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SEXTA feira passada 31 de Março principiaraõ as chuvas, e pela madrugada houve huma de pedra, acompanhada com grandes trovões e raios, que prejudicaraõ a alguas propriedades, e no Mahá (Mong Há) foraõ mortos por hum raio hum china, e hum caõ. O tempo continua chuvoso e Thermometro 70 graos.”

Extraído de «O Macaísta Imparcial» I- 86 de 6 de Abril de 1837, p. 344
CAPA

Folheto informativo (em português e chinês) das “TEMPESTADES TROPICAIS – Cuidados a Observar”, de 15 páginas (21 cm x 15 cm), (1) emitido pela Protecção Civil das Forças de Segurança de Macau, sem indicação de data de emissão (2)

Contracapa
Capa + Contracapa
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MAPA DESTINADO À MARCAÇÃO DA TRAJECTÓRIA DO CENTRO DA DEPRESSÂO

(1) Nas páginas 9-15 apresentam o “Código dos Sinais de Tempestade”(a publicar em posterior postagem) com o significado dos sinais.

(2) Composição e impressão da Imprensa Oficial de Macau.

Da noite de 22 à madrugada de 23 de Setembro de 1874, um tufão violento atravessou a foz do Rio das Pérolas causando grandíssimas perdas, considerado na história de Macau como a Calamidade do Tufão de 1874.

Extraído de «BPMT», XX-39 de 26 de Setembro de 1874, p. 108

Anteriores referências a este tufão em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/09/22/noticia-de-22-de-setembro-de-1874-o-maior-tufao-da-historia-de-macau-i/ https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/09/23/noticia-de-23-de-setembro-de-1874-o-maior-tufao-da-historia-de-macau-ii-incendio-no-bairro-de-santo-antonio

Extraído de «BPMT», XVII-36 de 4 de Setembro de 1871, p. 143

NOTA I: No dia 29 de Junho de 1871, entrou na barra de Macau o brigue Conceição de Maria. No dia 2 de Setembro do mesmo ano, passou pela cidade um violento tufão, afundando-se, na ponta de Ka Hó (Coloane) a barca holandesa Rolina Maria e a galera russa Vistula. A primeira perdeu 7 homens da sua tripulação de 16 homens e da segunda salvou-se toda a tripulação de 22 homens. O brigue português Conceição de Maria, pertencente a Francisco Manuel da Cunha, que saía para Yokohama, com carga de açúcar e vinho, naufragou na ponta de Kaikiao (Ponta Cabrita), salvando-se toda a sua tripulação. A corveta Duque de Palmela, do comando do Capitão-Tenente Gregório José Ribeiro, a galera D. Maria Pia e a canhoneira Camões sofreram grandes avarias, em consequência dos embates com os barcos chineses dos quais 150 ficaram danificados. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia das História de Macau, Volume II, 2015, p. 198)

NOTA II – Na lista dos navios afundados, danificados e perdidos publicados em (1) consta:

DIA 2 /Setembro de 1871 – Rolina Maria – holandês: “The barque was driven ashore in a typhoon and wrecked at Macao, China with the loss of seven of her crew.”

DIA 3/Setembro de 1871 – Vistula – El Salvador: “The ship sank in a typhoon at Hong Kong.”

 (1) https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_shipwrecks_in_September_1871

Extraído de «B.G.P.M.T.S.», 1 de Julho de 1854, p. 130

“Que de hoje em diante o signal de alarme geral ou rebate passará a ser de três tiros de peça disparada pelo Forte de S. Pedro com intervalo de 10 segundos, e repetido pela Fortaleza do Monte, em lugar de um tiro e um foguete, como estava determinado em o & 4.º da ordem do dia N.º 17 de 15 de Maio de 1851”

Extraído de «BPMT», XIII-19 de 13 de Maio de 1867, p. 108
Extraído de «BPMT», XIII -20  de 20 de Maio de 1867, p 114
Extraído de «O Macaísta Imparcial», I- 87 de 10 de Abril de 1837 p. 350

