Archives for posts with tag: 1857

TSYK I-38 de 23 de Junho de 1864

J. De Amorie Van der Hoeven, (1825-1877) foi cônsul da Holanda em Cantão de 1855 a 1866, sucedendo a Tonco Modderman. (1).

TSYK I-40 de 7 de Julho de 1864

Van der Hoeven era comerciante de gengibre, especiarias e óleos de utilização na culinária, com uma empresa em Cantão desde 1848, com o seu nome (estava registada também em Macau), no quarteirão dos estrangeiros dessa cidade. Em Fevereiro de 1856 chegaram a Cantão dois jovens Albrecht e Von Faber, mandados pelo Governo holandês para aprender a língua chinesa (os dois primeiros sinologistas holandeses) , ficando a cargo e à tutela do cônsul Van der Hoeven e em cuja casa residiram. No entanto os estudantes tiveram que sair de Cantão por causa do incidente com o barco chinês «Arrow», que viajava com bandeira inglesa, ter sido tomado pelas autoridades chinesas sob o pretexto de pirataria e contrabando (doze marinheiros presos e torturados) em 8 de Outubro de 1856. Os ingleses consideraram este acto um insulto ao falharam as negociações atacaram Cantão em 23 de Outubro.
Os ingleses atacaram Cantão pela 2.ª vez em 3 de Dezembro e os chineses incendiaram as empresas e fábricas estrangeiras em 14-15 de Dezembro. Todos os estrangeiros assim abandonaram Cantão. Van der Hoeven e os estudantes vieram para Macau a 8 de Novembro de 1856, mantendo  Van der Hoeven oficialmente o título de cônsul de Holanda em Cantão. Em 1857 vivia numa bela mansão com um grande jardins na Praia Grande e os estudantes viviam no 2.º andar dessa residência. Depois destes dois estudantes (estiveram dois anos e meio) outros vieram para aprendizagem da língua chinesa (na correspondência do cônsul com os governantes holandeses, apontava-se a polémica de ser mais vantajosa a aprendizagem do chinês cantonense ou do mandarim.
Os ingleses e franceses ocuparam Cantão de Janeiro 1858 a Outubro de 1858. (2)
1) Toco Modderman (1813 -1858) comerciante, que estava em Cantão desde a década de 40 foi nomeado cônsul da Holanda nessa cidade de 1854 a 1855.
(2) KUIPER, Koos – The Early Dutch Sinologists (1854-1900): Training in Holland and China, Functions ins the Netherlands Indies. Leiden; Boston, Brill, 2017.

Anúncio publicado no Boletim (1) de 19 de Setembro de 1857, publicitando um Leilão Público a realizar no dia 25 de Setembro na Loja do comerciante J. da Silva.
Muita variedade nos artigos em leilão, os mais recentes chegados de Lisboa trazidos pela galera “Adamastador”
Extraído de «Boletim do Governo de Macao», III-48 de 19-09-1857, p. 192.

O Boletim Oficial n.º 20 de 14 de Maio de 1898, publicava o Programa dos festejos de gala para celebração do IV Centenário do Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia. O Programa, que foi formulado em 1897, fora autorizado pelo governo.
Os festejos iniciou a 17 de Abril, pelas 17H00 com Te-Deum solene na Sé Catedral.

Catedral de Macau Desenho de Nogueira da Silva.
Semanário Ilustrado “Archivo Pittoresco”, n.º 3, 1857.

No dia seguinte (18 de Maio) distribuição de bôdo a 200 pobres, por meio de senhas, na Santa casa da Misericórdia. No dia 19 pelas 17H00, colocação da coroa no busto de Camões e no dia dia 20 – ponto alto das comemorações – feriado, inauguração solene da  Avenida Vasco da Gama e lançamento da 1.ª pedra para o seu monumento no Jardim do mesmo nome.
Além das cerimónias, foi publicado um jornal ilustrado ( «Jornal Único» que é hoje uma raridade bibliográfica), lançamentos de salvas e iluminações “do estilo”. (1)
A Comissão executiva da celebração chamava a atenção para o estado sanitário irregular da província pelo que se deveria muito escrupulosamente evitar os sérios prejuízos que nesta cidade deveria causar a vinda de forasteiros das povoações vizinhos (“cujo estado sanitário é reconhecido mau”), evitando-se aglomerações dos habitantes de Macau com estrangeiros e nacionais de outras povoações vizinhas.
(1) “20-05-1898 – Publicou-se um Jornal Único com optima apresentação e interessante colaboração, em comemoração do 4.º Centenário do descobrimento do caminho marítimo para a Índia” (GOMES. Luís G.- Efemérides da História de Macau, 1954)

