Nos dias 15 e 16 de Maio de 1955, acompanhado de sua esposa, esteve em Macau, aonde veio em visita particular, o conhecido filantropo francês  Raoul Follereau, membro da Academia das Ciências Coloniais Francesa e presidente-fundador da Ordem da Caridade da França. Foi recebido na ponte cais de desembarque pelo Capitão Abílio de Oliveira Ferro, que lhe apresentou, em nome do governador Almirante Marques Esparteiro, cumprimentos de boas vindas.
Durante a sua estadia, Raoul Follereau e sua esposa tiveram ocasião de visitar os principais lugares históricos da cidade bem como vários pontos pitorescos e outros lugares onde se acha assinalada a obra de assistência pública.
A convite do Governador e sua esposa, o casal francês jantou, no dia 16, no Palácio de Santa Sancha.
No da seguinte, à partida foram-lhe igualmente apresentados pelo Capitão Oliveira Ferro, cumprimentos de despedida, em nome do governador.
Reportagem de «MACAU Bol Inf. 1955»

MBI II-44,31MAI1955 Leprosia de Ka-Hó 1955O lazareto para leprosos na Ilha de Coloane, em Ká Hó (1955)

Depois de visitar Macau, Raoul Follereau proferiu em Paris no dia 18 de Novembro de 1955, a conferência «Portugal Ultramarino», onde fala longamente  desta parcela oriental, dizendo, a propósito do pequeno mas generoso e missionário entreposto: «Macau é uma catedral imensa. Macau é um dos lugares altos do Mundo».
SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 5, 1998
MBI II-44,31MAI1955 LOUIS FOLLEREAURaoul Follereau (1903 – 1977) – poeta, jornalista, escritor, advogado e fundador da «Ordem da Caridade» (em 1946). Como jornalista, em 1935, foi enviado para uma reportagem em África e durante um safari tomou contacto pela primeira vez com a lepra. A partir daí, tornou-se um  lutador incansável pela reabilitação social do leproso e  decidiu percorrer o mundo inteiro a fazer conferências para sensibilizar as pessoas para o problema da lepra e angariar donativos  para a criação de centros de tratamento e reabilitação. Em 1953, tornou realidade o sonho das religiosas em Adzopé (Costa de Marfim) onde foi inaugurada a primeira  cidade onde os leprosos podiam ser tratados e curados.
No último domingo de Janeiro de cada ano celebra-se o Dia Mundial dos Leprosos, instituído pela ONU em 1954, a pedido de Raoul Follereau. Ainda hoje, a lepra que já é uma doença curável, em certas zonas do globo ainda persistem doentes sem acesso aos tratamentos necessários.
https://fr.wikipedia.org/wiki/Raoul_Follereau

MBI II-44,31MAI1955 Leprosia de Ka-Hó 2014Estado em que estavam as casas da leprosaria de Ká -Hó em 2014.

Na altura, 2014,  havia uma promessa do Governo da RAEM para a recuperação das casas. (Foto retirada do Jornal «Ponto Final» de 04-09-2014)
https://pontofinalmacau.wordpress.com/2014/09/04/recuperacao-das-casas-da-antiga-leprosaria-de-ka-ho-sem-data-para-terminar/
NOTA: Notícia de 12 de Maio de 2016 no mesmo jornal «Ponto Final» refere que o Instituto Cultural da RAEM vai avançar ainda este ano com trabalhos de reparação em cinco edifícios com valor cultural propostos para recuperação, entre eles as nove casas da antiga leprosaria de Ká Hó.