Archives for category: Ditados e Provérbios

“O provérbio diz: “Soffrei por um momento e conservareis o vosso corpo”.
É por isso que deveis aplacar a cólera e o odio para conservar o corpo e proteger a família.
Cultivae a brandura e evitae a violência, e não tereis precisão de esperar por mediadores para aplanar difficuldades e para desfiar a meada;o habito de insultar e de fazer questões há de desaparecer naturalmente.
Quão puros não serão então os costumes. 

Parte da à 16.ª MÁXIMA do Imperador Kangxi, –康熙帝 (1654-1722) (1) (2)
(1) Esta máxima encontra-se na p. 138, com tradução na p.142 da Edição Fac-similada da “Amplificação do Santo Decreto” do Imperador Yongzheng, Versão Portuguesa e Organização de Pedro Nolasco da Silva publicada por Fundação Macau em 1995, 145 p.
(2) Imperador Kangxi, –康熙帝  (mandarim pinyin: Kāngxīdì; cantonense Jyutping: hong1 hei1 dai3)  é considerado um dos maiores imperadores da China. Ele suprimiu a revolta dos Três Feudos, forçou o Reino de Tungning em Taiwan para submeter-se aos Qing, bloqueou a Rússia czarista no rio Amur e expandiu o império no noroeste. O reinado Kangxi foi um período de esplendor no âmbito da cultura chinesa, graças em grande medida ao intenso trabalho de mecenato artístico desenvolvido pelo próprio imperador (compilação do Dicionário Kangxi). O seu reinado trouxe estabilidade a longo prazo e riqueza relativa depois de anos de guerra e caos. Ele iniciou o período conhecido como a “Era Próspera de Kangxi e Qianlong”, que durou gerações depois de sua própria vida. Até o final de seu reinado, a dinastia Qing controlava toda a China propriamente dita, Taiwan, Manchúria, parte do actual Extremo Oriente russo, ambos Mongólia Interior e Exterior, e Tibete.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kangxi

De novo ausente por uns dias para viajar porque,

QUANDO SE VIAJA, A TERRA TRANSFORMA-SE
QUER NUM VASTO MAR
QUER NUM CAMPO DE AMOREIRAS.

(Como se o viajante, imóvel, contemplasse uma paisagem que se modifica constantemente)

Provérbio popular chinês.

Nam Van n.º 15 1985 QUE BOA PAISAGEMFotografia de Kong Iu Lam (1) intitulada
«QUE BOA PAISAGEM»

(1) 3.º classificado no concurso de fotografias da revista Nam Van , publicada no n.º 15, 1985.

旅行  – mandarim pinyin: lǚ xíng; cantonense jyutping: leoi5 hang4

De pai juiz,
Ou filho ou neto
muito infeliz.
*
Pai mandarim:
Ou filho ou neto
Que tem mau fim.
*
Se honras teu pai,
Conserta, vendo-o vir, bem vestido.
Aparece, porém, tal como estejas
A teu marido

Tradução de Camilo Pessanha, publicado na Revista Portugal (Coimbra), n.º 10, Novembro de 1940. in PESSANHA, Camilo – China, Estudos e Traduções. Vega, 1993, 2.ª edição, 126 p., ISBN 972-699-387-3, 20,5 cm x 14 cm.

Celebra-se amanhã, dia 30 de Setembro, a Festividade do dia 15 da 8.ª lua – comemora a dupla festa da colheita e do «aniversário» da Lua. Oferece-se aos amigos e familiares, umas caixas do tradicional bolo doce característico da festa do Outono (Chong Chau Chit – 中秋節 – Festividade de Outono) (1), ou seja da 8.ª lua. A este bolo dão os chineses o nome de “UT PEANG” () (2) que corresponde, em português a «bolo lunar». Em Macau, o saboroso pastel é também conhecido por «bolo de bate-pau» e esta designação não é de todo descabida, se atendermos à explicação de que os tais bolos são feitos em formas de madeira e que os pasteleiros, na sua confecção, batem essas formas com estrondoso espalhafato. Feito de farinha grisalha (cor da Lua), o bolo é colocado no altar em número de treze, representando os meses do calendário chinês completo e, outrossim, o círculo completo da felicidade.
O «aniversário» da Lua é determinado na 8.ª lua, na estação em que, segundo a lenda chinesa, o princípio feminino, personificado pela Lua, começou a tomar conta do universo, juntamente como Sol, ou seja o YANG que é o manancial da energia viril, da luz e do calor. Assim, é nessa altura que se assinala o período de transição do calor do Verão para a frescura do Outono e da clareza do Verão para a escuridão do Inverno.
Para os chineses, é a Lua a padroeira das mulheres e é por isso que, em todas as famílias, cabe à mulheres o dever de adorar a Lua. Há um ditado chinês que diz: «Não cabe aos homens adorar a Lua, nem às mulheres sacrificar-se ao Deus da Cozinha»~
Debaixo dos olhos fiscalizadores da mãe, as filhas e noras ornamentam o altar, regra geral colocado ao ar livre, para a festa da Lua. São então colocados – maças, pêssegos, romãs, uvas, melões, etc – dado que a sua forma não só simboliza a Lua como também sugere a união da família.(3)
Na década de 50 e princípios de 60, nesta altura, durante os primeiros 15 dias da 8.ª lua, percorria-se a Avenida de Almeida Ribeiro para ver os ornamentos com alusivos à festa do «bolo lunar» colocados nas principais pastelarias. Muitos deles, mais sofisticados, já com ” figuras” que se mexiam (de noite, estavam iluminados) e quase sempre enquadradas em lendas ou histórias antigas chinesas como este em que se recorda o feito dos patriotas do Século XIV, contra a opressão dos mongóis.


