“15-04-1987 – O diário britânico “The Guardian” publica uma notícia que revela que as autoridades portuguesas mantiveram sigilo sobre o macabro achado de quatro corpos decapitados, aparentemente de agentes sul-coreanos em Agosto de 1986, na Ilha de Coloane. Segundo o diário londrino, as autoridades portuguesas acreditam que se trata de um ajuste de contas entre agentes dos serviços de informações das duas Coreias e que quem avisou as autoridades policiais portuguesas da ocorrência do incidente foram agentes dos serviços de informações da Correia do Norte.”
(FERNANDES, Moisés Silva – Sinopse de Macau nas Relações Luso-Chinesas 1945-1995 Cronologia e Documentos, 2000. (p. 430)
Apresento um folheto papel-cartão (cartolina) distribuído em Lisboa e Macau aquando do raid aéreo Lisboa-Macau-Lisboa, em Janeiro de 1987; em português e chinês Desenho de Carlos Marreiros. No local destinado a autógrafos, três assinaturas, não legíveis.
Dimensões: 39,5 cm (dobrada 28,8 cm) x 13,5 cm
O monomotor “Sagres” partiu de Lisboa a 11 de Janeiro de 1987 e chegou a Macau em 6 de Fevereiro, no Aterro da Concórdia em Seac Pai Van (Coloane). O regresso a Lisboa foi a 15 de Fevereiro do mesmo ano. (1) O avião com Jorge Cruz Galego, Arnaldo Alves Leal e Álvaro M. Prata Mendes, percorreu cerca de 15.000 Km em 27 dias (tempo total de vôo: 65H30), com 23 aterragens.(2)
No dia 18 de Novembro de 1987, os «Correios e Telecomunicações de Macau / CTT MACAU» emitiram e puseram em circulação selos postais alusivos à emissão extraordinária “Meios de Transportes Tradicionais – 1. º Grupo“ e um bloco filatélico. Trata-se de uma continuação da emissão de selos sob o tema “Meios de Transporte “ iniciado em 1984 com os “Barcos de Pesca” e terminado com os “Hidroaviões” (estes já publicados em anteriores postagens (1) (2)
Os quatros selos desta emissão são nos valores de 10 avos (carro de mercadorias), 70 avos (cadeirinha) 90 avos (riquexó) e 10 patacas (triciclo) (3)
“Um dos meios de transporte mais antigo e comum usado na china e em Macau foi a cadeirinha portátil. Sustentada por dois varais compridos, era conduzida por dois homens, um colocado atrás e outro à frente. Foi usada principalmente nas cidades e no campo em pequenas distâncias. A cadeirinha foi durante a maior parte da história de Macau o meio de transporte mais importante e típico”. (4)
O Bispo de Macau tinha ao seu serviço quatro cadeirinhas, reservando uma para cada estação do ano. (5)
(3) Portaria n.º 143/87/M de 9 de Novembro (BOM n.º 45, 1987, p. 2943) – Emite e põe em circulação selos postais e blocos alusivos aos “Meios de Transportes Terrestres Tradicionais”
(4) Texto de Jorge Cavalheiro in “Da Sampana ao Jactoplanador, Da Cadeirinha ao Automóvel”. Edição da Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau, 1990, 114 p.
(5) “O palanquim do Bispo de Macau tinha janelas de vidro e decorado com madrepérolas. Não há nenhum que ouse ser tão belo ou que se lhe possa comparar “ «Ou-Mun Kei-Leok Monografia de Macau», tradução de Luís Gonzaga Gomes, Outubro de 1979, p. 228.
CONVITE (tipo postal – 21 cm x 15 cm) do Grupo de Danças e Cantares do Clube de Macau (GDCCM) para a exposição “Trajes Regionais Memórias de Um Povo” a inaugurar no dia 9 de Junho de 1998 pelas 18:00 horas no Centro de Actividades Turísticas. A exposição estava integrada nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, (1) esteve patente ao público diariamente até ao dia 30 de Junho.
Anexo: 13 cm x 15 cm
Verso do Anexo: 13 cm x 15 cm
O envelope exterior do Convite (21,8 cm x 15,5 cm)
O “Grupo de Danças e Cantares do Clube de Macau”, (GDCCM) foi fundado em Abril de 1991 e terminou em 2003, tendo os elementos do grupo fundado em 26 de Abril desse ano o “Grupo de Danças e Cantares de Macau” “(GDCM), em chinês: “澳門歌舞團”, ainda hoje em actividade. Conforme estatutos publicados (2) o GDCM foi o beneficiário do património histórico e cultural do Grupo de Danças e Cantares do Clube de Macau.
