Archives for category: Guerra no Pacífico / II Guerra Mundial

Notícia de Macau, de 10 de Outubro de 1945, , enviada pelo correspondente especial da «Reuter, J. Braga (José Maria Braga) e publicada no «BGC»

Extraído de «BGC»  XXI-244 OEUT1945 pp. 136
Ver anteriores telegramas enviados de Macau após a guerra:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/10/10/noticias-de-10-de-outubro-de-1945-telegramas-de-macau-apos-a-guerra-i/

Extraído de «BGC», XXI-24, Outubro de 1945 pp. 130-131

Conferência do ainda governador de Macau, Gabriel Maurício Teixeira,  que infelizmente, deixou poucos testemunhos  sobre o seu governo em Macau, (1) com os representantes da imprensa em Portugal no dia 3 de Setembro de 1946 na antiga sala do conselho do Império, no Ministério das Colónias,  reproduzida no «Boletim Geral das Colónias» (2)
(1) Oficialmente foi governador de Macau entre 5-10-1940 e 23-06-1947, mas o comandante Gabriel Maurício Teixeira, findo o período de guerra, saiu de Macau em 05-08-1946 data em que assumiu funções de encarregado do governo, o comandante do «Afonso de Albuquerque» Samuel Conceição Vieira. O novo governador, Albano Rodrigues de Oliveira tomou só tomaria posse a 7 de Agosto de 1947 no Ministério das Colónias e chegou a Macau a 01-09-1947.
(2) « BGC»,  XXII Agosto de 1946, n.º 254/255.

No dia 2 de Abril de 1936, veio a bordo da canhoneira «Falmouth», (1) em visita oficial, o Vice-Almirante Charles Little (2), Comandante-Chefe da esquadra Inglesa na China (3)
Foi recebido pelo Governador interino, João Pereira Barbosa (29-02-1936 a 19-12-1936) (4)
(1) HMS FALMOUTH (L 34) – corveta da marinha inglesa (1.060 tons, 250 x 34 ft, 2-4in.) Construído e lançado a 27 de Outubro de 1932, foi colocado ao serviço naval do  comandante-em-chefe da estação da China. Em Setembro de 1939, fazia o patrulhamento na área de Hong Kong, interceptando navios inimigos. Como o navio não estava equipado com armamento adequado, foi entre Outubro e Dezembro especialmente modificado para a Guerra do Pacífico, instalando equipamento para detecção de submarinos. Em Março de 1940 foi colocado na base naval de Singapura e depois durante a guerra missões no Golfo Pérsico.
Após a guerra, foi readaptado para o transporte civiil
https://www.naval-history.net/xGM-Chrono-18SL-HMS_Falmouth.htm
https://www.naval-history.net/Photo18slFalmouth1PS.JPG

Vice-Almirante Charles Little em 1937

(2), Sir Charles James Colebrooke Little (1882 – 1973) ao serviço da marinha inglesa de 1897 a 1945, participou na I Guerra Mundial e foi nomeado em 1936, Comandante-Chefe da esquadra Inglesa na Estação da China. Em 1938 nomeado “Second Sea Lord and Chief of Naval Personnel”. Durante a II Grande Guerra, tornou-se “Head of British Joint Staff Mission” em Washington D. C. em 1941. Nomeado Comandante-Chefe em Portsmouth em 1942. Aposentou-se em 1945.
https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Little_(Royal_Navy_officer)
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
(4) O Governador António José Bernardes de Miranda foi exonerado a 4 de janeiro de 1936 (governação de 21-06-1932 a 04-01-1936) e em 29 de Fevereiro desse ano foi nomeado Governador interino João Pereira Barbosa que ficou até 19 de Dezembro de 1936, data em que foi nomeado o novo Governador Artur Tamagnini Barbosa No entanto o governador Tamagnini Barbosa só tomaria posse a 11 de Abril de 1937 pelo que nesse intervalo 19-12-1936 a 11-04-1937, ficou encarregado do governo, António Joaquim Ferreira da Silva Júnior e João Pinto Crisóstomo.
O Dr. João Pereira Barbosa findo a comissão em Macau foi nomeado Director dos Serviços de Administração Civil, em Goa.

