LÔU NGÁU –老藕 (1)
Velha raiz de loto (lótus)
“O talo grosso e carnoso do loto (lótus) é que é considerado como a raiz desta planta. No dialecto de Macau é conhecido por restrate, (2) deturpação de raiz do trate, visto que à loto se dá o nome de trateira e às suas sementes trate.
Estes talos entram na confecção da comida chinesa e na fabricação de medicamentos, encontrando-se também em forma de farinha branco-encarnada conhecida por ngâu fân.
Dizem os chinas que as raízes do loto são tanto mais saborosas quanto mais velhas ou maduras forem porque se tornam afarinhadas, isto é hâi fân -起粉 (levantar farinha). (3)
O termo lôu ngáu aplica-se porém, para se referir às mulheres de idade madura.”(4)
Restrate – 藕 – rizoma de lótus
https://news.sina.cn/2017-11-04/detail-ifynmvuq8587109.d.html
(1) 老藕 –mandarim pīnyīn: lǎo ǒu; cantonense jyutping: lou5 ngau5
(2) “Restrate – raiz de trate ou rizoma de lótus ou loto. O termo é já muito pouco usado substituído pelo chinês lin ngàu, lingau.
O restrate é usado na culinária sino-macaense e também era antigamente ingrediente de mezinhas, como:
«Mezinha para torçar de barriga: Nós de restrate salmourado, coza-se a canja e bebe-se de vez em quando, quando sente-se torçor ou disenteria» – De um caderno manuscrito de receitas antigas (1883)
Dava-se também o nome de trate, antigamente à semente de lótus, hoje vulgarmente designada pelo chinês lin chí ou lin tsi 蓮. » (5)
BATALHA, Graciete Nogueira – Glossário do Dialecto Macaense, 1977.
(3) 起粉 –mandarim pīnyīn: qǐ fěn; cantonense jyutping: hei2 fan2.
(4) GOMES. Luís G. – Tropos usados na Gíria Chinesa. Mosaico, Vol. IV, n.º 21 e 22 de Maio e Junho de 1952, p. 470-471.
(5) 蓮子 – mandarim pīnyīn: lián zǐ ; cantonense jyutping: lin4 zi2.