Continuação do artigo iniciado em 27-02-2017 (1) sobre esta festa, no ano de 1956
“Quem percorrer as ruas de qualquer cidade, vila, ou aldeia chinesa notará a cada porta um pequeno altar, muitas vezes um simples nicho, onde se pode ver uma estátua que nunca tem mais de trinta a cinquenta centímetros de altura.
E a estátua de Tou Tei que, sentado no seu trono, tem, nalguns casos, à sua esquerda a sua mulher e, à direita, representada por uma estátua mais pequena, a sua concubina. Fora do pequeno templo, que se assemelha muitas vezes ao casinhoto dum cão de guarda, existe um receptáculo para queimar papéis votivos e depositar oferendas e um montículo de terra batida onde se espetam pivetes em dias de festa ou quando ao deus se agradece uma graça concedida ou se faz qualquer pedido, o que acontece quase diariamente.
Tou Tei é pessoa da família a quem tudo se confia.
Nas suas dores e aflições, contratempos e prejuízos, os chineses procuram lenitivo e consolação junto de Tou Tei a quem, muitas vezes, se queixam amargamente da sua infelicidade e pouca sorte. Mas também nas horas de alegria e abastança lhe vão agradecer, com generosas ofertas, a protecção concedida e os ventos favoráveis que sobre eles fez soprar. É ainda a esse quase ente familiar que eles confiam os seus anseios e esperanças, os seus negócios em perspectiva, consultando-o em todas as decisões a tomar. A ele se comunicam, em primeira mão, os nascimentos, as mortes e os casamentos, porque é ele que conforta na doença e na tristeza na dor e na angústia, que protege os recém-nascidos para que cresçam sem qualquer mazela, e favorece os lares novos para que sempre lá reine a paz, a harmonia e a felicidade.
Templo de Tou Tei do Patane (2017)
Tou Tei é amigo, patrono e conselheiro da família e para ele se voltam todos os corações, quer nas horas de alegria quer as horas de aflição. A ele se confiam os mais íntimos desejos e se dizem os segredos mais reservados.”
(1)Ver referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2017/02/27/noticia-de-27-de-fevereiro-de-2017-tou-tei-o-deus-da-familia/