Em 14 de Janeiro de 1854, o Governador Isidoro Guimarães, recebeu a infausta notícia, que lhe fora transmitida pelo Ministério da Marinha e Ultramar, do passamento da rainha D. Maria II. Instruiu, de imediatamente, José Carlos Barros, que exercia interinamente o cargo de secretário do governo, que fossem dadas ordens, no sentido de, no dia seguinte, se fazerem da Fortaleza do Monte, de sol a sol, tiros de ampulheta, de quatro em quatro de hora, dobrando concomitantemente os sinos de todas as igrejas da cidade. As fortalezas e os baluartes passaram a içar a bandeira nacional apenas «a meio pau» e o mesmo fizeram os navios e as embarcações surtos no ancoradouro que, além disso, tiveram também de cruzar as vergas. Nos tribunais ficou suspenso o despacho, por 8 dias, e, às 4 horas da tarde desse dia 15, publicou o Leal Senado, o Bando do estilo, pelo qual todos os portugueses em Macau eram convidados a entregar-se ao nojo, durante seis meses, sendo três de luto carregado e três aliviado.

A 7 de Março de 1854, o sinédrio municipal, composto pelos conspícuos edis Maximiano Félix de Rosa, Manuel António de Sousa, Lourenço Pereira, João José Vieira, Gonçalo de Silveira e Lourenço Marques, resolveu convidar o público, por meio de outro Bando, ao som da caixa e afixado em lugar competente, a assistir, na praça das casas da Câmara, à cerimónia da Quebra de Escudos (1) e a juntar-se ao pranto colectivo, pelas 3 horas e meia da tarde do dia 15. (2)

(1) Relatarei numa próxima postagem a cerimónia da Quebra de Escudos.
(2) GOMES, Luís Gonzaga – Páginas da História de Macau. Instituto Internacional de -Macau, 2010, 358 p., ISBN 978-99937-45-38-9