Nos dias 22 e 23 de Janeiro de 1992, no Teatro Alegria, o Grupo Artístico de Chen Ai Lian efectuou dois espectáculos de dança clássica (angariação de receitas) a favor da participação dos atletas da Associação Recreativa dos Deficientes de Macau no 3.º Torneio Nacional Desportivo para Deficientes da China. Os espectáculos organizados pela Associação Recreativa dos Deficientes de Macau tiveram o patrocínio da Sociedade de Turismo de Diversões de Macau.
Informações e fotos extraídos do panfleto/programa (25,5 cm x 18 cm), 4 páginas.
Programa (29,5 cm x 21 cm; 20 pág) do Campeonato Internacional de Judo por convite realizado nos dias 1 e 2 de Agosto de 1992 no Forum de Macau com organização da Associação de Judo de Macau.
Contém mensagens/saudação do Secretário-Adjunto para Administração, Educaçãoe Juventude, Jorge A. H. Rangel (p.1); do Presidente do Instituto dos Desportos de Macau, Ernesto Basto da Silva (p. 3); do Presidente do “Kodokan Judo Institute /All Japan Judo Federation”, Yukimitsu Kano(5); e do Presidente da Assembleia Geral da Associação de Judo de Macau, Carlos Cavaleiro Sanchez (p. 6).
Participaram as equipas de Brunei, Hong Kong, Malásia, Singapura e Macau.
O 11.º Torneio internacional de Hóquei em Campo – Veteranos, o chamado “PACIFIC RIM MASTERS -VETERAN HOCKEY TOURNAMENT”, realizou-se em Singapura, organizado pela “Singapore Veterans Hockey Association”. Os jogos decorreram no “Delta Sports Complex” de 2 a 7 de Novembro de 1992
Neste torneio, nos “Masters 40” participaram 4 equipas; Austrália, Macau, Malásia e Singapura e nos “Masters 50” somente três equipas: Austrália, Malásia e Singapura.
CONTRA-CAPA
Cerimónia de Abertura no dia 2 de Novembro de 1992
Programa da cerimónia de abertura, dia 2 de Novembro de 1992
Lista da comitiva macaense
À chegada ao “Delta Sports Complex” no dia 3 de Novembro de 1992
Uma homenagem aos companheiros – saudosas memórias dos que já partiram: Amadeu Cordeiro e Alberto Colaço
Para assinalar o DIA DA CIDADE, 24 de Junho – dia do seu padroeiro, São João Baptista – em 1992, foi comemorada com diversas actividades:
– Três exposições: uma fotográfica sobre o “Leal Senado e o Cidadão”, uma de flores de lotus e uma de notas. A mostra fotográfica, na galeria de exposições temporárias do município, destinada a informar os cidadãos sobre as actividades e o funcionamento do Leal Senado, abriu a 23 de Junho e esteve patente durante quase 15 dias. A exposição de flores de lotus decorreu no novo parque municipal Dr. Sun Iat Sem, construído junto ao canal dos Patos. O Banco Nacional Ultramarino que nesse ano festejava os 90 anos da sua presença no território promoveu, também no Leal Senado, uma exposição de notas, moedas e documentos de Macau.
– Uma corrida pedestre pelas ruas de Macau – “Uma légua na cidade”, a corrida pedestre aberta a todos os cidadãos, reuniu atletas divididos em cinco escalões: homens, mulheres, deficientes físicos, adultos com mais de 55 ano e crianças com menos de 13. Concentrados manhã cedo no Largo do Senado, os atletas correram cerca de 4.500 metros.
– Uma representação teatral
– Um espectáculo de variedades no Largo do Senado
No dia anterior, 23 de Junho, foi celebrada missa na Sé Catedral em honra de São João Baptista e à noite realizou-se o arraial de S. João em Hac Sá, Coloane.
Fotos e informação extraídos de «MacaU», II série n.º 4 de Agosto de 92, p.91.
«Contos Breves», edição do Instituto Português do Oriente, (1) n.º 1 da colecção «Contar Um Conto», de 1922, bilingue, tradução para chinês de Cui Weixiao, ilustração de Sam Keng Tan (Teresa), é uma selecção de oito pequenos contos da adolescência (18 anos incompletos) (2) de Mário de Sá Carneiro (3)
Interior da Capa
Interior da Contra-capa
(1) SÁ-CARNEIRO, Mário de – Contos Breves. Edição bilingue (tradução de Cui Weixiao) do Instituto Português do Oriente, Macau, 1992, 111 p. ISBN – 972-8013-01-9, (15 cm x 21 cm x 0,5cm). Livro comprado na Feira do Livro do Porto no Pavilhão: IPOR, em 1993
(2) Conjunto de contos escritos entre Setembro de 1908 a Fevereiro de 1909 por Mário de Sá Carneiro (Lisboa 1890- Paris, por suicídio 1916), destinados à revista semanal Azulejos, utilizando o anagrama Sircoanera onde o autor colaborava com poemas e contos.
