Acabada de fresco a Guerra do Pacífico, o embaixador português em Washington informou, em 24 de Agosto de 1945, que, segundo um telegrama da United Press, o jornal Ta Kung Pao, de Chung King pedia, em artigo de fundo, para Portugal, devolver Macau, à China com base na Carta do Atlântico (1) e a 31 de Agosto, o conselheiro da Embaixada da China em Bruxelas referia-se à «questão de Macau» declarando que era necessário restabelecer a soberania portuguesa nesse território, segundo o Princípio da Soberania, que se instalara após a 2.ª Guerra Mundial. A notícia chegou, via Londres, a Lisboa.
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4, 1997.
(1) A Carta do Atlântico (Atlantic Charter) foi negociada na Conferência do Atlântico pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill e pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a bordo do HMS Prince of Wales, na Argentina, em Terra Nova e foi emitida como declaração no dia 14 de Agosto de 1941., apesar dos Estados Unidos ainda não estarem na guerra. Os posteriores países que aderiram à Carta do Atlântico assinaram a Declaração das Nações Unidas em 1 de Janeiro de 1942; tornou-se depois a base para as modernas Nações Unidas e um dos primeiros passos para a formação da ONU (Organização das Nações Unidas).
http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-Internacionais-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-1919-a-1945/carta-do-atlantico-1941.html
Em resumo, os oito pontos principais eram:
1 – Nenhum ganho territorial seria buscado pelos Estados Unidos ou pelo Reino Unido;
2 – Os ajustes territoriais devem estar de acordo com os desejos do pessoal interessado;
3 – As pessoas têm direito à auto-determinação;
4 – Barreiras comerciais devem ser excluídas;
5 – Cooperação econômica global e avanço do bem-estar social;
6 -A liberdade de desejo e medo seria executada;
7 – Há de ter a liberdade dos mares;
8 – Desarmamento das nações agressoras em comum após a guerra seria feito.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_do_Atl%C3%A2ntico