O Governador Almirante António Sérgio de Sousa e outros funcionários da colónia, foram convidados para jantar, no dia 21 de Março de 1869, em casa que ficava em Lin Tin (1) do negociante chinês Hing- chong , um dos mais antigos «hãos» da cidade. (2)

Extraido de «BPMT», XV-12 de 22 de Março de 1869, p. 70

O jornal «O Independente» I-30 de 27 de Março de 1869, p. 263, também deu esta notícia:

(1) Nei Lingding, ou Ilha Nei Lingding, (內伶) também conhecida por Lintin ou Ilha Lin Tin, é uma ilha no estuário do Rio das Pérolas, no sudeste da província chinesa de Guangdong. Embora esteja localizado mais perto da costa oriental (Hong Kong e Shenzhen) do estuário, era até 2009 administrativamente parte da cidade de Zhuhai, cujo centro administrativo principal fica situado na costa ocidental do rio. Em 2009, a jurisdição de Nei Lingding foi entregue a Shenzhen. Em Maio de 1513, Jorge Álvares chegou a Lintin a que ele chamou de “Tamão”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nei_Lingding
Mapa de Lintin em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2015/07/10/noticia-de-10-de-julho-de-1522-martim-afonso-de-melo-coutinho/
內伶mandarim pīnyīn: nèi líng dīng dǎo; cantonense jyutping: noi6 ling4 ding1 dou2
(2) Hão – Negociante chinês que era o intermediário oficial entre os europeus e os chineses
Hongs – associações de mercadores chineses que controlavam o comércio externo.
1868 – «As boticas d´aquelle bairro quasi se resumem em três géneros, que alternam em colocação: a casa de comida (cullao), a do jogo (latane) e a dos empréstimos sobre penhores (hão) » – João de Lacerda, Recordações de Viagem, 1868.
1884 – «Para montante divisam-se frondosos arvoredos e magníficos jardins, sendo nos arredores de Cantão que os hãos mais ricos possuem as suas casas de campo e vivendas de recreio» – Adolfo Loureiro, No Oriente.
1898 – «Depois da guerra entre a China, Inglaterra e França, foi abolida a instituição dos Hongs ou agentes officiaes, negociantes intermediarios» – Joaquim Calado Crespo, Cousas da China, p. 15
Segundo Padre Benjamin Videira Pires (3) “Em 1720 instituiu-se, em Cantão, o Cohão – companhia chinesa controlada pelos mandarins, que possuía o exclusivo do comércio com os estrangeiros. Foi dissolvido em 1771, mas restaurou-se em 1782, com 12 membros, primeiro, e mais tarde, 13. Gozava de muitos privilégios. As extorsões, porém, a que o sujeitaram os mandarins tornaram o Cohão odioso para os estrangeiros, contribuindo para bancarrota de vários deles
(3) PIRES, Benjamin Videira – A Vida Marítima de Macau no Século XVIII, 1993,pág 13.