Continuação da apresentação da colecção de 12 postais (18,5 cm x 12,7 cm) com fotografias do fotógrafo Lei Iok Tin, editada pela Fundação Macau e Centro UNESCO de Macau (1)
AS últimas duas desta colecção, datadas de 1964 e 1978
Continuação da apresentação da colecção de 12 postais (18,5 cm x 12,7 cm) com fotografias do fotógrafo Lei Iok Tin, editada pela Fundação Macau e Centro UNESCO de Macau (1)
AS últimas duas desta colecção, datadas de 1964 e 1978
No dia 16 de Dezembro de 1976, o Governador de Macau (José Garcia Leandro) e representantes da concessionária da «Macau (Yat Yuen) Canidrome Co. Ltd.» (澳門逸園賽狗股份有限公司) assinaram no Palácio da Praia Grande, em Macau a escritura da alteração de algumas cláusulas do contrato da exploração de corridas de galgos.
De acordo com as alterações previstas no contrato firmado em 1964 e posteriormente alterado em 1973, a concessão terminava em 31-12-1987. Conforme já estava estabelecido, durante este período da concessão, para além de outras disposições, a sociedade obrigava-se a pagar até ao final do presente contrato a renda anual de um milhão e 500 mil patacas. A partir de 1-1-1978 até 31-12-1987, a renda anual terá um adicional de duzentas e cinquenta mil patacas. A partir de 1-1-1983 até 31-12-1987, a renda anual passaria a ter um adicional de 500 mil patacas.
Ainda de acordo com o documento assinado, a «Macau (Yat Yuen) Canidrome Co. Ltd» obrigava-se a realizar, em cada ano de exploração, o mínimo de 125 sessões e de dez corridas por cada sessão, considerando-se uma sessão equivalente a um dia de corridas.. No contrato anterior a concessionária comprometia-se a realizar anualmente o mínimo de 100 sessões. (1)
NOTA: As corridas de cães iniciaram-se em 1932 mas foram suspensas em 1936. Após várias tentativas para o seu reinício, só após aprovação dos estatutos do denominado “Canídromo Clube de Macau» em 16-03-1963 (Boletim Oficial n.º 11), voltaram as ocorridas de galgos em 28 de Setembro de 1963 (sob o contrato de Agosto de 1961 com a empresa «Kun Pha») ( SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 5, 1998)
O contrato que está em vigor será o último pois foi decisão do Governo da RAEM acabar com as corridas de galgos em Macau tendo estendido a concessão da licença somente até Julho de 2018.
Ordem Executiva n.º 76/2016, Delega poderes no Secretário para a Economia e Finanças, como outorgante, na escritura pública de prorrogação do prazo até 20 de Julho de 2018 e alteração do contrato de concessão celebrado entre a Região Administrativa Especial de Macau e a Companhia de Corridas de Galgos Macau (Yat Yuen), S.A., para a exploração, em regime de exclusivo, das corridas de galgos.
(1) Extraído de «MACAU B. I. T», Vol. XI, 9-10, 1976.
Anteriores referências ao Canídromo
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/canidromo/
Outro postal da colecção (1) de seis da Ilha da Taipa e dois da Ilha de Coloane, da década de 90 (século XX), com edição da Câmara Municipal das Ilhas. Indicações em português, chinês e inglês. Fotografia de Fong Kam Kuan.
Este é referente também à ilha de Coloane, nomeadamente ao antigo jardim, hoje Largo Eduardo Marques, onde está um monumento, (2) com uma lápide decorado com balas de canhão e correntes de ferro, evocativo dos combates contra os piratas nos dias 12 e 13 de Julho de 1910, e atrás, erigido mais tarde, a Igreja de S. Francisco Xavier (3)
Igreja de S. Francisco Xavier e obelisco comemorativo, Coloane
路環聖方濟各教堂反紀念碑– (4)
St. Francis Xavier´s Church and a memorial obelisk – Coloane.
