Começa na Rua Ferreira do Amaral, à entrada da Rua de Henrique de Macedo e termina na Calçada do Paiol, em frente da Travessa do Paiol.
Quem era esse homem?
Segundo Padre Teixeira (1) não se sabe se a «Calçada do Gaio» teria sido crismada em memória de Pedro Martins Gayo (Gaio) que foi  Capitão-Geral e governador de Macau, em 1611 mas «se não foi, bem merece que o seu nome seja perpetuado numa via pública»

«1612 – As viagens de Macau ao Japão foram oficialmente renovadas com a chegada do capitão-mor Pedro Martins Gaio no seu galeão São Filipe e Santiago a Nagasaqui a 17 de Agosto. O galeão português fora vendido à cidade de Macau por Dom Diogo de Vasconcelos, que para ali fora destacado como Capitão-mor dos «galeões da guarda da China» , em 1610.
Diogo de Vasconcelos, fora mandado de Goa com a sua bem equipada armada de seis galeões, uma pinaça, e duas galeotas com ordens não só para proteger a navegação portuguesa no mar da China contra os ataques dos holandeses, mas também para cooperar a com os espanhóis de Manila para expulsar os holandeses das Molucas»
Diogo recusou-se a cooperar com eles. Mais: os homens da sua armada envolveram-se em questões com os cidadãos de Macau e com as autoridades chinesas, por se ter recusado a pagar os direitos d ancoragem sob o pretexto de que os galeões eram navios do Rei e portanto estavam isentos dos pagamentos exigidos aos navios mercantes.
No Tribunal de investigação que depois se abriu em Manila, uma das testemunhas declarou que o capitão-mor de Macau, Pedro Martins e « Vicente Rodrigues (seu genro) hombre de autoridade e grande  amigo de el dicho Vasconcelos le habian pedido  e rogado que viniesse com la armada e no lo queria hacer porque era el dicho Vasconcelos mercador e traya 300 000 pessos de sua quenta e los queria emplear e hacer  otros tantos mas de ganancias» . A mesma testemunha acrescentou que, tanto o Bispo de Macau , como o imediato de Dom Nuno Soutomaior o instaram para cooperar com os espanhóis” (2)
Pedro Martins Gaio levou com ele Horacio Neretti (4) (o Capitão-mor da viagem de 1600) como enviado da Cidade de Macau, com a missão de obter do Shogun a confirmação do tratado para a renovação do comércio de Macau-Nagasáqui feito por Dom Nuno de Soutomaior em 1611. (3)  O Bakufu (Governo de cortina», como era chamado a ditadura militar de Tokugawa) mostrou-se favorável e graças à dedicação de Honda Kodzuke-no-suke e Goto Shozaburo, director da casa da moeda, foi passado o selo vermelho confirmando que os Kurofume ou «Navios Negros» podiam vir a Nagasáqui e comerciar, como haviam feito antes da perda da Grande Nau de André Pessoa». (1)
Pedro Martins Gaio e sua filha Maria Gaio, bem como seu genro Vicente Rodrigues, foram grandes benfeitores da Companhia de Jesus, dos Altares do Espirito (Confraria) e S. Miguel sendo todos sepultados na Igreja de S. Paulo.
Não há documento que indique a data do falecimento de Pedro Martins Gayo, mas sabe-se que o seu cadáver ficou incorrupto durante muito tempo e foi sepultado em lugar separado «para veneração». Maria Gayo faleceu a 1 de Fevereiro de 1644 e seu marido Vicente Rodrigues a 12 de Agosto de 1638. O casamento realizou-se antes de 1612. (1)
(1) TEIXEIRA, P. Manuel- Toponímia de Macau, Volume II, 1997 pp. 21-24
(2) BOXER, Charles Ralph – O Grande Navio de Amacau, 1989, pp. 69-71
(3) Além do navio de Dom Nuno partiu de Macau para Nagasaqui um grande junco, no qual iam como passageiros vários missionários jesuítas, mas afundou-se durante uma tempestade ao largo da costa de Fukien, onde aqueles que chegaram à terra foram mortos por chineses hostis. (2)
(4) Horácio Neretti Sudrini, italiano de Florença, veio para Macau comerciar nos fins do século XVI. Em 1598 encontrava-se em Macau. Neretti fez várias viagens ao Japão, designadamente 1600 e 1612. Foi sepultado em S. Paulo. (1)
東望洋斜巷 – mandarim pīnyīn: dōng wàng yáng xié xiàng; cantonense jyutping: dung1 mong6 joeng4 ce3 hong6