Archives for category: Relação Macau – Singapura

Mais uma crónica de Henrique de Sena Fernandes, este referente aos jogos de hóquei em campo , da equipa de Hóquei Clube de Macau no período do dia 29 de Dezembro de 1934, a 4 de Janeiro de 1935. (1)

“Em Dezembro, as atenções de Macau desviam-se para a visita a Malaia do Macau Hóquei Clube, para uma série de jogos. Aparecem de toda a parte boas vontades para ajudar os “rapazes”. O Governo e o Leal Senado subsidiam, o mesmo procedendo entidades particulares, como Júlio Eugénio da Silva e António Maria da Silva. A Academia de Amadores do Teatro e Música leva a efeito a peça “As Alegrias do Lar”, entregando todo o produto da receita àquele clube desportivo. Na venda dos bilhetes distinguem-se Celeste Vidigal, Celsa Rodrigues e Guidinha Nolasco, que mereceu um agradecimento público do referido clube. Em 24 de Dezembro, os representantes do hóquei partiram de Hong-Kong no “Tilawa”, a caminho de Singapura. Macau ficou aguardando, com grandes expectativas, o triunfo deles. Foram quatro os jogos entre 29 de Dezembro e 4 de Janeiro de 1935. O primeiro jogo realizou-se entre Macau e a selecção de europeus de Singapura, com o resultado a nosso favor de 2-1. O segundo desafio, no último dia do ano, com resto de Singapura, isto é, uma selecção de jogadores não europeus, em que perdemos por 4-2. Para Macau foi um banho de água fria. No dia 2 de Janeiro de 1935, realizou-se em Kuala Lumpur o jogo principal: Macau-Malaia. A nossa linha era a mesma que no ano anterior enfrentara a Malaia:

Almada; Pinto Cardoso e Jacinto Rodrigues; Lino Ferreira, João dos Santos Ferreira e Alexandre Airosa; Frederico Nolasco da Silva, Laertes da Costa, Fernando Ramalho, Rui Hugo do Rosário e Amílcar Ângelo. Reservas – Pedro Ângelo Jr., João Nolasco da Silva e Leonel de Oliveira Rodrigues.

Era o jogo principal. O resultado foi duro para nós: perdemos por 3 bolas a zero; os goals metidos no primeiro quarto de hora da primeira parte. Ouçamos Filipe O’Costa: Antes do jogo, chuva. E assistimos novamente ao descalçar dos sapatos, como em Singapura. Mas houve pior. No primeiro quarto de hora, o nosso grupo, por nervosismo, por cansaço ou pelas duas causas reunidas, jogou mal como raras vezes o tenho visto jogar e os goals vieram, inexoravelmente. Eu, a arbitrar, quási que arranquei os cabelos. Mas honra lhes seja, não desanimaram e começaram a mostrar o que sabem; daí por diante o jogo foi igual e até com notável domínio nosso no final da segunda parte.Passado esse quarto de hora negro, todos jogaram bem, especialmente Ferreira, Rosário e Jacinto, embora o último não tivesse sido tão brilhante como em Singapura”. O último jogo, em 4 de Janeiro, realizou-se em Malaca, em que Macau venceu por 2-0, num “jogo agradável e regular” com “grande assistência, a maior, segundo nos disseram, que ainda presenciou um desafio de hóquei em Malaca”.

O telegrama recebido no dia 3 de Janeiro, anunciando a derrota com a Malaia, causou enorme consternação. A cidade portuguesa pareceu enlutada. No entanto, a actuação do nosso grupo em todos os desafios mereceu grandes encómios da imprensa de Singapura e de Kuala Lumpur. Macau Hóquei Clube não saiu desprestigiado e foi considerado um dos melhores grupos da Ásia. À chegada, o grupo foi recebido por uma grande massa de aficionados. A Sociedade da União Recreativa deu em honra dele, no dia 13 de Janeiro, uma “soirée dançante”, que decorreu muito animada até alta madrugada, interrompida apenas para um fino “copo de água” e para o discurso entusiástico do Presidente da Agremiação, António F. Batalha.(1)

(1) FERNANDES, Henrique de Senna – Cinema em Macau III (1932-1936). Revista de Cultura, N.º 23 (II Série), Abril/ Junho 1995. Instituto Cultural de Macau, pp. 133-170. http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30018/1706

CAPA – PROGRAMA (29,8 cm x 21 cm; 32 p.)

O 11.º Torneio internacional de Hóquei em Campo – Veteranos, o chamado “PACIFIC RIM MASTERS -VETERAN HOCKEY TOURNAMENT”, realizou-se em Singapura, organizado pela “Singapore Veterans Hockey Association”. Os jogos decorreram no “Delta Sports Complex” de 2 a 7 de Novembro de 1992

Neste torneio, nos “Masters 40” participaram 4 equipas; Austrália, Macau, Malásia e Singapura e nos “Masters 50” somente três equipas: Austrália, Malásia e Singapura.

