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Com a presença do governador de Hong Kong, Reginald Stubbs, no dia 7 de Dezembro de 1920, foi lançada, em Hong Kong, pelo Governador de Macau, Capitão-Tenente Henrique Monteiro Correia da Silva  (governador de 23-VIII-1919 a 20-V-1922) a pedra fundamental, para a construção do novo Clube Lusitano (desenhada por A. G. Hewlitt) em Shelley  Street.  (1) (2)

CLUBE LUSITANO HK 1866-1920Club Lusitano em Shelley Street 1866 – 1920
http://oceandeeop3000.blogspot.pt/2013/07/1.html

O Clube Lusitano foi fundado em 26-12-1865 por portugueses que estavam radicados em Hong Kong, e por iniciativa de dois macaenses  J. A. Barretto (de origem goesa) e Delfino Noronha, que foram trabalhar para Hong Kong e foram   bem sucedidos nos negócios aí realizados. O Governador José Rodrigues Coelho do Amaral (governador de 22-VI-1863 a 1866) que sugeriu o nome «Lusitano», correspondendo à moda de então (por exemplo o clube dos alemães chamava-se «Germania Club ») (2)  presidiu, em Hong Kong, à festa solene da colocação da primeira pedra do edifício do Clube Lusitano. (1) (3)
O primeira edifício/ sede do Clube, em Hong Kong, foi  inaugurado a 17 de Dezembro de 1866, com a presença do Governador José Maria da Ponte e Horta (26-X-1866 – 1868). (1) (4)
O Clube Lusitano desempenhou um papel primordial com a invasão japonesa no natal de 1941.
Foi sede/quartel de duas companhias de voluntários perante a ameaça japonesa e centro de refugiados dos portugueses aquando da invasão e antes da sua retirada para Macau e centro de acolhimento aos que continuaram em Hong Kong durante a guerra.
Embora muitos vieram com a sua família para Macau, alguns permaneceram em Hong Kong na Resistência. Caso de Carlos Henrique “Henry” Basto que foi preso quando estava a jogar bridge no Clube Lusitano. Acusado de espionagem usando a terminologia do jogo do bridge para passar informação, foi decapitado pelos japoneses. (5)
Recorda-se que o Corpo de Defesa Voluntários de Hong Kong que estiveram na defesa da Colónia (queda de Hong Kong em 25 de Dezembro de 1941) estavam cerca de 300 portugueses. Morreram 26 na defesa da Colónia e os restantes foram para o Campo de Prisioneiros de guerra de Shumshuipo e alguns deles, depois transferidos para os campos de trabalhos de Sendai, no Nordeste do Japão.
CLUBE LUSITANO HK 1966Futuramente, nova sede, seria iniciada em 17 de Dezembro de 1966 (cem anos após o lançamento da primeira pedra da sede de Shelley Street) em Ice House Street, Central de Hong Kong, com o projecto de Alfredo Álvares. O Clube Lusitano ocupa cinco andares do edifício.
(1) A informação desta notícia aponta o novo Clube Lusitano situado em Dudell Street.
GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954; SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 3, 1995
(2) O Clube Lusitano, em 1920, mudou-se para Ice Street, Central. As instalações de Shelley Street foram vendidas a bom preço mas a gerência socorreu-se ainda de um empréstimo de 160 mil dólares de HK ao governo de Macau (, Luís Andrade de – The Boys From Macau, Portugueses em Hong Kong, 1999)
(3) Boletim do Governo de Macau, de 1 de Janeiro de 1866 : “No dia 26 de Dezembro último, foi S.Exª. o Governador a Hong Kong presidir à festa solene da colocação da primeira pedra do edifício que ali se vai erigir para um clube português, com o título de Clube Lusitano. Sua Exª o governador foi de Macau, acompanhado pelo seu estado maior, e foi recebido em Hong Kong pelos cavalheiros da comissão directora do referido club, estando no cais, para o mesmo fim, o general das forças britânicas em Hong Kong, e uma guarda de honra de infantaria 9, salvando-se ao desembarque de S.Exª. com a salva que lhe competia. A festa, a que assistiram todos os principais funcionários ingleses, e a maioria dos portugueses residentes na colónia, correu sumptuosa e brilhante. S.Exª. o governador partiu de Hongkong penhorado por tantas atenções de consideração como as que recebeu na curta demora que teve naquela cidade. Depois da cerimónia que correu com as devidas formalidades, serviu-se um esplêndido ‘lunch’, no qual se fizeram vários brindes, todos com entusiasmo recebidos. Os primeiros foram a S.M. a Raínha Vitória e a S.M. El-Rei o sr. D. Luiz. Damos sinceros parabéns aos sócios do novo club pelo bem que correu esta festa, de muito alcance, e pela dignidade com que se houveram em acto tão solene”.
Retirado de ARESTA, António: http://jtm.com.mo/opiniao/curiosidades-da-historia-de-macau-seculo-xix-2/
(4) Segundo Luís de Sá, o Clube Lusitano foi fundado no dia  17 de Dezembro de 1866, com um magnifico baile na sua sede de Shelley Street, em Hong Kong. Com a inauguração do clube, numa cerimónia  que contou  com a presença do governador de Macau, Coelho do Amaral, (erro, o governador era José Ponte e Horta)  e do representante do governador de Hong Kong, W. T. Menger, os portugueses passaram a ter o seu primeiro teatro, no interior da sede….  (SÁ, Luís Andrade de – The Boys From Macau, Portugueses em Hong Kong, 1999 pp. 86-87).
(5) SILVA, António M. Pacheco Jorge da – The Portuguese Community in Hong Kong. Instituto internacional de Macau, 23 p.  2011.