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/26/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-iv-avenida-da-praia/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/17/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-iii-mosteiro-de-pou-tai/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/10/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-ii-biblioteca-do-carmo/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/10/08/postal-da-ilha-da-taipa-da-decada-de-90-seculo-xx-i/
(2) Ver anteriores referências:
nenotavaiconta.wordpress.com/tag/monumento-de-13-de-julho-coloane/
O largo Eduardo Marques em 1940.
(3) A Igreja de São Francisco Xavier (estilo barroco) foi construída e sagrada pelo então bispo de Macau D. José da Costa Nunes em 1928, para evangelizar e servir a pequena comunidade católica em Coloane.
Ela é a igreja matriz da Missão de São Francisco Xavier, que engloba toda a ilha de Coloane. A igreja foi ampliada em 1962 e depois restaurada em 2013, por parte do Instituto Cultural.
Estavam na igreja os ossos dos ”mártires do Japão e Vietnam” (5) que foram depois transferidos (alguns) para o Museu de Arte Sacra (nas Ruínas de S. Paulo), em 1996, e outros após escolha “devolvidos” ao Japão (6) e o relicário de prata que é um osso do braço de S. Francisco Xavier, que foi transferido para a Igreja de S. José.
Anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/igreja-de-s-francisco-xavier
(4) 路環聖方濟各教堂反紀念碑 – mandarim pīnyīn: lù huán shèng fāng jì gè jiāo táng fǎn jì niàn bēi; cantonense jyutping: lou6 waan4 sing3 fong1 zai2 gok3 gaau1 tong4 faan1 gei2 nim6 bei1
(5) Estavam anteriormente na Igreja de S. Paulo, depois no Seminário de S. José e em 1978 transferidas para esta Igreja.
(6) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/martires-japoneses/
https://en.wikipedia.org/wiki/Coloane#/media/File:Macau_coloane_village_1.jpg
“A criação de um banco com personalidade jurídica própria e com sede em Macau, a partir de 1 de Julho de 1978, é a decisão fundamental do acordo assinado entre o Governo de Macau e o Banco Nacional Ultramarino. O referido Banco que integrará o departamento do B. N. U. de Macau, terá um capital a definir quando da elaboração dos seus Estatutos, que orçará entre 25 e 50 milhões de patacas. O valor mínimo de 25 milhões de patacas será subscrito, no momento da assinatura da escritura da constituição do novo Banco, pelo B. N. U. com 49% e pelo Governo de Macau com 51% que fica deste modo a deter a maioria do capital social do novo estabelecimento bancário.
O novo banco que surgirá no território, quando cessar em 30-06-1978 a actividade do departamento de B.N.U. de Macau, terá as funções de Banco Emissor, Caixa Central de Reserva de Divisas, Banqueiro do Governo e Banco Comercial.
No referente ao pessoal daquele estabelecimento bancário, o acordo agora assinado prevê que os funcionários do departamento do B. N. U. de Macau possam optar pela continuação no B. N. U. em Lisboa, ou pela sua integração no futuro Banco em Macau. A opção dos referidos funcionários deverá ser feita até três meses antes da criação do Banco local, em Julho do próximo ano (1978), não perdendo os direitos já adquiridos.
Para finalizarem as negociações (cerca de nove meses) para a assinatura do novo acordo encontram-se em Macau, o presidente do Conselho de Gestão do Banco Nacional Ultramarino, dr. Oliveira Pinto, o director Abílio Dengucho do mesmo estabelecimento bancário e o dr. Pires Lourenço, representante do Ministro das Finanças Português, que acompanhou a delegação do B.N.U. para tomar parte nos trabalhos.
Participaram ainda nas reuniões para além do Governo Garcia Leandro, os drs. Iglésias Tomás, Carlos Vargas e Oliveira Carvalho, da Inspecção do Comércio bancário, e o gerente da filial do B. N. U., em Macau, Amílcar Peres.” (1)
(1) Notícia publicada em Abril de 1977 no «Macau B. I. T.»
Inauguração do complexo Escolar denominado Liceu de Macau que era constituída por duas escolas: a Escola Secundária do Infante D. Henrique e a Escola Preparatória do Dr. José Gomes da Silva.
Ocupava uma área de 18000 m2 numa zona de aterros do Porto Exterior, vizinha ao então Forum do Território.