As crianças percorriam as ruas com lanternas decorativas, de várias formas, imitando animais como borboletas (símbolo da longevidade), lagostas (símbolo da felicidade e fortuna), coelhos, peixes, etc (daí erradamente conhecido também como Festival das Lanternas) (4)

NOTA: As duas fotos foram retiradas dum artigo não assinado “A Festa do Bolo Lunar”, revista NAM VAN, n.º 5, 1984
(1)  中秋節 pinyin: zhong qiu jie; em cantonense jyutping: zung1 cau1 zit3
(2) 月餅 pinyin: yuè bing; em cantonense jyutping: jyut6 beng2
(3) Retirado dum artigo não assinado do M. B. I., n.º 52, 1955.
(4) O Festival das lanternas 猜燈謎 (pinyin: cāi dēng mí; cantonense jyutping: caai1 dang1 mai4) é comemorado no 15.º dia do primeiro mês do calendário lunar, data do encerramento oficial da celebração do ano novo chinês.

Maior erro é cometido quando alguém se recusa a corrigir seus erros

Tradução livre dum PROVÉRBIO CHINÊS

 

Chinese Maxims. Sinolingua, Beijing, 2.º Printing, 1994, 256 p., ISBN 7-800520424-8

Se coardes água límpida em água límpida, ficam ambas de uma mesma limpidez.

Tradução do chinês por Camilo Pessanha in China (Estudos e traduções), Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1944, 131 p.

Estátua de Camilo Pessanha no Jardim das Artes, em Macau

Foto tirada em Março de 2012

                  
OS FUMOS QUE SAEM DAS NARINAS DO DRAGÂO TRANSFORMAM-SE NAS NUVENS DO CÉU

HAN YU

 HAN YU ( , Hán Yù, também conhecido como Han Wen-Kung) (768-824), escritor, um dos oito mestres da prosa chinesa, estadista, filósofo e poeta. É conhecido, sobretudo pelos seus ensaios, não isentos de humor apesar da vertente moral (1)
As duas fotos (CABEÇA DE DRAGÃO) foram tiradas na Delegação Económica e Comercial de Macau (Lisboa), e são da proa do barco-dragão ali exposto.
Ao contrário do dragão nocivo do Ocidente, o dragão chinês é um poderoso mas benevolente governante do céu, terra e do mar. É um dos quatros animais espirituais, um portador de boa sorte e figura fundadora das famílias reais (imperadores) (2). É um animal com uma energia rítmica que vive entre as nuvens. Da sua cabeça saem chifres, do focinho longos bigodes. tem escamas no corpo  e quatro patas.
(1)  http://pt.wikipedia.org/wiki/Han_Yu
(2) Por isso. há um ditado chinês de SHUO WEN:

QUEM SE PERMITE COÇAR AS ESCAMAS DO DRAGÃO ?

(Diz-se de uma acção temerária – como censura ao Imperador)

NOTA: Apesar de haver várias traduções dos ditados e dizeres chineses, a versão em português que apresento foi retirado do livro:
SERRES, Patrice (org) – Sabedoria Chinesa. Editora Pergaminho, 2003, 285 p. ISBN 972-711-516-0

Colocando-se fronteiros dois espelhos, duas imagens se formam – qual delas mais vazia ?

Tradução do chinês por Camilo Pessanha in
China (Estudos e traduções), Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1944, 131 p.

Estátua de Camilo Pessanha no Jardim das Artes – Macau.
Foto tirada em Março de 2012

“Certo dia, Chao-chou caiu na neve e gritou:

– Ajudem-me a levantar, ajudem-me a levantar!

Apareceu um monge, que se deitou a seu lado.

Chao-chou levantou-se e foi-se embora. “

                                                                  KOAN  ZEN (1)

  (1)  SCHILLER, David – Pequeno Guia do Zen. Edições 70, 2005, 389 p. ISBN 972-44-1228-8

“Ti-tsang perguntou a Fa-yuen:

– Onde vais?

Fa-yen respondeu:

– Vou em peregrinação.

Ti-tsang disse:

– Qual é o propósito da peregrinação?

Fa-yen respondeu:

– Não sei.

Ti-tsang disse:

– Não saber fica mais perto.”

MONDO  ZEN (1)

(1)  SCHILLER, David – Pequeno Guia do Zen. Edições 70, 2005, 389 p. ISBN 972-44-1228-8