A lancha-canhoneira «Macau» que foi lançada à água em Kowloon (Hong Kong), (1) no dia 7 de Julho de 1909 após montadas as peças fabricadas em Glasgow (Inglaterra) pela casa Yarrow, foi vendida ao Japão a 12 de Março de 1943, por necessidades económicas (2) que a guerra ditou (3)
(1) Lancha-canhoneira de aço de 135 toneladas métricas, estava montava com duas peças H. (de 57 mm) e três metralhadoras (de 6,5 mm) Os hélices trabalhavam em túnel. Desempenhou várias comissões nos mares da China, (4) até ser tomada pelo Japão em 1945. (segundo ESPARTEIRO, Marques, p. 91 de
http://3decks.pbworks.com/f/Catalogo+dos+navios+brigantinos+(1640-1910)+-+Esparteiro.pdf
Segundo Ricardo Matias, num comentário à minha postagem de 27-09-2016:
A canhoneira Macau e duas dragas do porto de Macau, foram entregues às autoridades militares japonesas que ocupavam a China por troca com 10.000 sacos de arroz, foi uma troca desigual e forçada pela ameaça de invasão. O navio passou a chamar-se Maiko e com o final da Guerra caiu em mãos chinesas em Cantão, rebaptisado Wu Feng, passou em 1949 para a China Comunista e perdeu-se o rasto. A troca foi realizada em 15 Agosto 1943, mas o navio continuou na lista da Armada até 1945, uma maneira de mostrar aos americanos que não ajudávamos os japoneses “
Sobre esta lancha, aconselho ainda a leitura de:
http://naviosenavegadores.blogspot.pt/2008/09/marinha-de-guerra-portuguesa-o-nrp.html
(2) Já em 1926, devido à crise financeira, houve cortes significativos nos Serviços de Marinha com consequências na lancha canhoneira «Macau».
26-01-1926 – Por leitura do Relatório dos Serviços de Marinha, apresentado nesta data, se conhece o estado de dificuldades económicas que Macau passa. Em resultado da crise financeira são abatidos na lotação das canhoneiras «Macau» e «Pátria», os chegadores, impedidos e criados de câmara, cozinheiros e padeiros, todos eles indígenas de Moçambique” (3)
A lancha canhoneira «Macau» esteve em perigo de se afundar no tufão de 17-09-1926.
(3) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
(4) Um das intervenções mais significativa da lancha canhoneira «Macau» (5) foi a 14 de Julho de 1910, contra os piratas que numa das suas frequentes acções de pirataria, raptaram uma dúzia de crianças duma escola entre Cantão e Macau e refugiaram-se com elas na ilha de Coloane pedindo às famílias resgates na ordem das 35 mil patacas, o que, naquele tempo, era uma fortuna. A preparação do ataque por parte da canhoneira, foi no dia 14 de Julho, tendo sido bombardeados toda a frente marítima da povoação de Coloane com Hotchiss semi-automáticas.(6)
Uma curiosidade resultante dos acontecimentos que se deram até esta data: além do pequeno monumento que se vê no jardim da vila, em memória da expulsão dos piratas e libertação da população, os chineses, agradecidos, ofereceram bandeiras comemorativas às diferentes forças que cooperaram na luta. Sabemos por documentos da época que a bandeira de seda vermelha oferecida ao Comandante da lancha- canhoneira «Macau» (o então Primeiro – Tenente Joaquim Mata Oliveira (7) – depois entregue à Sociedade de Geografia de Lisboa – tinha a seguinte bordadura em letras chinesas «Tributo de homenagem aos senhores Comandante, oficiais e praças da lancha-canhoneira «Macau» da grande nação portuguesa. À vossa protecção devemos o sossego que disfrutamos. Pequena homenagem prestada como todo o respeito por Leong-Cheong-Tak e seu filho Pak-Lok , oriundos da povoação da família Leong no distrito de San. Hui da dinastia Tá-Tsing»” (3)
(5) Outras referências à canhoneira «Macau» em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/canhoneira-macau/
(6) Ver anteriores relatos em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/09/09/historia-de-piratas-i-ilhas-de-piratas/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/09/21/historia-de-piratas-ii-ilhas-de-piratas/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/10/07/historia-de-piratas-iii-ilhas-de-piratas/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2012/12/14/historia-de-piratas-iv-ilhas-de-piratas/
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/09/07/leitura-os-piratas-em-coloane-em-1910/
(7) 1.º Tenente Joaquim Anselmo de Mata e Oliveira (1874-1948) veria a ser governador de Macau embora por pouco tempo, Março a Outubro de 1931. Partiu para Lisboa, em serviço, a 15 de Outubro, no cruzador «Adamastor» que sai da Ponte Nova do Porto Exterior. Só em 21 de Junho  de 1932, Macau teria novo governador: Tenente Coronel de Artilharia, António José Bernardes de Miranda. (3)

