma colecção de modelares actos de piedade filial praticados +pelas grandes celebridades que viveram nas remotas dinastias de Tch´âu, Tchân, Hón, T´õng e Sông.“ (Prefácio do livro) (1)
(4)  mandarim pīnyīn: xiào; cantonense jyutping: haau3
Zeng Shen , também conhecido como Zengzi, Mestre Zeng Tsang, Tsengtzu,, Tseng Tsu,

(5) Nascido Zeng Shen – 曾参 depois conhecido como Zengzi (Tsang) 曾子 (505-437 ou 436 A. C). Filósofo e um dos discípulos de Confúcio

 

 

Tang Xuanzong  – 唐玄宗 – Imperador da dinastia Tang

(6) Imperador Xuanzong de Tang (685- 762), também conhecido como Imperador Ming    明 皇. Reinado: Setembro de 713 – 756.
明 皇 – mandarim pīnyīn: míng huáng; cantonense jyutping: ming4 wong4
(7) Shanxi  – 山西; Hoje com a romanização em piyin Shānxī 陝西, 陕西
長 安 – mandarim pīnyīn: cháng ān; cantonense jyutping: coeng4 on1
Changan foi a capital de mais de dez dinastias na China, tendo sido uma das cidades mais populosas do mundo. Na dinastia Ming, o nome da cidade foi mudado para Xian, nome actual da cidad., capital da Província de Shaanxi/ Shānxī 陝西 – mandarim pīnyīn: shǎn xī; cantonense jyutping: sim2 sai1
(8) 康熙皇帝 Imperador Kangxi (1654 – 1722). Reinado: 1661 a 1722, 4.º imperador da dinastia Qing.
康熙皇帝 – mandarim pīnyīn: kāng xī huáng dì; cantonense jyutping: hong1 hei1 wong4 dai3
(9) 明朝, – Dinastia Mingmandarim pīnyīn: míng cháo; cantonense jyutping: ming4 ciu4
Sobre Luís Gonzaga Gomes e este seu trabalho, retiro do prefácio do trabalho académico de Maria Antónia Espadinha, o seguinte:
“Este é um dos mais importantes princípios de acordo com os quais os chineses orientam as suas vidas. Luís Gonzaga Gomes menciona pormenorizadamente a fundamentação destes preceitos no Lai Kei, código da pragmática chinesa, do qual cita: ‘há três mil faltas sobre as quais se podem aplicar as cinco penas capitais, porém, nenhuma excede em gravidade a da ausência do amor filial”. A prática destes deveres é também recomendada expressamente por Confúcio, e a leitura do Clássico da Piedade Filial9 é recorrente na formação dos jovens chineses. O culto dos antepassados, que os chineses prezam e observam, é também uma prática ligada à Piedade Filial. Luís Gonzaga Gomes cita, a propósito Mêncio, que dizia: ”se todos os homens estimassem os seus progenitores e respeitassem os seus superiores, o mundo viveria em sossego” e cita, do Lai Kei: “o nosso corpo foi-nos legado pelos nossos pais, atrever-se-á, portanto, alguém a ser irreverente no emprego de uma dádiva tão preciosa?”. Neste capítulo, Luís Gonzaga Gomes apresenta uma profunda reflexão sobre os vários aspectos da Piedade Filial.”
ESPADINHA, Maria Antónia – Tradições, mitos e costumes chineses na literatura de Macau em Língua portuguesa in DE Portugal a Macau – Filosofia e Literatura no Diálogo das Culturas. Universidade do Porto, 2017. ISBN: 978‐989‐99966‐9‐4
https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/15990.pdf
NOTA. Sugiro visualização duma anterior postagem sobre este tema:
Amplificação do Santo Decreto do Imperador Yongzhzeng, edição fac-similada da versão portuguesa e organização de Pedro Nolasco da Silva. Prefácio de António Aresta, Fundação Macau, 1995, 145 p., 26,5 cm x 18,5 cm x 1 cm, ISBN: 972-8147-47-3
Imperador Yongzheng  雍正帝 (1678-1735) Reinado: 1723 a 1735 –  mandarim pinyin: yōngzhèngdì; cantonense jyutping: jung1 zeng3 dai3.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/02/19/leitura-amplifica-cao-do-santo-decreto/

MACAU – CHAPEL OF OUR LADY OF PENHA
Barro (infelizmente “rachado”), rectangular: 7 cm x 5 cm comprado em 2017
MACAU
events all year round
Plastificado, flexível de maior comprimento 10,5 cm x maior altura 4,5 cm, oferecido em 2017
A – Ma Temple
澳門媽租廟
Plastificado, flexível de maior comprimento 9,5 cm x maior altura 6 cm, comprado em 2017

澳門媽租廟mandarimpinyin: ào mén Māzǔ miào; cantonense jyutping: ou3 mun4 maa1 zou2 miu6
媽祖 – deusa Matsu ou Mazu – deusa do oceano da mitologia chinesa.