Esta estampa antiga intitulada “Evasion des emigrants chinois de leur dépôt à Macau, le 7 Avril 1857vem publicada no sítio de vendas “Amazon” com o título:
“Emigrantes Chinos Escapa el Depósito Perseguidor Macao 1857 de los Protectores”, sem indicação de autoria ou donde foi retirada.

“Evasion des émigrantes chinois de leur dépôt à Macau a 7 avril de 1857”

Não encontrei qualquer referência a este episódio nos livros e outros impressos que possuo, mas nesse dia terá tido uma evasão ou fuga dos emigrantes chineses (cules ou “colonos chinas” na versão oficial portuguesa) duma casa/barracão onde estavam alojados (ou presos) até serem embarcados.
No «Boletim do Governo», logo a seguir a esta data, aparece uma carta escrita em 18 de Abril de 1857, pelo Procurador da Cidade, Manoel António de Souza e dirigida ao Governador Isidoro Francisco Guimarães, informando-o e solicitando maior vigilância da parte das autoridades para “ se evitarem os abusos que se podem commetter tanto da parte dos armadores, como da dos Cules, que em muitos casos se vão engajar só com o fim de serem sustentados nos depósitos, e receberem os adiantamentos que lhe fazem para a viagem, mas com a determinação de se subtrahirem a embarcar …”
Após várias considerações, termina:
Recorda- se que o primeiro transporte de colonos chineses de Macau foi em 1851 (250 enviados para Peru). No ano 1857 foram transportados 8065 (destinos: Havana – 6735; Peru – 450; outros destinos – 880) e a abolição da chamada “emigração de cules” contratados em Macau foi em 1873 (decreto de 20 de Dezembro).
Os primeiros agentes em Macau foram os franceses Guillon e Durand que praticavam já este negócio em Hong Kong e o português, em 1851, José Vicente Jorge. (1 (2)
Devido aos engajadores clandestinos e negócios ilícitos, o governo de Macau em 1853 (Portaria de 12 de Setembro de 1853) exigiu “que os agentes de engajamento declarem o lugar de todas as trapichas (trapiche-armazém ou depósito de mercadorias de embarque ou desembarque) e depósitos (a quem alguns detratores da posição portuguesa chamam no seus escritos “barracões”, para acentuar a semelhança com a escravatura africana em que o termo é característico (1)
Nessa Portaria, o Governador Isidoro Francisco Guimarães mandava ainda vigiar tudo o que se relacione com os cules: número exacto dos indivíduos em trânsito, condições do seu temporário alojamento aguardando embarque e cabe ao governo a inspecção dos locais e a verificação dos dados fornecidos.
(1) Dados e informações retirados do livro de Beatriz Basto da Silva, leitura que aconselho sobre este assunto.
SILVA, Beatriz Basto da – Emigração de cules – dossier Macau 1851-1894. Fundação Oriente1994, 198 p. ISBN: 972-9440-35-2;
(2) José Vicente Caetano Jorge levou os primeiros 250 cules contratados para Callao de Lima (Peru) na barca «Sophia» , de que ele mesmo era proprietário
Anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jose-vicente-jorge-1803-1857/

Não tenho informação sobre a localização desta Padaria. Possivelmente será o mesmo  primeiro estabelecimento português desta actividade (padaria) em Macau de José Francisco Borja que anunciou em 15 de Maio no Boletim do Governo (em português e inglês) a abertura duma padaria na casa n.º 25 da Rua do Campo para o dia 20 de Maio de 1857.

