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Mapa para Tufões  1980 I

Mapa (29 cm por 25 cm) do ano de 1980, do mar do sul da China com os territórios que o rodeia (entre 10º N – 25º N e 105º E – 125º E), destinado à marcação da trajectória do centro da depressão (Tropical Cyclone Tracking Chart). (1)

O anexo de 10 cm x 25 cm (à direita do mapa) tem as indicações sobre tempestades tropicais – classificação das tempestades (em português, chinês e inglês) dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos do Governo de Macau.

Mapa para Tufões  1980 II

No verso, o Código dos Sinais de Tempestades (em português, chinês e inglês), com as indicações do aspecto, significado dos sinais e as recomendações para cada um dos casos.

CODIGO DOS SINAIS DE TEMPESTADE
風暴訊號 (2) / LOCAL STORM WARNING SIGNALS 

Os sinais a que se refere este código eram içados nos seguintes locais: Capitania dos Portos, Fortaleza da Guia, Fortaleza do Monte, Fortaleza de Mong Há, Centro de Recuperação Social da Taipa e Posto da Polícia Marítima e Fiscal de Coloane.
Mapa para Tufões  1980 Código 1 e 3

Em comparação com os sinais já publicados (3), estes eram: n.º 1, n.º 3, o n.º 8 que subdividia-se em NW, SW, NE e SE,Mapa para Tufões  1980 Código 8

os  n.º 9 e n.º 10 e a indicação de Sinal de Ventos Fortes de Monção.

Mapa para Tufões  1980 Código 9 e4 10

(1) Retirado do Anuário de Macau de 1980.
Comparar com o mapa de 1950 em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/09/25/mapas-para-o-estudo-da-trajectoria-dos-tufoes-no-mar-da-china/
(2)暴訊號mandarim pinyin: fèng bào xùn hào; cantonense jyutping: fung1 bou6 seon3 hou6.
(3) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/01/18/sinais-indicativos-de-tufao-para-os-portos-da-colonia-de-macau-em-1931/.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/07/12/sinais-indicativos-de-tufao-no-ano-de-1927/.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/07/26/chuvas-chuvadas-e-tufoes/

Banco da China 1997

Calendário do ano de 1997 do Banco da China (Sucursal de Macau), com as dimensões: 23 cm x 15,3 cm, publicitando em português e chinês  (frente) as novas notas (de então) de 10, 20, 50, 100, 500 e 1000 patacas.

O Banco da China emite notas
em prol de Macau e do seu Futuro

Banco da China 1997 verso

No verso (em inglês e chinês), o calendário e os números de telefones das 14 dependências que então havia em Macau e Ilhas.

NOTA: Com a criação do Instituto Emissor de Macau, em 1980, como entidade com o direito exclusivo da emissão de moeda em Macau, o BNU passou a ser banco agente do Governo de Macau na emissão de notas mas a partir de 16 de Outubro de 1995, com a criação da Autoridade Monetária de Macau, a filial de Macau do Banco da China tornou-se o segundo banco emissor.

Número especial/suplemento do Diário de Notícias de 1980, (1) dedicado a MACAU / 澳門/OU MUN, com 62 páginas, 33 cm x 24 cm, muitas delas com anúncios das empresas privadas sediadas em Macau, nesse ano.

Diário de Notícias 1980 MACAU

Diário de Notícias 1980 MACAU CONTRACAPANa contra-capa o anúncio do BNU idêntico ao já publicado no post”
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/05/16/anuncio-do-banco-nacional-ultramarino-de-1981/

Na primeira página, na introdução, «MACAU: década de 80»:
Os anos 80, do século XX, ficarão assinalados na História de Macau, como os do período de maior surto de desenvolvimento económico verificado no território, como salientou o governador Melo Egídio, em declarações confiadas ao “Diário de Notícias”, durante uma deslocação a Lisboa, em Abril deste ano, ao afirmar que “até ao final desta década a fisionomia de Macau deverá alterar-se extraordinariamente”.

Diário de Notícias 1980 MACAU Ruínas S. PauloAlguns dos principais artigos incluídos neste suplemento:

Macau: uma porta aberta para a China,
Desporto Macaense,
Macau: desafio a Portugal,
Jogo: concessão exclusiva para a fortuna ou para o azar,
Mais de 20 milhões de contos de exportações em 1979.