(1) Nas celebrações do 10 de Junho de 1998 esteve presente a Ministra da Saúde Maria de Belém Roseira Martins Coelho Henriques de Pina, em representação dos órgãos de soberania de Portugal . Maria de Belém foi administradora da Teledifusão de Macau em 1986/87. (2) BO-RAEM, n.º 19 de 7 de Maio de 2003 https://bo.io.gov.mo/bo/ii/2003/19/anotariais.asp#184
“11-05-1987- Edição do livro «Elementos para a História de Macau» de Beatriz Basto da Silva, em que se aborda a metodologia do ensino da História de Macau”. (1)
Esta data, de lançamento do livro, é apontada pela autora na sua Cronologia da História de Macau, Volume 5 de 1998, p. 208 (não vem referido na actualização da sua Cronologia de 2015), embora o livro fosse impressa em Agosto de 1986.
Independentemente das datas, não queria deixar de salientar o valor desta obra pedagógica (2) da historiadora e professora Dra. Beatriz Basto da Silva, trabalho de grande valia e mérito no domínio historiográfico.
A capa: Leimotiv da ornamentação de uma certa arquitectura macaense. Fotografia: Humberto Abreu Design gráfico: Rui de Carvalho
ÍNDICE DO PLANO GERAL DA OBRA
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Elementos de História de Macau, Volume I – Ensino Primário Elementar, de Expressão Portuguesa e Ensino Preparatório. Direcção dos Serviços de Educação, Imprensa Oficial de Macau, Agosto de 1986, 227 p.
(2) Estava projectada para ser 4 volumes. O Volume II – Ensino Primário Elementar, de Expressão Luso-Chinesa; Volume III – Curso Geral – Ensino Secundário; Volume IV – Curso Complementar e Magistério Primário.
Outra caixa de fósforos da empresa “Macau CTS Hotel Management International Ltd” (1) que gere em Macau os hotéis “Hotel Metrópole”, “Hotel Ritz Macau” e “Hotel Beverly Plaza”.
Com os logotipos da empresa (em baixo, à direita) e dos três hotéis.
METROPOLE HOTEL
京都酒店
HOTEL BEVERLY PLAZA
富豪酒店
HOTEL RITZ MACAU
濠璟酒店
Verso da caixa
Lateral da caixa
澳門中旅 (國際) 酒店管理有限公司简瑆
(1) “Macau CTS Hotel Management (International) Ltd” empresa internacional de gestão de hotéis (do grupo empresarial em Macau, chinês Nam Kwong) está em Macau desde 1987.
Extraído de «TSYK»- III Ano, n.º 18 de 1 de Fevereiro de 1866, p. 77
O busto (e a sua inauguração que foi anteriormente publicada neste blogue)(1), já em 1862, mereceu um “apontamento” no «Boletim do Governo de Macau» (VIII-17 de 19-03-1862, p. 66):
Retrato de Camões – Desenho de F. Gerard e L. Visconti – Gravura de F. Lignon (1817) POSTAL (14, 5 cm x 10,3 cm) – Colecção “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas “, 1987
28-01-1866 – “Para solenizar a colocação do busto de Camões, encomendado por Lourenço Marques, proprietário da gruta do mesmo nome, a Bordalo Pinheiro, busto este cuja chegada a Macau foi noticiada, no Boletim do Governo n.º 17 de 29 de Março de 1862, realizou-se «uma escolhida reunião de damas e cavalheiros, nacionais e estrangeiros, n´aquelle ameno e delicioso recinto». Compareceu também, S. Exa. O Governador e mais autoridades, bem como os estudantes do seminário, tocando a interessante banda marcial dos alunos, composta de mais de 20 músicos. Alguns estudantes recitaram, a propósito, várias poesias escolhidas e adequadas, em português, latim, francês e italiano. O Sr. Sá Camello, alferes do batalhão de linha recitou poesia do Sr. António Serpa Pimentel intitulada «Camões na gruta de Macau» ”(GOMES, Luís Gonzaga – Efemérides da História de Macau, 1954, pp. 26-27
1866 – O primeiro busto de Camões, na Gruta do Jardim de Manuel Pereira (1757-1826) foi substituído nesta data, por iniciativa do genro do rico negociante, Lourenço Caetano Cortela Marques, casado com Maria Ana Josefa Pereira. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p.177) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/01/28/noticia-de-28-de-janeiro-de-1866-busto-de-camoes/
Em Janeiro de 1987 chegaram a Macau cinco Irmãs da Congregação de Caridade de Santa Ana e iniciaram a sua obra no Asilo Betânia; em Maio de 1989 foram para o Asilo de Santa Maria; em Abril de 1992 para o Lar de S. Luís Gonzaga e em Janeiro de 1933 para o Centro de Santa Lúcia em Ká Hó, tratando e servindo todos os necessitados, especialmente os idosos e os doentes mentais que lhes foram confiados. Em 1994, quando foi publicado o opúsculo (1) que apresento, eram já vinte as Irmãs que se dedicavam nos Centros transformados em casas de bem estar e onde eram prestados bons cuidados e apoio a todos que ali se encontravam.