Fornecimento de pão feito com boa farinha da Europa e boa maça, e por preço cómodo”

No «Boletim do Governo de Macao» de  1 de Abril de 1857, o Cirurgião-mor da Província, António Luiz Pereira Crespo, (1) fez publicar um “ANNUNCIO” do “quase extincto e terrível flagelo das bexigas de péssimo caracter”
E no mesmo Boletim, manteve um “AVIZO” , datado de 25 de Março, da sua disponibilidade na vacinação anti-variólica das crianças no Hospital da Misericórdia
E porque havia vozes (há sempre quem seja do contra) sobre a eficácia dessa vacina, o mesmo cirurgião fez publicar no mesmo Boletim, de 18 de Abril, uma lista de trabalhos científicos da época em que se comprovavam da necessidade e a extrema eficácia da vacinação.
(1) O cirurgião-mór da Província António Luíz Pereira Crespo em 10 de Fevereiro desse ano tinha sido nomeado também Cirurgião-Ajudante Graduado do Batalhão de “Artilheria”
O mesmo Cirurgião-mór foi um dos que se empenharam para que fosse construído um teatro em Macau. Juntamente com Pedro Marques e Francisco Justiniano de Sousa Alvim , com uma subscrição pública em Macau e Hong Kong, conseguiram edificar no terreno do largo de Santo Agostinho, o Teatro D. Pedro V.
Ver anteriores referências:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/teatro-d-pedro-v/

No dia 1 de Abril de 1857, foi publicado no «Boletim do Governo de Macao», um Acórdão da Junta de Justiça, de 28 de Março de 1857. Nele, os juízes determinaram a condenação de José Pereira e António Carneiro, à pena de três anos de trabalhos públicos no território e de João Guerreiro, por ser menor, à pena de dois anos de prisão correccional. Eram marinheiros da lorcha «Nossa Senhora das Dores», por crime de pirataria praticada em 16 de Novembro de 1856, conjuntamente com uma esquadra de piratas chineses, no rio Kau-Kóng.
Depois de vários considerandos, os juízes determinaram:

Hoje, dia 23 de Agosto celebra-se a festa litúrgica de Santa Rosa de Lima. Amanhã dia 24, do ano de 1617, (precisamente 400 anos ) assinala a morte de Isabel Flores y Oliva, que ficou conhecida como Santa Rosa de Lima, mística da Ordem Terceira Dominicana,canonizada pelo Papa Clemente X em 1671 e a primeira santa nativa da América e padroeira do Peru. (1)

Painel numa coluna á entrada da Catedral Metropolitana de Buenos Aires, tirada em 2016

Em Macau, desde cedo o nome de Santa Rosa de Lima ficou ligada à educação principalmente para órfãs e meninas.
1.º Havia o Recolhimento de Santa Casa da Misericórdia cuja primeira referência aparece num termo do Senado de 26 de Dezembro de 1718 em que atribuía a este Recolhimento a sustentação das Meninas orphaans filhas de Portuguezes , q com o beneplácito do Procurador e mais Irmãons da casa, se fará nella hum recolhimento co mais huma S.ª grave p.r Mestra das Orphaans”
O Recolhimento foi fundado em 1726 sendo provedor de Santa Casa António Carneiro de Alcáçova; foi aprovado por João de Saldanha da Gama, vice-rei da Índia, “com a clausula de que haverá no d.º Recolhimento uma Mestra, que possa ensinar às Orfas as artes de que necessita uma mulher para governar a casa.”
Em 1737, a Santa Casa fechou o Recolhimento por falta de dinheiro. Em 1792, foi fundado por D. Marcelino José da Silva, bispo de Macau (1789-1808) um Recolhimento ou casa de educação para meninas órfãs”. Mais tarde esta Casa tomou o nome de Recolhimento de Santa Rosa de Lima. Em 1848, foi instalado na Casa das 16 colunas (posteriormente Instituto Salesiano) sob a direcção das filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, que no ano seguinte o transferiram para o extinto Convento de S. Agostinho; dali passou para o Mosteiro de S. Clara em 1857; mas em 1865, essas Irmãs saíram de Macau.
Em 1875 o governador José Maria Lobo d´Avila (portaria n.º 23 de 18-02-1875) determinou o seguinte: “ Tendo sua Majestade por decreto de 2 de Outubro de 1856 anexado o recolhimento de Santa Casa Rosa de Lima ao Mosteiro de Santa Clara, a fim de poder ali crear-se uma casa d´educação para o sexo feminino…(…)… Attendendo  a que é de toda a conveniência o acabar o estado excepcional em que ficou o recolhimento de Santa Rosa de Lima depois da extinção de mosteiro de Santa Clara, devendo segundo a letra do supracitado decreto crearse ali uma casa d´educação para o sexo feminino. “