Diário de Notícias 1980 MACAU MapaSituada na orla meridional da costa da China sensivelmente a meio do delta formado pelos rios Pérola e do Oeste, o território de Macau compreende uma superfície total de apenas 15,5 kim2., incluindo as ilhas de Taipa (ligada a Macau pela ponte Nobre de Carvalho) e de Coloane (ligada à Taipa por um aterro). A população não deverá atingir, actualmente os 400 000 habitantes (estimando-se que 97 por cento sejam chineses), existindo três centros de refugiados vietnamitas, com cerca de 3 900 pessoas, considerados (apesar das condições de improvisação) dos melhores daquela área geográfica.

(1)   O Diário de Notícias tinha como director Mário Mesquita e Director-Adjunto Dinis de Abreu. Na primeira página:
Os textos inseridos neste suplemento são da responsabilidade do jornalista Beltrão Coelho. Colaboram também o secretário-adjunto para a Coordenação Económica de Macau, Dr. Henrique de Jesus e, para tratar de Desporto, José Silveira Machado. As fotografias foram obtidas pelos repórteres fotográficos Manuel Cardoso, Leong Chiu Ngôk e Franky Lei.”

ANÚNCIO - BANCO DO ORIENTE IEste anúncio do Banco foi publicado no suplemento dedicado a Macau, do Diário de Notícias, de 1980

O Banco do Oriente iniciou actividades no ano de 1980. O Banco Totta & Açores era o accionista maioritário e detentor da gestão do Banco do Oriente cuja sede era no rés-do-chão do edifício do Hotel Sintra, na Avenida da Amizade Tinha sete dependências (as primeiras foram no Hotel Lisboa e na Ribeira do Patane)
O Banco do Oriente entrou em situação de falência técnica /prejuízos causados por crédito malparado, em final 1984.
Houve corridas aos seus balcões (depois das falências do Banco do Pacífico, do Overseas Trust Bank, do Deak & Company e do Bank of Credit and Commerce International) que foram sustidas com a injecção de fundos disponibilizados pelo BNU em colaboração com o Instituto Emissor e o Governo do território.(1)

ANÚNCIO - BANCO DO ORIENTE IIO pequeno banco estava tecnicamente falido essencialmente por causa da sua intervenção imprudente com financiamentos temerários e consequente controle de gestão de algumas fábricas de vestuário copiando modelos que a banca nacionalizada de algum modo experimentou na metrópole por essa época” (2)

Com Portaria n.º 91/88/M de 23 de Maio (BO n.º 21/1988), termina o Banco Oriente, S.A.R.L., com sede em Macau, cindindo o seu património em duas partes e a fusão de cada uma delas com a sucursal local do Banco Totta & Açores e com o Banco Comercial de Macau.

(1) Informações recolhidas duma entrevista a Abílio do Nascimento Dengucho (director do Banco Nacional Ultramarino – Macau,  de 1977 a 1995) publicado no JTM: http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=331501001
(2) Entrevista de António Correia ao JTM:
http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=338001001

 

Era assim que se anunciava em 1980 “O GRANDIOSO HOTEL CASINO LISBOA”

ANÚNCIO - Hotel Casino LisboaO MAIS DESLUMBRANTE HOTEL DO ORIENTE COM AS MELHORES ACOMODAÇÕES, DIVERTIMENTOS E RESTAURANTES”

Outro anúncio do mesmo ano da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, S. A. R. L. com uma aguarela do Hotel Casino Lisboa.

ANÚNCIO Hóteis S. T. D. M.

Os hotéis S. T. D. M. (abreviatura de Sociedade de Turismo e Diversões de Macau) proporcionam-lhe o luxo do famoso Hotel Casino Lisboa … o calor soalheiro e o conforto do moderno Hotel Sintra.
E ao oferecermos-lhe acomodação em Macau ” à la carte” não pense por um momento que seja que deixámos de lado os prazeres do “íntimo”.
Só o Lisboa põe à disposição dez soberbos restaurantes que apresentam pratos de todo o mundo … desde a cozinha internacional do elegante Portas do Sol à requintadíssima haute cuisine europeia no famoso Gril-room ” Galera”. No Sintra, oferecemos um maravilhoso menu internacional, bem como jantar com orquestra no novo Restaurante Sintra.
Faça, pois, a sua escola. Os Hotéis S. T. D. M. proporcionam-lhe a melhor estada em Macau … à la carte !”