O Código de sinais indicativos de tufão do Observatório Meteorológico de Macau foi actualizado  em 6 de Agosto de 1920 (MO/AH/AC/SA/01/08094). Para o caso dos incêndios, a 1 de Fevereiro de 1923, deixou-se de ser dados  sinais com tiros de artilharia para aviso de incêndios (embora mais tarde, em 1926, fosse restabelecido este aviso)

Artigo de António Carvalho Brandão (1) publicado na revista ”A Terra” (2)

Depois duma primeira parte em que descreve as origens e trajectórias dos tufões da área do Mar da China, mais especificamente na área de Macau,, o autor relata com detalhes e compara entre os naufrágios e mortes causados por dois tufões que até então atingiram Macau: o tufão de 22 de Setembro de 1874 e o tufão de 20 de Agosto de 1927

Sinais precursores” (pp. 84-85): “Os primeiros sinais da proximidade dum tufão são dados pelo céu e pelo barómetro. No céu, bandos de cirrus em leque, corando-se dos mais belos tons, ao crepúsculo, do rosa pálido à viva purpura. No barómetro, alterações nas oscilações periódicas características das baixas latitudes, que se traduzem por estacionamento durante os períodos de subida (4h às l0h e 16h às 22h), ou descida mais rápida do que a normal durante os períodos de descida. Os sinais secundários que aparecem geralmente mais tarde do que aqueles, são calma, grande calor e aumento de umidade; agitação desu­sadada do mar; aparecimento de numerosos insectos, fugindo diante da tempestade. Esses sinais precursores são porém incapazes de indicar o grau de intensidade com que se sentirá o tufão. Só depois de começar soprando o vento do tufão, conjugando zs mudanças sucessivas da sua direcção com a baixa progressiva do barómetro, é possível determinar aproximadamente a direcção do centro e a sua trajectória, operação facilitada pelo uso dum simples instrumento creado pelo Padre Algué -o barociclonómetro. Mas este processo não permite deduzir com aproximação suficiente, nem a distância a que se encontra o centro nem a intensidade do tufão.

Estes elementos, indispensáveis para prever os seus efeitos prováveis no local, são obtidos pelo traçado das cartas sinópticas de propagação do tufão, feito repetidas vezes nos Observatórios · por meio dos telegramas meteorológicos recebidos a miudo das filipinas, Carolinas e outras ilhas próximas, assim como radiogramas de navios navegando no Mar da China e Pacífico Ocidental. Esta prática, creada em Manilla pelo Padre Algué e hoje melhorada graças à T. S. F., tem prestado inestimáveis serviços em todas as regiões atingidas pelos tufões destruidores, e salvo muitos milhares de vidas. Em Macau não se faz a concentração das observações de tufões, nem ha necessidade disso, pois que se recebem com pequenos intervalos os comunicados telegráficos do Observatório de Hong-Kong, situado a curta distância da nossa Colónia.

A comparação entre os naufrágios e mortes causados por dois tufões igualmente sentidos em Macau, um no século passado (22 de Setembro de 1874) e outro ha poucos anos (20 de Agosto de 1927, permitirá avaliar bem os benefícios da atual organização meteorológica do Mar da China.”

(1) António Carvalho Brandão, Capitão de fragata. Antigo Director do Serviço Meteorológico da Marinha. Presidente do núcleo de Lisboa da Sociedade de Meteorologia e Geofísica de Portugal

(2) Revista Portuguesa de Geofísica , n.º 14 (número colonial) , maio de 1934, pp. 83-91. – Director e Administrador: Raúl de Miranda

“A 2 do corrente sentio-se nesta Cidade hum pequeno termor de terra aos 7 minutos depois do meio dia, o qual duraria por espaço de 5 segundos e sendo bastante sencível não causou com tudo prejuízo algum nos edifícios.”

«Gazeta de Macao»,n.º 11 de 10 de Janeiro de 1824, p. 301.