Continuação do artigo iniciado em 27-02-2017 (1) sobre esta festa, no ano de 1956
Quem percorrer as ruas de qualquer cidade, vila, ou aldeia chinesa notará a cada porta um pequeno altar, muitas vezes um simples nicho, onde se pode ver uma estátua que nunca tem mais de trinta a cinquenta centímetros de altura.
E a estátua de Tou Tei que, sentado no seu trono, tem, nalguns casos, à sua esquerda a sua mulher e, à direita, representada por uma estátua mais pequena, a sua concubina. Fora do pequeno templo, que se assemelha muitas vezes ao casinhoto dum cão de guarda, existe um receptáculo para queimar papéis votivos e depositar oferendas e um montículo de terra batida onde se espetam pivetes em dias de festa ou quando ao deus se agradece uma graça concedida ou se faz qualquer pedido, o que acontece quase diariamente.
Tou Tei é pessoa da família a quem tudo se confia.
Nas suas dores e aflições, contratempos e prejuízos, os chineses procuram lenitivo e consolação junto de Tou Tei a quem, muitas vezes, se queixam amargamente da sua infelicidade e pouca sorte. Mas também nas horas de alegria e abastança lhe vão agradecer, com generosas ofertas, a protecção concedida e os ventos favoráveis que sobre eles fez soprar. É ainda a esse quase ente familiar que eles confiam os seus anseios e esperanças, os seus negócios em perspectiva, consultando-o em todas as decisões a tomar. A ele se comunicam, em primeira mão, os nascimentos, as mortes e os casamentos, porque é ele que conforta na doença e na tristeza na dor e na angústia, que protege os recém-nascidos para que cresçam sem qualquer mazela, e favorece os lares novos para que sempre lá reine a paz, a harmonia e a felicidade.

Templo de Tou Tei do Patane (2017)

Tou Tei é amigo, patrono e conselheiro da família e para ele se voltam todos os corações, quer nas horas de alegria quer as horas de aflição. A ele se confiam os mais íntimos desejos e se dizem os segredos mais reservados.
(1)Ver referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/02/27/noticia-de-27-de-fevereiro-de-2017-tou-tei-o-deus-da-familia/

Amanhã dia 18 de Março de 2018, festeja-se o dia do deus da família TOU TEI – 土地 (1)  É uma divindade tutelar (espírito ou divindade que tem a função de guardião, patrono ou padroeiro de um determinado local)
Em 1869,  os festejos decorreram nas noites de 17 e 19 de Março, com fogos de artifício, conhecidos por balsas, (2) na Praia do Manduco. Do Boletim da Província de Macau e Timor do ano de 1869, extraí esta notícia em que o autor nomeia dois deuses tutelares chineses: Tuti e Fu-Shui. Creio tratar – se dos deuses Tou Tei ou Tou Dei Gung (土地公) e Fu Shi (伏羲) (3)


Templo de Tou Tei no Largo do Pagode do Patane

Este templo está classificado como Monumento e localiza-se entre as Ruas da Palmeira, da Pedra e da Ribeira do Patane, no Porto Interior. Está encostado ao Jardim de Camões, no sopé do outeiro, com os seus pavilhões construídos entre as pedras da Colina.
NOTA: fotos pessoais do Templo Tou Tei do Patane de Maio de 2017
(1) Ver anteriores referências a “Tou Tei, o deus da família” em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/02/27/noticia-de-27-de-fevereiro-de-2017-tou-tei-o-deus-da-familia/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/templo-tou-tei-patane-%E5%9C%9F%E5%9C%B0%E5%BB%9F/
(2) BALSA – fogo de artifício chinês, muito comum em Macau até à década de 20 (séc. XX) depois caiu em desuso. Ver explicação em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/02/27/noticias-de-25-e-26-de-fevereiro-de-1868-fogos-de-artificio-na-fonte-de-lilau/
(3) Fu Xi (Fuxi) ou Fushi ou Fu Hsi (伏羲), também conhecido como Paoxi ou Pao-hsi (庖犧). É um personagem da mitologia chinesa e é tido como um imperador que reinou durante os meados do século 29 aC. Ele foi o primeiro dos Três Augustos (三皇 Sānhuáng). Na antiga China ele era considerado um herói mitológico da cultura, atribuindo-se-lhe a invenção da escrita, pescaria e caça. Ele é considerado o fundador na nação chinesa.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fu_Xi

Junto à entrada está o deus-porteiro
Que não deixa entrar diabos e ladrões,
E àquela que abra e saia dos portões
Assegura que volte são e inteiro

Na sala está o buda folgazão
Enchendo a casa de luz da alegria
E p´ra que nunca falte arroz do dia
Na cozinha está o deus do fogão.

Fotografia tirada na Rua do Matapau em Maio de 2017

Trabalha o patrão numa grande mesa
E entre ábacos e livros aos montões,
Majestoso se ergue o deus da riqueza.

Na alcova está a deusa das paixões
Para dar ao casal toda a certeza
De dar ao seu lar novas gerações.