Na sequência do post ontem colocado, sobre a inauguração do Asilo de Mendicidade Maria Ana Accioili Tamagnini Barbosa, (1) foi nesse dia, em Dezembro de 1940, também inaugurado um busto do Governador Tamaginni Barbosa (2), (marido da Maria Ana), que falecera nesse mesmo ano, em Julho. O busto ficou colocado à frente da entrada do Asilo.

Inauguração busto Tamagnini Barbosa IInauguração do busto do Governador Tamagnini Barbosa.

Busto Tamagnini Barbosa

O busto foi moldado pelo escultor Osseo Acconci, fundido em bronze, com pedestal de mármore, e pelo preço total de MOP 2.750,00, subscritas pelo público. (3)

Quando a asilo foi encerrado, o busto foi armazenado da Câmara até ser “resgatado” pelo responsável dos jardins da cidade, Alfredo Augusto de Almeida, (4) que o colocou no Jardim da Flora onde esteve muitos anos.
Por solicitação do filho, Mariano Tamagnini Barbosa, o busto foi transferido da Flora para o átrio da «Secção Pré-primária da Escola Primária Luso-chinesa de Tamagnini Barbosa (5), (extinta em 2011), na Rua Marginal do Canal das Hortas em Setembro de 1997” (3)

Escola L-C Tamagnini Barbosahttp://appl.dsej.gov.mo/

(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/12/18/lugares-de-outrora-asilo-da-mendicidade-d-maria-ana-acciaioli-tamagnini-barbosa/
(2) O Governador Artur Tamagnini de Sousa Barbosa (1881-1940) veio para Macau no transporte África, ainda bebé (1882), tinha quatro meses, trazido pelo pai, conselheiro Artur Tamagnini Barbosa. Fez os estudos em Macau no seminário e no liceu até aos 19 anos de idade regressando a Portugal com o pai. Em Coimbra licenciou-se em Administração colonial. Viúvo aos 35 anos de idade, casou em segundas núpcias com uma sua aluna, Maria Anna Acciaioli, com 16 anos. Maria Anna acompanhou o marido para Macau nas duas primeiras vezes (faleceu em Lisboa, em 1933). Chefe de Repartição do Ministério das Colónias quando foi nomeado pela primeira vez para o cargo de Governador de Macau (12-X-1918 a 17-VII-1919). Governou Macau por três vezes. Faleceu em Macau, durante o seu terceiro mandato, a 19 de Julho de 1940,  no Palacete de Santa Sancha (adquirido pelo Governo de Tamagnini Barbosa em 1937. (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume II)
Mais referências a este Governador em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/artur-tamagnini-barbosa/
(3) Araújo, Amadeu Gomes de – Diálogos em Bronze, memórias de Macau. Livros do Oriente, 2001, 168 p.
(4) Alfredo Augusto de Almeida (1898-1071), embora descendente da mais ilustre aristocracia macaense do século XIX, foi um funcionário público municipal, um estudioso da botânica e arqueologia (fundou o primeiro museu arqueológico da Fortaleza do Monte) dedicando a sua vida aos jardins a cidade especialmente o da Flora onde classificou cientificamente as plantas e os animais então existentes. Tem um busto, moldado em gesso por Osseo Acconci, no Jardim da Flora. (3)