CONTRA-CAPA
Cerimónia de Abertura no dia 2 de Novembro de 1992
Programa da cerimónia de abertura, dia 2 de Novembro de 1992
Lista da comitiva macaense
À chegada ao “Delta Sports Complex” no dia 3 de Novembro de 1992

Uma homenagem aos companheiros – saudosas memórias dos que já partiram: Amadeu Cordeiro e Alberto Colaço

Programa dos jogos
Extraído de «Boletim do Governo de Macau», VI- 17 de 31 de Março de 1860, p. 68

ANTÓNIO Feliciano MARQUES PEREIRA (1839-1881), jornalista e de folhetinista, veio para Macau em 1859. Casou em Macau (na igreja de S. Lourenço), no dia 8 de Janeiro de 1861, com Belarmina Inocência de Miranda, filha de António José Maria de Miranda, nome marcante na governação do Território neste período. É autor de uma série de “romances de acção contemporânea” publicados em vários números do Boletim do Governo de Macau (e depois publicados em separado com a denominação geral de “Esboços e Perfis”), e das “Efemérides Comemorativas a História de Macau” que foram apresentadas ao longo de vários números do Boletim e depois reunidas e publicadas em livro “Ephemerides commemorativas da história de Macau e das relações da China com os povos christãos”. (1) Ligado à publicação do semanário «Ta-Ssi-Yang-Kuo (Daxiyangguo 大西洋國)», de 1863 a 1866.

Além de outros cargos públicos foi Superintendente da Emigração Chinesa (1860-1865) (2); Procurador dos Negócios Sínicos, (1865 – 1868) (3); capitão da 1.ª Companhia do Batalhão Nacional de Macau (4); secretário da Missão Diplomática à Corte de Pekim nomeado pela Portaria de 15 de Abril de 1862 e exonerado a 11 de Setembro de 1862 (ordem n.º 34) de «BGMVIII», n.º 41 de 13 de Setembro de 1862, p. 164.

Depois da sua saída de Macau, António Feliciano Marques Pereira ocupou o posto de cônsul de Portugal no Sião (Janeiro de 1875) e Singapura (1876). Em Abril de 1881 embarcou para Bombaim, a fim de exercer as funções de cônsul-geral de Portugal na Índia Britânica, onde faleceu no dia 11 de Setembro desse ano.

NOTA: Sugiro a leitura da biografia mais pormenorizada de António Marques Pereira, publicado por António Aresta, recentemente na página 13 do «Jornal Tribuna de Macau», de 24 de Março, a evocação de «António Marques Pereira, o fundador da macaulogia» – https://jtm.com.mo/record/2021/03Mar/24-03-2021.pdf

(1) Acção filantrópica: 14-08-1868 – Doou a quantia de 104 patacas produto da publicação do livro “Ephemerides commemorativas da história de Macau e das relações da China com os povos christãos” à Santa Casa da Misericórdia

(2) Elaborou um relatório sobre a emigração chinesa a partir do porto de Macau. “Relatório da Emigração Chinesa em Macau”, que entregou ao governador em 31 de Julho de 1861 e é hoje considerado um texto fundamental no estudo da questão dos cules. Tem outro livro de interesse “As Alfândegas Chinesas de Macau. Análise do Parecer da Junta Consultiva do Ultramar Sobre Este Objecto” publicado em 1870.

(3) Elaborou o “Relatório acerca das atribuições da Procuratura dos Negócios Sínicos da Cidade de Macau”, dirigido ao Governador. Depois publicado em 1867 pela Typografia de J. da Silva.

(4) 9-01-1869 – Ordem n.º 16 – Nomeado capitão da 1.ª companhia do Batalhão Nacional de Macau («BPMT»,  XV n.º2 de 11 de Janeiro de 1869, p. 6

Anteriores referências neste blogue, em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/antonio-feliciano-marques-pereira/

Era véspera de Natal de 1929 e muitas pessoas abandonavam a cidade na espectativa de os revoltosos cumprirem as suas ameaças de bombardeamento indiscriminado de ruas e casas. (1)

