Recordo aqui mais uma vez o violentíssimo tufão que assolou Macau nos dias 22 e 23 de Setembro de 1874. (1)
A seguir, descrição do tufão e seus efeitos em Macau que foram relatados pelo Eng. Carlos Alves, baseados nos relatórios oficias de então. (2)
“Este tufão, assolando rijamente a Colónia, durante uma dezena de horas, quási a reduziu a ruínas, em grande parte tisnadas por um temeroso incêndio que, no àcume do tufão, irrompeu no bairro de S. António. O cômputo das vítimas acusou 4000 mortos e enormes estragos, materiais em terra e no mar, onde centenas de embarcações se perderam, envoltas em alterosas vagas, nunca vistas naquelas paragens. Em violência e desastrosos efeitos, excedeu quantos eram lembrados nos séculos já decorridos.
No distrito de Heung-san, vizinhos da península de Macau, morreram mais de 20.000 pessoas, segundo constava, em Hong Kong os estragos foram imensos… (…)
… Amanhecera o dia 22 com o céu límpido e sereno, adoçando a brisa nortenha as prim eiras ardências do sol. O barómetro estava quieto, marcando a pressão normal correspondente ao mês. Havia dias que o alvorecer não se apresentava tão belo e suave… (…)
… A meio do dia, o firmamento começava a forrar-se de nuvens que aumentavam incessantemente, parecendo dispôr-se em camadas. As mais altas tinham o aspecto de cúmulos-estractos, formando cúpula a nuvens mais baixas e dispersas, de formação ovoide, que mudavam suavemente de forma, sem movimento aparente. O aspecto destas nuvens era sombrio, quási fuliginoso, com reverberações arroxadas ou bronzeadas…
Uma várzea nos arredores de Macau onde se encontrou o navio “Concórdia”que estava ancorado no Porto Interior antes da passagem do Tufão de Setembro de 1874 (3)
NOTA: “22-09-1955 – Comemorando o 81.º aniversário do histórico tufão que em 1874 assolou esta cidade destruindo grande número de edifícios públicos e particulares e fazendo numerosas vítimas, realizou-se, segundo o voto da população, no dia 22 do corrente, um solene «Te-Deum», cantado na Sé Catedral. (MACAU Boletim Informativo ANO III, 1955).
(1) Anterior “post” sobre o mesmo tufão
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2013/09/23/noticia-de-23-de-setembro-de-1874-o-tufao-e-o-farol-da-guia/
(2) ALVES, Carlos – Os Tufões do Mar da China. Separata da Revista «Técnica», 1931, 12 p.
https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/01/13/leitura-os-tufoes-do-mar-da-china/
(3) Fotografia retirado de:
NATÁRIO, Agostinho Pereira – Tufões que Assolaram Macau. Serviço Meteorológico de Macau, Macau, Imprensa Nacional, 1957, 20 p + 26 p. (gráficos, mapas e fotografias),
Ver em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/07/06/leitura-tufoes-que-assolaram-macau-i/
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[…] 709, 00 mm (cerca de 945 milibares) ” (1) Sobre estes tufões, ver antecedentes neste blogue em: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/09/22/noticia-de-22-de-setembro-de-1874-o-maior-tufao-da-h… […]
[…] foi encontrado numa várzea nos arredores de Macau. Ver anteriores referências a este tufão: https://nenotavaiconta.wordpress.com/2014/09/22/noticia-de-22-de-setembro-de-1874-o-maior-tufao-da-h… […]