O comandante da fragata N. Sra. Da Penha de França, Nicolau Fernandes da Fonseca, (1) que veio de Lisboa a Macau e fez o relatório da sua viagem, escrevia, em Janeiro de 1776:

“ O tratamento dos portugueses em Macau é com magnificência, porque, quando saem, os mais ricos são levados em palanquins aos ombros de 4 escravos e outros dois levam-lhes o sombreiro … (…). Quanto às mulheres as mais principais, são bastantemente recatadas e quando saem fora é dentro de seus palanquins. O seu trajo é ridículo, à excepção de algumas que se vestem à europeia com saia e manto. A sua condição é de serem soberbas e preguiçosas, porque, além dos filhos, nada mais fazem… (…) As ordinárias que são chinas resgatadas ou filhas de escravas, como não têm estímulo de honra e também as domina a preguiça, são prontas a se facilitarem, principalmente com os estrangeiros, em razão do dinheiro e fatos que lhes dão…» (1) (2)

(1) Ver anterior referência do mesmo relatório de Nicolau Fernandes da Fonseca em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/06/01/leitura-escravos-e-escravas-em-macau-de-1776/

(2) SILVA, Beatriz Basto da Cronologia da Historia de Macau, Volume I, 2015, p. 298.