OUTUBRO 1972 – Organizado pelo Grupo Desportivo Veng Hang esteve em Macau para um Torneio de Ténis de mesa a equipa desportiva francesa S. C. Charenton, (1) com quem se deslocou o ex-campeão e veterano Jacques Lager. (2) (3)
NOTA “L’année suivante, (1972) l’équipe première participe au tournoi international de Lisbonne (Portugal), qu’elle remporte contre les joueurs de Macao, après une rencontre très disputée. Cette coupe des villes de foire (coupe internationale) correspondait à l’époque à la Champions Ligue actuelle. Les joueurs de Macao ont par la suite invité nos joueurs pour une tournée en Asie durant la saison 1972/1973, en étroite collaboration avec la municipalité qui avait sponsorisé la tournée. (…) Nos joueurs ont été en France comme en Europe la première équipe a avoir été reçue par le Ministre de la jeunesse et des sports du gouvernement du président MAO TSE TOUNG. Notre équipe s’est alors produite à HONG-KONG, puis à CANTON, et MACAO.” https://www.charenton-tt.org/historique-du-club/
(1) Charenton Tennis de Table – equipa desportiva francesa amadora de ténis de mesa.
(2) Jacques LAGER faleceu no dia 17 de Abril de 2021 com a idade de 87 anos. Jogador de ténis de mesa transferido do clube “Kremlin Bicêtre” para o “CHARENTON TENNIS DE TABLE” onde esteve 50 anos, sendo internacional, capitão da 1.ª equipa do clube de 1970 a 2005.
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p. 382.
Visita do Delegado Imperial e Suntó de Cantão a Macau, tendo-se despedido do Governador José Gregório Pegado (governo de 3 de Outubro de 1843 a 1846) no dia 23 de Outubro de 1844, na residência do Governo. Embarcou no dia seguinte para Cantão no cais novo da Praia Grande, no vapor francês “L´Archimede”.
Extraído de «O Procurador dos Macaístas», I-34 de 26 de Outubro de 1844, Sábado
A propósito do encalhe da corveta «Duque de Palmella», ocorrido no dia 17 de Março de 1873, (1) no banco de Brito (perto do Vietname), em viagem de Hong Kong para Sião, El Rei de Portugal condecorou o Contra Almirante da marinha francesa, e governador de Saigão, Cavalheiro Dupré (2) com a grande cruz da real ordem militar portuguesa do S. Bento de Aviz.
Extraído de «BPMT», XX-27 de 4 de Julho de 1874., p. 105
No dia 3 de Janeiro de 1787, Jean-François de Galaup, conde de Lapérouse (1741-1788) (1) chega a Macau, onde permanece até 5 de Fevereiro. Em Macau vende as peles de animais adquiridas no Alasca e distribui o lucro entre a tripulação. Segue depois, com portugueses deste porto a refrescar a sua tripulação, para as Filipinas.
Lapérouse conheceu o Governador de Macau — Bernardo Aleixo Lemos de Faria — quando visitou Goa (18 a 25 de Dezembro de 1774). O Conde fazia por ordem de Luís XVI uma viagem de exploração científica à volta do mundo, com as fragatas “La Boussole” e “L’ Astrolabe”, deixando documentados, em cartas dirigidas ao rei e ministros, aspectos e ilustrações dos portos que ia tocando, entre eles naturalmente Macau.
M. Duché de Veney, desenhador desta expedição, pintou numa parede branca do Convento de S. Francisco, nesse ano de 1787, a imagem de S. Francisco com os seus emblemas, pintura essa que era tida como obra-prima. (2)
La Pérouse, with the Order of Saint Louis, 1778
(1) Jean-François de Galaup , conde Comte de La Pérouse (1741 – 1788?) official da armada francesa e explorado que se alistou aos 15 anos de idade na marinha , em 1785 por ordem de Luís XVI, (3) foi nomeado comandante duma expedição científica à volta do mundo tendo passado (entre outros portos) por Chile, Hawai, Alasca, Califórnia, Macau, Filipinas, Formosa, Coreia, Japão, Rússia, e Austrália. O Conde bem como todos os membros da expedição desapareceram no ano de 1788(?) muito possivelmente dum naufrágio nos recifes de Vanikoro, nas ilhas Solomon. https://en.wikipedia.org/wiki/Jean-Fran%C3%A7ois_de_Galaup,_comte_de_Lap%C3%A9rouse
(2) Em 3 de Janeiro de 1787, fundearam, no ancoradouro da Taipa, os vasos de guerra franceses «Astrolabe» e «Boussole», e os seus oficiais, sob a direcção do Conde Jean François de Lapérouse, (1714-1788), que por ordem de Luís XVI fazia uma viagem de exploração científica à volta do mundo. Estiveram instalados no recinto da Gruta de Camões, onde efectuaram várias observações astronómicas. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau. Macau, vol. I, 2015, p. 316. https://nenotavaiconta.wordpress.com/2020/08/16/leitura-chronica-planetaria-de-jose-augusto-correa-iii-a-gruta-de-camoes-em-1902/
(3) O rei Luís XV na manhã do dia da sua execução em Janeiro de 1793 terá ainda preguntado: “Alguma notícia de La Pérouse?”.
