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Em 25 de Março de 1982, Macau participou em Singapura, na 4.ª Feira Internacional de Turismo – «Travel 82» – uma organização do Departamento de Turismo daquela cidade-Estado, que conta com a participação de 42 representações de países da Ásia e ainda Austrália e do continente americano.

O Governador, contra-almirante Almeida e Costa, que se encontrava de visita àquele país, esteve presente na sessão de abertura como convidado de honra.

Na opinião do director dos Serviços de Turismo de Macau, Dr. Marinho de Bastos, a feira representa um esforço comum dos países da Ásia, no sentido de completarem as sua actividades e poderá trazer resultados positivos para o território macaense, uma vez que cada vez mais singaporeanos vão a Hong Kong e por consequência, a Macau. Existe também cada vez mais necessidade de uma estratégia comum dos países da zona em relação ao turismo – diz ainda Marinho de Bastos.

Extraído de «Macau82 jornal do ano», GCS, 1982, pp 70-71) 

No dia 25 de Março de 1982, deu-se início ao lançamento de cartazes, afixados na cidade, com apelo do Comandante das Forças de Segurança, coronel Amaral de Freitas incitando os antigos residentes de Macau que se encontram indocumentados para regularizarem a sua situação nos Serviços de Identificação da PSP.  

«Trata-se de pessoas que vivem há muitos anos em Macau e que, por uma ou outra razão, não se documentaram e que devem fazê-lo agora» – acrescenta o coronel Amaral de Freitas. O comandante das Forças de Segurança declara que este esforço para a legalização dos antigos residentes não pode confundir-se com qualquer processo de amnistia que – frisa – o Governo não tem intenção de conceder.

Salienta a propósito que, só no mês de Março, a PSP entregou `República Popular da China 1671 imigrantes ilegais e, em Fevereiro, 906. Não há qualquer abrandamento no controlo da imigração ilegal que continuará a ser combatida – diz.

A acção que o Comando das Forças de Segurança agora lança visa, apenas a legalização de pessoas que há muitos anos a podiam ter conseguido, mas não o fizeram, na maioria dos casos por, em seu entender, o não necessitarem.

Extraído de «Macau82 jornal do ano», GCS, 1982, pp. 68-69

“Os CTT anunciam em 19 de Março de 1982, o lançamento da primeira «série-base» de selos do Território que terá como tema os «Edifícios e Monumentos de Macau». A série-base a ser lançada por ocasião do 10 de Junho – em que a emissão de selos atinge uma tiragem superior ao normal e se destina a fins postais em especial – encontra-se repartida em três grupos, relativos aos anos de 1982, 1983 e 1984, com taxas de 30 e 40 avos e uma, duas e dez patacas.” («Macau82 jornal do ano», GCS, 1982, p- 66) 

Portaria n.º 85/82/M: emite e põe em circulação neste território, no dia 10 de Junho de 1982, selos postais alusivos a “Edifícios e Monumentos de Macau” , emissão ordinária. (Boletim Oficial de Macau de 5 de Junho de 1982 p. 1022)

Notícia de 9 de Janeiro de 1982, publicada no “Macau 82 – jornal do ano” (1):

“O Governo vai mandar proceder a um estudo global de reaproveitamento das actuais instalações do Hospital de São Januário de forma a debelar algumas carências que afectam um melhor funcionamento daquela unidade hospitalar. A decisão é anunciada no final de uma visita ao Hospital efectuada hoje pelos Secretários- Adjuntos para o Ordenamento, Equipamento Físico e Infra-Estruturas e para os Assuntos Sociais, respectivamente eng. Almeida Viana e dr. Roque Martins.

Hospital Central Conde de S. Januário

Na ocasião, o Dr. José da Paz (director dos Serviços de Saúde) salienta que a capacidade de internamento do hospital é «manifestamente insuficiente para a procura que se verifica», adiantando que, por exemplo, a maternidade – com 40 camas – está superlotada, enquanto os quartos individuais estão permanentemente lotados. O alargamento dos quartos da maternidade, embora provisório (prevê-se a construção de uma nova maternidade) «impõe-se face às solicitações»; ao mesmo tempo que outras obras vão avançando, como é o caso da nova cozinha, praticamente pronta.”