(5) Sobre o Bairro Tamagnini Barbosa ver em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/bairro-de-tamagnini-barbosatoi-san/

Encontrei este mapa da cidade de Macau, colorida, sem fonte de origem, em inglês, em que mostra o aumento da área da cidade, à custa dos terrenos “conquistados” ao mar de 1783 a 1881, sinalizados a preto e  de 1912 a 1970, sinalizados a cor de rosa.

Mapa de Macau 1783 - 1970

Lorchas, juncos e outros barcos I

Ilustrado com estampas coloridas (1) e gravuras extra texto, desdobráveis. Apresenta-se  com glossário bilingue, português-chinês, dos termos náuticos, dos nomes das embarcações, do calendário da pesca e de outras actividades marítimas.
Muitos dos desenhos desta publicação foram copiados posteriormente no opúsculo editado pela Repartição Provincial dos Serviços de Marinha (Comando da Polícia Marítima e Fiscal), em 1968 intitulado “Tipos de barcos chineses, usados na pesca, tráfego, diversões etc, cujos desenhos foram copiados do relatório do Ex. mo Senhor Contra-Almirante Artur Leonel Barbosa Carmona“.  Este opúsculo tem 17 páginas, de 30 cm e foi compilado por Nunes da Silva (almirante). Poderá ver este opúsculo em:
http://cronicasmacaenses.files.wordpress.com/2011/08/barcos-chineses-calm-artur carmona.pdf

NOTA:  O 1º tenente Artur Leonel Barbosa Carmona, (1889-1965) teve uma  notável acção em Macau, onde serviu doze anos nos Serviços de Marinha (de 1920 a 1924, como adjunto da Capitania, de 1927 a 1931 no Comando da Polícia Marítima e Capitão do Porto e depois novamente em 1933 -1934. Regressou à Metrópole em 1934 como Capitão-tenente). Dirigiu o Observatório Meteorológico e como director, introduziu-lhe valiosos melhoramentos, o que permitiu uma intensiva cooperação com os de Manila e Xangai na previsão de tufões. Foi em 1930 a Timor, proceder à instalação de um posto rádio por si construído, que tornou possível efectuar comunicações daquela colónia com a metrópole, via Macau, as quais se faziam, antes por intermédio do Timor holandês. Regressado de Macau, comandou diversos navios, o último dos quais o “Afonso de Albuquerque”, em missões de soberania, durante a II Guerra Mundial. Dirigiu tambem as Obras Públicas de Macau (particularmente no sector da electricidade, em que era especializado).
É lembrado porque reuniu um valioso espólio para a criação (proposta sua ao Governador Artur Tamagnini Barbosa) do Museu Marítimo e de Pesca, primeiramente instalada numa dependência da Capitania dos Postos (1919)  e depois no Hangar do Porto Exterior (depósito de petróleo da Província).  Recorda-se que o Hangar foi bombardeado em 1945, e com o incêndio se perdeu todo o recheio (3).
Preparou a representação de Macau na Exposição Internacional do Rio de Janeiro, em 1922 onde foram exibidos alguns dos curiosos modelos de lorchas, juncos e outras embarcações dos mares da China.

