Il pleure dans mon coeur
Comme il peut sur la ville”  Verlaine

Meus olhos apagados,
Vede a água cair
Das beiras dos telhados,
Cair, sempre cair.

Das beiras dos telhados,
Cair, quase morrer …
Meus olhos apagados,
E cansados de ver.

Meus olhos, afogai-vos
Na vã tristeza ambiente
Caí e derramai-vos
Como a água morrente.

Camilo Pessanha (1)

Liceu de Macau – 1921
Camilo Pessanha sentado (primeiro á esquerda) com a sua bengala encostada e  o seu fiel cão Arminho.

 (1) In p. 73 de OSÓRIO, João de Castro (organização e Algumas Variantes por) – Clepsidra e outros poemas de Camilo Pessanha. Edições Ática, 6.ª edição, 1973, 210 p.
Sobre Camilo Pessanha, ver referências anteriores em:
https://nenotavaiconta.wordpress.com/tag/camilo-pessanha/