A notícia de 7 de Janeiro de 1918 era a venda de um cavalo, julgando incapaz para o serviço de incêndios (1)

Nesse ano, os serviços de extinção de incêndios estavam a cargo da Inspecção de Incêndios (reorganizada pela P.P. n.º 93, de 10-VIII-1883) e eram executados por um corpo de bombeiros comandados pelo Inspector dos Incêndios (2) nomeado pelo Governador. O Corpo de Bombeiros de Macau como uma força militarizada, institucionalizada, só viria a ser concretizada em 26 de Abril de 1919 (Portaria n.º 80 – aprovação da publicação do regulamento orgânico).
Em relação à utilização dos cavalos na Inspecção de Incêndios, duas notícias em anos anteriores são conhecidas.
Uma, notícia de 21 de Janeiro de 1916, sobre um  pedido do seu inspector, Major João Carlos Craveiro Lopes (3) para a aquisição de mais cavalos para o Serviço de Inspecção dos Incêndios.
E outra, de Outubro de 1915 quando foi aprovada a construção de manjedouras nas estações de S. Domingos, Bazar e Horta e Costa, para o Serviço de Incêndios e publicação de um edital do Leal Senado com vista ao ensino de parelhas de cavalos de tracção das viaturas de incêndio.

(1) SILVA, Beatriz Basto da – Cronologia da História de Macau, Volume 4.
(2) O comandante da Inspeção de Incêndios tinha para habitação, o «Chalet da Flora», junto ao quartel do mesmo nome e pertença do Estado desde 14 de Junho de 1917, data da sua cedência e adaptação para residência. A residência foi destruída na sequência da explosão do Paiol da Flora em 13 de Agosto de 1931.
João Carlos Craveiro Lopes(3) João Carlos Craveiro Lopes (1871-1945) militar que atingiu o posto de general-de-divisão do Exército Português, foi quando era major,  na sequência do incidente que ficou conhecido como “Movimento das Espadas” (ocorrido a 22 de Janeiro de 1915), penalizado e transferido para Macau onde permaneceu de 1915 até ser exonerado a 13-03-1916, para regressar à Metrópole.Posteriormente foi comandante de brigada do Corpo Expedicionário Português na Primeira Guerra Mundial tendo ficado prisioneiro na batalha de La Lys (1918). Apoiante do Golpe de 28 de Maio de 1926, foi Governador –geral da Índia Portuguesa (1929-1936).
Pai de Francisco Higino Craveiro Lopes, décimo segundo Presidente da República (terceiro do Estado Novo)
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Carlos_Craveiro_Lopes

Sobre a “história” (resumida) do Corpo de Bombeiros de Macau, aconselho leitura em:
http://caderno-do-oriente.blogspot.pt/2011/02/o-corpo-de-bombeiros-de-macau.html