Colégio de Santa Rosa de Lima anexo ao antigo Convento de Santa Clara em 1956

A direcção e administração directa do Colégio era exercida por uma comissão, mas a inspecção ficava a cargo do governo. O presidente era um prelado diocesano, sendo vice-presidente o juiz de direito, e os restantes membros: dois cidadãos nomeados pelo governador (sendo um deles tesoureiro) e um capelão que servia de secretário.
O ensino ministrado nesse colégio era o elementar, ou instrução secundária que compreendia: línguas, portuguesa, francesa e inglesa; história sagrada; desenho; música de canto e piano; educação física; higiene e economia doméstica.
A pedido do bispo D. António Joaquim de Medeiros ( bispo de 1884-1897),  as Irmãs Canossianas (Filhas Canossianas da Caridade) tomaram conta desse Colégio em 1889, dirigindo-o até 1903.
Em 17 de Novembro de 1903, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria que haviam instalados em Macau, no Mosteiro de Santa Clara, em 1903 e começaram a desenvolver trabalho missionário ligado ao ensino passaram também a dirigir o Colégio por ordem do bispo D. João Paulino de Azevedo e Castro (bispo de 1902-1918). Ambos os edifícios lhes foram cedidos pelo Governo juntamente com os bens do antigo Mosteiro e do antigo Recolhimento de Santa Rosa de Lima.
As Irmãs que chegaram a 27-1-1903 eram as seguintes:
Benedicta de S. Joaquim, Superiora (moreu em Tsingtao, 15-11-1921)
Leona du Sacre Coeur (moreu em Macau, 16-03-1956)
Antoine de Brive (moreu em Chefoo)
Edeltrud (morreu  em Macau)
Ambrosina (morreu em Macau, Fevereiro de 1953)
Zélia (morreu  em França)
Mais tarde chegaram as Irmãs Clotilde, M. da Apresentação, M. Chiara, M. Leónia e M. Dismas.
A 30 de Novembro de 1910, (I República Portuguesa) o Governo ordenou a saída das Franciscanas (o Colégio, nesse ano, tinha 130 alunas de diferentes nacionalidades, sendo muitas delas internas) e a escola foi confiada a pessoal leigo a 7 de Janeiro de 1911, ficando reduzida a 40 alunas.(2)
As Franciscanas só voltaram a dirigir o Colégio em 1932.

Pormenor do mesmo painel (2016)

(1) Rosa de Lima (1586 – 1617), nome de baptismo: Isabel Flores y Oliva, beatificada a 15 de abril de 1668 por Papa Clemente IX e canonizada a 2 de abril de 1671, por Papa Clemente X. A Festa litúrgica é no dia 23 de agosto (Calendário Romano) embora seja comemorada a 30 de agosto em Peru. É também padroeira das Filipinas.
Santa Rosa de Lima era muita devota de Santa Catarina de Sena, um dos padroeiros de Macau (declarado pela Vereação do Senado a 2 de Maio de 1646)  e venerada na Igreja de S. Domingos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_de_Lima
(2) TEIXEIRA, Padre Manuel – A Educação em Macau, 1982.
Ver mais informações sobre o Recolhimento e Colégio de Santa Rosa de Lima em anteriores postagens:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/colegio-de-santa-rosa-de-lima/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/casas-de-recolhimento-de-santa-rosa-de-lima/

