01-09-1865 – A inscrição do relicário grande de S. Francisco Xavier, em prata, hoje guardado no Seminário de S. José, revela-nos que o mesmo relicário «foi mandado fazer em Londres por António Pereira seus filhos e noras e oferecido a Sé Cathedral de Macao em 1.º de Septembro do ano de 1865». A relíquia de S. Francisco Xavier (um pedaço de osso do braço do Santo Missionário) pertencia à Igreja de Madre de Deus, onde esteve exposta durante a batalha contra os holandeses (1622). Foi salva do incêndio que destruiu o complexo de S. Paulo a 26 de Janeiro de 1835 e levada a 19 de Fevereiro seguinte para a Sé Catedral, como consta dos autos de arrecadação, à guarda da Câmara Eclesiástica (Cfr. Mons. Teixeira, Macau e a sua Diocese, II, 1940, p. 486). Esta e outras relíquias foram confirmadas pelo Bispo de Macau D. António Joaquim de Medeiros (1885-1897). (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, 2015, Volume II, p. 175)
Hoje é dia para recordar os 400 anos da vitória de Macau em 1622.
Tomo a liberdade de divulgar uma iniciativa de louvar da «Associação dos Jovens Macaenses», publicação dum vídeo “400 ANOS: 24 DE JUNHO AO NOSSO ESTILO”, disponível em:
e dum Cartaz comemorativo “400 ANOS DA BATALHA DE MACAU “ da autoria de Victor Marreiros, do “Instituto Internacional de Macau”
Extraido de «BPMT», XIII-18 de 6 de Maio de 1867, p. 100
A capela da Penha que foi construída em 1622, em resultado de um voto de marinheiros que recorreram a Virgem e foram atendidos, foi reconstruída totalmente (mais o Paço Episcopal) em 1837 (1), Sofreu nova reedificação em 1861. (2)
Vista da Igreja da Penha – George Chinnery c. 1837
(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 79
(2) Contracto feito na Procuratura, em 20 de Setembro de 1859, entre o Presbítero assistente da Ermida, Padre Maximo A. dos Santos e o empreiteiro china Atac, publicado no «BGM» VIII-2 de 14 de Dezembro de 1861, p. 6
Ofício enviado de Lisboa por D. Diogo de Costa ao Vice-Rei da Índia em 27 de Março de 1626, (1) sobre o direito de Caldeirão (2) e conservação do Colégio de S. Paulo.
“Conde VRei Amigo Eu ElRey etc. O anno de 1624 apliquey as despezas da obra da fortificação da Cidade Macao a renda do direito de Caldeirão daquela Cidade, e que fortificada ella se trataria depois da conceruação, e sostento do Collegio a mesma Cidade que pertende consignar se lhe o necessário naquele drt.º p se ter p conveniente conseruarse o dito Collegio, pella boa criação e ensino, que ali tem os filhos dos moradores da dita Cidade, e vendo o que em reposta disso me escrevestes na via do anno passado, me pareceo encomendarnos me avizeis do que montara cada anno passado o rendimento daquele direito de Caldeirão, e o que importara a despeza, que será nescessario fazerse com o Collegio de Macao, e que do dito dinheiro do Caldeirão se não faça nelle agua sem primeiro saberem e julgarem os efeitos para que he mais necessário. Escrita em Lisboa a 27 de Março de 1626. Dom Diogo da Siua. Diogo de Costa.” (3)
(1) Em 1626, Portugal estava sob o domínio filipino, Filipe IV de Espanha (de 1621 a 1640), o Vice-Rei e Governador da Índia era D. Francisco da Gama (Conde de Vidigueira) (de 1622 a 1628). Em Macau, governava o Capitão-Geral de Macau D. Filipe Lobo (de 19-07-1626 a 1630): o Bispo era D Diogo Correa Valente, S. J (de 1626 a 1633) e o reitor do Colégio de S. Paulo, Manuel Lopes (de 1626 a 1627).