Notícia da visita da corveta francesa “La Bonite”, comandada elo capitão Vaillant, que chegou a Macau em 31 de Dezembro de 1836, vindo de Manila. (1) O comandante da “Corvette” francesa “La Bonite” Auguste Nicolas Vaillant (1793-1858), depois da viagem publicou o livro “Voyage Autour du Monde Executé Pendant les Années 1836 et 1837 sur la Corvette “La Bonite” (2)
Extraído de «O Macaista Imparcial», I-62 de 9 Janeiro de 1837.
“Com início em 1836 e duração até 1837 realiza-se a Viagem científica de Auguste-Nicolas Vaillant, publicada em dois volumes e três fólios por A. Bertrand em Paris (1841-1852). Contém três gravuras sobre Macau e uma de um pagode nos arredores de Macau no conjunto de cem gravuras que integram o Álbum Histórico em fólio de grande formato.” (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume II, 2015, p. 76)
(2) VAILLANT, Auguste Nicolas, 1793-1858 –“Voyage autour du monde exécuté pendant les années 1836 et 1837 sur la corvette la Bonite, commandée par M. Vaillant, capitaine de vaisseau : pub. par ordre du roi sous les auspices du Département de la Marine. Paris: Arthus Bertrand, éditeur 1840-66. Leitura disponível em: https://catalog.hathitrust.org/Record/001876493
A mesma peça, drama em 3 actos com prólogo, “A pobre das ruínas”, foi representada anteriormente em Macau pela “Sociedade Philarmonica Macaense”, no dia 8 de Outubro de 1851. (2)
NOTA: “La Guerrière” – navio de guerra da armada francesa (fragata com 34 canhões; 475 homens). Em 30 de Agosto de 1867, na sua viagem do Japão para Hong Kong, devido a um tufão no mar da China ficou severamente danificado.
(1) O Clube Lusitano em Hong Kong foi inaugurado a 17-12-1866, pelo Governador José Maria da Ponte e Horta. A sede em «Shelly Street» duraria até 1920, ano em que foi transferida para «Ice House Street». Foi seu 1.º Presidente Francisco José Vicente Jorge. Sobre o Clube Lusitano de Hong Kong ver: https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/clube-lusitano-de-hong-kong/
Os emigrantes chineses que deveriam seguir para Havana, na galera francesa Orixa (460 toneladas, Capitão J. Vincent), surta na rada, amotinaram-se, no dia 30 de Novembro de 1867, à hora do rancho da tarde, e atacaram os tripulantes com facas, achas de lenha e bandejas do rancho. A tripulação viu-se obrigada a fazer uso das suas espadas e, em consequência da revolta, morreram cinco dos amotinados e ficaram feridos alguns marinheiros. (1)
Extraído de «Boletim da Província de Macau e Timor», XIII-48 de 2 de Dezembro de 1867, p. 273
(1) GOMES, Luís G – Efemérides da História de Macau, 1954
O Cônsul da França em Cantão , (1) conde de Chappedelaine (2) visitou Macau de 23 de Setembro a 1 de Outubro de 1872. O jornal «Gazeta de Macau e Timor» de 8 de Outubro, reporta esta estadia.