(1) CARMONA, Artur Leonel Barbosa – Lorchas, juncos e outros barcos usados no sul da China : a pesca em Macau e arredores. 2.ª edição, Obra Social dos serviços de Marinha, 1985, 77 p. : il. ; 27 x 21,5 cm. Tem esta edição, uma nota introdutória do Cap.-Frag. João Manuel Nobre de Carvalho

Lorchas, juncos e outros barcos IIA 1.ª edição é de 1954, Macau – Imprensa Nacional, 26 cm X 21 cm, com 73 p.

(2) As estampas foram feitas pelo Senhor Eurico Fonseca, desenhador da Escola Naval.
(3) Incluindo cinco modelos de barcos, notáveis pela sua precisão que fizeram parte do mostruário da Província de Macau na Exposição Universal de Paris de 1900, ao qual foi atribuído o «Grand Prix»
This beginning ironically symbolised an outflow of heritage, rather than the contrary. The episode was repeated when Lisbon requisitioned items linked to fishing and vessels from Macao and Timor to be put on show in Portugal’s pavilion at the 1900 Paris World Fair. The aim was to affirm a country’s place on the international scene and its presence on various continents. In any case, the articles only returned to Macao after the Maritime and Fishing Museum opened in 1919, with the addition of some items collected in the meantime by the assistant to Artur Leonel Barbosa Carmona, then director of Macao’s port authorities.”
MESQUITA, Pedro Dá – artigo publicado no “Macao Magazine“:
http://www.macaomagazine.net/index.php?option=com_content&view=article&id=83:macao-museums&catid=38:issue-3

“O Rei de Inglaterra agraciou o cidadão português Alberto António de Mello com a entrada como membro honorário da «Most Excelent Order of the British Empire», pelos serviços  que prestou quando o vapor «Hai-Ching» foi atacado por piratas, em 7 de Dezembro de 1929. A Medalha foi-lhe entregue pelo Governador de Hong Kong, Sir William Peel, em cerimónia realizada no Palácio do Governo de Hong Kong”. (1)

Alberto de Melo, third engineer, was on duty in the engine room. He had just received information that pirates where on board through the speaking tube when he was held up by four armed pirates. He was forced to stop the engine, stop the dynamo, which plunged the ship into darrkness, and then forced to go on deck, in company with is pirate guard. On  reaching the starboard  alleyway on the main deck, he manged to elude his guard by knocking one pirate down and dashing off for the bridge which he reached without further accident. He then assisted with the officers in the defence of the bridge until the pirates were driven off.”  (2)

Alberto de Mello era macaense, e bisneto do Barão do Cercal, que fundou a Companhia «Hong Kong, Cantão and Macao Steam-Boat”, ainda em mão da família Mello (António Alexandrino, pai de Alberto)” (3)

Um pouco da história da Família Macaense Melo ou Mello (4)
Alexandrino António de Melo (1809-1877) -1.º Barão do Cercal, grande comerciante e proprietário.
Sócio fundador e um dos primeiros directores da «Hong Kong, Canton & Macao Steamboat Company»
Mandou edificar para sua residência, a casa da Praia Grande (hoje sede do Governo da RAEM) e proprietário da Quinta de Santa Sancha (hoje residência oficial do Chefe de executivo da RAEM). Fundou por sua iniciativa a «Nova Escola Macaense» (1862) (depois «Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM»)

Filho: António Alexandrino de Melo (1837 – 1885) – 2.º Conde de Cercal.
Único sócio da firma «A. A. de Mello & C.º», proprietário de 5 navios que faziam ligações com Portugal, Brasil e Austrália. Foi um dos mais ricos comerciantes de Macau mas sofreu duro revés com a instalação dos ingleses em Hong Kong , pelo que vendeu a casa da Praia Grande e o palacete de Santa Sancha. Engenheiro que projectou o Palácio do Governo, Santa Sancha, Hospital S. Januário, Cemitério de S. Miguel, Quartel dos Mouros, Grémio Militar.

