Continuação da leitura «MACAO – MONTE CARLO OF THE ORIENT», artigo publicado na imprensa estrangeira no dia 20 de Novembro de 1916, (1) e cuja 1.ª parte já foi postado em (2)
“A Picturesque Journey
The journey up the Canton River to Macao is one of the fine things I near to the traveller in China who was no taste for far ventures into j the interior. There are not many [such; the China in easy reach of steamer or train is deficient in the picturesque. Hong Kong Harbour, murmurous with the great ships of the world, shepherded by the green I height of the Peak and menaced by the stark hills of Kowloon, is a jewel of beauty, at night not less than at day, when the villas sparkle in the black darkness and the scythe of the searchlights sweeps across land and water. From Hong Kong to Macao is a maze of islands, bare, rocky, many [of them extensive, some rising to goodly heights. The waterway is alive with steamers, tugs, junks, with beautiful lines and graceful sails. Suddenly you make a bend of the river, and a gleaming of white buildings on a green island hill takes the eye. That is Macao, and remembering Macao’s reputation you recall the vision of Monte Carlo from the sea. As you swing into the harbour the glory of the first picture fades. The houses on the quay have the bedraggled air customary to the purlieus of ports, though their yellows Hand pinks and blues of the Latinism .of their inscriptions tells of Portugal rather than of China.
A Well-groomed Town
In war time you first report yourself to the police. Then in a ricksha 11 up steep cobbled lanes from the hart hour to the main street. Two things you notice on your way, two things intimately connected: those lanes are clean, and on either side are gay gilded houses bearing the inscription “First-class gambling saloon.” (If there be any gambling saloons other than first-class, conscious of their humble station, they do not parade themselves.) Macao is one of the best-groomed places in the Far East. The chief streets are wide, clean, well-engineered, and well maintained. The public buildings are handsome and spacious. There are charming gardens and trees everywhere. The architecture has character and ‘quality. On the China coast, of the newer comers from the west, only the Germans have tried to transplant their native architecture, without heed to the genius of the place, so that the average German settlement is terrifyingly reminiscent of the j Kurfurstendamn. The Portuguese brought with them to Macao the classic tradition of light and space and colour and symmetrical form from their southern land, and in some three or four centuries it has adjusted itself to the spirit of its new f j home. There are villas—you may hire them at incredibly low rates— with gardens down to the sea, rich with tropical flowers and fruit, and with cool arbours and fables of carved stone, where, amid the murmur bee and bird and the lapping of the lazy tide, a man may forget that he has gone into exile for gold. Macao is the only place in the Far East where the European does not, look a restless parvenu. But the empty harbour, the still streets, the peace and repose have their counterpart in the first-class gambling saloons, which, as at Monte Carlo, provide the Government with the revenue which sustains them.
The Portuguese Government of Macao is paternal. It dislikes to tax and it likes to give its subjects the civic amenities. It has squared this political circle by establishing a gambling monopoly, which is usually purchased by a Chinese syndicate. The revenue thus secured is considerable and increasing—a tender of $1,266,660, with silver at its present price, is 130,000 —and it is pure profit to the community, for the Macanese, like the Monagese, are forbidden to enter the gaming saloons except on high festivals. Nor, assuredly, do the Chinese investors in the franchise lose. ” (1)
(1) «The Sun»Volume III, Issue 867 https://paperspast.natlib.govt.nz/newspapers/SUNCH19161120.2.45
Continuação da reportagem já postada em anos anteriores (1) (2) de Adam M´Cay publicado no jornal “The Sun”. (3)
(3) M´CAY, Adam – “The Sun”, Vol. VI, Issue 1774, 21 October 1919, p. 6
Anúncio (assinado: J. M. Wolff, acting manager) publicado no dia 7 de Janeiro de 1860, no «Boletim do Governo de Macau», dos espectáculos duma empresa australiana, no hipódromo de Macau, durante uma semana (seis dias) a iniciar no dia 9 de Janeiro (segunda-feira), com autorização de “Members of The Portuguese Council on the Campo de Sm. Francisco” . Os espectáculos foram realizados pela Companhia “Lewis Great Australian Hippodrome” e da trupe “Mammoth Troupe of Male and Female Star Equestrian Artists”, que, em Hong Kong, tiveram o patrocínio principal do Governador de Hong Kong Sir Hercules Robinson e sua esposa e do Comandante em Chefe da Marinha na China, Sir James Hope