Trata-se de uma novela escrita por Francisco Maria Bordalo (1) e publicada em 1854 n´O Panorama (2)
É baseada na tragédia da fragata D. Maria II, ocorrida a 29 de Outubro de 1850.(3)  O protagonista Luís Osório seria o seu irmão Luís Maria Bordalo (morto na explosão) e todos os outros nomes (idênticos aos da vida real) correspondem a tripulantes da fragata, mortos ou não na explosão. (4)
Segundo Pedro da Silveira  que prefaciou a presente edição (5) : ” Claro que Sansão na Vingança!” não é uma obra-prima, nem bem uma novela perfeita. Se lhe falta, no desfecho, a força dramática que o assunto pedia, já o seu desenvolvimento padece também de evidentes «desuniões»…(…). Dito já que F. M. Bordalo foi o iniciador da nossa ficção de temática ultramarina…
O livro apresenta como apêndice uma NOTA INTRODUTÓRIA de Pedro da Silveira, explicando a proveniência dos  dois textos relativos à tragédia da D. Maria II: “Ofício do Comandante d Corveta «D. João I» ao Ministro e Secretário de Estado dos negócios da Marinha» e “Explosão da Fragata «D. Maria II» no Ancoradouro das Taipas, em Macau (autor: Guilherme José António Dias Pegado, macaense, colaborador assíduo e redactor da “Revista Popular” onde foi publicada) e do texto “Acon” (publicada na Revista Popular, assinada e datada por Francisco Maria Bordalo , Macau,  12 de Abril de 1852)
(1) Francisco Maria Bordalo (1821-1861), foi promovido a primeiro-tenente supranumerário a 12 de Novembro de 1850, e foi ao mesmo tempo nomeado, em comissão , secretário do novo governador da província de Macau, Timor e Solor, conselheiro FranciscoAntónio Gonçalves Cardoso, partindo os dois de Lisboa para o seu destino a 23. Foram via Suez (ainda sem canal), para chegarem, com vários transbordos, a Hong Kong em 24 de Janeiro de 1851.
No Egipto recebeu má sombra: aí, desembarcando em Alexandria, por passageiros vindos para a Europa, Bordalo teve a primeira notícia da explosão em Macau da fragata D. Maria II; notícia algo vaga, suficiente porém para não deixar sossegado quem tinha entre os tripulantes desse navio de guerra um querido irmão. Em Singapura tudo ficou esclarecido: a D. Maria II perecera e com ela quase toda a tripulação, incluso o segundo-tenente Luís Maria Bordalo. Chegou a Macau em 24 de janeiro de 1851, retirou-se passados dezasseis meses, em Maio de 1852“. (2)
(2) Revista “O Panorama: jornal literário e instructivo da sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis” (revista fundada e dirigida por Alexandre Herculano)
(3) Sobre a explosão da fragata D. Maria II, aconselho leitura do artigo “O maior desastre naval ultramarino dos últimos 200 anos de João Guedes, no JTM e que se pode encontrar em:
http://www.jtm.com.mo/view.asp?dT=369103010  
(4) Dados retirados do Prefácio do mesmo livro, de Pedro de Silveira.
(5) BORDALO, Francisco Maria – Sansão na Vingança. Imprensa Nacional, 1980. Recolha, prefácio e notas por Pedro da Silveira (V-XI), 63 p., 26 x 18,3 cm.
Biografia de Francisco Maria Bordalo em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Maria_Bordalo.
Outros citações encontradas na net:
1 – A Passagem da Linha “…foi o introdutor do romance marítimo na nossa literatura. Amigo íntimo de Herculano, de Garrett e de outros intelectuais da época, deixou páginas de muito interesse para o conhecimento da vivência a bordo dos navios do seu tempo…(…). Aa suas impressões de viagens foram traduzidas pelo Time”
http://www.ancruzeiros.pt/ancpassagem-linha1.html.
2 – De Maria das Graças Moreira de SáFrancisco Maria Bordalo e o Romance Marítimo Oitocentista: Uma Tentativa Falhada
Com este artigo pretende-se lembrar o tipo de composição do século XIX a que Fidelino de Figueiredo chamou «romance marítimo» e o seu maior cultor em Portugal, Francisco Maria Bordalo. Inspirado no já então célebre Eugène Sue, e na esteira do americano Fenimore Cooper e do inglês Frederick Marryat, Francisco Maria Bordalo tenta criar histórias de enredo, localizadas no pequeno pátio dos navios que percorriam as costas da Península e do Império Ultramarino, focalizadas nas relações dos profissionais do mar com a gente de terra. Eugénio (1846) e Nau de Viagem (1880) são exemplos deste tipo de romance que falha, sobretudo, pela falta de volume e de autenticidade das personagens.”
http://ww3.fl.ul.pt/revistas/rflul/revflul234.html
Outras obras de Francisco Maria Bordalo relacionadas com Macau:
“Manuscrito achado na Gruta de Camões” (Macau, 1852)
“Um passeio de Sete Mil Léguas” (Lisboa, 1854)
Parte de uma das “cartas” que compõem este livro, pode-se ler em:
http://caderno-do-oriente.blogspot.pt/2010/08/as-portas-de-macau.html.
Pode-se ler trecho “Macau vista do mar“, do mesmo autor em
http://caderno-do-oriente.blogspot.pt/2010_01_01_archive.html.