CAPA + CONTRACAPA
Maria Rafols nasceu em 5 de Novembro de 1781 em Villafranca de Panades.Barcelona, Espanha. Um dia encontrou o Pe João Boal, vigário do Hospital de Santa Cruz de Barcelona (falecido em 1829) e tenho sabido que este estava envolvido num projecto ambicioso de caridade para cidade, ofereceu-se para trabalhar ao serviço dos pobres. Aos 23 anos foi nomeada presidente feminina de um grupo de 12 irmãs da Caridade (como eram chamadas) encarregadas de melhorar a situação de 2 000 doentes do Hospital de Nossa Senhora da Graça em Saragoça. O modo de actuação da nova Irmandade foi-se tornando conhecido e o Bispo de Huesca, D. Joaquim Sanchez de Cutanda convidou-as para o serviço do Hospital e da Casa da Misericórdia da cidade (19 de Maio de 1807). Em 1808-1809, nos dois cercos feitos a Saragoça pelas tropas de Napoleão, a Irmandade contava já contava 21 Irmãs, exercendo uma acção contra a fome e a miséria dos feridos e prisioneiros da guerra. A rendição de Saragoça deixou a cidade coberta de cadáveres e em ruínas; nove companheiras sucumbiram de doença.
Em 15 de Julho de 1824, as Constituições da Irmandade foram aprovadas pela autoridade eclesiástica diocesana, e a 16 de Julho de 1825 treze Irmãs fizeram os primeiros votos públicos de pobreza, castidade, obediência e hospitalidade e as três fundadoras, Maria Raflos, Teresa Canti, Raimunda Torella e a irmã Teresa Ribeira fizeram os votos perpétuos no mesmo ano – 15 de Novembro de 1825. Maria Rafols faleceu a 30 de Agosto de 1853 (49 anos de vida religiosa). Em 1994 existia cerca de três mil Irmâs da Caridade.
Página 40 e interior da contracapa
(1) “Maria Rafols, heroína da Caridade do Século XIX, Fundadora da Congregação das Irmãs de Caridade de Santa Ana”. Biografia da vida e obra de Maria Rafols. Opúsculo de 40 páginas, em português, inglês e chinês, 20,5 cm x 14 cm. Impresso em 30 de Outubro de 1994.
NOTA: Sou testemunha das acções contínuas e prontas destas Irmâs sempre ao serviço dos mais pobres, necessitados e doentes. Prestei assistência médica nos anos 80 e 90 (séc. XX) nos Asilos dependentes das Missões nomeadamente no Asilo «Santa Maria» (fundado pelo Padre Luís Ruiz Suarez em 1969, instalando-se na casa do antigo Infantário da Associação das Senhoras Chinesas na Travessa dos Santos n.º 2-4 (entrada principal), depois melhoradas com as obras de beneficiação; tinha uma porta lateral que dava para a Rua do Pato (por onde se entrava) e no «Asilo Betânia» também fundado pelo Padre Luís Ruiz Suarez, em 1970, na Avenida do Conselheiro Borja a caminho da Ilha Verde (eram barracas de latas, antigo centro de refugiados do Instituto de Acção Social de Macau). Por detrás do «Asilo Betânia» ficavam as casas do antigo dormitório para refugiados, onde o mesmo Padre Ruiz Suarez fundou, em 1970, o «Centro «São Luís» destinados aos rapazes com atrasos mentais e doentes crónicos (a entrada era o mesmo do Asilo Betânia). O Centro de Santa Lúcia foi fundado em 1977 para albergar raparigas subdesenvolvidas num edifício (novo com capacidade para 70 pessoas em 1978), em Ká Hó.
