Pagode Chinese située à l´entrée du Port de Macao (1)
Desenho de Chrétien-Louis-Joseph de Guignes (1759-1845), filho do orientalista/sinólogo Joseph de Guignes (1721-1800), publicado no livro:
“Voyages a Peking, Manille et l’Île de France faits dans l’intervalle des années 1784 à 1801” (2)
Chrétien-Louis-Joseph de Guignes era conhecedor de várias línguas asiáticas incluindo o chinês (fluente em cantonense e mandarim, escrito e falado) (3) Em 1783 fixou residência na China onde ficou até 1797, e foi cônsul da França em Cantão (Guangzhou) de 1783 a 1787. Em 1794-95, foi contratado como intérprete da embaixada de Isaac Titsinghonhis, embaixador holandês, numa viagem pelo império chinês de Cantão a Pequim para se apresentar na corte do Imperador Qianlong que o convidou para estar presente nas comemorações do seu 60.º reinado. A embaixada foi recebida no Yuangmingyuan (Palácio de Verão) e ficou conhecida por ter sido a última visita de europeus a este Palácio já que os estrangeiros foram posteriormente expulsos da China e o Palácio foi destruído (melhor dizendo saqueado) em 1860 pelas tropas anglo francesas.
Esta viagem, conforme afirma o autor, foi traçada seguindo um mapa de viagem de Cantão para Pequim elaborado pelos jesuítas.
Prefácio do I Volume, p. XIV
Chrétien-Louis-Joseph de Guignes terá estado cerca de 10 anos em Macau.
Volume I, p. 356
O livro pode ser consultada em:
https://archive.org/stream/voyagespkingman01guiggoog#page/n7/mode/2up
(1) http://www.cca.qc.ca/en/collection/877-voyages-a-peking-manille-et-l-ile-de-france
(2) Publicado em Paris em 1808, em três volumes. No primeiro volume apresenta uma história sumária da China e o início da crónica da viagem para Pequim. No segundo a viagem para Pequim, estadia e retorno a Cantão. No terceiro volume as suas observações da vida quotidiana da China de 1783 a 1797. É neste terceiro volume que faz mais referências a Macau nomeadamente uma história sumária das relações desta cidade com os ingleses, franceses, holandeses e chineses.
Anexo aos 3 volumes, uma colecção de chapas contendo cerca de uma centena de desenhos: templos, pagodes, pontes, barcos, jardins, festivais, funerais, túmulos, santuários vestimentas, notas musicais, mapas etc.
(3) Autor do dicionário DE GUIGNES C.-L.-J. (1813) – Dictionnaire Chinois, Français et Latin, le Vocabulaire Chinois Latin. Paris: Imprimerie Impériale.