Extraído de «BGC» XXI- 237, 1945,

NOTA: Outras notícias referentes aos bombardeamentos aéreos de Macau:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2018/01/18/noticias-de-16-e-20-janeiro-de-1945-bombardeamento-aereo-de-macau/

Notícias da invasão japonesa a Hong Kong surgidas em “O Jornal”, publicado no Rio de Janeiro (Brasil), no dia 20 de Dezembro de 1941. (1)
Conhecida pela “Batalha/Queda de Hong Kong” que durou de 8 a 25 de Dezembro de 1941, as forças britânicas e aliadas lideradas pelo governador de Hong Kong Mark Aitchison Young renderam-se no dia 25 de Dezembro. A capitulação foi assinada no dia 26. A ocupação de Hong Kong durou três anos e oito meses.
(1) Extraido de:
http://memoria.bn.br/pdf/110523/per110523_1941_06914.pdf

Artigo publicado na 1.ª página do «Diário de Notícias» do Rio de Janeiro no dia 18 de Dezembro de 1941. (1)
(1) http://memoria.bn.br/pdf/093718/per093718_1941_05875.pdf

Extraído de «BGC»,  XXI-244, 1945.

Artigo publicado na imprensa portuguesa de 1948, referindo-se a uma «carta da China» escrita pelo jornalista e autor de livros Harold H. Martin para a revista “Holiday” (1) publicada em Maio de 1948. Com as referências habituais a Macau, interessante foi a sua nomeação de «Cidade da Consciência Escrupulosa»
Salientar também outras duas histórias em relação ao período da Guerra do Pacífico que ainda nunca vi mencionado noutras fontes embora vagamente referida pelo meu pai. A primeira:
“ … Quando quatro navegadores americanos que tinham sido abatidos nas águas próximas foram recolhidos por um «junco» e trazidos para cidade, as autoridades acolheram-nos cordialmente e internaram-nos. Quando um piloto japonês enganado pelo nevoeiro aterrou com o seu bombardeiro no aeroporto de Macau (???)  julgando tratar-se de Hong Kong, a polícia macaísta prendeu-o igualmente e tomou conta do aparelho que ainda se conserva no campo de futebol, como único troféu de guerra da cidade. …(…) … Desde que os pilotos americanos que o «junco» recolhera se recusaram a comer e a beber, convencidos de que tinha caído nas mãos do inimigo. Confessaram mais tarde ao Consul britânico, (2) que representava também os Estados Unidos, que nunca tinham ouvido falar de Macau»
A segunda: “Já com a guerra adiantada, aviões americanos vieram bombardear os depósitos onde estava armazenado o precioso fornecimento de gasolina, só distribuído aos bombeiros e aos médicos e um estilhaço de granada atingiu o chefe de polícia Manuel Pinto Cardoso. … (2)

A Revista “Holiday”, n.º 5 de Maio de 1948, dedicado a Paris

(1) A revista “Holiday”, magazine americano de viagem, foi publicada de 1946 pela “Curtis Publishing Company” até à década de 70 (século XX) quando o número de vendas decaiu e foi vendida para outra empresa da mesma área que voltou a publicá-la com o nome de “Travel Holiday” até 1977.  Posteriormente em 2014 voltou de novo às bancas através de uma empresa francesa (sede: Paris), com edição bianual, escrita em inglês.
https://en.wikipedia.org/wiki/Holiday_(magazine)
(2) Manuel Pinto Cardoso na princípio da década de 40 era subchefe e estava colocado na Polícia Administrativa do Comissariado da Polícia. Depois promovido a chefe de esquadra em finais dessa década foi nomeado chefe da Esquadra n.º 4.