(1) «Macau 82 jornal do ano», primeiro semestre, 1982, p. 8. https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/macau82-jornal-do-ano/

Celebrou- se em Macau neste dia, 25 de Junho de 1982, a “Festividade do Duplo Cinco”, data em que assinalou a passagem do solstício de Verão.

Neste dia realizaram-se as tradicionais corridas dos barcos-dragões. Equipas da Austrália, Malásia, Singapura, Hong Kong e do vizinho distrito chinês de Zhuhai participaram nas provas realizadas em Macau, atraindo milhares de pessoas à baía da Praia Grande.

Extraído de “macau82 jornal do ano”, GCS, 1982, p. 155

O Governador de Hong Kong, Sir Murray MacLehose (1) deslocou-se a Macau em visita não oficial de um dia (15 de Março de 1982) acompanhado da esposa.

Sir Murray que no cais de desembarque era aguardado pelo Governador de Macau e Senhora de Almeida e Costa, veio acompanhado do Cônsul de Portugal em Hong Kong, Dr. Pedro Catarino e esposa, de Sir S. Y. Chung do Conselho Executivo de Hong Kong e do seu conselheiro político e ajudante de campo, McLaren e Corrick.

No cais de desembarque, o Governador de Hong Kong recebeu ainda os cumprimentos do Presidente da Assembleia Legislativa, do Comandante d Forças de Segurança, do Presidente substituto do Leal Senado e de dirigente da Associação Comercial Chinesa.

Durante a sua breve visita a Macau, Sir Murray assistiu a um «briefing», precedido de declarações introdutórias do Governador Almeida e Costa, sobre os aspectos mais relevantes do desenvolvimento do Território nos sectores do ordenamento e infraestruturas, do turismo, economia e finanças.

O Governador e Senhora de Almeida e Costa ofereceram um almoço aos visitantes, no Palacete de Santa Sancha, após o qual Sir Murray visitou alguns pontos de interesse em Macau e nas Ilhas, acompanhado do contra-almirante Almeida e Costa. (2)

(1) Crawford Murray MacLehose, 麥理浩 (1917 – 2000), barão MacLehose de Beoch, politico britânico, diplomata e o 25.º Governador de Hong Kong, de 19 de Novembro de 1971 a 8 de Maio de 1982.

(2) Fotos e reportagem extraídos de «Macau82 jornal do ano», GCS, 1982, pp. 61-62.

CAPA Vol 1 N.º 1 ($ 10 pts; HK $10)

Uma nova revista «Macau Image» foi lançada a 11 de Março de 1982, (Vol.1, n.º1) publicação semestral editada pelo Departamento de Promoção de Exportações (DPE / FDIC) dos Serviços de Economia. A nova publicação procura «oferecer um conjunto de informações que se pretende actualizar periodicamente, relativamente aos sectores das exportações e serviços do Território, e a sua preparação insere-se, segundo uma introdução do Secretário Adjunto para a Coordenação Económica, dr. Costa Pinto, «no âmbito das iniciativas de aumentar o dinamismo do sector exportador do território». (1)

(1) Extraído de «Macau82 jornal do ano», GCS, 1982, pp. 59-60)

Para realizar estudos sobre a lepra em Macau chegou a ao Território , no dia 8 de Março de 1982, um consultor do Organização Mundial de Saúde, o médico espanhol L Lopez Bravo. O especialista que permaneceu cerca de duas semanas com patrocínio da OMS, orientou cursos para médicos e enfermeiros sobre a doença de Hansen.(1) Na Gafaria de Ká Hó existiam nessa altura 140 internados que padeciam de lepra, embora o número de doentes em Macau fosse maior. Com efeito a gafaria encontravam-se internados apenas os doentes que ofereciam risco de contágio. Os pacientes que apresentavam casos menos graves, e à semelhança do que acontecia na generalidade dos países, não são internados, sendo tratados em regime de consulta externa (“Macau82 jornal do ano“, GCS, 1982, p. 55)

(1) Lepra, doença de Hansen ou hanseníase é uma infeção crónica causada pelas bactérias Mycobacterium leprae ou Mycobacterium lepromatosis. Atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade táctil e à dor.