Este edifício (1) foi projectado em 1978, com início das obras 2 de Setembro de 1982 e foi inaugurado pelo governador Contra-Almirante Almeida e Costa a 4 de Janeiro de 1986. O autor do projecto foi o arquitecto Tomás Taveira.
Placa comemorativa de inauguração do Complexo Escolar, denominado Liceu de Macau
“O Liceu ocupa uma área de 18.000 m2, dos quais 8.000 m2 foram destinados à construção do edifício. Uma ampla zona de espaços exteriores permitiu a criação de vários campos desportivos, de zonas para convívio e pátios interiores para os alunos utilizarem no dias de mau tempo.
No último piso funciona o Centro Pedagógico-Didáctico (C.A.P.D.), cujo objectivo principal é, como a sua própria designação indica, o apoio pedagógico e didáctico aos docentes do Liceu e aos das escolas particulares do Território. A televisão educativa é também um das sua principais componentes.
Do Liceu de Macau faz parte um Auditório com capacidade para 450 lugares, concebido para a realização de seminários, encontros, palestras, peças teatrais, etc. A Biblioteca, cujo espólio documental é, na sua maior parte, composto por documentos que idos das antigas instalações, foi devidamente equipada, quer em meios humanos, quer em meios materiais para permitir o seu cabal funcionamento.
Possuiu, também, o Liceu de Macau salas específicas apetrechadas com material moderno, havendo a destacar a sala de informática, que conta com 24 terminais, laboratórios de línguas, laboratório de ciências naturais, laboratórios de física e de química, sala de música, sala de audiovisuais, etc. . Para a prática da natação dotou-se o Liceu de uma magnífica piscina, cujas águas podem ser aquecidas no Inverno.” (2)
O primeiro edifício – Convento de St.º Agostinho que albergou o Liceu de Macau aquando da sua inauguração em 1894
“O projecto regulando a instrução secundária em Macau foi aprovado a 30 de Junho de 1893, com a criação do Liceu Nacional de Macau. Foi inaugurado com 31 alunos a 28 de Setembro de 1894, ficando instalado no convento St.º Agostinho, antigo quartel da extinta Guarda Policial, ficando reitor o dr. José Gomes da Silva.
Colégio dos Órfãos, depois Asilo das Inválidas, onde funcionou o Liceu de 1924 a 1956
Certo dia ruiu o convento, passando o liceu para um casarão entre a Praia Grande e o Leal Senado; dali passou para o hotel Bela Vista, daqui para o edifício da Avenida Conselheiro de Almeida (antigo Colégio dos Órfãos e depois Asilo das Inválidas) – actualmente designado Edifício do Instituto Cultural – donde foi transferido para edifício próprio do Porto Exterior, entre as Avenidas Dr. Oliveira Salazar (hoje, Avenida da Amizade) e Infante D. Henrique
O edifício do Liceu Nacional Infante D. Henrique na Avenida da Amizade (1956-1986)
e em 1986 para novo edifício do Porto Exterior (2)
(1) Actualmente o edifício está integrado no conjunto de construções que constituem o chamado Campus do Instituto Politécnico de Macau, (澳門理工學院) – instituição pública de ensino superior – cuja entrada principal é na Rua de Luís Gonzaga Gomes.
(2) TEIXEIRA, Monsenhor Manuel – Liceu de Macau. Direcção dos Serviços de Educação, 1983, 578 p.+ anexos.
Sobre o Liceu, anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-de-macau/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-nacional-infante-d-henrique/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/liceu-centralnacional-de-macau/
Fotos retirados de (2) e revista «Nam Van», 1986.
Celebrou-se no dia 21 de Março de 1978 , pela primeira vez, em Macau, o Dia Mundial da Floresta/ Dia Mundial da Árvore.