Neto: António Alexandrino Gonzaga de Melo (1870-1945)- 7.º filho
Manteve como sócio gerente  da firma «A. A. de Melo & C.º», Professor da Escola Comercial «Pedro Nolasco» e do Liceu  de Macau.

Bisneto: Alberto António de Sena e Melo (1903-1964) – 4.º filho
Engenheiro de máquinas do vapor « Hai Ching»

(1) “The Macao Review“, Janeiro de 1930, p. 11 citado por (2) e (3)
(2) «Arquivos de Macau», Jan/Dez, 1987,  citado por (4)
(3) SILVA, Beatriz Basto da
Cronologia da História de Macau Século XX, Volume 4. Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, 2.ª Edição, Macau, 1997, 454 p (ISBN 972-8091-11-7)
(4) FORJAZ, Jorge – Famílias Macaenses , II Volume. Fundação Oriente, 1996, 1110 p., ISBN  972-9440-61-1
NOTA: Ver o Anúncio da Firma “A. A. de Mello” em
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/07/16/anuncio-firma-a-a-de-mello/

Sobre os “Barões de Cercal”  ver anteriores posts:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/barao-de-cercal/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/hospital-central-conde-de-s-januario/

Duas fotos que estavam incorporadas na “reportagem” “Os tumultos de Macau I e II” (1), mas que pela sua temática, provavelmente não estariam relacionados com esse acontecimento.


“Esquartejando as rezes no matadouro”
“No matadouro municipal, pesando a carne que vae seguir para o mercado”

(1)          https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/23/os-tumultos-de-macau-em-1922i/
               https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/24/os-tumultos-de-macau-em-1922-ii/
(2) O autor do artigo, não assinado ( Ilustração Portuguesa n,º 860, 1922) refere em nota que as fotografias foram tiradas pelo sr. Barbosa Pires (especialmente tiradas para a Ilustração Portugueza).

1 – Pratica de tiro     2 – Um acidente curado pelas «girls scouts»     3 – Uma parada de «scouts»

O scouting tem provocado em todos os paises as atençoes do publico e dos poderes officiaes.
Em toda a parte se compreende o alto valor d´esta verdadeira escola de coragem, de d´isciplina e de destreza.
Em Inglaterra, na América, na Suécia, etc, os corpos de boys-scouts são organizações modelares, de onde saem mais tarde o exército os mais intrepidos oficiaes e soldados e, o que é importantíssimo, com a melhor e mais adequada preparação.

1 – Patrulha de «girls scouts» em observação     2 e 4 – Equitação de «scouts»     3 – Exercícios de alpinismo     5 – Um posto de sinaes

Em Portugal nada ha feito n´este sentido e o nosso publico ignora certamente como o que não se fez ainda na metropole se conseguiu já brilhantemente n´uma das colonias.
Por iniciativa do governador de Macau, 2.º tenente d´armada,  sr.  Alvaro de Melo Machado, organizou-se ali um corpo de boys e girls scouts, que tem causado grande entusiasmo n´aquela nossa possessão.

