Natal azinha chega,
Trazê paz pa tudo gente,
Quiança-quiança sã pulá,
Non-pôde más de contente
Pai-mai sentí bólsa ardê
Qui de dinherám gastá
Rópa-nôvo sã fazê,
Pa casa intéro usá
Cavá rópa, sã sapato,
Sã dóci, sã pitisquéra,
Recheá pirú alto-alto,
Bebê, panhá bebedéra.
Na anôte di consoada,
Têm cêa pa tudo gente;
Na Natal sã jantarada,
Qui tudo logo afiá dente.
Alua, quánto tachada,
Tudo casa lô fazê;
Fárti, coscorám, impada,
Nádi falta pa comê
José dos Santos Ferreira (1)
Agradeço à minha amiga Diana (distinta confrade da Confraria da Gastronomia Macaense) pelas quatro iguarias tradicionais do Natal, que estavam uma delícia “comizaina ui-di saboroso””: a empada “impada”, o coscorão “coscorám”, o farte “fárti”, o alua “alua” (estes três últimos, “o trio de doces mais simbólicos de religiosidade dos macaenses, já que são a presença (dantes obrigatória) das mesas festivas, por representarem o lençol (COSCURÃO), o travesseiro (FARTE) e o colchão (ALUA)” do menino Jesus) (2)
EMPADA
COSCURÕES
FARTES OU TRAVESSEIROS DO MENINO JESUS
ALUA OU ALUAR
(1) Versos recolhidos de “Macau di Tempo Antigo” in FERREIRA, José dos Santos – Qui-Nova Chencho, 1973.
(2) JORGE, Cecília – À Mesa da Diáspora. Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, 2004, 151 p. ISBN 99937-778-4-6.
[…] Ver anteriores referências em:https://nenotavaiconta.wordpress.com/category/gastronomia-macaense/https://nenotavaiconta.wordpress.com/2016/12/24/poema-natal-azinha-chega-na-anote-di-consoada/ […]