a-marques-21fev1857-concordataEm 21 de Fevereiro de 1857. foi celebrada, entre sua Magestade Fidelessíma El-Rei de Portugal e Sua Santidade o papa Pio IX, a concordata sobre os direitos e exercício do Padroado Português do Oriente, (1) tendo a mesma sido negociada entre os plenipotenciários Camillo di Pietro e Rodrigo da Fonseca Magalhães. Foi ratificada, em 6 de Fevereiro de 1860, e esta Concordata reduziu o Padroado Português à Diocese de Macau e esta à província de Kuang Tong e ilhas adjacentes, com excepção de Hong Kong, perdendo as missões da China, Cochinchina e Japão.
GOMES, Luís G. – Efemérides da História de Macau, 1954.
NOTA: a monografia publicada por Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara, (2) em 1860, cujo original se encontra na Torre do Tombo, traz além dos termos da Concordata de 21 de Fevereiro de 1857, anotações do autor de 10 de Setembro de 1859 e as ratificações à Concordata feitas em 1859.
http://www.bdalentejo.net/BDAObra/BDADigital/Obra.aspx?ID=519
(1) Anterior referência ao Padroado Português na China em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/12/06/leitura-o-padroado-portuguez-na-china/
(2) Referência anterior deste autor em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/joaquim-heliodoro-da-cunha-rivara/

Notícia no «Diario Illustrado» (Lisboa) do dia 22 de Janeiro de 1909, (1) a recordar o afundamento do brigue «Mondego» (2) no dia 22 de Janeiro de 1859, próximo do arquipélago das Maurícias, numa viagem de Macau para Lisboa.
diario-illustrado-22jan1909-brigue-mondego-idiario-illustrado-22jan1909-brigue-mondego-iiO brigue, de 20 peças, foi construído no Arsenal da Marinha pelo construtor Joaquim Jesuíno da Costa e lançado à água em 28 de Outubro de 1844. A quilha foi posta em 4 de Abril do mesmo ano. Também aparece como navio de 14 peças. A lotação era de 130 homens.
Esteve em Macau em Maio de 1852, onde deu fundo na Taipa. Em Julho de 1852 largou para Timor, conduzindo o novo Governador Capitão D. Manuel de Saldanha da Gama. O brigue largou de novo a 25 de Novembro de 1853 para nova missão em Macau e chegou a este território a 29 de Maio de 1954, após seis meses e cinco dias de viagem. (3) E a partir de 1855, passou a servir na Estação Naval de Macau. Em Outubro de 1856, largou para Hong-Kong com o Governador de Macau, Isidoro Francisco Guimarães. (4) Em Julho do ano seguinte, saiu em cruzeiro para a costa da China e, em Maio, visitou vários portos da China. Em Janeiro de 1859, largou para Sião e conduziu o mesmo Governador de Macau para assinar o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Portugal e o reino de Sião.
Em Dezembro do mesmo ano, partiu de Macau com destino a Lisboa. Reparou em Singapura, tendo o construtor naval assegurado que o navio podia empreender sem receio a sua viagem para a Europa. Partiu em 20 de Dezembro desse ano. Durante a travessia o navio sofreu graves avarias conservando-se à tona com grandes dificuldades. Tendo avistado a galera americana “Uriel”, de Boston, pediu socorro. Da galera prontificaram-se a recolher o pessoal, com extrema dificuldade, em consequência do grande mar. Durante a faina de salvamento, o Mondego afundou-se com os seus 40 tripulantes. O total de sobreviventes foi de 66 e o de falecidos 44. Os náufragos do Mondego chegaram a Lisboa em 26 de Abril de 1860. (3)
https://arquivohistorico.marinha.pt/details?id=925
(1) diario-illustrado-22jan1909-cabecalho-do-jornal
(2) Sobre o brigue «Mondego» ver anterior referência em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/1859/
(3) A descrição mais pormenorizada do naufrágio encontra-se descrita na biografia de José Feliciano de Castilho (Cavaleiro da antiga Ordem da Torre e Espada, segundo-tenente da armada, engenheiro hidrógrafo) um dos que sobreviveu a este acidente, em:
 http://www.arqnet.pt/dicionario/castilhojosef2.html
(4) Sobre este Governador,  ver anteriores referências em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/isidoro-francisco-guimaraes/