Das obras digitalizadas e disponibilizadas pela Biblioteca Nacional de Portugal poderá ler este livro de Manoel Severim de Faria (Chantre e Cónego na Santa Sé de Évora) (1) “DISCVURSOS VARIOS POLITICOS“, (2) impresso em Évora por Manoel Carvalho no ano de 1624, em: http://purl.pt/966
Nas Fol 88 a Fol 135 desse livro, o autor descreve a “VIDA DE LVIS DE CAMÕES”, e a permanência do poeta em Macau. (Fol 98 verso)
“A assistência de Macao parece que foi a vítima do tempo que andou no Sul, pois vindo de lá padeceu o naufrágio, que foi o derradeiro trabalho antes de chegar a Goa. Em Macao teve o ofício de Provedor môr dos defuntos e com a comodidade do lugar devia de compor aqui alguma boa parte dos seus Lusiadas, pois de lá os trouxe consigo. Acabado o seu tempo se embarcou para Goa com esperança de lograr algum descanso nela; porque vinha rico do que houvera do cargo e dos amigos; porem sucedeu lhe ao contrario, como acontece as mais das esperanças do mundo...”
(1) Manuel Severim de Faria (1584 – 1655) foi um sacerdote católico, historiador, arqueólogo, numismata, genealogista e escritor. É também considerado o primeiro jornalista português. Manuel Severim de Faria, com 25 anos, sucedeu, a seu tio no Cabido da Sé de Évora, adquirindo o direito de receber somas elevadas, fruto de disposições eclesiásticas que lhe asseguraram diversas rendas e outros benefícios. Devido à sua formação escolástica e forma de ser, Severim de Faria pôde aplicar as avultadas verbas a que tinha acesso na aquisição de uma das mais famosas e bem apetrechadas bibliotecas do seu tempo. Escreveu as primeiras biografias de Camões, João de Barros, Diogo do Couto e outros personagens relevantes do seu tempo. Manuel Severim de Faria terá ainda contribuído para a primeira publicação da obra de Fernão Mendes Pinto, Peregrinação, em virtude de contactos que tinha com eruditos e tradutores castelhanos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Severim_de_Faria
(2) Em 1624, Manuel Severim de Faria publicou a obra “Discursos Vários Políticos“, na qual advogou, nomeadamente, a transferência da sede da corte de Madrid para Lisboa Como homem do seu tempo, manifestou-se contrário ao perdão geral dado aos cristãos novos, de 1601, concedido a troco da entrega de elevada quantia de dinheiro à Coroa pelos judeus de Lisboa. https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Severim_de_Faria