(3) Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, 19 de Maio de 1890 — Paris, 26 de Abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal. Em 1912, estuda na Universidade de Sorbonne, em Paris. Publica os primeiros poemas, «Dispersão», em 1914, mesmo ano da novela A Confissão de Lúcio». Retorna a Portugal em 1915 e lança a revista «Orpheu» em parceria com Fernando Pessoa.
João Pires Cutileiro, escultor (também ceramista) mais conhecido pelas suas esculturas em mármore, nascido em Lisboa em 1937, faleceu nessa mesma cidade no dia 5 de Janeiro deste ano.
Viveu e trabalhou em Évora desde 1985, tendo duas das suas obras expostas ao público em Macau: uma no jardim do Centro Cultural de Macau, inaugurado a 19 de Março de 1999, de um grupo escultórico esculpido em mármore cinzento de Estremoz com um barco de pedra e cavaleiros preparados para a guerra, inspirados nos guerreiros de terracota de Xian e a outra, mais escondida do público, “corpo feminino-mulher deitada” de 28 de Novembro de 1989, colocada no átrio principal de entrada aquando da inauguração do 1-ª edifício do conjunto dos três edifícios que constituía o Centro Hospitalar Conde de S. Januário.
Átrio principal da entrada do Centro Hospitalar Conde de S. Januário (C.H.C.S.J.) edifício do Bloco Clínica Obstétrica e Pediatra (para a esquerda da foto) e da Clínica Médico – Cirúrgica (para a direita da foto). Ao fundo, no centro, a escultura de João Cuteleiro.
Apresento três postais de uma colecção de seis (15 cm x 10 cm) que os Serviços de Saúde de Macau editou a propósito dos 120 anos da inauguração do «Hospital Militar de Sam Januário”, inaugurado a 6 de Janeiro de 1874.
Perspectiva do átrio principal do C.H.C.S.J.
Escultura de João Cutileiro – 1989; Átrio principal do C.H.C.S.J
Escultura de João Cutileiro (pormenor) – 1989; Átrio principal do C.H.C.S.J.
Recorda-se que a escultura não foi bem vista pela comunidade chinesa, apesar da ideia da mulher nua ter sido baseada na tradição dos tempos dos imperadores em que as mulheres dos mandarins não podiam ser observadas pelos curandeiros/médicos. Assim quando estavam doentes, as aias ou criadas levavam uma boneca /pequena escultura e apresentavam-na aos médicos, apontando o local da dor/maleita. Se precisassem ser observadas o médico somente podiam palpar o pulso para fazer o diagnóstico.
A escultura controversa foi, por isso, posteriormente transferida para o átrio do terceiro edifício deste Centro Hospitalar – a entrada para a Escola Técnica dos Serviços de Saúde e do seu anfiteatro (junto à placa da inauguração dessa Escola no dia 3 de Dezembro de 1992), onde suponho que lá esteja ainda hoje.
Em Janeiro de 1987 chegaram a Macau cinco Irmãs da Congregação de Caridade de Santa Ana e iniciaram a sua obra no Asilo Betânia; em Maio de 1989 foram para o Asilo de Santa Maria; em Abril de 1992 para o Lar de S. Luís Gonzaga e em Janeiro de 1933 para o Centro de Santa Lúcia em Ká Hó, tratando e servindo todos os necessitados, especialmente os idosos e os doentes mentais que lhes foram confiados. Em 1994, quando foi publicado o opúsculo (1) que apresento, eram já vinte as Irmãs que se dedicavam nos Centros transformados em casas de bem estar e onde eram prestados bons cuidados e apoio a todos que ali se encontravam.