Foi rapidamente sufocada a tresloucada insubordinação dumas 50 praças de artilharia recentemente chegadas que, chefiadas pelo 2.º sargento Manuel dos Santos Guerra, exigiram um aumento de vencimentos a que se julgavam com direito e que o Governo não podia conceder, por falta de disposição legal. Os tresloucados que se insubordinaram na Fortaleza do Monte, onde se encontrava o Quartel de Artilharia de Guarnição, ameaçaram bombardear a cidade. Esgotados todos os meios suasórios e, após um cerco de 26 horas, pela polícia e outros elementos da guarnição desta província e de os subordinados terem sido intimados a renderem-se por intermédio de ordem lançadas pelos aviões da Aviação Naval, (2) dentro de 10 minutos, foram disparados uns tiros de peça, acompanhados de algumas rajadas de metralhadoras, (3) o que bastou para obrigar os insubordinados a entregarem-se às autoridades. (4) |Respeitada a linguagem da época no resumo apresentado|. (5) (6)

(1) , Luís Andrade de – Aviação em Macau, um século de aventuras, 1990, pp. 59-60

(2) “1-05-1928 – Foi criado o Centro de Aviação Naval, dependente dos Serviços de Marinha (DL 22 de 14Jun28) CAÇÃO, Armando António Azenha – Unidades Militares de Macau. 1999, p. 24. Ver anteriores referências em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/aviacao-naval/

(3) “O tenente José Cabral, comandante da Aviação Naval de Macau, sugeriu que o ataque fosse feito com metralhadoras por não existirem bombas próprias contra tropas mas apenas destinadas a destruir fortificações e navios de guerra. Os chefes militares decidiram intervir e ficou assente que a Aviação Naval despejaria não bombas nem balas mas sim panfletos sobre o Monte e a Guia. Às 8 horas e 45 minutos dessa manhã, o “Farey 20”, tripulado pelo tenente Cabral e pelo sargento mecânico Francisco José Júnior, voou sobre as duas fortalezas à altura de 1000 a 1200 metros, fora do alcance de tiro. Com o ruído do motor foi impossível ouvir o fogo de terra, mas um tal major Andrade, das forças fiéis, garantiria mais tarde que foram disparados tiros contra o avião. Horas depois o sargento Guerra ordenaria aos seus homens que se rendessem incondicionalmente.” (1)

(4) Julgamento em Abril de 1930, no hangar da Taipa: “No ano de 1930 não começara da melhor maneira para a Aviação Naval de Macau cujo hangar servia em Abril de 1930, de sala de julgamento de militares implicados numa rebelião armada. Os réus eram vinte e sete praças de artilharia e um sargento Manuel dos Santos Guerra, que, no Natal de 1929, tinham posto Macau em estado de sítio” (1)

(5) Extraído de SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 222

(6) Embora as fontes citadas apontam o acontecimento na véspera de Natal de 1929 (dia 24), uma notícia do dia 23 do correspondente da “Reuter”,  foi publicada num jornal de Singapura no dia 24 com o título de “INSUBORDINATE MACAO GARRISON. Exaggerated Report of Mutiny. (Reuter´s Far Eastern Service). Macao, Dec. 23.

“An exaggerated report is being circulated of a mutiny of the garrison here. The facts are that between 60 and 70 artillerymen, headed by a sergeant, stationed at Monte Fort, became insubordinate, demanding higher pay. The resto of the garrison was loyal, and the Government compelled the disaffected men to surrender without a shot being fired. All is quiet in the city and business is as usual”. The Singapore Free Press and Mercantile Advertiser, 24 December 1929, p. 11. ” https://eresources.nlb.gov.sg/newspapers/digitised/issue/singfreepressb19291224-1

Desmentido pelo Governo de Macau, em 9 de Maio de 1863, duma notícia publicada no “Daily Times” de Singapura, acerca dum junco chinês que partiu de Macau a 7 de Março com mais de 300 cules. Estes terão sido transportados pelo barco clandestinamente como passageiros.
Extraído do «B.G.M.»,  IX-23 de 9 de Maio de 1863 pp. 91/92

Este livro de poesia – sonetos “Aleluias de Alma”, (1) de José Machado Lourenço (2) acabou de se imprimir ao dois de Fevereiro, festa da Purificação de Nossa Senhora, do ano do Senhor de mil novecentos e trinta e sete na tipografia do orfanato da Imaculada Conceição» em Macau.
Exemplar com assinatura de posse: “J e T. Cabaço-Janeiro de 1950”
Dedicado ao Dr. Armando Côrtes-Rodrigues «eminente Poeta açoreano, Irmão em Cristo»
São 41 sonetos de diversas temáticas de vertente religiosa.
(1) LOURENÇO, José Machado. Aleluias de Alma. Macau, 1937, 110 p. (21 cm x 14 cm)MONSENHOR JOSÉ MACHADO LOURENÇO
Presidente da Direcção do Instituto Açoriano de Cultura entre 1956 a 1978 (3)(2) O