Anterior referência a esta doença: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2021/12/28/leitura-macau-1982-retrato-da-hanseniase/

Teve início no dia 6 de Fevereiro de 1982, em Paris, o «Macau Show 82» que se prolongou por mais três dias. Na inauguração, estiveram presentes os embaixadores de Portugal em Paris e junto da UNESCO e OCDE, respectivamente Siqueira Freire, Grainha do Vale e Pedro Roseta, o cônsul-geral de Portugal, Gervásio Leite e o cônsul da França em Mcau, Susana Chou, além de mais de uma centena de convidados, entre os quais entidades oficiais portuguesas em Paris, representantes do Comércio Externo de França e da banca e importadores.

O Secretário-Adjunto para a Coordenação Económica, dr. João da Costa Pinto, (1) defendeu na ocasião que Macau deveria realizar um esforço maior na promoção de outros produtos, para além dos têxteis. Costa Pinto comentava a organização de «Macau-Show–82» acrescentando, contudo, ser de todo o interesse a presença de exportadores de têxteis locais em Paris para apresentarem novos modelos. «Num momento em que o mercado francês é difícil, em virtude da própria recessão económica em que se vive e a concorrência é extremamente violenta, é natural que eles queiram estar presentes». O Secretário-Adjunto considerou por outro lado, que a exposição foi bem sucedida. (2) 

(1) O Dr. João da Costa Pinto, Secretário-Adjunto para a Coordenação Económica, devido ao excepcional trabalho produzido na sua área, em prol de Macau, foi em 26 de Novembro de 1984 (aquando da cessação de funções em Macau e regressando ao Banco de Portugal) foi agraciado com as insígnias de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique .

(2) Texto e foto extraídos de «Macau82 Jornal do ano», 1.º semestre, GCS, 1981, p. 22.

Pequeno opúsculo (8 páginas) (1) com um resumo científico da área da Dermatologia Sanitária, do Dr. M. J. de Campos Magalhães, dermato-leprólogo dos Serviços de Saúde de Macau, (2) sobre o estado da lepra em Macau no ano de 1982, intitulado: “MACAU-1982: RETRATO DA HANSENÍASE” (1)

Capa e contracapa
Capa
Página 3
Páginas 4 e 5
Páginas 6 e 7
Página 8

Conforme os dados clínicos apresentados, em 1982 estavam a ser seguidos noventa e seis pacientes com esta doença Destes 96 enfermos, quarenta e quatro (22 de cada sexo), revelavam algum grau de incapacidade, na maioria entre pacientes asilados no Sanatório de Ká-Hó. Os novos doentes já eram tratados ambulatoriamente e de acordo com a gravidade da forma clínica faziam numa fase inicial o tratamento intensivo, mais ou menos longa, no Isolamento do Hospital Central Conde de S. Januário.

(1) MAGALHÃES, M. J. de Campos – Macau-1982: Retrato da Hanseníase, Edição de autor, 1983? (sem indicação), 8 p, 21 cm x 15 cm.

(2) Manuel José de Campos Magalhães licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1952, ingressou no corpo clínico do Hospital Rovisco Pais (Leprosaria Nacional) até 1959 data em que foi contratado para Moçambique. Possuiu a especialidade de Dermatologia, e o Curso Superior de Micologia Médica do Instituto Pasteur de Paris (onde esteve como bolseiro da O.M.S. em 1964/65). De 1959 a 1972 exerceu as funções de médico leprólogo dos Serviços de Saúde de Moçambique e foi designado para a chefia do Serviço de Combate à Lepra de Moçambique em fins de 1972. No quadro dos Serviços de Saúde de Macau desde 1977 até à sua reforma.

BO n.º 21 de 26-05-1997, pp. 255/256