Pedido do Conservador do Registo Predial, Bacharel Camilo d´Almeida Pessanha, no dia 13 de Agosto de 1915, para que seu filho, João Manuel d´Almeida Pessanha, fosse admitido a exame de admissão à terceira classe do Liceu Nacional desta Província.” (1)
João Manuel d´Almeida Pessanha é filho de Camilo Pessanha e da sua companheira, Lei Ngoi Long (2) e  nasceu a 21 de Novembro de 1896.
A 13 de Dezembro de 1897, João Manuel de Almeida Pessanha é baptizado como filho de pais incógnitos, na igreja paroquial de Santo António. Foi seu padrinho Alfredo Augusto Ferreira de Almeida, funcionário público, natural de Lamego, e «madrinha, por devoção, Nossa Senhora da Conceição». (3)
A 24 de Agosto de 1900,  João Manuel de Almeida Pessanha é perfilhado, de acordo com escritura notarial feita na residência de Camilo Pessanha, no Largo de Santo Agostinho, n.º 1, em Macau. Foram testemunhas os seus colegas do Liceu, João Pereira Vasco e Mateus António de Lima. (4) No respectivo registo, afirma-se que «a criança está a ser criada em casa do china Kuoc-va-vai, casado, que vive nesta cidade dos seus rendimentos». (3)
A 17 de Janeiro de 1929, João Manuel de Almeida Pessanha requer o pagamento dos vencimentos de seu pai. (4)
João Manuel de Almeida Pessanha faleceu a 30 de Julho de 1941 de tuberculose pulmonar.  Teve de Francisca Xavier de Sousa do Espírito Santo Rosário (Aquita) uma filha, chamada Maria Rosa dos Remédios do Espírito Santo, (Manhão)  nascida em 1915 (ainda em vida do poeta, portanto) (5) e um filho “Nasce Camilo João de Almeida Pessanha, neto do poeta, no n.º 75 da Rua da Praia Grande. Era filho de João Manuel de Almeida Pessanha, «oficial da marinha mercante, e de mãe gentia», segundo a sua certidão de nascimento” (4)

Camilo Pessanha Campa S. Miguel IFoto tirada em 1988

Camilo Pessanha Campa S. Miguel IIA campa do poeta e da sua companheira (depois também aí enterrado o filho, João Manuel) foi construída a mando de João Manuel de Almeida Pessanha. A laje tumular tem gravada “as armas” da família “Pessanhas”  de que Camilo Pessanha, pelo lado paterno, pertencia. (6)

Camilo Pessanha Campa S. Miguel III

Que razões terão influído na escolha de João Manuel? Para responder, talvez seja necessário voltar um pouco atrás, até ao enquadramento familiar do sepultado…(…)
A relação existente entre pai e filho estava longe de ser boa. Alguns biógrafos dão a entender que Camilo não confiava no comportamento da mãe de João Manuel e que nutria sérias dúvidas acerca da paternidade deste…(…)
A presença das armas na campa de Camilo Pessanha, mantém-se contudo uma questão subjacente: qual terá sido a relação do poeta com a heráldica? João Manuel recorreu para a figuração destas armas. A resposta é fácil: as armas da campa são diretamente copiadas da capa ou folha de rosto da Noticia Historica dos Almirantes Pessanhas e Sua Descendencia Dada no Anno de 1900, da autoria de José Benedito de Almeida Pessanha, primo coirmão de Camilo… ” (7)
(1) Arquivo histórico de Macau – F. A. C. P. n.º 141 – S- E in SILVA,  Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 4,1997.
(2) Segundo Danilo Barreiros, em 1895, Camilo Pessanha  compra uma concubina a um corrector, de quem vem a ter, um ano mais tarde, o filho João Manuel. http://purl.pt/14369/1/cronologia1894.html
(3) http://purl.pt/14369/1/cronologia1894.html
(4) O poeta Camilo Pessanha apresentou-se, em Agosto de 1893,  ao concurso para provimento dos cargos de docentes no recém-criado Liceu de Macau. Aprovado na Metrópole, juntamente com Horácio Poiares, Mateus de Lima e João Pereira Vasco.
Camilo Pessanha, morre em Macau, a 1 de Março de 1926, após prolongado sofrimento, na sua residência na Rua da Praia Grande n.º 75, às oito horas da manhã, vítima de tuberculose pulmonar. (SILVA,  Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Vol. 4,1997.)
(5) http://www.geni.com/people/Jo%C3%A3o-Manuel-de-Almeida-Pessanha/6000000002371365132
(6) Camilo de Almeida Pessanha nasceu como filho ilegítimo de Francisco António de Almeida Pessanha, um estudante de direito de aristocracia, e Maria Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, sua empregada, em 7 de Setembro de 1867, às 11.00 horas, na Sé Nova de Coimbra. O casal teria mais quatro filhos.
(7) SEIXAS, Miguel Metelo de – Intersecções Analógicas: Poesia e Heráldica em Camilo Pessanha
http://www.insightinteligencia.com.br/65/PDFs/pdf10.pdf