Nesse ano de 1626, concluía-se a Fortaleza de S. Paulo “conforme inscrição epigráfica, sobre a porta de acesso” e já existia a Capela na Guia (quando os holandeses tentaram invadir Macau, em 24 de Junho de 1622, já existia uma ermida) e o Forte da Guia (rudimentar sistema defensivo) que seria reconstruída como Fortaleza entre 1637-38, pelo Capitão de Artilharia António Ribeiro, a expensas da cidade, sendo Capitão-Geral Domingos da Câmara de Noronha
(2) Sobre o direito de Caldeirão – dinheiro das rendas dos cidadãos de Macau que patrocinavam as obras das fortalezas e outras do sistema defensivo da cidade:
“Toda a dita artelharia que tem esta cidade e obras de muros e fortes fez ella a sua custa sem a fazenda Real entrar nisso com couza algua em tempo que a viagem de Japão corria quasi por sua conta e particularmente os direitos que chamavam o caldeirão que são oje a oito por cento de todas as fazendas que vão pera Japão, e antigamente erão a tres e a quatro, e ainda assy lhe rendião muito», como explica António Bocarro no seu «Livro do Estado da índia Oriental», de 1635 reproduzido em C. R. Boxer, em “Macau na época da Restauração”, p. 34 da edição de 1993, da Fundação Oriente.
(3) “Arquivos de Macau”, 2.ª série –Vol I. n.º 2 de Fev-Março de 1941, p. 123
(4) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume IV, 2015, pp 10, 33, 46, e 49; Volume I, pp. 139.
No dia 25 de Junho de 1869, reuniram-se na baixa da serra da Guia, o Leal Senado e todas as corporações desta cidade, por convite do governador António Sérgio de Sousa. Este sítio é o lugar até onde chegaram as tropas holandesas que atacaram Macau em 1622, e está assinalado por duas colunas que ali se acham erigidas. A reunião teve por fim dar um caracter solene à inauguração dos trabalhos para a feitura de um largo naquele sítio, que se denominará Campo da Victoria, devendo ali ser colocado o monumento que o Senado mandou fazer na Europa. O governador dirigiu por esta ocasião algumas palavras no Leal Senado, alusivas ao heroico feito das nossas armas, que ali tivera lugar, medindo-se e marcando- se depois o terreno, e sendo por último inaugurados os trabalhos pelo governador e presidente do Leal Senado.
Extraído de «O Independente», I-44 de 2 de Julho de 1869, p. 387
Monumento do Campo da Victoria ou dos Arrependidos Sítio onde os holandeses foram vencidos em 24 de Junho de 1622 (Segundo uma foto do Dr. Albano de Macgalhães) TSYK. Série I. Vol I e II, 1899-1900 p. 87
Tradução dum trabalho em inglês de C. R. Boxer, (1) “O 24 de Junho de 1622”,publicado no «Boletim Geral das Colónias», em 1926 (2) a parte (V) “A Batalha”, reproduzo as primeiras páginas (27 a 30) referentes ao bombardeamento do baluarte de S. Francisco, desembarque na Praia de Cacilhas, o comandante Reijersen gravemente ferido e substituído.
Pormenor do Plano da Cidade de Santo Nome de Deus de Macau como era no ano de 1622 (3) O avanço e a retirada dos holandeses.
Continuação da publicação dos postais de Macau digitalizados do «Jornal Único» de 1898 (1) NOTA: “Os chichés das vistas photographicoas foram tirados pelo photographo amador Carlos Cabral. Todos os trabalhos respeitantes a este «Jornal Único» foram executados em Macau” Extractos do artigo de E. C. Lourenço “Pharol da Guia”, publicado no «Jornal Único».
(1) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/jornal-unico/ http://purl.pt/32511/3/html/index.html#/1
“Consta que neste dia he o de S.mo João Baptista alcançou esta cidade a maior victória que se pode considerar pelas circunstâncias em que estava naqueles lastimosos tempos” (1)
Fortaleza do Monte – 1985
Foto de Tang Hin Hei
Esta fortaleza “Fortaleza de Nossa Senhora do Monte de S. Paulo) (2) teve um papel decisivo no repelir do ataque holandês de 24 de Junho de 1622, pois foi a sua artilharia que fez explodir as reservas invasoras quando desembarcaram na Praia de Cacilhas e já estavam “«muy cerca de la ermida de nuestra Senora del monte de S. Paulo» (3)
Foram três os tiros que partiram do Monte e o terceiro atingiu o “paiol” que os holandeses traziam.