O espectáculo era diário às 20h00, e a partir de 9 de Janeiro com duas actuações extras; uma “Grand Day Performance” na quarta feira, dia 11 de Janeiro, às 14h00 e outra “Farewell Day Performance” também às 14h00. Os bilhetes (50 avos; 1 pataca e 2 patacas) estavam à venda no Hotel Praia Grande (Sr. Carvalho) e no escritório do hipódromo das 15h00 às 17h00 diariamente, nessa semana
O campo aberto que daria o futuro hipódromo e onde se realizaram as primeiras corridas, feitas por amadores, (1) situava-se em terrenos junto à Porta do Cerco, numa área que foi conquistada ao mar, ao norte da Doca da Areia Preta. Área esta mais ou menos limitada pela Estrada dos Cavaleiros e pela Estrada Marginal do Hipódromo (antiga Rua do Cerco). (2) Só em 1924/1925 surge as primeiras informações sobre o licenciamento e organização de corridas de cavalos (3) (4) (5) e depois em 1927, o Hipódromo do «Macao Jockey Club» (6)
(1) 1927 – No campo aberto do futuro Hipódromo, realizaram-se as primeiras corridas de cavalo. Ainda não se tinha erigido o “Macao Jockey Club” nem havia delineada a magnífica pista de corridas. As demarcações eram improvisadas, mas prevalecia o espírito desportivo, sobretudo, dos ingleses que traziam cavalos de corrida de Hong Kong com imensos gastos, só pelo prazer de correr, com o mesmo entusiasmo com que os vemos colaborar e participar actualmente nas corridas de automóvel do Grande Prémio. (FERNANDES, Henrique de Senna – O Cinema de Macau II in http://www.icm.gov.mo/rc/viewer/30018/1706
(2) Até à fundação de Hong Kong , em 1841, a Comunidade Britânica de Macau possuía junto das portas do Cerco o seu campo de corridas. Já em 1829, o mandarim da Casa Branca publicava um edital em 28 de Abril, dizendo que, tendo ido a Macau, «vira os Estrangeiros fazerem carreiras de Cavallos na praia do Porta do Cerco…». Harriet Low no seu diário , de 5 de Novembro de 1829 refere: « o campo de corridas está no lugar chamado Barreira (Porta do Ceco),que impede todos os estrangeiros de passarem além. O campo mede cerca de três quartos de milha”… » (TEIXEIRA, P. Manuel – Toponímia de Macau, Volume I, 1997, pp.484-485).
(3) 26-04-1924 – Concessão do exclusivo da exploração de corridas de cavalos. Diploma Legislativo n.º 14 e sua correção no B. O. n.º 17, desta data. (BBS – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p.162)
(4) 22-08-1924 – Construção de um campo para corridas de cavalos (Cfr. outros processos que se seguem nomeadamente o n.º 142/A da mesma série (A.H.M. – F. A. C. n.º 128-S-E) + (BBS – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p.164)
(5) 09-06-1925 – Pedido de Lou Lim Ioc, Presidente da Companhia «Clube Internacional de Recreio e Corridas de Macau, Limitada» para que lhe seja arrendado um terreno junto à Porta do Cerco (A.H.M. – F. A.C. P. n.º 134 -S-C) (BBS – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p.172)
(6) 19-03-1927 – Foi inaugurado o Campo de Corridas de Cavalos de Macau + (BBS – Cronologia da História de Macau, Volume III, 2015, p.195)
Desenho publicado em 1873, no “Harper’s Weekly”, (1) de 14 de Junho (p. 517) com a seguinte legenda: “Life in China : A Gambling House at Macau “

Comentário ao quadro referido por Wenxian Zhang: (2) “Ever since the gambling was legalized in 1848, Macau has become know worlwide as the “Monte Carlo of the Orient”. This painting from Harper´s Weekly shows a gambling house in Macau that was patronized by native Chinese and Westerners. In addition to a group of male gamblers, a woman and a child are also portrayed. In the the image at the head of table, a dealer is sorting chips; a pipe-smoking man on the left is counting coins in his hand, while a young woman on the right is wagering her barcelet”

(1) “Harper’s Weekly, A Journal of Civilization” foi uma revista política americana com sede em Nova Iorque. Publicada pela Harper & Brothers de 1857 a 1916, apresentava notícias nacionais e estrangeiras, ficção, ensaios sobre muitos assuntos e humor, além de ilustrações. https://pt.wikipedia.org/wiki/Harper%27s_Weekly
(2) ZHANG Wenxian – China Through American Eyes. World Scientific Publishing Co. Pte Ltd., 2018


NOTA: “jogos de azar e parada”, hoje denominadas “jogos de fortuna ou azar” – são aqueles cujo resultado é contingente por assentar exclusiva ou fundamentalmente na sorte. A parada é o dinheiro que se arrisca em cada lance.