Leonel Alves (1) (2)

(1) In “Antologia de Poetas de Macau”, selecção e organização de Jorge Arrimar e Yao Jingming, 1999, p.81.
(2) Ver anterior referencia a este poeta em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leonel-alves/

Numa das casas existentes neste Jardim (1), uma varanda de “ferro” com o formato de dragão
(1) Ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/09/macau-no-exterior-macau-e-o-jardim-oriental-em-lisboa-i/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/12/macau-no-exterior-macau-e-o-jardim-oriental-em-lisboa-ii-o-busto-de-camoes/

Amor, guerra, vício, sexo, ópio, religião, etnias, costumes e famílias atravessam as páginas de O Rio das Pérolas (Bertrand), de Isabel Valadão. (1) A autora decidiu escrever sobre a cidade onde viveu entre 1983 e 1986 -narrativa sobre “o papel subalternizado da mulher” na sociedade chinesa, O Rio das Pérolas segue os destinos de Mei Lin e Luísa, duas raparigas que farão percursos muito diferentes numa cidade atravessada pelos resquícios da II Guerra Mundial. À distância de muitos anos e quilómetros, Isabel Valadão conta que foram as leituras acumuladas a ajudar na construção da Macau que encontramos no livro, cidade à qual nunca regressou mas que nunca esqueceu.”
Ver a reportagem do jornal Ponto final suplemento literário “Parágrafo” de 28 de Julho de 2017de com a escritora em file:///C:/Users/ASUS/Downloads/PFL%2320%20final%20(1).pdf
e entrevista a CASTRO, Isabel no jornal «hojeMacau» 11 de Julho de 2017
https://hojemacau.com.mo/2017/07/11/isabel-valadao-autora-de-o-rio-das-perolas-as-palavras-sao-o-que-restara-de-nos/
Maria e Mei Lin podiam ser duas pessoas diferentes. Na verdade, são duas facetas da mesma mulher. Quando Mei Lin, uma menina irreverente, com grandes sonhos, foge do convento e das freiras que a criaram para não se ver condenada a uma vida sem fulgor, predestinada por outros, estava longe de imaginar que a sua escolha a precipitaria para o submundo das casas de ópio e de prostituição de Macau. Mas o destino prega-lhe uma partida e Mei Lin acaba por ser vendida como pei-pa-chai — no fundo, uma escrava sexual. É então que conhece Manuel, filho de uma das famílias portuguesas mais importantes do Território, alguém que lhe pode dar outra vida.
Mas será a nova família capaz de a aceitar? E será que o passado ficou verdadeiramente para trás? Uma viagem por Macau nas décadas de 40, 50 e 60 e pelas contradições da vida num território português às portas da China, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial e da guerra sino-japonesa.”
https://www.bertrandeditora.pt/produtos/ficha/o-rio-das-perolas/19085592
(1) VALADÃO, Isabel – O Livro das Pérolas. Bertrand Editora, 2017, 248 p. ISBN: 978-972-25-3378-2

Continuação da visita ao Jardim Botânico Tropical (JBT) (1).
Na zona dedicada a Macau, num recanto encontra-se um pedestal de forma rectangular que sustenta no topo superior um busto de Camões (réplica do busto existente na Gruta em Macau ?)
Na parte anterior do pedestal, as três primeiras estrofes do Canto I de “OS LVSIADAS”
Na parede à direita do pedestal encontra-se um poema (em francês) composto em 30 de Março de 1827, pelo poeta francês Louis de Rienzi (2) – versos esses que se encontram gravados numas das placas de mármore dispostas na Gruta de Camões em Macau.
PATANE LIEU CHARMANT ET SI CHER AU POÈTE
JE N´OUBLIERAI JAMAIS TON ILLUSTRE RETRAITE.
ICI CAMOENS, AU BRUIT DU FLOT RETENTISSANT
MÊLA L´ACCORD PLAINTIF DE SON LUTH GÉMISSANT
AU FLAMBEAU D´APPOLON ALLUMANT SON GÉNIE
IL CHANTA LES HÉROS DE LUSITANIE……………….(3)
AU GRAND´LOUIS DE CAMOENS PORTUGAIS  D´ORIGINE CASTELLANE,
SOLDAT RELIGIEUX, VOYAGEUR ET POÈTE EXILÉ,
L´HUMBLE LOUIS DE RIENZI, FRANÇAIS D´ORIGINE ROMAINE,
VOYAGEUR RELIGIEUX, SOLDAT ET POÈTE EXENTRIE (sic – erro – EXPRATRIÉ)

Na parte posterior do mesmo pedestal, Estrofes XCV (Canto VI), XIII (Canto VII) e LXXXI (Canto VII)
Parte posterior do pedestral
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/09/macau-no-exterior-macau-e-o-jardim-oriental-em-lisboa-i/
(2) Louis (Grégoire) Domeny de Rienzi (1789-1843) viveu em Macau de 1827 a 1829. Aventureiro, deixou escrito os seus relatos das viagens à Oceania e Oriente. Suicidou-se em Paris, em 1843.
Ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/louis-d-de-rienzi/
(3) Ler todo o poema em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/03/30/noticia-de-30-de-marco-de-1827-a-gruta-de-camoes-xx/
NOTA: fotos tiradas em 2017, autorizadas pelo autor.