Segundo Padre Teixeira, foram dois os padres jesuítas responsáveis por este feito. Os padres italianos Burri (depois aportuguesado para Bruno) e Giacomo (Jerónimo) Rho. (4) “Sabemos que merecimentos teve o Padre Bruno. Ao outro caberia merecimento de ter apontado e disparado os canhões”. (1)
A TRADIÇÃO DO OVO DE S. JOÃO BAPTISTA A propósito deste dia, vou falar de uma recordação de infância que partilho com a minha irmã. Neste dia de S. João Baptista, em conjunto com a minha mãe, costumavamos partir um ovo para dentro de um copo transparente e ao meio dia em ponto, pegávamos o copo e virando-o para o sol, tentávamos ver no ovo, a figura de S. João Baptista num barco (alegoria da chegada do Santo para salvar Macau). Embora nunca conseguíssemos ver essa figura, o costume mantinha-se anualmente.
(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Os Militares em Macau, 1975, p. 211)
(2) Parece ter sido desenhada de acordo com os planos de Francisco Lopes Carrasco, um homem com grande experiência militar adquirida em África e na Índia que foi nomeado ouvidor e capitão de guerra, em Macau, mas caiu em desgraça devido às inúmeras queixas contra o seu comportamento e em poucos meses depois de tomar posse, terá partido para Goa em 1617. O melhoramento e aperfeiçoamento das muralhas, terá sido de D. Francisco Mascarenhas, com conclusão do quarto e último baluarte em 1626, data esta que aparece na pedra da fortaleza. (1) GRAÇA, Jorge – Fortificações de Macau: Concepção e História. ICM, 1985.
(3) BOXER, C. R. – Boletim E. D. de Macau, Agosto, 1938 in (1)
(4) https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/giacomo-rho/
Dois postais (16,3 cm x 11,4 cm) duma colecção de 9 dentro de um invólucro, de cor verde, produzido por “Tak Lee Trading Co” (P. O. Box 926 Macau), provalvelmente da década de 80 (século XX)
M 9408 MACAU / MACAO 澳門 M 9401 Fortaleza do Monte / Monte Fortress 中央大炮台 (1)
“Citadel of São Paulo do Monte (Monte Fort) – Built by the Jesuits about the same time as St. Paul´s. A cannon ball fired from a gun in the fort saved the city during na invasion in 1622 when dutch fleet attempted to take the city. Telescopes have been installed here for a better view of the city” (Macau, travel trade handbook 1984)
(1) 中央大炮台 – mandarim pīnyīn: zhōng yāng dà bāo tāi; cantonense jyutping: zung1 joeng1 daai6 baau1 toi4.
Uma colecção de 10 postais intitulada “Ten Scenic Spots of Macau”, uma colecção especial emitida na ocasião da transferência de Macau, em 1999.
VERSO DA CAPA
Os dez postais têm registos em três línguas: chinês, inglês e japonês. (1) Sem indicação do nome do autor ou autores das fotografias. (2)
Não consta também o nome do editor. Ten Scenic Spots of Macau “Macau consists of three parts, Macau peninsula and two islands, namely Taipa and Coloane. The total área is about twenty square kilometers . At the northern part of Macau, the enclave shares the border with People´s Republic of China. 95% of some half a million people in Macau are Chinese, 12,000 are Portuguese and the rest are foreigners. People in Macau enjoy the moderate tropical climate. From a small fishing village to a developing city. Macau has experienced its four hundred years of change. The local Portuguese government is preparing to transger (sic) the sovereignty to China at the end of 1999. Macau has been called “Oriental Monte Carlo” with its typical Portuguese style stone roads and other sightseeing attractions such as famous Ruin of St. Pual (sic) , Ma Kok Temple, Church of our Lady of Penha and so on. Twenty-four open casinos and Grand Prix F3 race each attract over 8 million tourists flowing from all over the world. O postal n.º1. –“Church of our Lady of Penha “The chapel was founded in 1622 by the crew and passengers of a Portuguese ship which had narrowly escaped capture by the Duch raiders. Lacated at the top of Penha Hill, it affords views of the inner harbour, the magnificent Macau-Taipa bridge and nearlytowns in China”(3)