” Propusemos, e foi bem acolhida, a ideia de celebrar-se, ao que supomos pela primeira vez em Macau, o dia 21 de Março (Dia Mundial da Floresta) também conhecido como o Dia Mundial da Árvore. Como o tempo urgia, rapidamente, preparámos um mini-programa e, assegurada que foi a participação de algumas turmas da Escola Primária Oficial Pedro Nolasco da Silva, partimos para Coloane com destino à antiga Granja, na altura gerida então pelos Serviços Florestais e Agrícolas de Macau (SFAM), a fim de efectuarmos uma visita guiada e, simbolicamente, proceder-se à plantação de duas árvores. Tratou-se de u primeiro passo do que mais tarde viria a ser uma acção cada vez mais envolvente e participada pela juventude escolar do Território e não só, como adiante se verá” (1)
Foto da primeira «Semana Verde» em Macau, 1982. Plantação de árvores na Praia de Hac Sá
(1) Fotos e artigo de ESTÁCIO, António – Os Reflexos do «Desenvolvimento» Incorrecto in MACAU, n.º 9, 1988, pp 35-38.
Nam Van é uma coleção de seis contos de Henrique de Senna Fernandes, publicado pela primeira vez em Macau, em 1978. Levando o nome de Lago Nam Van, escrito em português a coleção é uma tentativa de esboçar aspectos da identidade dos macaenses, a comunidade mestiça considerado «os filhos da terra». (1)
As histórias, quase todos anteriormente publicadas no diário “Notícias de Macau” (excepto os dois últimos), que estão no livro são:
“A-Chan, A Tancareira” (escrito em Coimbra, em Fevereiro de 1950 quando o autor frequentava direito na Universidade “com saudades de Macau” ) – Prémio Fialho de Almeida dos Jogos Florais da Queima das Fitas de 1950 da Universidade de Coimbra.
“Um Encontro Imprevisto”
“Uma pesca ao largo de Macau”
“Chá com Essência de Cereja”
“Candy”
“A desforra dum «China-Rico»”
Na Nota de Abertura (de Outubro de 1978), o autor dá a explicação para o título do livro (2)
“Nam Van é o nome chinês da Praia Grande. O longo areal de antanho de curva graciosa, transformou-se, no deslize de séculos, em artéria elegante, centro nevrálgico da vida d Macau e zona residencial preferida pela população.
Nasci nas suas proximidades e grande parte da minha infância decorreu à sombra das suas árvores centenárias. Vivo hoje mesmo à esquina, numa moradia onde fiz a minha casa e o meu lar. Em certas noites de silêncio e de mistério, ouço o rumorejar das águas, batendo nos granitos, trazendo, com a brisa, os mais estranhos perfumes tropicais.
A Praia Grande, com a paisagem antiga dos seus juncos e a odisseia dos seus lorcheiros heróicos e aventureiros, inspirou-me os primeiros escritos e embalou-me os sonhos incipientes de escritor. A Praia Grande alimentou o fundo da minha sensibilidade e imaginação, com a nostalgia dos seus crepúsculos e a tristeza das suas neblinas de inverno….”
(1) http://en.wikipedia.org/wiki/Nam_Van
(2) FERNANDES, Henrique de Senna – Nam Van Contos de Macau. Edição do autor, sem data, 158 p. + |1|, 23,5 cm x 27,5 cm.
A partir de 1982, realizava-se anualmente a “SEMANA VERDE DE MACAU” (que decorria entre 15 e 21 de Março) (1) e este anúncio publicitava a do ano 1988. Era promovida pela Câmara Municipal das Ilhas. Durante essa semana, realizavam-se diversas acções como plantações (quer nas Ilhas quer na cidade de Macau), palestras, exibições de diapositivos e de filmes para além de se criarem infra-estruturas complementares de reflorestação, que desde 1982 eram feita nas Ilhas nos três trilhos da Montanha, numa extensão de aproximadamente treze quilómetros. No ano de 1988, estavam programadas 37 acções diferenciadas (estimando-se um total de encargo não superior a 110 mil patacas (1)
(1) Embora, já desde 1978 se comemorasse, em Macau, a 21 de Março o “DIA MUNDIAL DA FLORESTA”
(2) Informações e foto recolhidas de ESTÁCIO, António – Os Reflexos do «Desenvolvimento» Incorrecto in MACAU, n.º 9 1988, pp 35-38.