Padre José Machado Lourenço (1908 -1984) – sacerdote católico, professor, etnógrafo e historiador – nasceu na ilha da Terceira, e com apenas 10 anos de idade, partiu com um grupo de 11 crianças para Macau na companhia do padre João Machado de Lima, com o objectivo de ali frequentar estudos que lhe permitissem ingressar na via sacerdotal como missionário católico no Extremo Oriente. Estudou no Seminário de São José de Macau, (4) onde fez um curso brilhante, distinguindo-se pelos seus dotes literários, especialmente os poéticos. Foi ordenado padre a 16 de Agosto de 1931 e celebrou a sua Missa Nova a 20 de Agosto, dia de São Bernardo daquele ano. Foi colocado nas paróquias de São José (em Singapura) e de São Pedro (em Malaca), onde missionou até 1935, ano em que foi escolhido para secretário particular do bispo D. José da Costa Nunes, então bispo de Macau, também açoriano e futuro cardeal. Voltou para Singapura, cidade onde trabalhou no período de 1939 a 1941. Em 18-01-1942, quando o arcebispo de Goa, Patriarca D. José da Costa Nunes foi transferido para a arquidiocese de Goa e Damão, acompanhou-o para Goa, novamente nas funções de secretário particular, permanecendo naquelas funções até 1946. Em 1947 regressou à ilha Terceira, sendo nomeado professor do Seminário Diocesano de Angra onde ensinava Inglês, Português, Latim e História da Igreja no período de 1948 a 1973. Foi também professor do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, onde ensinou Inglês e Francês.
Naquele mesmo ano, por proposta de D. José da Costa Nunes, o Papa Pio XII, em 22 de Abril de 1947, elevou-o à dignidade de seu prelado doméstico, com o título de Monsenhor. Deixou uma extensa obra publicada, (5) incluindo larga colaboração em periódicos, com destaque para o jornal A União, de que foi director. Foi um dos fundadores, e o primeiro presidente da direcção, do Instituto Açoriano de Cultura.» (3)
(3) http://www.iac-azores.org/iac/galeria-presidentes.html
(4) Durante mais de dois séculos, o Seminário de S. José formou sucessivas gerações de pessoas que se destacaram em Macau e no mundo, nomeadamente José Machado Lourenço,
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/05/04/leitura-o-seminario-de-s-jose-em-1955/
(5) Os dois primeiros livros deste autor “A Mãe do Amor” (versos) e “Aleluias de Alma” (sonetos) foram publicados em Macau,  na tipografia do Orfanato da Imaculada Conceição.

MACAO

An alien city rimmed by shallow seas
And purple islands, as the world extreme;
A siren of indolence and ease
Where men live at peace and poets dream
 
Clouds pass, men come and go, the seasons change,
But time moves on, although the clocks pretend,
Her beauty is familiar and strange …
Who, knowing her, shall not proclaim her friend?
 
I shall remember many of her way:
The signbords swingind in the autumn gales,
And on her inlets and tourquoise bays
The idle junks with safron coloured sails.

The yellow hour of twilight that recedes
The darkness burning with unnumbered stars
Dice rolling and men counting little beads,
The show sad songs girls sing to their  guitars.
 
A child cuts firewood in a coblet street
A crowd collects to watch two cricketsfight,
A city sonolent with nooday heat,
Transformed and shadowed with romance by night.
 
These memories and many others such
I shall retain; and underneath their charm
One of a woman I loved too much
And pray  that none may ever come to harm.
                                          Gerald Jollye
 

A baía da Praia Grande, a Igreja da Penha e o Hotel “Boa Vista”
 

Gerard Humphrey Jollye (1921-1950) Como militar britânico, no 1.º Batalhão no Norte de África foi ferido e como membro do Serviço Civil Malaio, morto aos 29 anos de idade, pelos comunistas na insurreição comunista na Malásia, numa emboscada perto de Malaca em 13 de Dezembro de 1950. Esteve em Macau (década de trinta- século XX) como cadete militar, a estudar chinês, hospedado no hotel «Boa Vista»
O Hotel «Boa Vista» que foi comprado em 1932 por Ieong Pat por 55 mil patacas, mas pouco durou como hotel pois em 1934, com um contrato de três anos (1934-1937) esteve alugado ao governo inglês para alojamento dos cadetes dos Serviços de Administração Civil Britânica, que vinham estudar chinês em Macau antes de entrarem no serviço administrativo. Com a invasão da China pelos japoneses, os cadetes regressaram a Hong Kong em 1936.
Segundo Padre Teixeira, «ouve vários romances entre os jovens cadetes e as jovens de Macau mas, como era vedado o casamento, vários corações ficaram partidos na hora da despedida» (1)
Relação dos funcionários ingleses pelo “Indian Office”, publicada no “The London Gazette”, Issue 35279,  19-09-1941 onde consta o nome de “Pte Gerard Humphrey Jollye”

(1) TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997