CAPA + CONTRACAPA
Maria Rafols nasceu em 5 de Novembro de 1781 em Villafranca de Panades.Barcelona, Espanha. Um dia encontrou o Pe João Boal, vigário do Hospital de Santa Cruz de Barcelona (falecido em 1829) e tenho sabido que este estava envolvido num projecto ambicioso de caridade para cidade, ofereceu-se para trabalhar ao serviço dos pobres. Aos 23 anos foi nomeada presidente feminina de um grupo de 12 irmãs da Caridade (como eram chamadas) encarregadas de melhorar a situação de 2 000 doentes do Hospital de Nossa Senhora da Graça em Saragoça. O modo de actuação da nova Irmandade foi-se tornando conhecido e o Bispo de Huesca, D. Joaquim Sanchez de Cutanda convidou-as para o serviço do Hospital e da Casa da Misericórdia da cidade (19 de Maio de 1807). Em 1808-1809, nos dois cercos feitos a Saragoça pelas tropas de Napoleão, a Irmandade contava já contava 21 Irmãs, exercendo uma acção contra a fome e a miséria dos feridos e prisioneiros da guerra. A rendição de Saragoça deixou a cidade coberta de cadáveres e em ruínas; nove companheiras sucumbiram de doença.
Em 15 de Julho de 1824, as Constituições da Irmandade foram aprovadas pela autoridade eclesiástica diocesana, e a 16 de Julho de 1825 treze Irmãs fizeram os primeiros votos públicos de pobreza, castidade, obediência e hospitalidade e as três fundadoras, Maria Raflos, Teresa Canti, Raimunda Torella e a irmã Teresa Ribeira fizeram os votos perpétuos no mesmo ano – 15 de Novembro de 1825. Maria Rafols faleceu a 30 de Agosto de 1853 (49 anos de vida religiosa). Em 1994 existia cerca de três mil Irmâs da Caridade.
Página 40 e interior da contracapa
(1) “Maria Rafols, heroína da Caridade do Século XIX, Fundadora da Congregação das Irmãs de Caridade de Santa Ana”. Biografia da vida e obra de Maria Rafols. Opúsculo de 40 páginas, em português, inglês e chinês, 20,5 cm x 14 cm. Impresso em 30 de Outubro de 1994.
NOTA: Sou testemunha das acções contínuas e prontas destas Irmâs sempre ao serviço dos mais pobres, necessitados e doentes. Prestei assistência médica nos anos 80 e 90 (séc. XX) nos Asilos dependentes das Missões nomeadamente no Asilo «Santa Maria» (fundado pelo Padre Luís Ruiz Suarez em 1969, instalando-se na casa do antigo Infantário da Associação das Senhoras Chinesas na Travessa dos Santos n.º 2-4 (entrada principal), depois melhoradas com as obras de beneficiação; tinha uma porta lateral que dava para a Rua do Pato (por onde se entrava) e no «Asilo Betânia» também fundado pelo Padre Luís Ruiz Suarez, em 1970, na Avenida do Conselheiro Borja a caminho da Ilha Verde (eram barracas de latas, antigo centro de refugiados do Instituto de Acção Social de Macau). Por detrás do «Asilo Betânia» ficavam as casas do antigo dormitório para refugiados, onde o mesmo Padre Ruiz Suarez fundou, em 1970, o «Centro «São Luís» destinados aos rapazes com atrasos mentais e doentes crónicos (a entrada era o mesmo do Asilo Betânia). O Centro de Santa Lúcia foi fundado em 1977 para albergar raparigas subdesenvolvidas num edifício (novo com capacidade para 70 pessoas em 1978), em Ká Hó.
Foram inauguradas em Outubro de 1992, as novas instalações em edifício para isso construído junto ao Complexo Hospitalar, a Escola Técnica dos Serviços de Saúde com uma capacidade para 200 alunos, possuindo ainda biblioteca, vídeoteca, laboratórios e dois auditórios com um capacidade para 270 pessoas, dotados dos mais modernos meios audiovisuais.
Criada em 1964, a Escola Técnica tinha como objectivos a formação profissional básica de enfermeiros e de técnicos de diagnóstico e terapêutica, a formação pós-básica naquelas áreas e o aperfeiçoamento profissional dos mesmos técnicos através de acções de formação contínua e actualização.
Formando técnicos de saúde essencialmente destinados a satisfazer as necessidades dos serviços oficiais, a sua actividade articulava-se intimamente com o desenvolvimento daqueles. Assim, dado a grande expansão operada quer aos cuidados primários, quer nos cuidados hospitalares, a Escola viu grandemente aumentadas as necessidades de formação, particularmente em especializações em enfermagem
Além dos cursos de enfermagem geral e de técnicos de diagnóstico e terapêutica, a Escola ministrava cursos de especialização de enfermagem: saúde materna e obstétrica, saúde comunitária, Saúde infantil e pediátrica, médico-cirúrgica e reabilitação.