Extraído de «Gazeta de Macau e Timor», I-3 de 8 de Outubro de 1872, p. 3
(2) Julien René Emmanuel Stephen de Chappedelaine, conde Chappedelaine foi Cônsul da França em Cantão (Shameen ou Shamian) de Abril de 1872 a Junho de 1872 (interino). Nomeado em 10 de Junho de 1872 até 9 de Setembro de 1872, Cônsul-geral de França em Shanghai (interino). Em 10 de Setembro de 1872,voltou a ser nomeado (2.ª vez, interino) cônsul interino em Cantão até 1873. Voltou a ser nomeado pela 2.ª vez, cônsul interino em Shanghai de 25 de Maio de 1875 a 13 de Fevereiro de 1876. Nascido em 1844 (e falecido em 1917) é filho de Charles Marie de Chappedelaine (1817-1895), cavaleiro da Legião de Honra da França e de Barbe Holinska (ca 1820-1898). Julien René E. S. de Chappedelaine recebeu também, em 31-12-1904 a nomeação de Oficial da Legião de Honra. https://gw.geneanet.org/pierfit?lang=en&p=julien+rene+emmanuel+stephen&n=de+chappedelaine
Continuação da leitura do livro “CHRONICA PLANETARIA (Viagem à Volta do Mundo) ” de José Augusto Correa, publicado em 1904 (1), referido em anteriores postagens (2)
“Uma das primeiras curiosidades de Macau que, naturalmente, o forasteiro procura vêr, é a afamada Gruta de Camões. A collina que a encerra é um pedaço do Bussaco transplantado ao extremo-oriente, assim como a avenida da Praia Grande é, em miniatura, a Promenade des Anglais, em Nice. Visitei a Gruta em um Domingo (22 de Junho). Ao aproximar-me do portão que, ao canto de uma pequena praça, dá entrada ao famoso recinto, ouvi canticos religiosos. Á direita de onde eles partiam vi uma fachada de egreja com uma porta aberta e entrei. Era um templo protestante, e na ocasião um padre inglez discursava. Retrocedendo tranpuz o portão e achei-me em face de um bello prédio azul que serve de repartição de obras públicas. (3) Na frente há um jardim. Contornando este, transpondo outro portão e descendo uma escada, penetra-se na pequena eden que inspirou o grande vate.
Segue-se no bosque um arruado amenisado por massiços de cannas e copado arvoredo, até que um caminho á esquerda, subindo o suave outeiro, nos leva ao local onde uma grande pedra, pousada sobre outras duas, cobre o busto, em bronze, do sublime épico, assente em um pedestal de granito. Sobre as quatro faces de base, estão gravadas outras tantas estancias dos Lusíadas e ao lado esquerdo, quatro grande pedras graníticas, encostadas as rochedo conteem sonetos dedicados ao cantor immortal. Este logar é impropriamente chamado gruta, visto que lhe falta a concavidade interior.
BUSTO DE CAMÕES NA GRUTA . 1957
É de crer que Camões se inspirasse alguns passos mais acima, no vértice da collina que domina o esplendoroso panorama do porto, da cidade, das ilhas circunvizinhas e de liquida imensidade. N´este alto está uma guarita de pedra e cal, onde de abrigou La Perouse, (4) ao acertar os instrumentos nauticos com que navegou para a imortalidade.”
(1) CORREA, José Augusto – Cronica Planetaria (Viagem à volta do mundo), 2.ª edição. Editora: Empreza da História de Portugal, Lisboa, 2.ª edição, 1904, 514 p. Illustrada com 240 photogravuras; 15,5 cm x 21 cm.
(3) Esta casa (Casa Garden) construída em 1770, era originalmente a residência de um rico comerciante português, conselheiro Manuel Pereira. Posteriormente, foi alugado para a Companhia das Índias Orientais.
Em 1885, o seu genro Lourenço Marques, que herdou a propriedade, vendeu-a ao Governo. Em 1887, instalou-se aí a Direcção das Obras Ppblicas, e depois em 1931, a Imprensa Nacional de Macau. Tornou-se parte integrante do Património Mundial da UNESCO Centro Histórico de Macau em 2005. Hoje em dia, é a sede da Fundação Oriente.
(4) Em 3 de Janeiro de 1787, fundearam, no ancoradouro da Taipa, os vasos de guerra franceses «Astrolabe» e «Boussole», e os seus oficiais, sob a direcção do Conde Jean François de Lapérouse. (1714-1788), que por ordem de Luís XVI fazia uma viagem de exploração científica à volta do mundo Estiveram instalados no recinto da Gruta de Camões, onde efectuaram várias observações astronómicas. (SILVA, Beatriz Basto de – Cronologia da História de Macau, Volume 2, 1997)