O calendário chinês é extremamente variado nas festividades que o integram. Neste dia 20 de Agosto do presente ano, precisamente no dia 7 da sétima lua, celebra-se a Festividade das Sete Irmãs. A lenda que envolve este poético evento religioso já quase não se celebra em festa entre a população de Macau que tinha como curiosidade a participação somente das mulheres principalmente as donzelas.
Oferendas no altar no dia das Sete Irmãs
Extraímos esta encantadora narração da obra de Luís Gonzaga Gomes, “Festividades Chinesas”:
“Em tempos cuja memória já não existe na lembrança dos homens, viveram neste mundo sete irmãs que, com os seus dotes de formosura e incomparáveis virtudes impressionaram vivamente Iok-Uóng (Imperador Jade). Este, entendendo que a corte celestial não deveria prescindir da presença de tão belas e donairosas damas, resolveu vir buscá-las à terra.
Foi assim, que o firmamento passou a ser povoado, desde então, com mais uma constelação por nós outros conhecida pelo nome de Plêiades.
A divindade que se venera no dia das Sete Irmãs
Na dinastia Hón, a mais prendada destas seta irmãs, isto é, a Tchek-Nui ( a Tecedeira) condoída com a triste sorte de Tong-Ueng, um pobre mortal que, não tendo dinheiro para fazer o enterro do seu pai, se vira obrigado a vender-se a si mesmo, voltou à terra para com a ajuda do seu trabalho, o auxiliar a angariar os meios suficientes para alcançar a sua manumissão. Dessa união entre o mortal e uma deusa nasceu o prodigioso Sou-Tch´un, que veio ser um dos mais distintos letrados do Império do Meio.
Os chineses, profundamente impressionados com a grande dedicação filial do Tong-Ueng, passaram a perpetuar o seu nome nos « Vinte e Quatro Exemplos da Piedade Filial», e a sua união com a tecedeira forma o entrecho principal de dois entremezes Sin-Kai Song-Tchi ( A fada Presenteia-o Com Um Filho) e Lok-Kuok T´ai-Fong-Seong (Os Soberanos dos Seis Estados Promovem-no a Dignitário) com que de preceito se iniciam todas as representações teatrais da gala.”
Os pivetes do culto e a verdura do arroz, dispostos no altar doméstico
Esae lenda que foi originalmente importada do Japão sofreu com o tempo várias modificações pelo que há outras versões e tem servido de tema para várias composições teatrais e cinematográficas.
Um vaso de arroz que simboliza a felicidade
A Festividade das Sete Irmãs é exclusivamente celebrada pelas mulheres que uns dez dias antes, as donas de casa tratam de fazer germinar o arroz em recipientes especiais de louça ou de barro cujos renovos deverão estar suficientemente crescidos para serem oferecidos aos espíritos do vaqueiro e da tecedeira, na data apropriada, conjuntamente, com pires de diversas tamanhos, contendo diferentes carnes, frutas, pevides e flores.
Informação e fotos, retirados dum artigo, não assinado, de “MACAU Boletim de Informação e Turismo de 1974