Este anúncio, publicado no “Directório de Macau de 1932” é semelhante ao anúncio de 1934 que apresentei em anterior postagem sobre esta mesma «Leitaria/Vacaria Macaense» (1)
O “Clube de Corridas de Galgos de Macau” (“The Macao Greyhound Racinc Club”) foi fundado em 28-09-1932 (2) com o objectivo realizar corridas de galgos para entretimento / divertimento. As corridas duraram até 1936 quando foram suspensas.(3)
(1) Ver anteriores referências a esta Leitaria/Vacaria em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/leitaria-vacaria-macaense/
(2) “Em 1932, um grupo de chineses e americanos organizam em Macau a «Associação de Corridas de Cães de Macau» e fazem construir um canídromo. A inauguração do espaço foi um acontecimento importante, a que não faltou o concurso de uma orquestra feminina, composta de 22 raparias americanas, com vistoso uniforme. Mas o preço das entradas, muito elevado para o nível médio de vida, não permitiu a manutenção do espectáculo que acabou em 1936. Em substituição das corridas de cães, o espaço do canídromo foi transformado em parque de diversões (ópera, acrobacia, jogo) assim se mantendo até cerca de 1940. Em 1940, o Governo de Macau transforma o espaço do canídromo no «Campo Desportivo 28 de Maio“. (SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997)
“In 1932, greyhound racing was first introduced to Macao by Fan Che Pang (范潔朋) and a group of overseas Chinese and Americans, who later formed the “Macao Canine Club” and built a greyhound racing stadium, which is now the “Yat Yuen Canidrome”. However, this newly introduced game was not truly popular at that time. The business stopped operating several years after until it was reopened in September 1963”
http://www.dicj.gov.mo/web/en/history/
(3) Ver anteriores referências ao Canídromo
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/canidromo/
SLIDES COLORIDOS DE MACAU TURÍSTICO DA DÉCADA DE 60 E 70 (SÉCULO XX) (XX) – CANÍDROMO CLUBE DE MACAU
Oa amplos portões em arco,, entrada para o «Canídromo Clube de Macau / Macau Canídrome Club»
Mais um “slide” digitalizado da colecção “MACAU COLOR SLIDES – KODAK EASTMAN COLOR” comprados na década de 70 (século XX), se não me engano, na Foto PRINCESA. (1)
Em 1940, o Governo de Macau transforma o espaço do canídromo que foi construído pela «Associação de Cães de Macau» para realizar corridas de “cães” (de 28-09-1932 até 1936, quando foram suspensas), no terreno depois chamado «Campo Desportivo 28 de Maio». Em 28-09-1963 nesse mesmo campo desportivo, teve (re) início das corridas de galgos na sequência da concessão efectuada em Agosto de 1961 à empresa «The Kun Pha».
Depois disso, o projecto sofreu alterações até 16-03-1963 quando foram aprovados os Estatutos doa Associação Desportiva e Recreativa «Canídromo Clube de Macau» (“Macau Canidrome Club»” – 逸園賽狗場) (2) (3) (Portaria n.º 7213 – B.O. n.º 11)
A Companhia “The Macau (Yat Yuen) Canidrome Club “ que foi responsável pelo Canídromo de Macau (a única pista de corridas de galgos na Ásia) fechou a 21 de Julho de 2018.
Fotografia de 2008
https://en.wikipedia.org/wiki/Canidrome_(Macau)
(1) https://www.google.com/search?sxsrf=ACYBGNSn7Rmv6jkuR-8RXyab3nyp4y78NQ:1567866434430&q=nenotavaiconta+slides+coloridos+de+Macau
(2) 逸園賽狗場 – mandarim pīnyīn: yì yuán sài gǒu cháng; cantonense jyutping: jat6 jyun4 coi3 gau2 coeng4
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
Extraído de «Boletim Geral das Colónias», Ano XI, Agosto/Setembro de 1935.