Hoje, em Macau, deveria iniciar-se o Festival Juvenil Internacional de Dança(1), marcado para 17 a 23 de Julho mas cancelado devido à epidemia provocada pelo novo coronavírus.
A propósito deste festival, apresento, um postal pertencendo à colecção de dez postais impressos na Tipografia Seng Si Lda (5.000 exemplares), emitidos pela Direcção dos Serviços de Turismo, em Fevereiro de 2006, publicitando “Eventos de Macau”, (2) precisamente este festival internacional de dança. Sem outras indicações (autores? datas?)
(1) O Festival Juvenil Internacional de Dança, é realizado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) desde 1987 e deveria realizar-se entre 17 e 23 de Julho de 2020, mas foi adiado para Julho de 2021. https://portal.dsej.gov.mo/webdsejspace/site/dance/index-p.jsp
“Foi um caso policial com um final feliz. Seis anos depois de terem desaparecido misteriosamente em Nova Iorque, dois raros desenhos de George Chinnery – pintor novecentista da China Trade – regressaram às mãos da entidade proprietária – o Leal Senado de Macau. Quando, em 1988, os responsáveis do Leal Senado de Macau cederam temporariamente dois valiosos desenhos de George Chinnery (1774-1852) para figurarem numa exposição, alusiva ao Ano Novo Chinês, promovida em Nova Iorque, pelos conhecidos armazéns Bloomingdales , estavam longe de prever a perda, quase irreparável, das raras obras de arte. Concluídas a mostra, mãos furtivas trataram de impedir o regresso dos desenhos ao Oriente, dando assim início a um drama administrativo e policial que se estendeu por seis anos.
Surpreendentemente, os misteriosos larápios que protagonizaram esta rocambolesca história revelaram-se pouco rodados no mercado clandestino das transacções de obras de arte, cometendo mesmo alguns erros considerados primários pelos especialistas. Desde logo porque os meliantes – certamente amadores no ofício – mostraram desconhecer em absoluto o valor artístico dos desenhos roubados e, não menos importante, o significado que estes possuíam para a entidade proprietária.
A Escadaria e a Igreja de S. Paulo antes do incêndio – 1834
É que um dos trabalhos «A Escadaria e Igreja de S. Paulo» foi última obra artística a captar o histórico templo dos jesuítas antes de um incêndio destruir, quase por completo o edifício em 1835.A fachada, a única parte sobrevivente da antiga Igreja, ascenderia, mais tarde, à condição única de ex-libris da cidade. Razões de sobra para que, em 1987, um ano apenas antes do desaparecimento dos «desenhos» em Nova Iorque, o Leal Senado de Macau tenha resolvido adquirir à Galeria de Arte londrina Martin Gregory, o trabalho «A Escadaria e Igreja de S. Paulo» Dois anos antes os responsáveis da edilidade de Macau tinham já adquirido, à mesma edilidade, um outro desenho de Chinnery, este retratando o Bairro de S. Lourenço, um dos mais típicos da antiga Macau
Por fé ou teimosia, o facto é que os responsáveis do Leal Senado se recusaram a aceitar a perda definitiva dos dois desenhos de Chinerry considerados património artístico da Cidade. Isto apesar da companhia seguradora, sediada em Macau ter pago prontamente o prémio de seguro devido à edilidade. (…). Em causa nunca esteve o valor monetário dos desenhos no mercado da arte. cerca de cento e cinquenta mil patacas, segundo uma avaliação efectuada pela casa leiloeira Christie´s de Londres – mas o que eles representam para a História de Macau . (…). Recusando-se a dar o caso por encerrado, o Leal Senado não chegou a cobrar o cheque enviado pelos armazéns Bloomingdales a título de indemnização. Ficou depositado num cofre à espera do dia em que a esperança de reaver os desenhos se transformasse em realidade. (…)
E esse dia viria mesmo a surgir, em Julho de 1992, quando um funcionário da Art Loss Register da International Foundationn for Art Research, em Nova Iorque, recebe uma chamada anónima, divulgando o paradeiro dos desparecidos desenhos . Estavam no armário de um apartamento, algures na Big Apple- revelava a desconhecida fonte. (…) “……………………….continua
Extraído de CUNHA, Luís (texto) em “Leal Senado, Uma Experiência Municipal (1989-1997)”, edição Leal Senado de Macau, 1997, pp. 65-66