Na sequência do post anterior sobre o “MACAU TROTTING CLUB“,  apresento outro anúncio, em português, publicado no suplemento do Diário de Notícias, dedicado a Macau em 1980. (1)
No mesmo suplemento (p. 36) um artigo sobre “Cavalos a Trote”:
“Trinta milhões de metros cúbicos de terra de uma montanha foram necessários para assorear os 200 mil metros quadrados da pista de trote de Macau, na ilha da Taipa, destinada, a partir de Setembro de 1980, à realização de corridas de cavalos a trote com atrelado.
                    Oito corridas por noite (uma sessão por semana, extensível a duas ou três) na distância de 1600 ou 2100 metros, movimentando 480 cavalos (distribuídos por 10 blocos com 48 estábulos cada) da Austrália e da Nova Zelândia, entregues aos cuidados de 20 treinadores-condutores e respectivos ajudantes…(…)
                    Pelo prémio do contrato recebeu a Administração de Macau 60 mil contos, obrigando-se a Companhia a uma renda anual de 45 mil contos e uma entrega mensal de cinco por cento da receita total proveniente das apostas e dez por cento sobre a importância do produto das lotarias vendidas, além de se preverem percentagens adicionais a partir do momento em que o total anual das apostas exceda milhão e meio de contos”
(I) Na introdução deste suplemento do Diário de Notícias dedicado a Macau (sem data impressa, mas possivelmente de 1980), há a informação que os textos do mesmo serem da responsabilidade do jornalista Beltrão Coelho.

Anúncio na página 24 do suplemento do Diário de Notícias “MACAU”, sem data (possivelmente 1980)
“Agora tem à sua disposição uma viagem curta e confortável para Macau nos primeiros “Jetfoils” comerciais do Mundo. Uma peça preciosa da Europa mesmo no coração da Ásia. Macau oferece os prazeres da comida e dos vinhos portugueses, comércio e uma paisagem fascinantes e, é claro, a excitação dos Casinos do Jogo. São apenas 55 minutos na mais suave viagem marítima que é possível desejar por Hong Kong, na nossa frota de “Jetfoils”: Madeira, Santa Maria, Flores, Corvo e Pico Assegure-se de que o seu agente de viagens lhe reservou lugar no “Jetfoil” para Macau”

Na página 44, do mesmo suplemento, referia:
O acesso a Macau (via aeroporto de Hong-Kong) faz-se obrigatoriamente por via marítima, nos tradicionais “ferry boats” (cerca de duas horas e meia de viagem), em hidroplanadores (75 minutos) ou nos modernos “jetfoils” (55 minutos). Desde a sua inauguração, em Abril de 1975, quase cinco milhões de pessoas viajaram nos jactoplanadores “jetfoils” entre Macau e Hong-Kong, tendo a frota completado o total de 200 milhões de milhas marítimas, desde a primeira viagem até Dezembro de 1979, sem um único acidente. Das companhias que ligam os dois territórios, uma possui apenas hidroplanadores.”