1 – Ginastica sueca dos «scouts»     2- Uma patrulha acampada     3 – Transmitindo um despacho     4 – Patrulha de «scouts» preparando o acampamento

Damos hoje várias fotografias tiradas recentemente em Macau, pelas quaes os nossos leitores apreciarão o alto valor da iniciativa do 2.º tenente Melo Machado.
É para desejar que se siga no continente o alto exemplo que nos dá a nossa longíqua colónia.” (1)

NOTA : “O Escotismo chegou a Macau em 1911, pela mão de Álvaro Cardoso de Melo Machado, à data Governador interino daquele território, com apoio do Mr Nightingale, o qual dirigia os boys-scouts em Hong Kong e de Miss Cambell, responsável na antiga colónia Britânica pelas girls-scouts. Foi pois, na cidade de Macau “ cidade do nome de Deus de Macau”, que se deram os primeiros passos do Escotismo Português. (2)
Álvaro Cardoso de Melo (1883-1970), em 1909 como 2.º tenente, é ajudante de campo do Governador Eduardo Marques, (3) sendo depois secretário interino em 1910, até  ao momento em que é nomeado governador interino de Macau, em 17 de Dezembro de 1910, (tinha na altura, 27 anos de idade), na sequência da queda do regime monárquico em Portugal, cargo que irá ocupar até 14 de Julho de 1912. Foi Chefe do Governo de Moçambique quando seu pai foi Governador da província (General Joaquim José Machado) entre 27 de abril de 1914 e 20 de Maio de 1915 (2)
No Boletim Oficial de Macau, 3º Suplemento, de 31 de Dezembro de 1986, podemos constatar a atribuição de uma rua com o nome de Álvaro de Melo Machado.

(1) Artigo não assinado in Ilustração Portugueza (edição semanal do jornal O SECULO), n,º 339, Lisboa, 19 de Agosto de 1912, pp. 235 – 237.
(2)  Retirado do blogue , trabalho de pesquisa de António Jorge Barros Cardoso, do Grupo 230 de Caxias da Associação dos Escoteiros de Portugal
http://escoteiros230caxias.blogspot.pt/2010/02/alvaro-cardoso-de-melo-machado-fundador.html
(3) “O Governador Eduardo Marques pediu a exoneração, dada a mudança de regime, mas não lha concederam , mantendo-se, portanto, em funções, a pedido do Governo metropolitano. A cerimónia oficial de proclamação do novo regime, no dia 10, contou ainda com a sua direcção.”
REIS, Célia – O Padroado Português no Extremo Oriente na Primeira República. Livros Horizonte,2007,222 p., ISBN 978-972-24-1511-8

Papel moeda de UM AVO, emitido pelo BANCO NACIONAL ULTRAMARINO, com  o n.º  360440,  de 7, 5 cm por  4 cm, de cor castanha.  Não datada mas pesquizando na ” website”, é de  1942 (1) (2). Razoável estado de conservação. A assinatura do gerente não é legível. Foi impressa pelo Hong Kong Printing Press (3)
A sucursal do Banco Nacional Ultramarino em Macau abre em 1902 e  foi autorizado a emitir notas com a  denominação de pataca em 1901. As primeiras notas impressas começaram a entrar em circulação em 1906 e 1907.(4)

FOTO DO BANCO NACIONAL ULTRAMARINO EM 1980

A  sede do BNU em Macau está no cruzamento da Avenida da Praia Grande com Infante D. Henrique e foi  inaugurado a 5 de Outubro de 1926. Nessa altura, o Banco ficava à beira rio. O edifício foi renovado várias vezes, tendo sido completamente ampliado e remodelado em 1997. Foi  colocada uma estrutura moderna sobre o antigo edifício, mas manteve a sua fachada tradicional.
NOTA: no site de leilões (5), uma nota do mesmo ano (n.º 058322) está a ser licitado com um valor mínimo de 14 euros:
(1) http://www.banknote.ws/COLLECTION/countries/ASI/MAC/MAC.htm#PORTUGUESE ADMINISTRATION 
(2) http://www.atsnotes.com/catalog/banknotes/macao.html
(3) http://macauantigo.wordpress.com/category/uncategorized/page/105/
(4) http://pt.wikipedia.org/wiki/Pataca#Pataca_de_Macau
(5) http://megaleiloes.pt/FFA-NOTA-1-AVO-N-D-1942-MACAU-leilao-389181