Estava já criado nesse ano o Curso de Administração de Serviços de Enfermagem e em 1994 iniciava-se o curso de Pedagogia Aplicada ao Ensino de Enfermagem
Informações das páginas 56-57 de «Serviços de Saúde de Macau», edição de Planeamento e Gestão de Recursos Humanos dos Serviços de Saúde de Macau, 1993, 57 p.
Seis moedas de Macau dentro de uma embalagem de plástico compartimentado: 10 avos- 1993; 20 avos – 1993; 50 avos – 1993; 1 pataca – 1998; 5 patacas 1992; 10 patacas 1997. Foram compradas numa das bancas de venda de artigos variados para turistas, em 1998/1999, que existiam na Rua de S. Paulo /Largo Companhia de Jesus, junto às Ruínas de S. Paulo. Preço: 25 patacas.
Frente
Trás
Anverso das moedas –澳MACAU門
Reverso das moedas
10 Avos – 1993 – Dança Leão – redonda, latão, bordo liso, 1,38 gr, 17 mm de diâmetro e 1 mm de espessura; 壹毫: (yī háo, jat1hou4) 20 Avos – 1993 – Barco dragão – formato:12 lados, latão. Bordo liso, 2,8 gr, 20 mm de diâmetro e 1,28 mm de espessura; 贰 毫(èr háo/ji6 hou4) 50 Avos – 1993 – Dança do dragão – redonda, latão, bordo liso, 4,59 gr., 23 mm de diâmetro e 1,55 mm de espessura; 伍毫 (wǔ háo / ng5 hou4) 1 Pataca – 1998 – Farol e Capela da Guia – redonda, cupro-níquel, serrilhado, 9 gr, 26 mm de diâmetro e 2,25 mm de espessura; 壹圓 (yī yuán /jat1 jyun4)5 Patacas – 1992 – Ruínas de S. Paulo e Junco chinês – formato: 12 lados, cupro-níquel, bordo liso, 10,1 gr; 27,5 mm de diâmetro e 2 mm de espessura. 伍圓 (wǔ yuán/ng5 jyun4) 10 Patacas – 1997 – Ruínas de S. Paulo – redonda, bimetálica: centro de cupro-níquel, anel de Latão, bordo serrilhado intermitente, 12 gr., 28 mm de diâmetro e 2,7 mm de espessura; 十圓(shíyuán/ sap6 jyun4)
Continuação da estória histórica e policial sobre o roubo e depois a devolução ao seu proprietário – Leal Senado – de dois raros desenhos de George Chinnery, seis anos depois de terem desaparecidos misteriosamente em Nova Iorque,
“Quanto aos presumíveis inquilinos do apartamento (onde foram encontrados os desaparecidos desenhos) as pistas encontradas pela polícia nova-iorquina eram mínimas – apenas alguns livros escritos em português tinham deixados para trás. Depois de contactarem a Galeria de Arte que inicialmente vendera os desenhos ao Leal Senado, os funcionários do «Art Loss Register» descobriram a identidade dos proprietários das obras de arte. O Leal Senado enviou prontamente um técnico especializado a Nova Iorque a fim de verificar, in loco, a autenticidade dos desenhos, mas o regresso definitivo das duas peças artísticas a Macau ficaria adiado. A partir daí começou um longo e intricado processo legal até que os desenhos pudessem voltar às mãos do legítimo proprietário. (…)
George Chinnery, Vista da Rua perto da Igreja de S. Lourenço, lápis sobre papel, 1839
Um golpe de sorte
“ Em 1994, decorridos seis anos sobre o misterioso desaparecimento e conservados em duvidosas condições, ninguém esperaria que os desenhos de Chinnery regressassem às mãos do Leal Senado de Macau em óptimas condições. M, afortunadamente, o amadorismo dos larápios não teve outras consequências que não a troca das molduras que acompanhavam os desenhos. É que, certamente na esperança de puderem transacionar os desenhos no mercado negro sem denunciarem a sua origem, os ladrões optaram por retirar os trabalhos das respectivas molduras. Até, porque, pouco convenientemente, ambas as molduras apresentavam, no verso, o selo da Galeria londrina que os vendera. Gorada a incursão nos circuitos marginais, os autores do furto viram-se obrigados a retrocederem nas intenções e voltaram a colocar os desenhos nas molduras, acabando por trocá-las inadvertidamente. Foi ainda assim, com os desenhos certos nas molduras erradas que o Leal Senado recebeu de volta as preciosas obras-primas de Chinnery, o pintor que transportou para as suas telas significativas vivências da história de Macau.”
Extraído de CUNHA, Luís (texto) em “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997)”, edição Leal Senado de Macau, 1997, pp. 65-66